Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada
Dulce não podia acreditar que Eileen tinha partido. Precisou se
controlar, pois além de odiar que a vissem chorando, não podia desabar.
Isso tiraria a confiança dos outros, até mesmo de seu pai. Ela podia sentir
que ele se culpava pelo que acontecera.
Então, ela se levantou, secou as lágrimas, respirou fundo e voltou
para o jogo.
Fernando explicou que tinha fugido e voltado para pegar um mapa,
pois estava totalmente perdido.
– Eu acho melhor não voltar lá não... – disse Poncho.
Eles explicaram que trolls os atacaram e os mercadores de escravos
estavam soltos. Além do mais, eles tinham um mapa. Fernando ainda parecia
meio atordoado, não sabiam se pela notícia que acabara de dar ou por tudo
que passara.
– Eu tentei sair daqui, mas não consegui! – explicou. – O caminho
ficava mudando, tentei por horas!
– Eu sei o que é isso! – disse Dulce, começando a procurar alguma
coisa pelo chão.
Ela deu alguns passos onde estavam até que viu uma coisa se mover.
Apanhou a moita e mostrou um duende de dentes afiados se debater. Em
suas costas, a moita que fazia parte de seu disfarce. Dulce o jogou longe.
– Pronto! É um stray Sod. Quando pisamos nele, libera um tipo de
encantamento e nos dá a direção do duende.
– Nos dá o quê? – perguntou Fernando.
– A direção do duende! Ele nos deixa perdidos, mesmo num lugar
conhecido. Perdemos horas da outra vez que encontramos com um desses!
– Geralmente, teríamos que colocar a roupa do avesso para achar o
caminho certo de novo – explicou Poncho. – Mas, nesse caso, só Fernando
está
enfeitiçado. Ele pode simplesmente nos acompanhar.
– Ótimo – disse Fernando, ávido para sair dali. – Eu tenho um cavalo, as
meninas podem ir nele e nós vamos a pé.
– Que cavalo? – perguntou Anahí.
Fernando olhou em volta, atônito.
– Ah, droga!... Perdi o cavalo!
E assim, sem cavalo, mas juntos, eles se puseram a andar enquanto
traçavam planos. Fernando contou à Dulce que Marcel estava com eles e
Dulce lhe disse que vira isso no espelho de Frabatto. Marcel, inclusive, foi
o motivo de Dulce não ter observado melhor a imagem no espelho.
Ela não
se deu conta disso, mas ficou tão surpresa vendo seu tio Marcel que não
percebeu que Eileen estava sob o manto de Blanca, abraçadinha em seu
pescoço. Se ela tivesse percebido isso, teria tirado um grande peso do seu
coração e do coração de Fernando. Mas ela não sabia. Ao menos Fernando ficou
aliviado de saber que a esposa e os amigos estavam bem, embora não
tivesse a menor ideia de onde.
– E o que vamos fazer agora? – perguntou Poncho, enquanto
caminhavam. – Seguimos com o plano de achar Chris?
– Ah, é! – lembrou-se Fernando. – E Chris? Onde está ele?
Depois de ter explicado quem era Frabatto e como ela podia ver as
coisas nos espelhos wi-fi dele, Dulce teve que explicar o que aconteceu
com Chris e como ele se transformou num troll. Fernando parou de andar para
entender melhor.
– Como assim? – perguntou, sem entender.
– Aparentemente, a tortura na prisão despertou o pior dele e ele se
transformou num troll.
– Isso não faz nenhum sentido! – argumentou Fernando.
Dulce se lembrou também que seu pai não sabia das vidas passadas
de Chris. Então ela explicou isso também. Foi uma confidência de Chris num
momento de dor e vulnerabilidade, mas ela achou que, àquela altura do
campeonato, ele não se importaria.
– Ele era um troll que um dia ajudou um humano raptado pela Corte
Unseelil, da qual o pai dele era o rei. O humano escapou, mas ele foi
severamente punido pelos trolls, incluindo o pai e o irmão. Então, um dia,
ele foi resgatado e passou um tempão trabalhando nas esferas superiores
como um elemental de Derrick.
– O anjo?! – surpreendeu-se Fernando.
– O próprio! – continuou Dulce, feliz de contar a história e tirar a
perda de Eileen da cabeça. – Então, um dia, ele foi promovido e virou um
anjo. Eu fui sua primeira missão!
– Nossa... – murmurou Fernando, que nem imaginava que ia viver para
ver aquilo tudo.
– Nós descobrimos uma maneira de tirá-lo desse estado trollesco –
disse Anahí. – E é por isso que estamos indo atrás dele agora!
Fernando estancou.
– Como é?
– Precisamos encontrá-lo antes que ele mate alguém! – explicou
Dulce, mas as palavras não saíram exatamente como ela esperava.
– Dulce, eu sinto muito, mas Chris agora é perigoso! – disse Fernando. –
Ele não é mais o rapaz que você conheceu. Ele é outra coisa agora! Você não
pode correr na direção da boca do leão!
– Pai, ele ainda é o Chris! Ele só não lembra! E se ele matar alguém
será tarde demais!
– O fato dele poder matar alguém é que me preocupa, Dulce! Ele
pode matar vocês três! Você não vai atrás dele!
