Fanfics Brasil - Capítulo 23 - A Canção das Fadas A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 23 - A Canção das Fadas

314 visualizações Denunciar


 

 

A conversa no celeiro seguiu o rumo de algo parecido com um plano.

Pé de Vento fora escravo tempo o bastante para saber algumas coisas sobre

esse bizarro mundo escravocrata e isso poderia ajudá-los bastante.

 

– Então esse Klaus domina as arenas... – disse Marcel.

 

– Não é a única coisa que ele faz, mas é sua especialidade –

respondeu Pé de Vento. – Ele também vende escravos para piratas e para

as minas de kobolds.

 

– Como vamos saber para onde mandaram Fernando? – perguntou

Marcos.

 

– Descrevam o seu amigo – pediu Pé de Vento.

 

Antes que Blanca e Marcel abrissem a boca, Marcos resumiu as

virtudes de Fernando Grandier.

 

– Alto, forte, bonito, arrogante, quizumbeiro, encrenqueiro e

teimoso feito uma mula.

 

Pé de Vento não precisou pensar muito.

 

– Arena, com toda a certeza!

 

– Você sabe chegar lá? – perguntou Blanca, com Eileen sentada em

seu colo brincando com uma florzinha de sete pétalas da cor do céu.

 

– Sei. Podemos partir agora.

 

– É muito longe? – perguntou Marcos.

 

– Um pouco – respondeu Pé de Vento, levantando-se. – Uns cinco

dias daqui. Se pegarmos alguns atalhos, fazemos em três.

 

– Melhor em três então – decidiu Blanca. – Precisamos ir rápido.

 

– Acha que conseguimos comprá-lo desse tal de Klaus? – perguntou

Marcel.

 

Pé de Vento fez uma cara séria.

 

– Infelizmente, não há nada que não possam comprar naquela

cidade.

 

Marcel abriu o mapa e Pé de Vento mostrou onde precisavam ir e

qual a rota que fariam. Com tudo combinado, se prepararam para partir.

 

Recolheram as coisas e Blanca pegou a mão de Eileen. Juntas,

seguiram para a porta do celeiro, onde o sol já cobria as verdejantes

pradarias.

 

– Quando vamos ver Ban?

 

Blanca olhou para a pequena menina fada que olhava para ela

enquanto caminhavam para os cavalos.

 

– Em breve, meu bem, em breve... – respondeu Blanca.

 

A menina não pareceu acreditar. Baixou o rostinho triste olhando

para as pedrinhas sob seus pés.

 

– Eileen com saudades...

 

Blanca se abaixou e a olhou nos olhos.

 

– Eu sei, minha linda fadinha... – disse ela, com um sorriso. – Eu

também estou com muitas saudades. Mas nós vamos encontrá-lo e quando

o fizermos, vamos abraçá-lo bem forte para que nunca mais vá embora!

Vamos fazer um grande bolo de chocolate com cobertura e pipoca

quentinha, e vamos ver filmes juntos, ir à praia, passear na floresta, ir ao

parque e compensar todo esse tempo perdido.

 

Ela ajeitava o cabelo da fadinha enquanto falava, imaginando se

poderiam mesmo fazer tudo aquilo, não porque tivesse alguma dúvida

sobre encontrar seu marido, pois tinha certeza de que o encontrariam. Mas

a verdade é que não sabia como iriam voltar para casa. E se voltassem, o

que fariam com a fadinha? Poderiam levá-la também?

 

– Tudo pronto?

 

Blanca viu Marcel montando no cavalo, garboso e elegante como ele

sabia ser. Marcos vinha logo atrás com sua mochila cheia de cacarecos que

ele acreditava terem valor quando voltassem ao seu mundo.

 

– Onde está Pé de Vento?

 

Olharam em volta e perceberam que o índio tinha sumido.

 

– Iiiih... – falou Marcos. – O vento levou!

 

Ao som de galopes, Pé de Vento chegou. Tinha um cavalo também.

