Fanfics Brasil - Capítulo 31 - Perto daquela árvore, ao lado daquela pedra A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 31 - Perto daquela árvore, ao lado daquela pedra

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Os dois guardas de sua porta tinham sido dispensados assim que ele

entrou para pegar Dulce. Chris os mandara em uma missão urgente fora

dali, pois não os queria contaminados com a revolução de Kajinski. 

 

A missão era procurar a Loira Sem Cabeça, uma assombração que estava

causando tumulto das imediações. Os trolls não questionaram e saíram

imediatamente, para seu alívio.

 

Saíram e correram pelos corredores. Praticamente todos os trolls

estavam com Kajinski, mas não ficariam lá por muito tempo.

 

Chris guiou Dulce para a saída mais próxima que ele conhecia, mas

era também a saída mais usada. Ouviu um burburinho e percebeu que já

estavam em seu encalço.

 

– Estão se aproximando! – disse Dulce, ouvindo passos e grunhidos.

 

Chris entrou numa pequena caverna onde havia carne salgada

pendurada, grãos e outros mantimentos. Não eram muito limpos nem

muito organizados e justamente por isso poderiam se esconder. Ele se

enfiou com ela no fundo da caverna. Usou algumas ervas penduradas para

ocultá-los.

 

Ouviram passos e vozes. A porta se abriu, assustando Dulce. O troll

caminhou pelo aposento e, de repente, as ervas foram afastadas como uma

cortina e ele os viu.

 

Jurubin ficou olhando atônito. Dulce e Chris não disseram nada.

Houve alguns segundos de silêncio e então Jurubin voltou a ocultá-los com

as ervas penduradas. Outro troll surgiu na porta e viram Jurubin responder

enquanto guiava o outro troll para fora.

 

– Não tem nada aqui!

 

Chris soltou a respiração que estava presa até agora.

 

– Melhor ficarmos aqui mais um pouco, até essa confusão passar... –

sugeriu Dulce.

 

– Infelizmente, acho que essa confusão vai demorar a passar...

 

Ela queria perguntar o que aconteceu, mas achou melhor fazer

silêncio. Ficaram atentos, ouvindo o movimento. Após algum tempo, o

burburinho se afastou e o silêncio se fez.

 

– Acho que já podemos sair – sussurrou Chris.

 

Eles saíram da pequena reentrância onde estavam e então a porta se

abriu. A cor deixou seus rostos e Dulce achou que sua alma tinha deixado o

corpo.

 

Jurubin apareceu na porta, fazendo um movimento com a mão.

 

– Venham!

 

Eles seguiram o troll por corredores escuros até uma saída menos

usada. Na hora de se despedirem, o troll se virou para seu rei deposto.

 

– Eles disseram que sua majestade se transformou num humano... –

disse ele. – É verdade?

 

Chris viu em seus olhos a grande necessidade que ele tinha de ouvir

uma resposta sincera. Então ele mostrou as mãos, onde agora unhas

humanas substituíram garras negras.

 

– É verdade, meu amigo – respondeu.

 

– Então, um troll pode sonhar em ser algo mais além de um troll? –

perguntou Jurubin, com olhos brilhantes.

 

– Pode! – respondeu Chris. – E você já começou seu caminho para a

transformação. Obrigado!

 

E então eles saíram pela relva no meio da noite, penetrando na

floresta escura, enquanto um troll ficou na porta, observando-os, sonhando

em ser algo mais.

 

****

Quando o dia nasceu, Anahí usou todo o seu fôlego para chamar a atenção

de algum guarda. Um jovem surgiu, querendo saber o motivo daquela

algazarra toda.

 

– Nós queremos ver o rei! Decidimos contar a verdade!

 

O jovem guarda pareceu surpreso. Olhou em volta como se

procurasse olhos e ouvidos alcoviteiros.

 

– O que exatamente vocês vão falar? – sussurrou.

 

– Não é da sua conta, ô fofoqueiro! – disparou logo Anahí.

