Fanfics Brasil - Capítulo 8 - Com licença, onde fica o setor de informações? A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 8 - Com licença, onde fica o setor de informações?

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Terem sido atacados pela mula sem cabeça deu um nó em suas

cabecinhas. Mas serviu para mostrar que naquele lugar tudo era possível.

 

Diante dos perigos da noite, preferiram ficar dentro daquele círculo mágico

e dormir um pouco. Tinham mantas e comeram um pouco antes de se

aninharem uns nos outros e dormirem.

 

– Sabe o que isso me lembra? – perguntou Blanca, com um sorriso.

 

– Hum? – murmuraram os outros dois.

 

– Loudun!...

 

E cada qual ficou a sós com a memória da cidade que mudou suas

vidas e definiu quem se tornaram.

 

Quando a manhã despertou Blanca, Marcel já estava acordado e

preparando os cavalos. Sentaram-se para comer alguma coisa enquanto

tentavam espantar o sono. A fadinha tinha folhas no cabelo que Marcos

tirou com cuidado.

 

– Sonhei com Loudun hoje! – disse Marcos, pegando um pedaço de

pão.

 

– É mesmo? – espantou-se Blanca. – Que coincidência! Eu também!

Marcel não disse nada e os outros dois continuaram falando de seus

sonhos.–

Sonhei que tínhamos voltado! – disse Marcos. – Só que era como se

já soubéssemos de tudo o que aconteceria depois daquilo tudo e tínhamos

que decidir se mudávamos alguma coisa ou não.

 

– Nossa! – comentou Blanca, partindo um pedaço de bolo entre ela e

a fada. – Que intrincado! Eu não me lembro bem. Sonhei apenas que vagava

pelas suas ruas no meu cavalo.

 

– E você, Marcel? – perguntou Marcos. – Sonhou com alguma coisa?

 

– Não me lembro. Bem, melhor irmos!

 

E então levantaram acampamento, seguindo na direção da cidade

que lhes indicaram onde poderiam ter maiores informações sobre compra

e venda de escravos. Pouco antes, porém, algo inusitado aconteceu.

 

– AI, MEUDEUSOQUEÉISSO???!!!!! – berrou Marcos horrorizado.

Marcel e Blanca gritaram imediatamente, assustando também a

menina fada que também gritou. Numa reação em cadeia, a criatura de um

pé, um olho, uma mão e uma orelha que estava diante deles também gritou,

um grito meio desafinado e demente, com o único olho esbugalhado.

 

– MATA!!! MATA!!! – gritava Marcel, tentando pegar uma besta.

 

– VAI EMBORA!!! XÔÔ! – gritava Marcos, jogando pedaços de pão

contra a criatura.

 

A menina fada começou a chorar, Blanca continuou gritando, e

quando Marcel finalmente conseguiu pegar a besta, a criatura assustada

saiu pulando para dentro da floresta, saindo de vista.

 

Marcel se virou para os outros, ainda de arma em mãos.

 

– Eu odeio esse lugar!

 

****

 

A manhã ia alta e pássaros de todas as cores coloriam as árvores,

mas Dulce não notava. Ela mantinha o passo firme, concentrada no

caminho. O quanto antes chegassem ao castelo de Frabatto, mais rápido

teria soluções pra todos os seus problemas. Porém, uma coisa a intrigava.

 

Se Frabatto teve condições de chegar até ela na noite anterior, por que não

fazia isso de novo? Afinal, era meio óbvio que eles precisavam da ajuda

dele.

 

– Ele deveria ter vindo até nós!

 

Dulce nem notara que pensara tão alto, até observar os enormes

olhos de Anahí nela.

 

– Quem? Chris?

 

– Não! Frabatto! Se ele sabe que precisamos dele, por que não veio

até nós?

 

– E por que viria? – perguntou Poncho com toda naturalidade.

 

– Ué! Porque precisamos dele!

 

– Não é razão suficiente – respondeu friamente o elfo.

 

– Poncho tem razão – concordou Anahí. – A menos que ele seja o

Super Homem.

 

Vendo que Dulce continuava confusa, Poncho parou a caminhada para

lhe explicar.

 

– Não é obrigação de ninguém ajudar quem quer que seja. Ao menos,

não aqui.

 

– Mas isso é horrível! No meu mundo, todos devem ajudar quem

precisa! – retrucou Dulce.

 

– Aqui, não! Aqui ajuda é algo que se merece.

 

A ideia de que ela não era merecedora de ajuda fez Dulce parar um

pouco. Mais do que isso, a fez se sentir como uma menina mimada, achando

que todos deveriam se mover para ajudá-la a conseguir o que queria.

Dulce se sentia um jiló. E isso a fez ficar calada pelo resto daquela manhã.