A discussão entre pai e filha começava a alcançar tons de voz mais
altos, deixando Anahí e Poncho como uma plateia atônita e muda.
– Não posso abandoná-lo!!! – disse Dulce, sacudindo os braços. –
Nós podemos ajudá-lo e é o que vamos fazer!
– Não vão não! – gritou Fernando. – Vocês vão comigo! Acharemos
Blanca e os outros e sairemos desse pesadelo!
Ele agarrou o braço da filha, que tirou com fúria.
– E se fosse eu? – gritou Dulce. – Você me deixaria para trás assim?
Fernando parou. Por alguns instantes, só houve silêncio.
– Não... – respondeu ele enfim, com uma voz mais Ponchoda. – Claro
que não.
– Então? – perguntou Dulce, a voz um pouco trêmula. – Vai nos
ajudar?
Fernando suspirou fundo. Sabia que Blanca, Marcos e Marcel estavam
atrás dele naquele exato minuto. Sabia também que Dulce não existiria se
esses três tivessem preferido seguir suas vidas e não tivessem colocado a
vida de um estranho e o senso de justiça acima de suas necessidades. E ele
não era muito diferente de um troll naquela época. Marcos e Marcel não
teriam feito o que fizeram, incendiar uma cidade num resgate suicida, se
não tivesse sido por Blanca.
Dulce tinha a quem puxar afinal. Se Blanca
não tivesse visto algo além nele, ele não estaria ali. Como poderia condenar
a atitude da filha?
– Para que direção temos que ir? – perguntou.
Poncho pegou o mapa e tentaram se localizar mais uma vez.
*****
Blanca acordou pela manhã ouvindo risadas infantis. Em seu sonho,
via Dulce ainda pequena, rindo com bolhas que surgiam na banheirinha.
Conforme a consciência se assentou, percebeu que as risadas eram de
Eileen. Ela estava sentada na entrada, onde o sol a banhava, ao lado de Pé
de Vento. Ele criava pequenos redemoinhos de pétalas de flores na palma
da mão e a menina se divertia. Blanca observou a cena com um sorriso.
Nunca pensara em ter mais filhos, mas agora sentia falta daquela risada em
casa. Logo, Dulce sairia de casa e abriria suas asas para sua vida, e ela
sabia disso. Logo, estariam ela e Grandier sozinhos de novo, embora nunca
estivessem de fato sozinhos e tinham energia e vigor o bastante para
encher seus dias de aventuras e atividades.
E Fernando tinha planos. Ele
estava ansioso por conhecer o mundo, viajar e pisar novamente em sua
velha França, sua terra natal. Certamente ele não ia querer se prender
novamente em casa com uma criança. Eileen riu de novo.
– Eu viveria isso de novo... – murmurou Blanca, pensando em como
seria ter uma criança em sua vida mais uma vez e esquecendo em um
segundo todos os contras.
– Viveria o quê? – balbuciou Marcos, acordando cheio de feno no
rosto e no cabelo desgrenhado.
Marcel surgiu na porta com algo embrulhado em um tecido.
– Bom dia, alegria! – Vamos acordar porque o pássaro que primeiro
levanta, pega a minhoca!
Ele deu um pão quentinho para Eileen e um para Pé de Vento,
enquanto Marcos reclamava.
– Isso lá é uma frase de inspiração para começar um dia? Estamos
no mundo das fadas, Marcel! Seja mais poético! Quem quer comer uma
minhoca de manhã?
– Não enche ou como seu pão e você terá que caçar minhocas lá fora!
– ameaçou Marcel.
Todos ganharam um pão quentinho e o comeram com alegria.
– Onde conseguiu isso? – perguntou Blanca.
– O pessoal da fazendinha! Eu dei algumas moedas para eles pela
nossa estadia involuntária e eles ficaram tão felizes que me deram esses
pães!
Eileen se aproximou deles para terminar o pão e Pé de Vento
terminou o seu onde estava.
– Muito bem, qual o próximo passo? – perguntou Marcos.
– Precisamos achar o tal de Klaus... – disse Marcel.
Pé de Vento se levantou ao ouvir o nome.
– Klaus?
Os outros olharam para eles esperançosos.
– Você o conhece?
– Não, nunca o vi. – respondeu Pé de Vento. – Mas todos o conhecem.
É o principal mercador das arenas. Ele compra escravos para lutas de vida
ou morte.
Houve um silêncio.
– Isso não parece bom... – disse Marcos.
– Ao menos Fernando sabe lutar... – tentou amenizar Marcel.
Blanca ficou em silêncio. Marcos tinha razão. Aquilo não parecia
nada bom...
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Autor(a): vondynatica
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O que parecia uma centena de trolls se amontoava debaixo da colina encantada onde a Corte Unseelil se reunia. Chris observava as criaturas, imaginando se seus cérebros limitados lhes permitiriam perpetrar uma invasão bem sucedida. Kajinski estava ao seu lado, satisfeito em ver seu rei seguindo instintos guerreiros. Chris estava de cal ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38
Amei,PARABÉNS!!!S2
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kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35
Continua!!!Ta acabando??s2
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kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47
Continuaa!!!s2
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kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28
Posta++!!s2
-
kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28
Amando,continua!!!!s2