 

O guarda olhou novamente para ver se não tinha ninguém vindo.

 

– Pois é melhor me contarem primeiro e eu levo a notícia para sua

majestade!

 

– Não! Só falamos com o rei! Se ele quer a princesa Maeve e o

traidor, terá que nos receber e aceitar nossos termos.

 

Sem ter outra resposta além daquela, o guarda saiu. Menos de meia

hora depois, voltou com alguém que parecia ser de patente superior.

Abriram a grade e escoltaram os dois até a presença do rei.

 

Chegando lá, o rei, de extremo mau humor, os recebia em um café da

manhã numa mesa formidável.

 

– É bom que vocês tenham algo de bom a dizer – disse ele, pegando

leite quente. – Ou eu vou mandá-los para o calabouço ter uma conversa

com meu inquisidor.

 

Poncho engoliu em seco. Já vira o que um inquisidor podia fazer e Chris

era uma prova. Inquisidor era um dos nomes usados para torturadores,

presentes em muitos dos castelos e reinos daquele mundo, embora alguns

reinos mais avançados tenham abolido totalmente este ofício tenebroso.

 

– Majestade, nós realmente vimos o casal de que nos falou – disse

Anahí com toda impostação de voz de que era capaz. – Não sabíamos que

eram uma princesa e seu sequestrador. Mas sabemos para onde podem ter

ido.

 

O rei ergueu os olhos, parecendo interessado.

 

– Muito bem – disse. – E onde eles estão?

 

– Eles procuravam alguma coisa perto de uma árvore.

 

– É uma floresta! – retrucou o rei. – Precisa ser mais específica!

 

– Bem, tinha uma árvore com galhos que faziam mais ou menos

assim, e uma pedra à direita... – Anahí começou a fazer mímicas.

 

– Não, a pedra ficava à esquerda – interferiu Poncho.

 

– Tem certeza? – perguntou Anahí, confusa.

 

– Tenho, porque do outro lado tinha aquela árvore fininha onde

tinha um ninho de sargaços.

 

– Mas ali não era...

 

– Chega! – interrompeu o rei. – Vocês vão levar meus guardas até lá.

 

E é bom que encontrem alguma coisa que valha a pena, ou vocês vão direto

para o calabouço!

 

Pouco depois, Anahí e Poncho estavam na floresta, indo na direção do

círculo das fadas. Só que não estavam sozinhos. Com eles, seis guardas

procuravam alguma pista da princesa desaparecida e seu terrível raptor.

 

– Falta muito? – perguntou o Capitão, um homem alto com cabelos

escuros e curtos.

 

– Calma, estou tentando me lembrar! – disse Anahí. – Tem muita

árvore aqui! Isso me confunde!

 

O Capitão revirou os olhos, imaginando que aquilo não daria em

nada e que estavam perdendo tempo.

Poncho e Anahí andavam um pouco a frente deles e trocaram um

olhar. Sabiam que ali tinha uma mata um pouco mais fechada onde

poderiam tentar despistá-los. O plano era de repente, cada um correr para

um lado e se encontrarem novamente no círculo das fadas, que os levaria

para a Colina dos Amores Perfeitos. Era um plano simples e arriscado.

 

Qualquer um dos dois que fosse pego colocava em risco a fuga do outro.

Poncho deixou claro que se ele fosse pego, Anahí deveria seguir em frente,

mas ela não concordou. Ou saíam ambos dali, ou não saía ninguém.

 

Os guardas se dividiram, mas eram humanos e Poncho era um elfo.

Elfos eram conhecidos pela agilidade e velocidade. Nenhum dos dois lhe

faltava. Anahí, porém, era uma humana. Mas uma humana que vencera

algumas competições de corrida na sua antiga escola.

 

 Ela correu, sentindo

os guardas logo atrás dela, até chegar num ponto em que só havia uma

ravina que ela não conseguiria saltar.

