Fanfics Brasil - Capitulo 4 - A Amizade - Minhas Razões De Viver AyD

Fanfic: Minhas Razões De Viver AyD | Tema: Portinon, AyD


Capítulo: Capitulo 4 - A Amizade -

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POV DULCE


Como todas as manhãs de um dia de aula, o despertador tocou às cinco. Suspirei e abri os olhos. Olhei para a janela. O céu estava cinzento. Bufei. Um dia sem Sol na escola…


Me levantei devagarinho. Apesar de ontem me ter deitado relativamente cedo (às 11 da noite), estou morta de sono. Sonhei a noite toda. E o pior de isso tudo é que não me lembro do estúpido sonho.


Caminhei até meu banheiro, onde tomei um banho rápido. Me vesti e dei um jeito rápido ao cabelo.


~*~


Dul:: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=213854385  ~*~


Caminhei até à cozinha, onde fiz o café da manhã.


Voltei para cima e acordei Sophi, que, como sempre, fez manha.


–Mamãe… - ela suspirou, se virando de costas para mim.


–Sophi, meu amor, tem que acordar… - falei, acariciando suas costas


–Mas eu não quelo!


Depois de cinco minutos tentando acordar minha pequena, tive de a tirar da cama e a levar até ao banheiro e lhe dar banho. Mesmo assim, contra sua vontade. Após o banho, ela já estava mais acordada, e se despôs a ir sozinha até à cozinha. Fomos as duas para a cozinha e tomámos nosso café.


–A mamãe vai ver a mana, ok? – perguntei, depois de Sophia estar pronta.


Olhei para o relógio da cozinha. 6:15 da manhã. Droga! Porque o tempo passa tão rápido?


Corri até ao quarto da bebê que tentava apanhar os bonequinhos de seu móbil.


–Bebê – cantarolei, a pegando. Ela sorriu, quando me viu. Um sorriso sem dentes. Um dos sorrisos mais inocentes e puros que existe.


Me sentei na poltrona e lhe dei meu seio que, como sempre, ela aceitou e sugou de boa vontade.


Depois de ela estar saciada, lhe dei banho e a vesti.


Com isto tudo, eram 6:45 da manhã e ainda as tinha de deixar na escolinha e na Creche e de ir para a aula, que começariam às sete. Droga, iria chegar atrasada.


–Sophia, vai buscar tua mochila! – gritei. Ouvi os passos leves da pequena. Peguei na bolsa da bebê e fui até meu quarto. Peguei minha mochila, que coloquei nas costas e no meu celular, que coloquei no bolso da calça.


Fui até à porta de casa, onde Sophia já me esperava, com sua bolsa.


~*~


Meninas: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=213855084  


~*~


Deixei primeiro Sophia na escolinha, que era mais perto de casa.


–Tchau, mamãe!


–Tchau, querida! Mamãe vem te buscar depois do trabalho, ‘ta bom?


–Sim, mamãe! – ela me abraçou e correu para dentro da escolinha.


Sorri e voltei para o carro.


Deixei Clara na creche.


–Eu a venho buscar por volta das seis da tarde. – informei.


–Ok.


–Até logo. – ela assentiu


Fui até ao carro.


–Merda. – murmurei, quando vi as horas. 7:05.


Pisei fundo até à escola.


7:15h.


Saí do carro a correr e fui até minha primeira aula da manhã: Geometria. Agradeci a Deus por ter calçados tenis.


Bati à porta


–Entre! – ouvi a voz grossa do professor


–Posso? – perguntei, abrindo a porta


–Srta. Saviñón, a que se deve seu atraso?


–Desculpe, professor, distraí-me com as horas – porque minha filha fez birra.


–Entre, Srta., mas que isso não se repita!


–Não se repetirá, professor, me perdoe.


Caminhei de cabeça baixa até ao meu lugar, nas mesas de trás. Os olhares de meus colegas estavam sobre mim, o que era um tanto constrangedor. Tirei as coisas de minha mala.


–Galera, a aula e aqui à frente! – o professor falou, batendo com a mão na parede, tentando chamar a atenção aos meus colegas, que murmuravam.


O professor continuou com a aula.



–Dizem que ela se atrasou porque um homem foi lá para casa…


–Não foi um, foram vários.


–E que deixou as crianças sozinhas em casa


–Que irresponsável!


–Que puta!


–Que futuro é que ela dará às crianças?!


–Irão ser putas, como ela!


Quando entrei no refeitório, todos os olhares pousaram sobre mim, todas as vozes falavam de mim.


Rosnei baixinho e aumentei o volume da música que estava ouvindo em meu Mp3, tentando, pelo menos, abafar as vozes dos alunos e não perceber o que eles falavam. Mas, mesmo assim, eu percebia, pelos olhares que eles faziam.


Será que isto nunca vai parar? As fofocas, o ódio, tudo sobre mim?


O pior disso tudo é quando falam de minhas meninas e que eu sou má mãe.


Eu faço tudo para ser uma boa mãe, para as fazer felizes e lhes dar tudo o que merecem e, quando chego aqui, as pessoas dizem o contrário.


Quando chegou minha vez, coloquei meu almoço numa bandeja e fui para a mesa onde como sempre.


Sozinha.


Com os fones nos ouvidos, tentando me abstrair do mundo. O que, por vezes, resulta. Como agora.


Só voltei à realidade quando uma mão pálida abanava à minha frente.


Olhei para a dona da mão.


Maite Perroni estava ali, com um sorriso enorme nos lábios e com a bandeja na mão.


Sua boca mexia.


Tirei os fones dos ouvidos.


–Oi? Não te ouvi, desculpa – ela rolou os olhos


–Eu estava perguntando se me posso sentar aqui! – ela falou


–Mas… tem um lugar livre na mesa dos populares. Porque não vai para lá? É melhor. – aconselhei. A última aluna que decidiu ser minha amiga foi humilhada porque andava comigo. ela não aguentou a pressão e se suicidou, semanas depois. E eu não queria que isso acontecesse com uma garota tão boa como Maite, nem à família dela.


–Eu sei – ela encolheu os ombros – Mas eu me quero sentar aqui! Posso?


Assenti.


–Faz como prefere.


Ela soltou um grito de felicidade. Sim, felicidade. Alguém (que não seja da minha família) ficou feliz por se sentar na mesma mesa que eu.


O celular cor-de-rosa de Maite em cima da mesa vibrou e a tela acendeu. Maite suspirou e olhou para a mesa no outro lado do refeitório.


Olhei em redor. Todo mundo estava olhando para nós. Todos, mesmo. Até as senhoras que trabalham aqui.


–Vai sentar com eles, Mai, é melhor. – aconselhei.


–O que me chamou? – ela perguntou, sorrindo.


Repensei no que disse.


–Hum… Mai. Desculpa, se não gosts. Não te chamo mais. – prometi


–Ah! – ela soltou um gritinho de animação – Eu gosto! Eu quero que me chame assim! Apenas meu irmão me chama assim! – ela se levantou e me abraçou.


–Mai, é melhor me largar. Para teu próprio bem.


–Porquê?


–Te lembra do que aconteceu com… com a… M.? – perguntei.


Ela assentiu, tristemente


–Não quero que aconteça contigo.


Ela voltou para o lugar.


–Porque haveria de acontecer o mesmo comigo?


–Porque se andar comigo e elas irão zoar contigo, falar mal de ti, criar rumores de ti. E… não é fácil, Mai. Depois, cada um reage à sua maneira e cada um tem a sua maneira de se livrar da dor que eles causam. E a da M. foi… aquela.


–Qual é a sua?


–Minhas filhas. – sorri – Agora vai lá com elas. Vamos fingir que você veio aqui para zoar comigo. E que o abraço que me deu foi uma ameaça. Vamos mentir.


–Não. Eu quero ser tua amiga e, se para ser tua amiga, tenho de enfrentar aqueles idiotas, então, eu enfrentarei!


– Mai… - suspirei. Ela é muito teimosa para seu bem.


O celular de Mai vibrou mais vezes durante nosso almoço. Mai contou que eram as garotas perguntando sobre o que ela estava fazendo aquicomigo. E, pelo que vi, ela não respondeu a nenhuma das mensagens.


–Vamos? – ela perguntou, quando acabei de almoçar. Mai já tinha terminado há algum tempo, mas eu sou sempre mais lenta a comer.


Vamos?


–Sim, eu e você! Para a aula!


–Mai,  é melhor não.


Ela fez um biquinho engraçado.


–Por favor?


–Mai… - seu biquinho continuava – Ok…


–EBA! – ela festejou. Sorri, me lembrando de Sophia.


Caminhámos as duas até à aula que iríamos ter agora: Biologia. Mas o pior é que a matéria da Reprodução Humana tinha terminado na aula passada. Agora iríamos passar para uma que, quando folheei o livro, não gostei nada.


Nos corredores da escola, os alunos continuavam olhando para nós.


–Está caminhando para o Inferno, Mai. – informei.


–Se o Inferno for com minha amiga, então, serei feliz lá! – balancei cabeça


Na aula, Mai se sentou ao meu lado. O professor aprovou a mudança.


–Não estou entendendo nada disto – resmunguei, olhando para os desenhos do professor no quadro.


Já estávamos a meio da aula. E tudo o que o professor falou parecia Chinês


Mas que droga! Porque é que agora, no final, é que tinha de ser esta matéria? Até agora, tinha sido tudo tão fácil.


Mai me passou um papel


Logo, minha irmã vai me ajudar com Biologia, quando ela chegar a casa. Se quiser, ela pode ajudar você, também.


A frase estava escrita a cor-de-rosa, com uma florzinha no canto superior direito da folha.


Obrigada, mas não posso. Tenho as meninas e elas iriam perturbar você, enquanto estuda.


Mai olhou para mim de um modo reprovador.


As deixa com minha mãe!


Mai, tua mãe não é babá!


Ela irá amar ficar com crianças! Ela ama crianças!


Mai, tua irmã não irá gostar de virar explicadora


Mai tirou seu celular do bolso e digitou alguma coisa nele. Alguns minutos depois, a vi olhar para ele de novo


Ela disse que não se importa de ajudar a nós as duas. E também concordou que minha mãe irá amar ficar com as meninas!


Suspirei. Será ela tão teimosa e insistente quanto eu?


Tenho trabalho. Não posso.


Depois do trabalho?


É tarde. Tenho que fazer o jantar.


Janta lá!


E as meninas?


Elas também jantam lá.


–Senhorita Saviñón, Senhorita Portilla, está tudo bem aí atrás?


–Está, professor, a Dulce estava apenas me ajudando! – Mai falou, escondendo discretamente o papel por baixo de seu caderno.


–Tem certeza?


–Sim, professor. – agradeci a Deus por ter conseguido manter meu tom de voz normal. Não sou propriamente uma boa mentirosa.


Saio às 18:30


Ok, depois vai buscar as meninas e vai para minha casa! Eu, minha irmã e minha mãe vamos esperar por ti e pelas meninas!


Ok, obrigada.


Os recadinhos pararam por ali. O professor já estava desconfiado de nós duas.


O resto da aula passou lentamente. Por vezes, quando o professor virava costas, nossos colegas olhavam para nós. No final da aula, o professor falou que era para apresentar entregar os trabalhos na sexta-feira


–Ok, Dul, sabe onde eu moro?


–Não.


Ela me passou o endereço de sua casa. No fundo do papel, estava um número de celular.


–É o meu.


–Ok.


–Até logo, Mai!


–Até!


Cada uma caminhou até seu carro.


Conduzi até à empresa onde trabalho. Eu trabalho num escritório de advogados, sou a secretária do Sr. Campbell.


–Boa tarde, Senhor. – cumprimentei, entrando na sala de meu patrão, depois de ele me dar licença


–Boa tarde, Senhorita Saviñón. – ele cumprimentou, sem tirar os olhos escuros de seu Laptop com uma maçãzinha. Melhor assim.


Me sentei em minha secretária e olhei para os documentos que estavam ali em cima, com um Post-it amarelo por cima, dizendo o que era para onde. O primeiro, era para tirar cópias de uns documentos. Me levantei e fiz meu primeiro recado.


–Como vocês estão, Dulce María? – Sr. Campbell perguntou. Senti seus olhos em minhas costas.


–Estamos bem, obrigada. – falei, vagamente.


–Não estava falando de saúde. Estava falando de dinheiro – ele falou. Depois, acho que o ouvi completar “Para ver se posso reduzir o que ganha”.


–Eu acho que não lhe interessa como estamos monetariamente. Esse fato apenas me interessa a mim, e a mais ninguém.


–Dulce María, seja bem-educada comigo.


–Eu estou sendo bem-educada contigo. – retruquei.


Ele bufou.


–Dulce María, sabe que pode ser despedida por me desrespeitar, não é? – ele perguntou.


É isso que mais quero


–Por isso, tem de ser uma boa garota e aceitar as ordens do patrão. Então, me respeite, ou eu próprio a despeço e estragarei sua reputação.


Já está estragada.


–Percebeu?


–P… pe… perce… percebi… Senhor. – gaguejei. Sim, eu tenho medo de meu patrão. Ele é assustador. Grande, com cara de mau, antipático.



A tarde passou lenta. Andei sempre de um lado para o outro, fazendo o que meu patrão mandava.


Mas as 18:30 chegaram logo e eu pude ir buscar minhas meninas.


–Mamãe, pala onde ‘tamos indo? – Sophia perguntou, quando eu já estava conduzindo em direção à casa de Mai.


–A casa de uma colega da mamãe. Eu vou estudar com ela. – respondi.


–Hum… ok!


Estacionei o carro em frente a uma linda mansão. Era grande, moderna.


–É linda, mamãe!


Sorri.


As tirei do carro, assim como a bolsa de Clara e minha mochila. Dei a mão à pequena e caminhei até à porta da mansão.


Respirei fundo e toquei à campainha, cada vez com mais certeza que isto tinha sido uma má ideia.


A porta abriu e uma figura linda sorriu para nós.


Era Marichelo, a doce mãe de Mai.


–Oh, queridas, já chegaram! Entrem! Querem comer? – ela perguntou, amavelmente.


–Não, obrigada, senhora. – falei, sorrindo


–Nada de senhora, apenas Mari!


Assenti.


–Elas vão ficar comigo, não é?


–Se não se importar… eu agradecia


–Ah, mas claro que não me importo de ficar com duas meninas lindas! – ela acariciou a face de Sophia. – Entrem, entrem! – ela falou, dando espaço para entrarmos.


Entrámos na casa.


–Meu marido está trabalhando e meus filhos já estão te esperando, querida! – ela falou – Vão jantar aqui, não vão? A Mai disse que sim!


–Hum… isso foi um convite?


–Foi.


–Então, teríamos muito gosto em aceitar.


–Ótimo! –  Agora sei a quem Mai herdou toda sua energia e alegria. À sua mãe. – Agora, me passe esta menininha, para nós três irmos fazer umas coisinhas legais! – ela falou


Sorri e lhe passei Clara para o colo.


–Oh… há quanto tempo não tenho um bebê tão pequeno ao colo… - ela se lamentou.


Passei a mochila e a mão de Sophia.


–O quarto de Mai é a terceira porta à esquerda do segundo andar! – ela falou – Pode ir lá ter.


Assenti.


–Se comporte, ‘ta bom?


–Sim, mamãe!


–E, Senho… Mari, as mamadeiras para a bebê na mala, assim como fraldas, toalhetes, cremes e uma muda de roupa.


Ela assentiu.


–Vai estudar! Eu fico com as meninas!


Assenti e subi as escadas.


Bati à porta na terceira que encontrei, que era uma branca, decorada com corações prateados e cor-de-rosa, com uma foto de Mai com os irmãos ela estava na ponta esquerda o Christian estava no meio e a Anahí na outra ponta, eles os três, entre os pais. Os cinco estavam sorrindo. Uma típica família feliz.


–É a Dul! – ouvi a voz animada de Mai – Entra!


Entrei timidamente no quarto.


Mai estava sentada numa ponta da cama. Na outra, estava a irmã de Mai. A mais velha. Anahí.


Sorri internamente. Não sei porquê.


–Oi. – falei, sorrindo.


Elas sorriram para mim. O sorriso de Mai e era um sorriso de animação. Já o sorriso de Anahí  era um sorriso delicado e simpático.


–Sente-se ! – Mai pediu, dando umas pancadinhas no lugar entre ela e a irmã.


Fechei a porta atrás de mim e me sentei no lugar indicado. Tirei meu caderno e minha bolsa e os coloquei em cima da cama de Mai.


–Ok, então, vai ser que matéria? – Anahí perguntou, com sua voz rouca.


Mai rolou os olhos e olhou para mim, como se me pedisse para dizer a matéria. Sussurrei o nome do que demos hoje na aula.


–Eu gostava disso, no colegial. –Anahí falou, sorrindo.


–Aquele professor não sabe ensinar! Eu não entendi nada! – Anahí gargalhou – Nem a Dul entendeu, e ela é uma das melhores da turma.


Anahí olhou para mim, impressionada .


–É… - confirmei.


–Eu ainda não percebi o segredo dela…


–Força de vontade, querer dar um futuro melhor  para às minhas filhas, mostrar a todo mundo que sou melhor que eles e que não sou quem eles pensam. – murmurei


–Aprende com ela, Mai. – Anahí falou, olhando para mim.


–Podemos estudar, por favor? – pedi, sentindo minhas bochechas quentes


–Podem e devem. – Anahí falou. – Ok, então, isto é fácil… - ela começou a dizer como era aquilo. Descobri, que, afinal, aquilo é mais fácil que o que parece. – Se importam de eu dar exercícios para fazerem? – ela perguntou.


Balancei a cabeça.


–Ah, Annie! Por favor, não! – Mai implorou.


–Ok, então, vão fazer isto. – ela nos mostrou uma página com exercícios sobre a matéria.


Olhei para as perguntas e as respondi.


–Já terminou? – ela perguntou quando reparou que eu já tinha terminado. Assenti.


Ela olhou para a página. Depois, olhou para mim, incrédula.


–Muito bem, Dul, isto está… perfeito! – ela checou mais uma vez a página, como se tentasse verificar que aquilo estava mesmo perfeito.


Sorri


–Ela é super esperta! Tem duas filhas, trabalha e…


–Mai, termina isso. – pedi. Ela fez biquinho, mas continuou a fazer o que lhe fora mandado.


–Crianças! O jantar está servido! – ouvi a voz de Marichelo.


–Vamos! – Mai saltou da cama e saiu do quarto depressa, se tentando livrar do estudo.


–Isto até que não é difícil. – murmurei.


–Não é, de todo. Apenas é necessário percebermos. – ela falou


–Como em toda a ciência.


–Exatamente… - ela concordou.


Saímos do quarto em silêncio


–Já sabe o que vai fazer, quando te formar?


–Eu queria escrever. – confessei, timidamente


–Escrever? – assenti – Alguém tão… inteligente como vc, que conseguiria ir para qualquer universidade, quer… escrever?


–A maioria das Universidades não me aceitaria. Sou mãe solteira de duas meninas. Eles querem pessoas livres.


–E… sem de parte a escrita, o que queria seguir?


–Fotografia ou Medicina, obstetrícia. Sempre tive um fascínio por gravidez. Irónico, hein?


–Mas tens a noção que, para ser obstetra…


–Sim, também tenho que ser ginecologista. – completei – Meu pai já me tinha dito.


–Pelo que percebi…


–Mamãe! Mamãe! Olha o que fiz com Titia Mari! – Anahí foi interrompida por uma Sophia eufórica, correndo em nossa direção, com uma folha de papel na mão.


Quando ela chegou ao pé de nós, me baixei, ficando de sua altura. Ela me estendeu a folha.