 

– Onde conseguiu o cavalo?

 

– Troquei.

 

– Pelo que? Você não tem nada?

 

O rapaz abriu um grande sorriso de dentes muito Brancos e contra o

sol ele ficou parecendo algum pôster de filmes para meninas de 15 anos.

 

– Tá, deixa pra lá! – Marcel desistiu de saber como ele conseguira o

cavalo. – Vamos embora.

 

Saíram a galope com o sol nascente às suas costas, esperando que Pé

de Vento soubesse para onde estavam indo.

 

Algumas horas depois, numa colina verdejante, fizeram uma parada

para esticar as costas e descansar os cavalos. Eileen brincava com dentes

de leão que voavam e faziam desenhos. Blanca admirava a vista. A relva de

um verde brilhante era suave e mudava de cor conforme o vento a tocava.

 

Abaixo, via um rio que brilhava ao sol, se tornando dourado, uma floresta e,

muito a frente, montanhas azuis com picos de neve. Acima deles apenas um

céu azul com algumas nuvens esparsas alaranjadas.

 

– Este lugar é lindo demais!

 

Blanca olhou para o lado e viu Marcos, admirando a paisagem ao

lado dela.

 

– Não é incrível que possa ter tantas coisas terríveis em um lugar tão

bonito? – continuou ele.

 

– Não é diferente do nosso mundo... – respondeu Blanca. – Lá

também há coisas belas e coisas terríveis. É estranho imaginar que a

mesma espécie capaz de criar uma sinfonia pode também causar

sofrimento em outros seres.

 

– Belo ou cruel, não importa... – disse Marcel, chegando ao lado

deles. – Tudo o que eu quero é recuperar nossas pessoas perdidas e voltar

para casa.

 

– Vocês não são daqui.

 

Aquilo não foi uma pergunta. Foi uma afirmação. Eles se viraram

para Pé de Vento, que estava deitado na relva, esticando as costas ou

olhando o céu, ou ambos. Não sabiam de fato porque ele estava deitado. Pé

de Vento se levantou e ficou sentado olhando para eles.

 

– Eu suspeitei. Não são daqui. De onde vocês vieram?

 

O trio trocou olhares.

 

– Somos do mundo real – respondeu Marcel.

 

Pé de Vento riu.

 

– Aqui o mundo é real!

 

– Ele quis dizer que viemos do mundo dos humanos.

 

Pé de Vento arregalou os olhos levemente numa expressão de

surpresa contida.

 

– Como vieram parar aqui?

 

– Os trolls sequestraram um amigo nosso – Marcos contou. – Nós

viemos atrás dele. Aí, quando chegamos aqui, deu tudo errado e nos

separamos e estamos até agora tentando achar uns aos outros.

 

– Vocês conhecem as regras, não conhecem? – perguntou Pé de

Vento, vendo que aqueles três sonhavam com uma volta que ele não tinha

certeza se era possível.

 

– Não podemos comer ou beber nada daqui e não podemos beijar

um ser deste mundo, ou ficaremos presos aqui para sempre – contou

Blanca. – Sim, nós conhecemos as regras.

 

– Felizmente, ganhamos um presente de umas fadas d’água e

podemos comer e beber de tudo – completou Marcos.

 

Marcel se afastou do grupo e foi até seu cavalo. Marcos se

aproximou de Pé de Vento e continuaram a conversa, enquanto Blanca foi

até Marcel, percebendo que algo o aborrecia. Ela tocou em seu ombro.

 

– Nós vamos dar um jeito – disse ela com a suavidade que lhe era

característica. – Você vai voltar conosco!

 

Marcel a olhou por alguns momentos e ela não soube exatamente o

que passou pela sua mente. Então ele sorriu e concordou levemente com a

cabeça. O descanso acabou e retornaram à caminhada, durante a qual Pé de

Vento ficou sabendo um pouco mais sobre aquela estranha família que se

perdera no mundo das fadas.

