Fanfics Brasil - Capítulo 20 - Perdendo a compostura A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 20 - Perdendo a compostura

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Dulce caiu de joelhos e se recostou na parede. Colocou as mãos na

cabeça, a respiração acelerada, tentando pensar no que fazer. Anahí ao

seu lado ainda olhava discretamente pela janela, oculta pelas cortinas.

 

– Eu disse que aqui é um lugar perigoso para vocês! – disse a

velhinha goblin, ou fosse lá o que ela fosse.

 

– Precisamos fazer alguma coisa... – murmurou Dulce. – Não posso

perder meu pai de novo! Acabei de achá-lo! Temos que ir atrás dele!

 

– Quem?! Nós duas? – perguntou Anahí. – E o que nós vamos fazer?

Bater neles com nossos sapatos?

 

– Cadê o Poncho? – perguntou Dulce, se levantando. – Ele pode nos

ajudar!

 

Na verdade, Dulce não podia imaginar porque Poncho não tentara

ajudar seu pai.

 

– Da última vez que o vi, ele estava batendo naquela porta vermelha

– disse Anahí, observando pela janela algum movimento na outra casa.

 

– Na porta vermelha???! – a velhinha correu para a janela para ter

certeza. – Aquela porta vermelha?

 

Anahí confirmou. A velhinha balançou a cabeça em desalento.

 

– Que pena, minhas filhas! Eu não teria muita esperança de

encontrar seu amigo...

 

– Por quê? – Anahí arregalou os olhos e Dulce se levantou alerta.

 

– Aquela é a casa de Maricite!

 

Dulce imaginou quem teria um nome que parece uma doença, mas

não disse nada.

 

– Ela é uma velha gananciosa que deixa os springgans usarem sua

casa para fazer a partilha de seus roubos!

 

– Springgans? O que é isso? – perguntou Dulce.

 

– São pequenos seres detestáveis de má índole! Roubam, destroem e

ferem tudo o que encontram. Se eles estão lá, já pegaram seu amigo!

 

– E o que vão fazer com ele?

 

– Com certeza, roubá-lo. Mas certamente vão dar um jeito de ganhar

mais dinheiro com ele! São criaturinhas vis e gananciosas!

 

Dulce não falava palavrões. Sua mãe achava deselegante e seu pai

condenava. Por isso, ela nunca falava palavrões, mesmo quando dava

topadas em pedras, quando seu time perdia ou quando os membros do

Congresso votavam um novo aumento para si mesmos na calada da noite.

 

Porém, dessa vez, Dulce gritou vários palavrões. Ela saiu andando pela

casa, agitando os braços para o alto e chutando as paredes e o ar, gritando

todos os palavrões que conhecia e mais alguns que não tinha certeza de

serem palavrões, mas que ouvia seu pai falando quando as coisas davam

muito errado.

 

A velhinha e Anahí observaram a crise de fúria de Dulce, até que

ela simplesmente saiu pela porta como um furacão na direção da outra

casa. A velhinha goblin se virou para uma Anahí perplexa.

 

– A mocinha ficou brava!...

 

Anahí agradeceu à gentil senhora por salvar suas vidas e correu

atrás de Dulce que não parecia estar raciocinando direito. Alcançou-a no

meio do caminho.

 

– Dulce! O que você vai fazer?

 

– Vou entrar naquela “(!&*”(*¨@!&*¨!&( de casa e perguntar para

aquela @&¨!&%#”¨@% de velha o que aconteceu com o Poncho!!!

 

– Mas e os sprin... spran.. Sprites?

 

– Mando todos ”*¨@!”*%!%¨%”$!”#$!”!!!

 

E assim Dulce chegou na porta vermelha e bateu com força.

Quando ia bater a segunda vez, uma velhinha atendeu. Era uma velhinha

mais alta que a outra, com vestido de florzinhas, rosto fino e olhos miúdos.

 

Assim que ela atendeu, recebeu um murro de Dulce, que já entrou pulando

em cima da velha.

 

– Dulce! – horrorizou-se Anahí. – Você está batendo numa

velhinha!

 

Dulce não ouvia. Estava fora de si e usava toda sua força

espancando a velha caída no chão, que gritava pedindo socorro. Dulce

pegou um pedaço de abajur caído e ameaçou-a.

 

– Se gritar de novo, eu enfio pela sua isso goela abaixo!!!

 

A velha parou de gritar e a olhou preocupada.

 

– Onde está o elfo que bateu na sua porta? – perguntou Anahí,

entrando no jogo.

 

– Elfo? Que elfo? – perguntou a velha.

 

Dulce bateu três vezes com o abajur na cabeça dela.

 

– Se eu tiver que perguntar de novo, vou me aborrecer! – rosnou

Dulce. – Onde está o elfo?

 

– Os springgans o levaram!!! Saíram pelos fundos!

 

Dulce bateu mais uma vez com o abajur na cabeça dela e se

levantou, correndo para a porta dos fundos. Anahí a seguiu correndo.

 

Chegaram numa área verde e viram entrando num bosque Poncho se

debatendo, amarrado e amordaçado, com vários seres pequeninos

segurando as cordas que o prendiam, enquanto outros usavam lanças

afiadas para espetá-lo, tentando fazer com que ele parasse de se debater.

 

As criaturas não tinham mais do que meio metro de altura e pareciam uns

gremlins esquisitos, pretos, com grandes olhos puxados e orelhas

pontudas. Dulce pegou um pedaço de pau no chão.

 

– Pegue algo pra bater, Anahí! – avisou. – Vamos bater numas

cabeças!

 

Anahí obedeceu e as duas correram na direção do grupo. Quando

conseguiram se aproximar, eles já estavam dentro do bosque. Dulce e

Anahí se esconderam na vegetação, observando melhor a situação. Eram

cerca de 15 springgans e Poncho estava sangrando um pouco das espetadelas.

 

Mesmo assim, considerando sua disposição em se debater, ele estava bem.

Dulce viu as armas e a mochila dele nas mãos de alguns seres pequeninos.

Cinco deles tinham lanças feitas à mão com pontas afiadas, mas os outros

não tinham nada.

 

– E então? – perguntou Anahí. – Você tem algum plano ou vai

continuar bancando a maluca que sai espancando tudo o que vê pela

frente?

 

Dulce se virou para ela.

 

– Funcionou da primeira vez, não funcionou?

 

E então partiu na direção das criaturas o mais silenciosamente que

podia. Assim que os alcançou, começou a usar o pedaço de pau como um

porrete e em seu primeiro golpe, jogou três deles longe. Anahí chegou

pelo outro lado e arremessou outros quatro, batendo com um pedaço de

pau e chutando-os com toda sua força. 

 

Elas gritavam, chutavam e batiam

com fúria, fazendo com que alguns deles batessem com a cabeça contra

pedras e troncos e já caíssem desacordados. Outros caíam feridos e saíam

guinchando como morcegos, mancando para longe delas.

 

Quando limparam a área, ainda havia uns três ou quatro deles nos

arredores, mas elas não viram perigo e se ocuparam em soltar Poncho, que

havia caído de joelhos. Assim que ele se viu livre da mordaça e das cordas,

se levantou pegando suas coisas e dando um grito.

 

– São springgans! Vamos correr! Rápido!!!

 

Anahí e Dulce não entenderam, pois era óbvio que tinham ganho

aquela batalha.

 

– Calma, Poncho! – disse Dulce. – Nós demos um jeito na situação!

 

Ele puxou as duas pelos braços e correu com elas, que continuavam

sem entender, mas não resistiram. Correram com ele.

 

– Por que estamos correndo? – perguntou Anahí.

 

– Porque são springgans!!! – respondeu Poncho.

 

Dulce ouviu barulho atrás deles e se virou. Seus olhos se

arregalaram. As quatro pequenas criaturas corriam atrás deles, saltando

pedras e passando por entre moitas. O problema é que a cada passo elas

cresciam! Cresciam tanto a ponto de fazer o chão tremer. Os três corriam

em ziguezague, tentando despistá-los, mas eles estavam a apenas alguns

metros deles.

