Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada
A conversa no celeiro seguiu o rumo de algo parecido com um plano.
Pé de Vento fora escravo tempo o bastante para saber algumas coisas sobre
esse bizarro mundo escravocrata e isso poderia ajudá-los bastante.
– Então esse Klaus domina as arenas... – disse Marcel.
– Não é a única coisa que ele faz, mas é sua especialidade –
respondeu Pé de Vento. – Ele também vende escravos para piratas e para
as minas de kobolds.
– Como vamos saber para onde mandaram Fernando? – perguntou
Marcos.
– Descrevam o seu amigo – pediu Pé de Vento.
Antes que Blanca e Marcel abrissem a boca, Marcos resumiu as
virtudes de Fernando Grandier.
– Alto, forte, bonito, arrogante, quizumbeiro, encrenqueiro e
teimoso feito uma mula.
Pé de Vento não precisou pensar muito.
– Arena, com toda a certeza!
– Você sabe chegar lá? – perguntou Blanca, com Eileen sentada em
seu colo brincando com uma florzinha de sete pétalas da cor do céu.
– Sei. Podemos partir agora.
– É muito longe? – perguntou Marcos.
– Um pouco – respondeu Pé de Vento, levantando-se. – Uns cinco
dias daqui. Se pegarmos alguns atalhos, fazemos em três.
– Melhor em três então – decidiu Blanca. – Precisamos ir rápido.
– Acha que conseguimos comprá-lo desse tal de Klaus? – perguntou
Marcel.
Pé de Vento fez uma cara séria.
– Infelizmente, não há nada que não possam comprar naquela
cidade.
Marcel abriu o mapa e Pé de Vento mostrou onde precisavam ir e
qual a rota que fariam. Com tudo combinado, se prepararam para partir.
Recolheram as coisas e Blanca pegou a mão de Eileen. Juntas,
seguiram para a porta do celeiro, onde o sol já cobria as verdejantes
pradarias.
– Quando vamos ver Ban?
Blanca olhou para a pequena menina fada que olhava para ela
enquanto caminhavam para os cavalos.
– Em breve, meu bem, em breve... – respondeu Blanca.
A menina não pareceu acreditar. Baixou o rostinho triste olhando
para as pedrinhas sob seus pés.
– Eileen com saudades...
Blanca se abaixou e a olhou nos olhos.
– Eu sei, minha linda fadinha... – disse ela, com um sorriso. – Eu
também estou com muitas saudades. Mas nós vamos encontrá-lo e quando
o fizermos, vamos abraçá-lo bem forte para que nunca mais vá embora!
Vamos fazer um grande bolo de chocolate com cobertura e pipoca
quentinha, e vamos ver filmes juntos, ir à praia, passear na floresta, ir ao
parque e compensar todo esse tempo perdido.
Ela ajeitava o cabelo da fadinha enquanto falava, imaginando se
poderiam mesmo fazer tudo aquilo, não porque tivesse alguma dúvida
sobre encontrar seu marido, pois tinha certeza de que o encontrariam. Mas
a verdade é que não sabia como iriam voltar para casa. E se voltassem, o
que fariam com a fadinha? Poderiam levá-la também?
– Tudo pronto?
Blanca viu Marcel montando no cavalo, garboso e elegante como ele
sabia ser. Marcos vinha logo atrás com sua mochila cheia de cacarecos que
ele acreditava terem valor quando voltassem ao seu mundo.
– Onde está Pé de Vento?
Olharam em volta e perceberam que o índio tinha sumido.
– Iiiih... – falou Marcos. – O vento levou!
Ao som de galopes, Pé de Vento chegou. Tinha um cavalo também.
– Onde conseguiu o cavalo?
– Troquei.
– Pelo que? Você não tem nada?
O rapaz abriu um grande sorriso de dentes muito Brancos e contra o
sol ele ficou parecendo algum pôster de filmes para meninas de 15 anos.
– Tá, deixa pra lá! – Marcel desistiu de saber como ele conseguira o
cavalo. – Vamos embora.
Saíram a galope com o sol nascente às suas costas, esperando que Pé
de Vento soubesse para onde estavam indo.
Algumas horas depois, numa colina verdejante, fizeram uma parada
para esticar as costas e descansar os cavalos. Eileen brincava com dentes
de leão que voavam e faziam desenhos. Blanca admirava a vista. A relva de
um verde brilhante era suave e mudava de cor conforme o vento a tocava.
Abaixo, via um rio que brilhava ao sol, se tornando dourado, uma floresta e,
muito a frente, montanhas azuis com picos de neve. Acima deles apenas um
céu azul com algumas nuvens esparsas alaranjadas.
– Este lugar é lindo demais!
Blanca olhou para o lado e viu Marcos, admirando a paisagem ao
lado dela.
– Não é incrível que possa ter tantas coisas terríveis em um lugar tão
bonito? – continuou ele.
– Não é diferente do nosso mundo... – respondeu Blanca. – Lá
também há coisas belas e coisas terríveis. É estranho imaginar que a
mesma espécie capaz de criar uma sinfonia pode também causar
sofrimento em outros seres.
– Belo ou cruel, não importa... – disse Marcel, chegando ao lado
deles. – Tudo o que eu quero é recuperar nossas pessoas perdidas e voltar
para casa.
– Vocês não são daqui.
Aquilo não foi uma pergunta. Foi uma afirmação. Eles se viraram
para Pé de Vento, que estava deitado na relva, esticando as costas ou
olhando o céu, ou ambos. Não sabiam de fato porque ele estava deitado. Pé
de Vento se levantou e ficou sentado olhando para eles.
– Eu suspeitei. Não são daqui. De onde vocês vieram?
O trio trocou olhares.