 

Alguém a agarrou fortemente e a puxou para o lado, tapando sua

boca. Ela foi arrastada para um buraco no tronco de uma árvore enorme e

enfiada lá dentro. Só então ela conseguiu ver quem era. Era o jovem guarda

que insistia em saber mais.

 

 Ele fez um sinal para ela ficar em silêncio e em

seguida deu a volta na árvore, já falando.

 

– Nada aqui, Capitão!

 

Imediatamente, o Capitão e outro guarda foram na direção oposta. O

guarda voltou para onde estava Anahí e explicou antes que ela falasse

alguma coisa.

 

– O homem que dizem ter sequestrado a princesa é meu amigo. Foi

meu capitão e ele nunca faria isso. Vocês os encontraram, não foi?

 

A moça pensou por um segundo que talvez fosse uma daquelas

ciladas de filme onde alguém se faz passar por seu aliado só para ter uma

informação e depois te destruir. Mas também pensou que às vezes as

pessoas são genuínas e nem tudo precisa ser uma conspiração.

 

– Nós os encontramos... – respondeu ela. – Maeve e Fergus estão

bem. Apaixonados e bobos, mas bem.

 

O guarda sorriu.

 

– Vou fazer o possível para distrair meus colegas e meu capitão. Fuja

com seu amigo! E se encontrarem Maeve e Fergus, digam que Edward está

torcendo por eles!

 

Anahí sorriu e abraçou o guarda num impulso, pegando-o de

surpresa. Então correu na direção do círculo das fadas, rezando para que

Poncho tivesse conseguido fugir sem a ajuda que ela teve a sorte de receber.

 

Ela correu pela floresta com cuidado, parando de vez em quando

para ouvir algum barulho. De fato, não ouvia nada. Chegou ao círculo de

fadas e se escondeu num arbusto de flores amarelas, olhando em volta para

ver se Poncho aparecia.

 

Os segundos se passaram como se fossem horas e ela começava a

ficar nervosa. Não poderia ir sem ele.

 

– Vamos, Poncho... – murmurou. – Cadê você?...

 

– Aqui!

 

Anahí gritou com o susto de alguém aparecer do nada ao seu lado.

 

– Droga, Poncho! Minha alma saiu do meu corpo agora!

 

Eles correram para o círculo e esperaram um pouco. Seus pés

começaram a flutuar e uma brisa perfumada os envolveu. Viram um guarda

surgindo a vários metros e gritando para os outros que os tinha

encontrado. Então ele e mais dois que surgiram logo atrás, correram na

direção deles.

 

– Vai dar tempo! – disse Anahí, entredentes, nervosa. – Vai dar

tempo!

 

E então eles desapareceram bem diante dos olhos dos guardas. O

primeiro chegou a tentar saltar sobre eles, mas não agarrou nada além de

vento.

 

*****

Poucas horas antes, Chris e Dulce corriam floresta adentro. Correram o

bastante para se afastarem o máximo possível da colina encantada onde a

Corte Unseelil tinha sua morada. Então, o fôlego de Dulce acabou e ela

parou.

 

– O que aconteceu? – perguntou Dulce, recostando-se numa árvore.

 

– Um golpe – respondeu Chris.

 

Então ele lhe contou o que vira. Dulce se lembrou do tal troll.

 

– Eu nunca confiei nele! – disse.

 

Chris não respondeu. Ele olhava em volta, preocupado e confuso. Seu

mundo acabara de virar de ponta cabeça.

 

– E agora? – perguntou Dulce. – O que você vai fazer?

 

Chris ainda olhou para trás, onde podia ver a colina sob a luz da lua.

 

– Onde você disse que poderíamos conseguir esse pó do espelho das

almas mesmo?

 

 


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Autor(a): vondynatica

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    – Você sabe voar, sabia?   Chris olhou para Dulce, tentando acompanhá-lo em uma caminhada puxada pela floresta escura.   – Sei.   Ele continuou andando, deixando-a para trás.   – Então por que não voamos? – perguntou ela, vendo que ele não entendera a ironia.   ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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