 

Dulce viu uma gruta e por mais que parecesse uma bocarra escura

e aberta, gritou para os amigos correrem para lá junto com ela. Eles voaram

para dentro da caverna com um salto no exato instante em que uma das

criaturas avançou, tentando abocanhá-los.

 

Felizmente, ela ficou entalada na entrada e apenas parte de sua

cabeça conseguia entrar. Os três se arrastaram para o fundo da caverna,

sentindo o bafo quente do monstro. Seus dentes eram enormes, tortos e

muito afiados e seus olhos eram vermelhos e estavam injetados de ódio. Ele

forçou sua entrada com golpes que fizeram pedras caírem e os três jovens

gritaram, com medo de que a caverna cedesse e eles terminassem ali

mesmo sua jornada.

 

Porém, depois de algumas tentativas, o ser saiu e eles puderam ver

os outros três cercando a entrada da caverna, enfurecidos.

 

– O que é isso?... – perguntou Dulce, resfolegante.

 

– Springgans podem assumir formas gigantes mostruosas. Achamos

que são espíritos de gigantes... – explicou Poncho, já se levantando. – Vamos! Temos que sair daqui ou vão nos matar!

 

– Vamos ver se tem outra saída! – sugeriu Anahí, levantando com a

ajuda de Poncho.

 

Ela percebeu que ele estava sangrando com arranhões no rosto, nos

braços e nas pernas.

 

– Você está bem?

 

– São só arranhões! Vamos!

 

Eles se enfiaram no caminho que podiam seguir, pois o outro era do

tamanho de uma toca de coelho. Foram andando, mas tudo ficou escuro

muito rápido. Dulce tropeçou e caiu, levando Anahí com ela.

 

– Vocês estão bem? – perguntou Poncho, que ia na frente.

 

– Não! – respondeu Dulce, mau humorada. – Não estamos

enxergando nada!

 

– Ah, é! Eu esqueci disso! Segurem minha mão!

 

E Poncho começou a guiá-las. Elfos tinham excelente visão e escuridão

não era problema para eles. Foram devagar, pois não sabiam o que

poderiam encontrar. Alguns minutos depois, encontraram um buraco. Poncho

parou antes que caíssem.

 

– Não podemos passar por aqui – disse.

 

– Por quê? O que tem aí?

 

– Um abismo...

 

Voltaram pelo mesmo caminho, acreditando que os springgans já

tivessem se cansado e ido embora. Porém, quando se aproximaram,

ouviram o barulho de pancadas no teto. Abaixaram-se por instinto e

pedrinhas caíram sobre sua cabeça.

 

– Estão tentando demolir tudo! – deduziu Dulce, meio assustada.

 

– Temos que sair daqui!

 

– Como?

 

Outra pancada e eles se abraçaram com o susto.

 

– A roupa do avesso! – gritou Dulce.

 

– Não sei se funcionará com eles! – disse Poncho.

 

– Funcionou com o stray sod! Vamos, virem suas roupas do avesso!

 

Eles fizeram isso o mais rápido que puderam, ouvindo as pancadas e

os gritos dos monstros fora da caverna, sentindo as pedras cada vez

maiores caindo sobre suas cabeças.

 

Assim que terminaram, os grandes monstros emitiram um grito

terrível e então começaram a diminuir. O grito foi ficando agudo e então

eles voltaram a ser do tamanho em que os conheceram.

 

Os três jovens saíram correndo e gritando da caverna, armados com

pedras e Poncho de posse de seu arco e flecha. As criaturinhas rosnaram,

como gatos quando ameaçados, mas não ficaram para ver o resultado dessa

luta. Correram, dando grandes saltos pela floresta até desaparecerem.


 

 


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Autor(a): vondynatica

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    Estavam longe quando pararam de correr. Os pulmões pegavam fogo e as pernas tremiam. Dulce olhou em volta e viu que se encontravam numa parte qualquer da floresta, onde um riacho corria com água cristalina.    Ela se aproximou e bebeu um pouco de água, molhando o rosto e um pouco dos cabelos. Anahí e Poncho fizeram ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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