Fanfics Brasil - Capítulo 25 - A Cabana A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 25 - A Cabana

311 visualizações Denunciar


 

 

Pé de Vento ergueu a mão em um sinal para pararem. Estavam

numa floresta e já estava anoitecendo. Esperaram para ouvir o que o exescravo

ia dizer, mas ele apenas observou longamente a área.

 

– Não é um bom lugar este aqui... – concluiu. – Melhor continuarmos.

 

– Mas já está ficando escuro! – observou Marcos.

 

– Aqui não!

 

E continuou na frente, sem dar ouvidos a eles. Marcos olhou para

Blanca que fez um movimento com os ombros. Então eles continuaram o

caminho, até que Marcel achou uma coisa muito interessante.

 

– Olhem! Uma cabana!

 

Eles se aproximaram do lugar. Era uma casa de madeira cheia de

mato em volta, cercada por árvores. Desmontaram e Marcel foi verificar a

porta. Estava aberta e não havia ninguém morando ali há muito tempo.

 

– Nem acredito! – comemorou Marcel. – Vamos passar uma noite

com um teto sobre nossas cabeças!

 

Pé de Vento observava uma árvore próxima. Passou a mão sobre

uma marca de garra feita no tronco. Olhou mais adiante e viu a mesma

marca em outra árvore.

 

– Aqui não é bom! – gritou para os outros.

 

– Nenhum lugar é bom nessa terra dos infernos! – concordou

Marcel. – Aqui, pelo menos, estaremos mais protegidos!

 

Estavam todos levando as coisas para dentro da casa e Pé de Vento

viu que era voto vencido. Porém, quando entrou na cabana, entrou com seu

cavalo.

 

– O que está fazendo?! – perguntou Marcel, espantado.

 

– Lá fora é perigoso – explicou Pé de Vento. – Meu cavalo fica

comigo.

 

–Eu acho que ele tem toda razão! – concordou Blanca. – Vou lá fora

buscar o meu!

 

– Eu também!

 

Marcel ficou olhando incrédulo para aquelas pessoas. E para aqueles

cavalos. Então saiu e pegou o seu também.

 

O espaço era grande, dividido entre uma grande sala com lareira e

um quarto. Tinha poeira por toda a parte, uma mesa estava de pernas pra

cima e algumas cadeiras estavam jogadas pelo lugar. Uma cama velha

estava no quarto e as janelas estavam praticamente seladas, de tão

fechadas.

 

– Alguém não gostava de deixar o sol entrar!... – comentou Blanca,

tentando abrir uma janela emperrada.

 

– Deixe, eu ajudo.

 

Pé de Vento fez um esforço e abriu a janela. O vento entrou, tirando

um pouco o cheiro de passado.

 

– A casa do senhor Jardanet era muito melhor! – reclamou Marcos.

 

Acenderam velas e dois lampiões, tornando o lugar bem mais

iluminado. Marcel e Marcos colocaram a mesa na posição certa, enquanto

Blanca e Pé de Vento pegavam as cadeiras que estavam jogadas.

 

– Deve ter tido uma festa muito louca aqui! – comentou Marcel.

 

Eileen reclamou que estava com fome e a comida que traziam em

suas mochilas e bolsas foi colocada sobre a mesa. Não era muita coisa, mas

o suficiente. No dia seguinte, porém, teriam que renovar suas provisões.

 

– Passaremos por uma cidade ou teremos que caçar um pato? –

perguntou Marcel, comendo um pedaço de queijo seco e salgado.

 

Os cavalos, amarrados num canto da sala, se agitaram, batendo os

cascos.

 

– Há uma cidade no caminho – explicou Pé de Vento. – Passaremos

por ela antes do meio do dia.

 

– Então é melhor guardar algo para a manhã – lembrou Blanca, já

separando alguns pedaços de bolo e algumas frutas, deixando que apenas

Eileen se fartasse com eles.

 

Mais uma vez, os cavalos relincharam e bateram os cascos,

parecendo muito nervosos.

 

– O que há com eles? – perguntou ela.

 

– Eu já os alimentei! – defendeu-se Marcos, antes que alguém o

acusasse.

 

Blanca embrulhava tudo de volta no pano e colocava na mochila

quando uma forte pancada na porta os assustou.

 

– O que foi isso? – perguntou Marcos, com farelo de pão no rosto.

 

Eles se levantaram cautelosos e foram até as janelas. Eileen foi atrás

de Blanca, não querendo ser deixada sozinha. Olharam para a porta e não

viram nada.

 

– Melhor fecharem as janelas... – aconselhou Pé de Vento.

 

Eles fecharam todas as janelas, trancando-as.

 

– Vamos – disse Marcel. – Vamos voltar ao jantar.

