Fanfics Brasil - Capítulo 26 - Na cela em frente A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 26 - Na cela em frente

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Fernando não tinha ideia do quanto dormira, mas foi o bastante para

chegar aonde tinha que chegar. Não teve oportunidade de tramar nenhum

plano de fuga. Sentia-se um tanto fraco e foi difícil abrir os olhos. O que o

forçou foi a lembrança de Dulce na janela. 

 

Ela estava histérica e sabia que

ela ia sair correndo dali e enfrentar aqueles homens por ele. Que chance

teria uma menina de 17 anos contra aqueles brutos? Ele poderia ter

resistido, mas isso só aumentaria o perigo. Preferiu se render para que

saíssem logo dali, deixando as meninas e o elfo em segurança.

 

Abriu os olhos de vez e viu um teto de pedras. Tentou se levantar e

sentiu as costas doerem. Havia marcas de grilhões em seus pulsos, mas

estava livre deles. Olhou em volta e viu paredes e grades. Estava sentado

numa cama de madeira dura presa às paredes por correntes grossas.

 

– Acordou, bonitão?

 

Ele ouviu a voz feminina, mas não discerniu de onde ela vinha.

Levantou-se e deu dois passos até a grade, onde viu apenas um corredor

mal iluminado.

 

– Como se sente?

 

Dessa vez ele percebeu que voz vinha da cela na frente da dele, o

que devia ser um engano. O que estaria fazendo uma mulher ali naquele

covil?

 

– Me sinto horrível... – respondeu ele. – Quem está aí?

 

Uma forma feminina se desenhou na escuridão da cela em frente,

ficando na meia luz. Fernando piscou várias vezes. Ela tinha longos e cheios

cabelos negros que cobriam os ombros desenhados e um corpo escultural.

 

– Eu sou Fernando Espinoza – apresentou-se ele, intrigado em

encontrar aquela mulher ali. – Quem é você?

 

Ela caminhou até a grade, entrando na luz. Ela tinha grandes olhos

azuis delineados de preto e lábios carnudos e rubros. No entanto, estava

descabelada, o vestido estava puído e rasgado e as unhas estavam

maltratadas.

 

– Meu nome é Leanan Sidhe – apresentou-se ela. – Sou uma fada.

 

– É? – estranhou Grandier. – E o que faz aqui?

 

Ela se apoiou na grade com cara de deboche.

 

– Passeando! O que você acha que eu faço aqui? Fui capturada, como

você!

 

– Achei que só pegassem humanos!

 

– Não, a crueldade é bem democrática. Eles escravizam qualquer

um.

 

– Onde estão suas asas? – perguntou Fernando.

 

Leanan olhou para ele e seus olhos eram tristes. Então ela mostrou

os pulsos, onde haviam uns braceletes escuros.

 

– O que é isso? – perguntou Fernando.

 

– Os grilhões que me aprisionam – respondeu ela. – Eles tiram

minha magia. E, junto com ela, minhas asas...

 

– Eu sinto muito – disse ele, suavemente. – Esse não é lugar para

uma dama como você.

 

Ela sorriu, genuinamente feliz.

 

– Obrigada! Há tempos não escuto algo gentil.

 

Passos e vozes interromperam a conversa. A fada imediatamente se

refugiou no fundo da cela. Dois guardas surgiram no corredor. Colocaram

uma cuia de mingau, ou algo parecido, e um copo com água, numa portinha

na cela de cada um.

 

Eles pararam na frente da cela da fada e começaram a rir e a gritar

ofensas.

 

–Onde está sua beleza agora, docinho?

 

– Você não é mais tão bonita, afinal!

 

– Na verdade, você é bem patética! Uma pobre coitada sem beleza

alguma!E então gargalhavam. Fernando se enfureceu.

 

– Parem com isso, seus imbecis! – vociferou, e sua voz imponente

ecoou por todo o corredor.

 

Os guardas o olharam com certa surpresa. E então se retiraram,

deixando antes uma ameaça:

 

– Sua hora vai chegar...

 

Quando teve certeza de que tinham ido embora, Fernando tentou

contato com a fada de novo.

 

– Pode vir, eles já foram.

 

Ela hesitou, e então veio até a grade. E Fernando tomou um susto. Ela

estava mais baixa, mais estranha, o rosto parecia meio torto e os cabelos

pareciam bem mais ralos e sem vida. A reação dele quando a viu a fez

encher os olhos d’água. E então ela se jogou para a escuridão da cela e, por

mais que ele a chamasse, ela não retornou naquela noite.

 

*****

 

Depois que Dulce fora brutalmente tirada deles, Poncho e Anahí ficaram

momentaneamente perdidos. Viram o troll voar para longe com sua amiga,

quePonchodo e derrubando galhos e folhas.

 

Eles correram o quanto puderam atrás deles, até que não havia mais

nada para perseguir.

 

– E agora? – perguntou Anahí, com pouco fôlego.

 

Poncho se apoiou nos joelhos e então se ergueu, respirando. Ele não

respondeu porque não fazia a menor ideia.

 

– De onde veio esse troll? – perguntou ele.

 

– Lá de trás! – respondeu Anahí.

 

E então Poncho lembrou de algo.

 

– Espere! Ele disse que o rei deles queriam a Dulce! Não foi isso?

 

Anahí tentou se lembrar. Eram muitas emoções no mesmo dia, era

difícil lembrar de tudo.

 

– É, ele disse isso.

 

– O rei deles é o Chris!!!

 

– Então... Ele a levou direto para ele!!!

 

– É só ela jogar o pó do espelho das almas e tudo estará resolvido! –

comemorou Poncho, com alegria.

 

E então Anahí, que também sorria, franziu o cenho, como se

lembrasse de que alguma coisa não estiva se encaixando. Ela pegou a

pequena mochila que estava nas suas costas e seu sorriso se desfez.

 

– Ela não pode fazer isso, Poncho... – disse ela.

 

Poncho não entendeu. Então ela abriu a bolsa e retirou o saquinho

vermelho.

 

– Na correria atrás das fadas, nós sem querer pegamos a bolsa uma

da outra.

 

O elfo colocou as mãos na cabeça.

 

– Por Belinda, por que nada dá certo?! – exclamou, gritando de

frustração.

 

– Temos que levar isso para ela! – falou Anahí, em tom de urgência.

 

– Ela está sozinha no meio da Corte Unseelil e se não conseguir convencer

Chris de que ele não é um troll, vai acabar pendurada de cabeça para baixo

em cima de alguma panela de sopa!

 

Então voltaram correndo para o local do círculo das fadas. Nessa

corrida, esbarraram em duas pessoas. Caíram todos sentados no chão.

 

– Ah, não! Vocês de novo! – reclamou Poncho.

 

Diante deles, Maeve e Fergus estavam caídos. No entanto, eles

pareciam bem assustados e se levantaram o mais rápido que puderam e

continuaram a correr mata adentro.

 

– O que deu neles? – perguntou Anahí, sendo ajudada a se levantar

por Poncho.

 

Antes que ele pudesse responder, uma voz firme foi ouvida.

 

– Auto lá! Vocês dois! Parados!

 

Em um segundo, Poncho e Anahí se viram cercados por meia dúzia de

guardas armados com um uniforme parecido com o de Fergus. O casal

imediatamente se rendeu, mas tentou explicar que era um engano. Não

funcionou. Foram levados sob custódia, deixando para trás o círculo das

fadas que os levaria para mais perto de Dulce.

 

*****

 

O rei dos trolls ouviu com atenção a história de Dulce. Apenas contando a

história ela via o quanto era surreal. Rezava para que ele acreditasse nela e

colocava em cada palavra toda sinceridade que podia. Quando terminou,

ele ficou um tempo olhando para o nada. Dulce esperou alguns momentos,

mas ele não dizia nada.

 

– Você acredita em mim? – perguntou ela.

 

Ele pareceu pensar longamente. E então voltou a olhar para ela.

 

– Não...

 

Os ombros de Dulce caíram e ela sentiu vontade de chorar. O que

mais tinha, o que mais poderia fazer para provar a ele a verdade?

 

– É uma história muito bonita, mas coisas assim não acontecem... –

disse ele, se levantando. – Trolls são trolls. Não podem ambicionar ser nada

além disso.

 

– E se eu pudesse lhe provar? – perguntou ela, numa última cartada.

 

Ele se virou para ela, levemente interessado. Ela se levantou.

 

– Eu tenho um pó preparado por um grande mago. Ele lhe mostrará

suas vidas passadas. E, ao vê-las, você recuperará a memória delas e poderá

escolher qual delas quer viver nesta vida.

 

Os olhos dele brilharam.

 

– Eu posso escolher?

 

– Pode – respondeu ela, mesmo sabendo que ele poderia escolher

voltar a ser um anjo, ao invés de ser o seu Chris que trabalha nos Correios. –

Você pode escolher.

 

– Muito bem! – decidiu ele. – Onde está esse pó?

 

– Com meus amigos Poncho e Anahí!

 

– E onde eles estão?

 

– Onde eu estava! – explicou Dulce. – É só mandar um desses trolls

os buscarem, como fez comigo!

 

Chris pensou por um momento e concordou. Virou-se para ir dar a

ordem.

 

– Mas não mande nenhum que tente matá-los, como aquele tentou

fazer comigo! – alertou Dulce.

 

O rei parou e se virou.

 

– Quem tentou matar você?

 

– O grandão de chifre quebrado! Tentou me estrangular – disse ela,

mostrando o pescoço arroxeado, – e teria conseguido se não fosse o meu

pai.

 

Chris tocou o pescoço machucado da moça. Então a pegou pelo braço.

 

– Ouça, você vai ficar aqui. Vou trancar a porta e deixar guardas.

 

– Não vou fugir! – reclamou Dulce.

 

– Não é por isso – respondeu Chris. – Mas é porque acho que você

corre perigo. Eu dei uma ordem direta para que não machucassem. Vou

deixar você aqui em segurança enquanto investigo isso. Também mandarei

alguém atrás dos seus amigos.

 

Ele saiu e Dulce ficou ali dentro daquele aposento enorme e cheio

de tralhas. Assim que saiu, Chris deu ordens para os guardas.

 

– Ninguém entra aqui além de mim, entenderam? NINGUÉM!

 

Passou a chave e a levou consigo. Precisava ter uma conversa com

Jurubin.

 

 


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Autor(a): vondynatica

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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