 

O clima mudou na parte da tarde. Ventos mais frios sopravam do

norte e nuvens cinzentas cobriram os céus. Ainda não era noite, mas

escureceu rapidamente. A floresta tinha terminado e agora se encontravam

em um descampado, onde uma estrada de pedras surgia sob seus pés. Uma

série de seres luminosos azulados surgiu diante deles, em fileira.

 

– O que é isso? – perguntou Anahí.

 

Dulce se lembrou que já vira aquelas fadas antes. Elas

simplesmente ficavam sentadas na beira da estrada, de ambos os lados,

observando quem passava em silêncio. Respondeu o que Chris dissera a ela.

 

– Um tipo estranho de fadas...

 

Quando passaram pela última, a luminescência desapareceu.

Olharam para trás e não havia mais ninguém. Foi então que Dulce lembrou

que estrada era aquela.

 

– Ai, meu Deus!

 

– O que foi? – perguntou Anahí, já assustada.

 

– Essa é a estrada do Jack, o Acorrentado!

 

Poncho arregalou os olhos e paralisaram por alguns momentos,

esperando algum forte pisar, ou o chão tremer, ou o gemido das cabeças

que Jack trazia na cintura. Mas nada aconteceu. Apenas o vento continuava

soprando frio na noite escura.

 

– Talvez ele esteja de folga hoje... – sugeriu Dulce.

 

Continuaram seguindo o caminho, com cautela e atenção. Uma coisa

era certa. Estavam mais próximos do castelo de Frabatto.

 

Não demorou muito até que Dulce o avistasse. Ruínas escuras

recortadas contra o céu cinzento, onde as nuvens passavam com formas

assustadoras.

 

– Olha! É o castelo de Frabatto! – disse animada, apontando para o

lugar cercado por árvores mortas cujas carcaças lançavam aos céus galhos

em formas de mãos ossudas.

 

– Tem certeza, Dulce? – perguntou Anahí.

Poncho olhou o lugar, sem conseguir evitar engolir em seco.

 

Dulce começou a andar animada na direção do castelo.

 

– Tenho! Mas tem uma coisa que vocês precisam saber! O castelo

não é o que parece! Isso é um teste para afastar os picaretas e interesseiros!

Então, não peguem nada lá dentro! Mesmo que chovam moedas de ouro,

não peguem nada! Entenderam?

 

Dulce se virou para os amigos e se deparou com o vazio.

 

– Anahí? Poncho?

 

Ela olhou em volta, chamando-os de novo. Então, virou-se

novamente para o castelo horripilante. Teria coragem de enfrentar o

homem que caía sozinha? Dulce deu alguns passos trôpegos na direção do

lugar. Uma revoada de morcegos a fez gritar e saltar. Olhou para trás

novamente, na esperança de encontrar os amigos, mas não havia nada.

 

Então, voltou a seguir na direção do castelo, ouvindo o próprio coração

saltando dentro do peito.

 

*****

 

Quando o sol começava seu trajeto no horizonte, pintando a

despedida do dia com suas cores douradas, Blanca, Marcos e Marcel

chegaram numa pequena cidade chamada Lágrimas de Ontem.

 

– Quem deu esse nome? – riu Marcos. – Parece nome de filme de

Supercine! Ou aqueles romances de banca!

 

– Se forem lágrimas de ontem, tudo bem! – disse Marcel. – Eu não

quero é chorar hoje!

 

– Muito bem! – disse Blanca. – Disseram que era aqui que teríamos

informação sobre venda de escravos. Como vamos conseguir essa

informação?

 

Os três se entreolharam. A fadinha disse:

 

– Perguntando?

 

– É uma ideia! – concordou Marcos.

 

– Gente, não vamos perguntar onde se compra pão! – explicou

Blanca. – Vamos perguntar sobre algo ilegal! Algo perigoso e imoral!

 

– Será como perguntar onde fica um bordel? – perguntou Marcos.

 

– O que é um bordel? – perguntou Eileen.

 

– É um lugar onde mulheres vão pra trabalhar durante a noite, meu

anjo! – explicou rapidamente Blanca.

 

– Bem... – Marcos se pôs a pensar. – Já sei! Entramos numa taberna e

damos um aperto nos caras que encontrarmos lá!

 

Marcel soltou uma sonora gargalhada.

 

– Somos tão intimidadores quanto o elenco de Friends! Ninguém vai

nos levar a sério, isso se não nos chutarem daqui até quinta-feira passada,

que nem a mãe do Chris!

 

– Tive uma ideia! – gritou Marcos animado. – Marcel chegará lá

dizendo que capturou uns escravos e precisa vender! Os escravos somos

nós!

 

Blanca fez uma careta de que não parecia um bom plano. Marcos

voltou a pensar.

