Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada
Saíram da taberna na companhia do Mr. Bean, quer dizer, de Fairuz,
afastando-se do cheiro de carne assada e dos sons de conversas. Assim que
se viram envolvidos pela escuridão, o desconfiômetro apitou.
– Para onde estamos indo, ô baixinho? – perguntou Marcel.
– A diversão que procuram não se encontra por aqui! – respondeu o
sujeito sob o manto. – Precisaremos adentrar o submundo.
Blanca, Marcel e Marcos se entreolharam.
– Que submundo? – perguntou Marcos – O submundo das drogas?
Da prostituição? Do tráfico de figurinhas da Copa?
Fairuz não respondeu, apenas apertando o passo e entrando em
becos escuros e desertos da cidadezinha. Eileen apertou a mão de Blanca,
buscando confiança.
Marcel hesitou, ficando um pouco para trás.
– Não estou gostando disso... – disse ele.
– Não temos muita alternativa – sussurrou Blanca. – E se algo
acontecer, estamos em maioria.
Fairuz chegou em uma porta de madeira velha e bateu cinco vezes.
Alguém abriu, mas não conseguiram ver. O homenzinho conversou alguma
coisa que eles não foram capazes de ouvir com quem abriu a porta e então
os chamou. Ele entrou e a porta ficou aberta, esperando que eles
passassem.
Entraram e lá dentro se depararam com oito homens com caras de
poucos amigos e armados. Eileen pulou no colo de Blanca, agarrando-se ao
seu pescoço.
– Acho que a história de sermos a maioria já era... – murmurou
Marcos.Marcel se virou para Fairuz.
– Se isso for uma cilada, quero informar que vou te matar primeiro.
– Fairuz nos disse que vocês querem comprar escravos...
– Isso mesmo.
– E vocês podem pagar?
– Certamente!
Marcel mostrou o saco de moedas, fazendo os olhos dos homens
brilharem. Imediatamente ele percebeu o erro e voltou a guardar a
algibeira, dizendo.
– O restante está em lugar seguro, caso vocês tenham o que estamos
procurando.
– Vocês sabem que o comércio de escravos é expressamente
proibido em quase todos os reinos daqui, não sabem? – Perguntou um dos
homens, um ruivo de barba e um colar de dentes de gosto duvidoso.
– Percebemos.
– Para que querem escravos?
– Como assim? – se perdeu Marcel.
– Para serviço pesado, para experiências ou para as arenas?
Os três se entreolharam confusos.
– Arenas! – respondeu Marcel, sem saber o que fazer.
Os homens se entreolharam.
– Homens para arenas custam caro!
– Como eu disse, se tiver o homem certo, pagaremos o necessário.
O homem que falou primeiro se aproximou. Tinha cabelo bem curto
e roupas de couro. Era alto, mas não muito forte. Estendeu a mão para
Marcel.
– Meu nome é Hublot! Vamos fazer negócio!
******
Foram levados a um outro aposento onde um grande armário estava
repleto de livros, o que era muito estranho considerando que os homens
que estavam ali não pareciam grandes fãs da arte escrita. Tudo se explicou
quando a estante se moveu e revelou uma escada larga que descia rumo à
escuridão.
– Vocês sabem que quando isso acontece em filmes de terror é
morte certa, né? – disse Marcos.
Cercados, não tinham muita escolha, além de descer e seguir Hublot,
que ia à frente com uma lamparina.
Chegaram a um túnel. Continuaram caminhando. Perceberam que
apenas dois homens os seguiram, indo logo atrás. Ao fim do túnel, uma luz.
– Eu não gosto muito de túneis com uma luz no final... – reclamou
Marcos.
A luz era um lampião pendurado ao lado de um grosso portão de
ferro trancado. Hublot puxou um enorme molho de chaves e abriu o
cadeado, abrindo o portão que fez um gemido de pesar. Assim que
passaram pelo portão perceberam que do outro lado era uma outra cidade.
Havia pessoas, barracas, cheiro de comida e bebida.
– Isso aqui parece Os Miseráveis, só que sem a música... – murmurou
Marcos.
Hublot caminhou alguns minutos, cumprimentando um ou outro
que encontrava no caminho. Até que entrou por uma porta de madeira,
depois de falar brevemente com o homem que a guardava. Entraram com
ele e lá dentro viram que era uma espécie de ringue. Homens apinhavam o
lugar, gritando e sacudindo dinheiro nas mãos. No ringue, dois homens se
batiam com porretes.
– Aqui é o ringue onde só um sai vivo. Podem escolher entre os
vencedores ou olhar as jaulas dos que entrarão pela primeira vez.
No ringue, um homem deu com o porrete na cabeça do outro, que
caiu inerte. Todos comemoraram.
– Vamos ver os novatos!
Uma rápida olhada nos 16 homens ali presos foi o bastante para três
coisas:
1. Perceber que nenhum deles era Espinoza.
2. Terem uma urgente vontade de sair correndo dali.
3. Terem uma urgente vontade de sair correndo dali e chamar a
polícia.
Marcel se virou para Hublot.
– É só o que você tem?
O homem o olhou com um misto de desconfiança e suspeita.
– Eu esperava algo mais... mais... mais...mais...
Sem saber o que dizer, Marcel esperava algum apoio de seus amigos
idiotas, mas tanto Blanca quanto Marcos estavam atônitos olhando o
ambiente. Hublot continuou esperando ele terminar a frase. Percebendo
que estava perdendo seu disfarce, Marcel virou-se e apontou para o
primeiro sujeito que viu.
– Quanto é aquele ali?
Hublot olhou, de braços cruzados, e respondeu em tom
monocórdico.
– Aquele ali está morto.
Só então Marcel percebeu que o homem que ele apontou estava
pendurado e muito morto. Procurou de novo, dessa vez tentando achar um
vivo.
– Não, não, aquele outro ali! – tentou consertar Marcel.
Hublot mandou alguém buscar o homem. Ele tinha cabelos longos e
lembrava um jovem apache.
– A saúde está perfeita, mas não é muito forte... – disse Hublot. – 150
moedas de ouro.
– O quê???! Isso é um roubo! – interrompeu Marcos. – Um frangote
desses? Você acha que nós somos idiotas?
Marcel e Blanca não tinham ideia do que Marcos estava fazendo,
mas esperaram pra ver o resultado.
– Damos 80 moedas! – declarou Marcos.
– Vão embora! – respondeu Hublot, dando-lhes as costas.
– Tudo bem, vamos levar nosso dinheiro para outro lugar!
Hublot parou. Voltou até onde eles estavam.
– Cento e vinte moedas!
– 100 e não falamos mais nisso!
Hublot pensou. Então concordou.
Marcel pagou pelo homem e Hublot lhe entregou a chave dos
grilhões e um saquinho de frutinhas vermelhas.
– Tome, dê isso a ele uma vez por dia e ficará manso como um
gatinho até chegar onde você quer.
E então ele se afastou, deixando-os com sua nova aquisição. Marcos
comemorou.
– Puxa! Eu nunca tive um escravo antes!!!
– Marcos! – ralhou Blanca. – Você sabe que isso é horrível, não sabe?
– Sei, mas ainda é empolgante! Qual é o seu nome?
O homem respondeu com um olhar duro de poucos amigos.
– Hum... – concluiu Marcos. – Acho que ele vai nos matar assim que
tiver chance... Marcel! Qual era o plano?
Marcel verificou se ninguém mais estava ouvindo.
– Ele estava desconfiado! Tive que fazer uma compra para que não
nos matassem aqui mesmo!
Blanca se aproximou do escravo que tinha as mãos e os pés
acorrentados.
– Qual o seu nome?
O homem hesitou, mas respondeu.
– Pé de Vento.
– Muito bem, Pé de Vento. Você quer ser um homem livre? E voltar
para sua casa, sua cidade, sua família?
Sua expressão mudou, como se ela estivesse falando alguma coisa
impossível.
– É o meu maior desejo, senhora.
Então Blanca pegou a chave das mãos de Marcel e soltou suas mãos,
entregando-lhe a chave a seguir. Ainda surpreso, ele soltou os grilhões dos
pés.
– Você está livre, Pé de Vento. – disse ela. – Mas precisamos da sua
ajuda. Se quiser, pode nos ajudar. Mas como homem livre.
Ele olhou surpreso para ela e para Marcos e Marcel. E então saiu
correndo a toda velocidade, desaparecendo na multidão.
– Bom... – disse Marcel. – Lá se vão cem moedas de ouro...
– É... – concordou Marcos. – Dinheiro na mão é vendaval...
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Autor(a): vondynatica
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38
Amei,PARABÉNS!!!S2
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kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35
Continua!!!Ta acabando??s2
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kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47
Continuaa!!!s2
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kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28
Posta++!!s2
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kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28
Amando,continua!!!!s2