 

*****

Dulce, Anahí e Poncho estavam felizes com a presença das fadas.

Não só porque era o que tinham planejado, mas porque era belíssimo. Elas

mediam cerca de 20 centímetros e volitavam em volta deles, com suas asas

brilhantes e seus corpos emanando um brilho próprio. Elas preencheram o

lugar de cores e era impossível não se deixar envolver por aquele momento

de magia onde o impossível os cercava em todas as cores.

 

– Amigas aladas, precisamos de sua ajuda! – disse Poncho.

 

– Em verso! – disse uma delas.

 

Eles não entenderam de pronto.

 

– Rimando! – pediu outra.

 

– Cantando! – ordenou uma fada de asas violetas.

 

Dulce não entendeu muito bem, mas obedeceu.

 

Fadas, fadinhas, da sua ajuda precisamos!

Na Colina dos Amores Perfeitos precisamos chegar

Por isso para vê-las nós cantamos e dançamos

Esperando que vocês pudessem nos ajudar!

 

As fadas voaram felizes, soltando risadinhas e batendo palmas,

deixando Dulce orgulhosa.

 

– Peçam rimando, peçam cantando! Se gostarmos, seu desejo

realizamos! – disse uma fadinha com guirlanda de flores na cabeça.

 

Anahí se pronunciou.

 

Temos pressa e nossa causa é nobre!

Queremos impedir uma guerra de espadas

Não pedimos ouro, nem prata, nem cobre

Apenas que nos indiquem um círculo de fadas!

 

Mais risadinhas felizes ecoaram pela floresta. Aparentemente,

versinhos para elas era uma grande diversão.

 

– Venham com a gente, o caminho mostraremos!

Para o círculo de fadas que um portal abrirá

Para na Colina dos Amores Perfeitos

Mais perto poderem chegar.

 

As fadas voaram em grupo e eles correram atrás delas, pegando

atrapalhadamente as bolsas que estavam no chão. As fadas voavam no

crepúsculo espalhando uma alegria juvenil e cores brilhantes num caminho

de sonho que eles seguiam correndo e saltando. Eles começaram a rir

também, contagiados pela alegria do povo pequeno.

 

Correndo entre as fadas, Dulce viu Anahí sorrindo e sorriu

também. As moças riram porque aquele era um momento único e elas se

lembrariam dele para sempre. Saltaram troncos de árvore, correram com

seus vestidos esvoaçantes e sentiram o vento no rosto. Correr entre as

fadas era como voar com elas.

 

E de repente, chegaram.

As fadas circularam um local e perceberam um círculo de fadas, feito

com cogumelos em um círculo perfeito, onde pequenas flores amarelas

também nasciam, deixando o centro vazio. Então, as fadas se foram, tão

repentinamente quanto vieram. O vento passou e a noite chegou, tudo num

passe de mágica.

 

– Isso foi incrível... – murmurou Dulce.

 

– Nem acredito que funcionou! – exultou Poncho. – Conseguiremos

chegar muito mais rápido agora!

 

Dulce abriu um grande sorriso.

 

– Viram? Quando esperamos o melhor, o melhor acontece! Esse

lugar tem coisas maravilhosas também!

 

E assim que Dulce disse isso, uma sombra voou entre eles. Anahí

foi jogada no chão e Poncho recebeu um golpe que o jogou contra uma árvore.

 

Dulce mal viu o que a agarrou e, mesmo se debatendo, não conseguiu

escapar. Atordoados, Poncho e Anahí ainda gritaram por Dulce e tentaram

correr atrás dela, enquanto um troll a levava voando por entre as árvores

escuras.

 

 


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): vondynatica

Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

    Dulce estava apavorada, mas gritar não estava adiantando. Mesmo assim, ela continuou gritando. A criatura a segurava firmemente, o que era bom, pois estavam a uma altura imensa. O troll subiu acima das copas batendo suas asas de morcego.    Escurecera realmente muito rápido e Dulce já tinha dificuldades de ver algo al&eacu ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais