Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada
Estavam a caminho da Colina dos Amores Perfeitos há cerca de uma
hora, conversando sobre detalhes do plano que não tinham. Na bolsa de
Dulce, o bem guardado saquinho vermelho do pó de espelho das almas era
a esperança de tudo dar certo. De vez em quando, Dulce apalpava a bolsa
de tecido para ver se ainda estava lá.
Poncho mantinha a atenção no caminho e em qualquer movimento
suspeito. De vez em quando, paravam para ver o mapa e conferir se
estavam na direção certa.
– Quanto tempo levaremos para chegar lá? – perguntou Anahí.
– Se nada nos atacar e se encontrarmos aquele círculo de fadas, uns
dois dias...
– Eu estava pensando nisso! – disse Dulce. – Se acharmos um
círculo de fadas, podemos economizar muito tempo!
– Não é tão fácil! Precisamos saber para onde o círculo de fadas vai.
Continuaram com suas conjecturas até que chegaram à velha
estrada que costumava ser assombrada pelo gigante Jack, o Acorrentado.
Era dia e havia ali uma espécie de feira de elementais, com goblins, duendes
e gnomos vendendo frutas, caçarolas e bolos.
Ninguém pareceu se importar com a presença deles e Anahí logo
se interessou pelo que estava sendo vendido. Dulce, no entanto,
continuava olhando em volta, esperando um tremor assustador denunciar
a presença do gigante assassino a qualquer momento.
– Isso é tão estranho... – murmurou Dulce.
– O que é estranho, menina? – perguntou um duende com cara
marota.– Esta estrada costumava ser assombrada por um gigante horrível!
E agora virou uma feira!
– Ah, sim! Jack, o Acorrentado! – concordou o duende.
– O que aconteceu com ele? – perguntou, curiosa, Dulce.
– Ninguém sabe! O que importa é que ele não está mais aqui! Que tal
comprar sapatos novos?
– Olha! – disse Anahí contente. – Um par de brincos!
Dulce concordou que eram lindos e comprou três pedaços de bolo
de uma gnoma. Não estava com fome, mas sabia que os seres encantados
possuíam um código de comportamento muito diferente dos nossos e
temeu que passar por uma feira sem comprar nada pudesse parecer falta
de educação.
Foram andando e comendo o bolo, observando a alegria da feira,
onde alguns elementais tocavam instrumentos e outros dançavam
rodopiando. Assim que terminou o bolo, Anahí começou a colocar os
brincos. E foi quando Dulce a viu fazer isso que sua mente se acendeu
numa lembrança.
– Eu conheço esses brincos! – disse ela, pegando um deles da mão da
amiga.
Dulce colocou o brinco diante dela para ter certeza.
– Estes são os brincos que dei à Leanan Sidhe!
– Quem? – perguntou Anahí.
– A fada da inspiração. Uma mulher desejada e muito difícil –
respondeu Poncho. – Você se encontrou com ela?
– Me encontrei! Da primeira vez em que estive aqui, com Chris. Dei os
brincos a ela em troca de...
Dulce preferiria não ter começado a frase, mas agora que começara,
teria que terminar.
– Bom, em troca dela não beijar Chris!
Poncho e Anahí não seguraram o riso. Era engraçado ver Dulce com
ciúmes.– Vocês estão perdendo o ponto! – ralhou Dulce. – Como os brincos
que estavam com ela vieram parar nessa feirinha?
– Podemos perguntar para quem vendeu! – sugeriu Poncho.
Eles se viraram para voltar e não havia mais feira nenhuma. Apenas
a estrada enorme e deserta, com descampado ao redor e uma brisa fresca.
– Eu odeio quando isso acontece... – reclamou Dulce.
– É... – concordou Poncho. – Eu também. Mas é comum que essas
atividades de elementais surjam e desapareçam num piscar de olhos.
Anahí não se preocupou muito e colocou os brincos. Poncho esqueceu
o assunto. Dulce, porém, continuava encucada. Algo não estava certo.
Assim que saíram da estrada, encontraram a floresta. Pela posição
do sol, já passava do meio-dia.
– Foi nessa floresta que encontramos Leanan Sidhe! – lembrou
Dulce.
– Então está explicado! – resolveu o caso Anahí. – Ela os perdeu, ou
não os quis mais e aquele duende os encontrou.
Não deixava de fazer algum sentido, dada à proximidade. Mas
Dulce continuava com aquele ar de desconfiada que não a deixava até que
desvendasse o mistério. Continuaram andando e foi quando Anahí viu
algo que poderia poupar muito tempo.
– Olhem! Um círculo de fadas!
Foram até lá para olhar com atenção. Poncho observava com
desconfiança.
– Eu nunca vi um círculo de fadas com cogumelos negros...
– Pode poupar tempo! – disse Dulce.
– Pode nos mandar para muito mais longe! – explicou Poncho.
– Nossa, Poncho! Você tem que ser sempre tão pessimista?
– Alguém aqui tem que ser! – justificou ele.
Depois de uma breve discussão, acabaram por acatar a decisão de
Poncho. Seguiram caminho e Poncho teve que aturar as duas moças reclamando
do quanto estavam andando e que seus pés estavam doendo. Ele já ia
sugerir uma parada para descansarem e beberem um pouco d’água,
quando ouviram um pesado bater de asas.
Folhas caíram e três trolls pousaram na frente deles. Poncho puxou o
arco e preparou a flecha, dando passos para trás, protegendo as duas
meninas. Anahí e Dulce também davam passos para trás, tentando
pensar no que fazer se aquelas coisas atacassem.
– Veja! Ela tem uma garrafinha no pescoço! – disse Task. – É o que
nosso rei pediu!
– Você! Venha conosco! – declarou Jurubin.
– Uma ova! – gritou Dulce.
Poncho disparou uma flecha que passou raspando pelo braço de
Boldan, que foi rápido em desviar. Os três jovens saíram correndo, mas os
trolls voavam.
– Por que essas coisas voam??!!! – gritou Dulce, inconformada com
alguns critérios do Universo.
Aparentemente, só estavam tentando capturá-los, o que explicava
estarem inteiros ainda. Como eram pequenos e muito ágeis, escapavam
com facilidade das garras dos trolls.
– Por aqui! – gritou Dulce.
E os amigos a seguiram. Só perceberam onde estavam quando
Dulce parou de repente e ficou esperando algo acontecer.
Poncho olhou preocupado para o círculo de cogumelos negros.
– Não sabemos onde essa coisa vai dar! – disse.
– É. Mas sabemos onde essas coisas vão dar! – justificou Dulce,
apontando para os trolls que corriam na direção deles.
Pouco antes deles os alcançarem, tudo ficou turvo e a floresta onde
estavam desapareceu. Em seu lugar, surgiu uma outra, meio morta, muito
seca e fria.
– Melhor continuarmos correndo! – declarou Poncho. – Vamos!
Saíram dali e correram sem saber para onde. Quando o fôlego
acabou, pararam um minuto.
– Que lugar é esse? – perguntou Anahí.
– Não sei... – Poncho olhava em volta, tentando achar algum sinal.
Ouviram pedidos de socorro. Seguiram as vozes com cuidado, pois
era sabido que muitos goblins e fantasmas sabiam imitar vozes de pessoas
para atrair humanos incautos para suas ciladas. Encontraram uma carroça
sem cavalos, grande e fechada, com apenas umas janelinhas gradeadas. E
dois homens acorrentados a uma árvore.
– Por favor! – pediu um deles, um negro sem cabelo. – Nos ajudem!
– O que aconteceu com vocês? – perguntou Poncho.
– Fomos roubados! – respondeu o outro. – Estamos aqui desde
ontem!
– Onde estão as chaves? – perguntou Dulce.
– Os ladrões levaram, mas tem uma extra ali na carroça, na parte de
baixo!
Dulce foi até a carroça e achou uma chave escondida numa fenda
da carroça. Chegou correndo e começou a soltar os homens.
– Muito obrigado, donzela! – diziam eles, enquanto ela os soltava. –
Somos muito gratos! Está salvando nossas vidas!
Poncho, que analisava a carroça, se virou para os homens.
– O que vocês transportavam? – perguntou.
Os homens, já livres e de pé, se entreolharam. Dulce se afastou,
achando que eles eram grandes demais.
– E se os roubaram, por que ainda estão com suas algibeiras? –
tornou Poncho, já pegando o arco e colocando-o em posição.
– Vamos nos acalmar, meus jovens... – disse o negro. – Nós não
mentimos. Fomos mesmo roubados. E somos mesmo gratos pela sua ajuda.
Mas compreendam que precisamos repor a mercadoria perdida...
Poncho atirou. O negro desviou e antes que o elfo conseguisse atirar a
segunda flecha, correu e pegou Anahí como refém.
– Solte a arma agora se não quiser que eu quebre o pescoço dela!
– Se quebrar o pescoço dela, não vai recuperar seu prejuízo! –
retrucou Dulce.
Poncho baixou a arma. E então um troll pousou entre eles e gritou,
mostrando os dentes e as garras.
– Eles são nossos!!! Solte nossas presas!!!
Anahí aproveitou o momento de estupor do homem que a
segurava e mordeu seu braço, obrigando-o a soltá-la. Nesse momento, os
dois homens e os dois trolls se engalfinharam, enquanto os três jovens
correram para o mais longe que podiam dali. No desespero, se separaram.
Quando Dulce percebeu que se perdera dos outros, parou. Nesse
exato momento, um terceiro troll parou na frente dela. Ele tinha um chifre
quebrado e era maior que um homem normal. Ele olhou para a garrafinha,
agora vazia, que ela trazia no pescoço.
E então ele a pegou pelo pescoço e apertou. Dulce sentiu o ar faltar
e ele continuava a estrangulá-la com desconfortável facilidade e apenas
uma mão.
Uma espada fez um corte profundo em seu braço e o troll grunhiu e
soltou Dulce, que caiu de joelhos, tossindo com a mão no pescoço.
Com o braço bom, o troll tentou acertar seu agressor, mas este se
abaixou e deu outro golpe na perna do troll, fazendo-o cair. O troll deu uma
patada em quem o atacava, mas seu oponente não se intimidou.
O troll
levantou voo e então voou diretamente num mergulho agressivo para seu
adversário. Suas garras se fincaram nos ombros que sangraram, mas seus
olhos esbugalhados perderam a luz em alguns segundos. O corpo do troll
caiu inerte com uma espada no coração.
Dulce estava tonta e a visão estava turva. E por isso ela não tinha
muita certeza do que estava vendo. E então tudo escureceu muito rápido.
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Autor(a): vondynatica
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38
Amei,PARABÉNS!!!S2
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kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35
Continua!!!Ta acabando??s2
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kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47
Continuaa!!!s2
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kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28
Posta++!!s2
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kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28
Amando,continua!!!!s2