 

Quando retornaram a mesa, Blanca viu a mesma comida que tinha

guardado de volta.

 

– Quem desembrulhou a comida que eu guardei? – perguntou.

 

Ninguém assumiu a autoria do crime, então ela guardou tudo

novamente, colocando dentro da bolsa. Já estavam no final da refeição

quando outra pancada os fez saltar das cadeiras.

 

– O que diabo é isso? – Marcel se levantou irritado.

 

Todos foram com ele, tentando ver pelas frestas da cabana se havia

algo lá fora. Talvez fosse um animal ou um elemental brincalhão. Mais uma

vez, não viram nada.

 

Quando todos se viraram, a mesa estava de pernas para o ar

equilibrada em cima das cadeiras.

Blanca não evitou um grito de susto. Eileen imediatamente se

agarrou em sua perna, assustada.

 

– Eu já vi isso antes... – disse Marcos.

 

– Onde? – perguntou Marcel.

 

– No filme Poltergeist. E não acabou muito bem.

 

Pé de Vento se virou para eles.

 

– Eu disse que aqui não era um lugar bom!

 

Nova pancada na porta fez todos pularem de novo. Mas dessa vez, a

pancada continuou. A porta tremia a cada solavanco. Blanca pegou Eileen e

a abraçou. A menina começara a chorar e os cavalos estavam em pânico.

 

– Marcel, o pó que a Oisin lhe deu! – lembrou Marcos.

 

Marcel correu e pegou o saco de pó. Colocaram rapidamente nas

janelas e na porta, enquanto as batidas continuavam.

 

– Pé de Vento, você tem ideia do que é isso? – perguntou Marcel.

 

O jovem, que parecia tão assustado quanto ele fez uma rápida

negativa com a cabeça.

 

– Eu sei o que é isso! – gritou Marcos. – Isso é uma assombração!!!

As batidas pararam. Eles se mantiveram congelados, esperando algo

mais. Então, o barulho começou a soar acima deles.

 

– Está no telhado! – disse Blanca.

 

– Parecem cascos... – observou Marcel.

 

As batidas no telhado realmente pareciam passos, ou saltos, e se

espalhavam por todo o lugar. Poeira caía em cada batida. E então, houve

silêncio. Ouviam apenas sua própria respiração e seus corações em pânico.

 

– Acho que foi embora... – disse Marcel.

 

Ninguém respondeu nada. Continuavam apreensivos, apenas

aguardando, que era tudo o que podiam fazer.

 

Até que uma nova batida, dessa vez na janela, os fez gritar. A batida

parecia algo se jogando contra a madeira e dessa vez percorreu todas as

janelas, como se procurasse um ponto fraco. Voltou para a porta na frente

deles e continuou a bater, fazendo um barulho ensurdecedor. Eileen

tampava os ouvidos com as mãozinhas, protegida por Blanca, que já

procurava sua espada, embora achasse que ela não ia ajudá-la ali.

 

E então a porta se abriu e uma rajada de vento varreu o pó que

colocaram no chão. Marcel se levantou rapidamente e num movimento

único jogou todo o pó que ainda tinha bem na frente deles. Um urro terrível

foi ouvido, um som tenebroso, e o pó ajudou a formar uma carranca, uma

cara horrível, gritando sua dor pela noite adentro.

 

E então desapareceu.

 

Marcel correu e fechou a porta de novo, branco como um papel.

 

– Como sabia que aquilo ia funcionar? – perguntou Pé de Vento.

 

Marcel estava com dificuldades para falar.

 

– Não sabia... – disse, enfim.

 

Se eles pudessem, teriam saído correndo dali imediatamente. Mas

era noite e a noite no mundo das fadas era repleta de perigos. Haviam se

passado algumas horas e nenhum outro fenômeno sobrenatural foi visto.

 

Colocaram a mesa na posição correta, de novo, e se ajeitaram para dormir

todos no mesmo lugar, pois ninguém queria ficar separado, e a cama do

quarto ficou vazia.

 

Todos já estavam dormindo, pois estavam cansados. Blanca viu que

Marcel ainda estava acordado, olhando fixamente para o teto.

 

– Você foi muito corajoso – disse ela, baixinho para não acordar os

outros.

 

Ele sorriu.

 

– Obrigado.

 

Ela sorriu também e aninhou a cabeça no ombro dele, que passou a

embalar Blanca e Eileen em seu abraço protetor.

 

 


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): vondynatica

Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

    Fernando não tinha ideia do quanto dormira, mas foi o bastante para chegar aonde tinha que chegar. Não teve oportunidade de tramar nenhum plano de fuga. Sentia-se um tanto fraco e foi difícil abrir os olhos. O que o forçou foi a lembrança de Dulce na janela.    Ela estava histérica e sabia que ela ia s ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais