Fanfics Brasil - Capítulo 19 - Batendo de porta em porta A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 19 - Batendo de porta em porta

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O que parecia uma centena de trolls se amontoava debaixo da colina

encantada onde a Corte Unseelil se reunia. Chris observava as criaturas,

imaginando se seus cérebros limitados lhes permitiriam perpetrar uma

invasão bem sucedida. Kajinski estava ao seu lado, satisfeito em ver seu rei

seguindo instintos guerreiros.

 

 Chris estava de calça e botas, embora suas

garras já começassem a furar o couro. O peito estava nu, mas o manto do

que parecia ser uma pele de urso o aquecia.

 

– O que planeja, majestade? – perguntou Kajinski.

 

– Uma invasão ao castelo de Manuel.

 

Kajinski se surpreendeu com a ousadia. O lugar estaria fervilhando

de guardas elfos e humanos.

 

– É um tanto arriscado...

 

– Mas podemos dar um fim nisso de uma vez. Os três que mandei

atrás da moça já voltaram? – perguntou ele de repente.

 

– Ainda não, majestade.

 

Chris se agitou.

 

– Continuem treinando! Ainda estão longe de estarem prontos para

uma invasão.

 

E então ele se virou, irritado.

 

– São uns idiotas! Seria melhor eu mesmo ter ido!

 

– Mas e a invasão, majestade? – perguntou Kajinski, tentando mudar

o foco.

 

– Se eles não podem achar uma garota, que dirá invadirem o castelo

do inimigo! Só vou prosseguir com isso quando os três voltarem com

alguma notícia.

 

E saiu, deixando Kajinski em algum ponto entre irritado e

preocupado.

 

Pouco depois, Kajinski visitava sua amiga bruxa, caminhando de um

lado para outro.

 

– Preciso de algo mais forte!

 

– Não posso lhe dar algo mais forte – respondeu ela tranquilamente,

colocando folhas de uma árvore como se fossem cartas de tarô sobre a

mesa.

 

– Ele continua obcecado pela menina! Mandei Boldan trazê-la morta.

Se ele o fizer, coloco a culpa nos elfos de Manuel e tudo se resolve, é só

esperar a ira do rapaz transformá-lo num troll de verdade.

 

– Então por que está tão preocupado? – perguntou a bruxa,

erguendo os olhos.

 

– Porque não sei se Boldan vai conseguir! Essa menina tem uma

sorte infernal!

 

– Bom, não posso dar nada mais forte para ele, ou poderia matá-lo.

Então, tenha paciência e espere. Talvez Boldan já tenha a solução em suas

mãos.

 

Kajinsky pensou um pouco. Precisava de um plano B. Despediu-se

brevemente da bruxa e saiu, pensando num plano arriscado. Os trolls eram

seres muito ariscos e muito pouco sociáveis. Só se uniam sob uma liderança

de linhagem. Chris era o último da linhagem real e o único capaz de mantêlos

juntos. Porém...

 

Um corvo voou e Kajinsk o observou. O pássaro negro grasnou para

ele, como se o recriminasse pelo simples pensamento. Kajinsk parou um

pouco. Se o jovem não correspondesse às suas expectativas, decidiu que o

mataria. Teria que armar o crime de maneira que todos os trolls pensassem

que tivesse sido Manuel, ou os humanos, ou qualquer bode expiatório

conveniente no momento. 

 

Ele, Kajinsk, os lideraria para uma guerra de

vingança e, depois de terminada, ele se declararia o novo líder. Quem seria

contra? Seria uma nova linhagem real. O ser abominável sorriu. Precisava

pensar nos detalhes do plano, mas, por enquanto, estava bom.

 

*****

Dulce tinha cansado de falar. Estavam andando já há algum tempo e

estavam todos meio exaustos. O silêncio fez com que seu coração doesse,

mas ela não chorou. Segurou as lágrimas, pois não queria que seu pai visse

sua dor e se sentisse culpado. 

 

Eileen era como uma irmãzinha para ela e

não podia acreditar que ela tivesse partido. Pensou no que acontecia com

os seres daquele mundo quando morriam. Eles voltariam em um novo

corpo, para uma nova experiência? Ou virariam estrelas? Talvez se unissem

à Fonte Universal, um termo que ela leu em um livro e não compreendeu

muito bem. Talvez virassem purpurina, ou algo bonito que desaparecesse e

vivesse apenas nas lembranças.

 

– Olha! Uma cidade! – apontou Poncho.

 

– Ótimo! Podemos descobrir onde estamos afinal – disse Anahí.

 

– Vamos ter cuidado... – disse Fernando. – Não sabemos se são

amistosos.

 

Assim que entraram, perceberam que a cidade era de seres mágicos.

No entanto, não pareciam felizes. Muitos fecharam as janelas quando eles

passaram. Outros se esconderam. As árvores estavam sem cor e meio

raquíticas.

 

– O que houve com esse lugar? – perguntou Dulce. – Parece uma

cidade fantasma!

 

– Isso é estranho!... – desconfiou Poncho. – Cidades de seres

encantados costumam ser receptivas e animadas...

 

Encontraram uma taberna e entraram. Lá dentro, um duende de um

metro, nariz e orelhas compridos e pontiagudos, estava no balcão, servindo

um leprechaun que já parecia meio bêbado. Assim que os viu, a criaturinha

arregalou os olhos e o nervosismo ficou evidente. Era como se dissesse:

“Por que não fechei mais cedo hoje?”

 

– Olá... – disse Fernando. – Poderia nos ajudar, por favor?

 

– Vocês não deveriam estar aqui! – respondeu o duende. – Vão

embora!

 

– Calma, amigo!... – Fernando se aproximou. – Só precisamos saber

onde estamos.

 

– Estão aqui, ora essa! – respondeu o ser, irritado. – Na minha

taberna! Onde não deveriam estar!

 

– Não... – Fernando se controlou para não puxar a criatura pelo

colarinho e dar logo um sacode nela. – A cidade. Precisamos saber onde

estamos nesse mapa aqui!

 

Ele abriu o mapa, mas o ser ficou mais nervoso e empurrou o mapa

para fora do balcão.

 

– Vão embora! Vão embora! Vocês são problema! Vão embora agora!

 

Dulce puxou o pai pelo braço gentilmente. Era evidente que não

encontrariam ajuda ali.

 

– Tudo bem, pai... Encontraremos ajuda em outro lugar.

 

Eles saíram do estabelecimento um tanto confusos.

 

– Isso foi estranho... – comentou Poncho. – Ele parecia de fato

assustado.

 

– Será que ele achou que íamos lhe fazer algum mal? – deduziu

Anahí.– Sei lá... Mas ainda precisamos de informação.

 

– Estamos em grupo, talvez se assustem – disse Poncho. – Vamos nos

separar. Todos o olharam como se ele tivesse sugerido um suicídio coletivo.

 

– Você nunca viu um filme de terror na vida, né? – perguntou Dulce.

 

– Não precisamos ir longe! – explicou Poncho. Só alguns metros.

E dizendo isso, Poncho se dirigiu a uma casa. Bateu na porta e esperou.

 

Ninguém atendeu. Ele foi para outra.

 

– Talvez ele tenha razão. Vamos apenas bater em algumas portas.

Ninguém entra! Só queremos uma informação.

 

Fernando foi bater em uma porta e Dulce e Anahí foram em outra.

Quando se bate em tantas portas, uma hora uma delas se abre.

 

E a porta abriu justamente para as moças. Quem as atendeu foi uma

velhinha. Ou parecia uma. Era uma criaturinha de cabelos presos num

coque, olhos miúdos, orelhas pontudas e uma ligeira corcunda. Os pés e as

mãos eram um pouco grandes demais para ela e a boca era bem grande.

 

Não parecia assustadora, então as meninas perguntaram onde estavam.

 

– Estão na cidade de Carnos – respondeu a velhinha. – O que fazem

aqui? Não sabem que é perigoso?

 

– Não vamos lhes fazer mal! – explicou Anahí com seu belo sorriso.

 

A velhinha deu um riso de surpresa.

 

– Não, minhas queridas. É perigoso para vocês! Aqui há mercadores

de escravos! E eles estão sempre atrás de alguém que possam usar. Estão

capturando os mais fortes de nós, mas eles têm predileção por humanos e

elfos.

 

– Capturando para quê? – perguntou Dulce.

 

– Jogos, eu acho...

 

E então a velhinha deu um soluço de susto e puxou as duas meninas

para dentro. Dulce ouviu barulho na rua e tentou sair, mas a velhinha não

deixou.

 

– Não vá lá fora! Não vá lá fora ou pegarão você também!

 

Dulce e Anahí correram para a janela e viram quando jogavam

uma rede em Fernando, prendendo-o.

 

– Pai!!!

 

Dulce tentou sair correndo, mas Anahí a segurou com firmeza.

 

– O que acha que vai fazer? Ser capturada também?!

 

– É o meu pai! – gritou Dulce, se debatendo e Anahí deu uma

bofetada que explodiu no rosto de Dulce, forçando-a a olhar para ela.

 

– Seu pai terá mais chances sem você no pé dele!

 

Com os olhos cheios d’água, Dulce olhou para a janela, de onde viu

o pai ser imobilizado. Ele olhou para ela e com um leve e discreto balançar

de cabeça, lhe disse para não ir lá e ficar onde estava.

 

Eram seis homens armados e fortes. Fernando foi acorrentado mais

uma vez, não acreditando que aquilo estava acontecendo novamente.

 

Também não acreditou quando viu quem aparecia na sua frente.

 

– É este o corvo que voou da sua gaiola, Galdrun?

 

O homem negro, com algumas cicatrizes e o chicote na mão,

finalmente ganhava um nome. Ele sorriu diante de Grandier.

 

– Não devia ter feito isso, escravo... – disse ele. - Seu destino agora

será muito pior.

 

E deu-lhe um soco no estômago, fazendo-o cair de joelhos. Deu uma

ordem e os homens o levaram.

 

 


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Autor(a): vondynatica

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    Dulce caiu de joelhos e se recostou na parede. Colocou as mãos na cabeça, a respiração acelerada, tentando pensar no que fazer. Anahí ao seu lado ainda olhava discretamente pela janela, oculta pelas cortinas.   – Eu disse que aqui é um lugar perigoso para vocês! – disse a velhinha goblin, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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