– Somos do mundo real – respondeu Marcel.
Pé de Vento riu.
– Aqui o mundo é real!
– Ele quis dizer que viemos do mundo dos humanos.
Pé de Vento arregalou os olhos levemente numa expressão de
surpresa contida.
– Como vieram parar aqui?
– Os trolls sequestraram um amigo nosso – Marcos contou. – Nós
viemos atrás dele. Aí, quando chegamos aqui, deu tudo errado e nos
separamos e estamos até agora tentando achar uns aos outros.
– Vocês conhecem as regras, não conhecem? – perguntou Pé de
Vento, vendo que aqueles três sonhavam com uma volta que ele não tinha
certeza se era possível.
– Não podemos comer ou beber nada daqui e não podemos beijar
um ser deste mundo, ou ficaremos presos aqui para sempre – contou
Blanca. – Sim, nós conhecemos as regras.
– Felizmente, ganhamos um presente de umas fadas d’água e
podemos comer e beber de tudo – completou Marcos.
Marcel se afastou do grupo e foi até seu cavalo. Marcos se
aproximou de Pé de Vento e continuaram a conversa, enquanto Blanca foi
até Marcel, percebendo que algo o aborrecia. Ela tocou em seu ombro.
– Nós vamos dar um jeito – disse ela com a suavidade que lhe era
característica. – Você vai voltar conosco!
Marcel a olhou por alguns momentos e ela não soube exatamente o
que passou pela sua mente. Então ele sorriu e concordou levemente com a
cabeça. O descanso acabou e retornaram à caminhada, durante a qual Pé de
Vento ficou sabendo um pouco mais sobre aquela estranha família que se
perdera no mundo das fadas.
*****
Dulce, Anahí e Poncho estavam felizes com a presença das fadas.
Não só porque era o que tinham planejado, mas porque era belíssimo. Elas
mediam cerca de 20 centímetros e volitavam em volta deles, com suas asas
brilhantes e seus corpos emanando um brilho próprio. Elas preencheram o
lugar de cores e era impossível não se deixar envolver por aquele momento
de magia onde o impossível os cercava em todas as cores.
– Amigas aladas, precisamos de sua ajuda! – disse Poncho.
– Em verso! – disse uma delas.
Eles não entenderam de pronto.
– Rimando! – pediu outra.
– Cantando! – ordenou uma fada de asas violetas.
Dulce não entendeu muito bem, mas obedeceu.
– Fadas, fadinhas, da sua ajuda precisamos!
Na Colina dos Amores Perfeitos precisamos chegar
Por isso para vê-las nós cantamos e dançamos
Esperando que vocês pudessem nos ajudar!
As fadas voaram felizes, soltando risadinhas e batendo palmas,
deixando Dulce orgulhosa.
– Peçam rimando, peçam cantando! Se gostarmos, seu desejo
realizamos! – disse uma fadinha com guirlanda de flores na cabeça.
Anahí se pronunciou.
– Temos pressa e nossa causa é nobre!
Queremos impedir uma guerra de espadas
Não pedimos ouro, nem prata, nem cobre
Apenas que nos indiquem um círculo de fadas!
Mais risadinhas felizes ecoaram pela floresta. Aparentemente,
versinhos para elas era uma grande diversão.
– Venham com a gente, o caminho mostraremos!
Para o círculo de fadas que um portal abrirá
Para na Colina dos Amores Perfeitos
Mais perto poderem chegar.
As fadas voaram em grupo e eles correram atrás delas, pegando
atrapalhadamente as bolsas que estavam no chão. As fadas voavam no
crepúsculo espalhando uma alegria juvenil e cores brilhantes num caminho
de sonho que eles seguiam correndo e saltando. Eles começaram a rir
também, contagiados pela alegria do povo pequeno.
Correndo entre as fadas, Dulce viu Anahí sorrindo e sorriu
também. As moças riram porque aquele era um momento único e elas se
lembrariam dele para sempre. Saltaram troncos de árvore, correram com
seus vestidos esvoaçantes e sentiram o vento no rosto. Correr entre as
fadas era como voar com elas.
E de repente, chegaram.
As fadas circularam um local e perceberam um círculo de fadas, feito
com cogumelos em um círculo perfeito, onde pequenas flores amarelas
também nasciam, deixando o centro vazio. Então, as fadas se foram, tão
repentinamente quanto vieram. O vento passou e a noite chegou, tudo num
passe de mágica.
– Isso foi incrível... – murmurou Dulce.
– Nem acredito que funcionou! – exultou Poncho. – Conseguiremos
chegar muito mais rápido agora!
Dulce abriu um grande sorriso.
– Viram? Quando esperamos o melhor, o melhor acontece! Esse
lugar tem coisas maravilhosas também!
E assim que Dulce disse isso, uma sombra voou entre eles. Anahí
foi jogada no chão e Poncho recebeu um golpe que o jogou contra uma árvore.
Dulce mal viu o que a agarrou e, mesmo se debatendo, não conseguiu
escapar. Atordoados, Poncho e Anahí ainda gritaram por Dulce e tentaram
correr atrás dela, enquanto um troll a levava voando por entre as árvores
escuras.
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Autor(a): vondynatica
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Dulce estava apavorada, mas gritar não estava adiantando. Mesmo assim, ela continuou gritando. A criatura a segurava firmemente, o que era bom, pois estavam a uma altura imensa. O troll subiu acima das copas batendo suas asas de morcego. Escurecera realmente muito rápido e Dulce já tinha dificuldades de ver algo al&eacu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38
Amei,PARABÉNS!!!S2
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kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35
Continua!!!Ta acabando??s2
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kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47
Continuaa!!!s2
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kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28
Posta++!!s2
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kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28
Amando,continua!!!!s2