–Ah, que lindo! – exclamei, olhando para a folha com várias cores lá. Eram cartolinas coladas na folha, com várias cores e tamanhos e formas. Era uma arte abstrata. Linda. Sophia sempre gostou de coisinhas como esta: pintura e colagens.


–Olha, Tia! – Sophia pediu, tirando a arte da minha frente e mostrando seu desenho a Anahí, que também se baixou.


–Está lindo! O que é? – ela perguntou, sorrindo para a pequena, que encolheu os ombros.


Num sei! Eu apenas desenhava numa catlonina e Titia Mari clotava o que eu desenhava!


Anahí lhe pegou ao colo.


–Hey, pequena, porque não dá o desenho a Annie? – perguntei, ao ouvido de Sophia. Acho que Anahí não ouviu


–Quem?


–A ela. – apontei para Anahí, que nos olhava, sem entender. Não, ela não me ouviu


Seus olhinhos brilharam


–Tia Any, queles meu desenho? – ela perguntou


Anahí estava andando não sei até onde. Eu estava apenas seguindo ela. Se ela fosse para o fim do mundo, eu iria atrás dela.


–Eu? – Annie perguntou. Sophia assentiu – Porque quer me dar?


Ploque quelo!


–Ok, então, sim, quero o desenho de uma princesinha! – ela falou, sorrindo.


–Toma! – Sophia falou, estendendo o desenho para Anahí


–Este vai para minha sala! – ela falou


Salha?


–Sala, Sophi – corrigi


–É onde trabalho.


Entrámos num cômodo que, pela mobília, concluí ser a sala de jantar.


–Onde tlabalhas?


–Sophia, não chateie a Annie! – ralhei


–Deixa. – Annie falou, sentando Sophia num dos lugares livres. Marichelo já estava sentada, com Clara ao colo. – Sou médica.


–Meu vovô tamém é! – ela exclamou, entusiasmada.


Caminhei até Mari.


–Obrigada por ter cuidado delas. – falei, sorrindo – E pelo futuro jantar.


–Imagina, querida, não foi nada! Eu amei ficar com elas! E amarei jantar com vocês!


–Hum…


–Quer a bebê, não é? – ela perguntou


–Quero, por favor – pedi, como se estivesse pedindo uma coisa banal.


Ela sorriu. Clara, que, até agora, tinha estado interessada no colar de Mari, quando ouviu minha voz, se virou e se esticou para mim, com um biquinho fofo nos lábios.


–Oi, amor, mamãe também teve saudades – murmurei, a aninhando em meus braços. Ela sorriu para mim – Hum, Mari, tem uma sopa que eu possa dar a ela? – perguntei – Eu me esqueci desse problema.


–Já vem a caminho! Eu procurei na malinha dela, mas apenas encontrei isto! – ela levantou a frutinha


–Oh… obrigada, Mari muito obrigada.


–Senhora pode servir? – uma empregada perguntou, entrando na sala de jantar


–Claro Carla. Dul, sentasse ao lado de Sophia. – ela pediu. Assenti.


Sophia estava ao lado de Anahí, conversando animadamente com ela e com Mai, que estava à sua frente


–Mamãe, o Chris não vem jantar?


–Não, querida, ele e a Angel foram comemorar um ano de noivado. – Marichelo falou.


–E o papai? – Anahí perguntou


–Ele está de plantão.


A empregada deixou um pratinho com sopa na minha frente. Levei uma colhe à boca, para ver a temperatura. A sopa estava realmente boa… Alimentei a bebê que também gostou da sopa.


Anahí fez questão de servir Sophia e tratar do jantar dela. Não recusei. Ajuda seria bem vinda.


Enquanto jantávamos, Clara adormeceu ao meu colo. Depois do jantar, Marichelo se disponibilizou, mais uma vez, para ficar com as meninas, enquanto terminávamos as coisas.


Deitei a bebê no sofá, com uma barreira de almofadas, para ela não cair, e voltei para o quarto cor-de-rosa de Mai.


– Anahí eu já percebi isto! – ouvi Mai dizer, antes de eu entrar na porta.


–Não me interessa, vai fazer isso!


–Mas, Annie!


–Mai! Se a Dul conseguiu, você também vai conseguir!


–Mas ela é inteligente!


–São ambas inteligentes!


–Eu não consigo fazer isto!


–Maite, você consegue


–Não consigo.


Entrei no quarto. Mai estava com um biquinho, no mesmo lugar antes de jantarmos. Anahí estava em frente dela.


–Olha, faz assim… - expliquei a matéria à minha maneira a Mai.


–Oh… é só isso?


–Sim. Agora, faz o que sua irmã mandou. – falei


–OK.


Me sentei entre Mai e Annie, mais uma vez


–Pode  me explicar como conseguiu simplificar isso ainda mais? Mas, mesmo assim, tendo tudo isso?


–Ah, Annie, eu falo com uma criança de três anos todos os dias, e ela está na fase das perguntas. Aprendi. – encolhi os ombros – Sophia me faz perguntas difíceis e eu tenho de responder honestamente, mas ao mesmo tempo, com simplicidade. E, pelos vistos, apanhei o jeito. – este foi, de certeza, o maior discurso que já tive com uma desconhecida


–É uma excelente mãe, Dul. – ouvi Mari falar.


Pulei, de susto. Mai gargalhou. Annie tentava controlar a vontade de rir.


–Apenas faço o que acho correto.


Suspirei


–Tenho de ir. Daqui a pouco, são horas da Sophia dormir e da Clara mamar. – falei, me levantando e pegando em minhas coisas – Obrigada pela ajuda, Annie. Obrigada pela disponibilidade, Mari. Obrigada pela oportunidade, Mai. – agradeci, sorrindo para as três pessoas à minha frente.


–De nada. – elas falaram


Me despedi de Mai e de Anahí com um beijo no rosto. Mari me encaminhou até à porta, depois de irmos buscar as meninas. Sophia estava vendo TV. Clara continuava dormindo.


Nos despedimos de Mari e coloquei as meninas no carro. Conduzi até casa.


Deitei Sophia, quando cheguei a casa e amamentei Clara que, entretanto, tinha acordado.


Arrumei minha mochila para amanhã e desci até à sala de estar, para ver um pouco de TV. Decidi mandar uma mensagem à Mai


 


Obrigada por querer ser minha amiga. Isso é bastante importante. Quando quiser, pode se afastar de mim e voltar para as garotas. Eu compreenderei. E, de certa maneira, peço desculpa pelo que terá de passar para ser minha amiga.


D.M.


 


Espero nunca mais ouvir essa frase de ti. Eu sou tua amiga porque quero. E, se elas me fizerem alguma coisa, terão meus irmãos para enfrentar. A mesma coisa acontece contigo.


M.P.


 


Teimosa.




 


É, pode se dizer que sim.



 


Ok, vou dormir e vc devia fazer o mesmo. Até amanhã, Mai.



 


Até, Dul! :)




 


Me levantei do sofá, escovei os dentes e fui me deitar. Amanhã seria um novo dia.


 


 



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Autor(a): DreamPortinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 68



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  • ..Peekena.. Postado em 02/03/2018 - 09:00:35

    Posta mais!!

  • ..Peekena.. Postado em 16/02/2018 - 01:48:40

    Continua some não adoro essa fanfic :D

  • ..Peekena.. Postado em 30/01/2018 - 14:08:04

    Continua

  • ..Peekena.. Postado em 23/01/2018 - 06:42:36

    To amando a fanfic continua .

  • ..Peekena.. Postado em 18/01/2018 - 00:04:39

    Continua

  • ..Peekena.. Postado em 15/01/2018 - 23:15:11

    Continua

  • ..Peekena.. Postado em 09/01/2018 - 20:31:57

    Continua!!! :D

  • livia_thais Postado em 09/01/2018 - 05:43:54

    Continuaaaaa

  • siempreportinon Postado em 08/01/2018 - 18:24:25

    Continua!

  • ..Peekena.. Postado em 07/01/2018 - 21:52:41

    Continua


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