 

Chegaram ao centro da cidadezinha, muito menor do que as cidades

em que estiveram antes. Todo o movimento se concentrava na taberna e o

céu já estava pintado de azul escuro.

 

– Entremos! – declarou Marcos. – E vejamos o que acontece!

 

Ele desceu do cavalo, amarrando-o numa árvore em seguida. Os

outros o seguiram. Não tinham um plano melhor.

 

Eles entraram na taberna e chamaram atenção das pessoas que lá

bebiam. Não eram pessoas muito receptivas. Havia homens e mulheres.

Todos feios. Todos com cicatrizes de velhas brigas ou batalhas e deu para

sentir que aquele lugar não era uma simples taberna, mas algum lugar de

reunião de pessoas de negócios escusos.

 

– Ainda dá tempo de sair... – murmurou Marcel.

 

A porta se fechou atrás deles e um homem careca e enorme se

colocou de braços cruzados na saída.

Um homem se aproximou deles e olhou para Blanca com um olhar

desagradável. Blanca trazia a fadinha pela mão e não desviou o olhar.

 

– Que tal se...

 

Blanca não tinha a menor ideia do que o homem ia dizer, e ninguém

descobriu, porque ela lhe deu uma testada bem no meio do nariz. O homem

cambaleou para trás tonto e nem viu o que o atingiu. Blanca pegou a

menina e a jogou nos braços de Marcos. Então, numa agilidade

impressionante, saltou sobre o balcão e pulou em cima do homem tonto.

 

Bateu com a cabeça dele no chão, desacordando-o. A mulher se levantou e

gritou para todos na taberna.

 

– Tive um dia horrível e não tô a fim de graça!

 

Então ela foi até uma mesa e olhou para os dois sujeitos que

estavam nela. Imediatamente, os homens pegaram suas bebidas e saíram

do caminho. Blanca se sentou e os amigos a seguiram. Um sujeito gordo

veio anotar os pedidos.

 

– Blanca!!!... – balbuciou Marcos. – Você parecia até a Xena!

 

– Fui forjada no calor de Loudun! – respondeu a morena, bebendo a

cerveja que foi colocada na sua frente em uma grande caneca de cerâmica.

 

– Nada mal... – concordou Marcel. – Não sei o que você faria se todo

mundo nessa taberna resolvesse nos dar uma surra, mas funcionou, então

está bem!

 

– E agora? – perguntou Marcos.

 

– Agora esperamos. Algo me diz que alguém vai puxar conversa com

a gente... – disse Blanca.

 

E ela estava certa. Depois de algumas cervejas, um sujeitinho

esquisito se aproximou da mesa deles. Era baixinho e uma leve semelhança

com o Mr. Bean fez Marcos ter uma crise de riso. Podiam dizer que era

culpa de cerveja, mas não era. Marcos achou mesmo o sujeito a cara do Mr.

Bean. O homem, que se chamava (ou dizia se chamar) Fairuz, queria saber

de onde eles eram e se não estavam interessados em alguma diversão na

cidade.

 

– Que tipo de diversão? – perguntou Marcel, enquanto Marcos

escondia o rosto para não mostrar que estava chorando de rir.

 

– Temos muita coisa interessante... Temos jogatina e bebida, vocês

podem ganhar muito dinheiro.

 

– Na verdade, estamos mais interessados em comprar alguns

escravos... – disse Marcel.

 

O homem arregalou os olhos.

 

– Oh, não temos esse tipo de coisa aqui... É contra todas as leis!

Marcel o olhou sem nenhuma expressão.

 

– Que pena.

 

E voltou a tomar sua cerveja.

 

Fairuz saiu da mesa e desapareceu.

 

– Espero que ele não chame os guardas... Ou que quer que tenham

por aqui... – murmurou Blanca.

 

Marcos secava as lágrimas, tentando recuperar o fôlego.

 

– Ai, eu quase morri... Não acredito que vocês não perceberam que

aquele sujeito era a cara do Mr. Bean! Ainda bem que ele foi embora, ou eu

ia ter um troço de tanto rir!

 

E nesse exato instante, Fairuz voltou, o rosto meio oculto por um

manto, mas exposto o bastante para fazer Marcos cair na gargalhada de

novo.

 

– Qual o problema do seu amigo? – perguntou ele.

 

– Ele bebeu o chá do riso, daqui a pouco passa.

 

– Bem, acho que talvez eu tenha o que vocês procuram... Mas vai

custar dinheiro!

 

Marcel deu um sorriso e colocou uma moeda de ouro na mão do

homem.– Pra começar, está bom...

 

E então o homem os chamou e eles o seguiram para fora da taberna.

 

 


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Autor(a): vondynatica

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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