Fanfics Brasil - Capítulo 35 - Noite silenciosa A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 35 - Noite silenciosa

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Era fim do dia quando Chris e Dulce finalmente chegaram ao bosque.

A distância era grande para ir a pé e Chris era relutante em voar, se tornando

um alvo. Seu encontro com Manuel deixara claras as intenções do elfo e ele

não podia arriscar cair nas mãos dele de novo.

 

O bosque era de beleza sem igual. Suas árvores tinham uma tez

dourada e as folhas no chão brilhavam com a cor do cobre. As folhas ainda

nas árvores eram amarelas e alaranjadas e com a luz do sol poente parecia

que tudo era feito de ouro.

 

– Que lugar lindo!

 

– É só uma floresta, Dulce! – retrucou Chris.

 

– Chris, não é possível que você não veja a beleza desse lugar! –

irritou-se Dulce. – Ela caminhou para um ponto onde a luz do sol incidia

sobre ela e abriu os braços.

 

– Olhe para essas cores! – dizia ela. – Olhe para essas árvores! Esse

brilho dourado, a luz do sol!

 

Ele ficou parado olhando para ela.

 

– Vai me dizer que isso não é bonito?

 

Ele sorriu e caminhou até ela, tirando uma folha que caíra nela

enquanto ela discursava sobre a beleza local.

 

– Você tem razão – disse ele. – É bonito, sim...

 

E eles se olharam por um momento sob aquela luz dourada,

cercados de árvores de ouro e sobre um tapete de folhas de centenas de

tons de cobre. As asas dele também recebiam essa luz e pareciam mais

aveludadas e acobreadas ali. 

 

Dulce sentiu o coração se acelerar, como da

primeira vez que sentiu uma incontrolável vontade de beijá-lo. Ela queria

muito que aquele beijo acontecesse, mas dado o último beijo ter sido um

fracasso de proporções titânicas, ela preferiu deixar que ele tomasse a

iniciativa. E ele não tomou. Apenas a olhou longamente, como se estudasse

seus traços, decorasse seus olhos, observasse com atenção cada pequeno

detalhe. E então ele pareceu entristecer.

 

– Vamos, ainda temos um pouco de luz – disse ele. – Vamos

encontrar seus amigos.

 

*****

O sono dos justos era algo divino. Marcos sorria com seu travesseiro e

cobertor quando Pé de Vento o sacudiu e ele acordou gritando coisas sem

sentido.

 

– Não fui eu! Grita! Pega! Corre! O quê?...

 

Ele reconheceu Pé de Vento mandando-o fazer silêncio. Então Pé de

Vento o chamou até a janela. Marcos foi até lá e viu uma coisa assustadora.

 

Três homens em ternos pretos flutuavam pela rua molhada sem tocar o

chão. Eram muito brancos e calvos e suas mãos eram longas e possuíam

longas unhas. Seus rostos eram a coisa mais assustadora que Marcos já

vira, e isso vindo de alguém que já vira a Mula Sem Cabeça. Eles sorriam um

sorriso horrendo, os olhos injetados, os dentes desproporcionais.

 

– O que é isso? – perguntou Marcos.

 

– Não sei, mas não é bom! Vamos avisar os outros!

 

Eles saíram e se dividiram no corredor. Pé de Vento alertou Blanca,

que dormia abraçada à fadinha. Blanca espiou rapidamente a janela e não

precisou de maiores confirmações para compreender o perigo. Arrumou-se

em tempo recorde, porque acostumada aos perigos do mundo das fadas,

dormia meio arrumada e deixava tudo quase pronto em caso de ter que sair

correndo. Como agora.

 

No corredor, encontraram Marcos e Marcel, que saiu arrumado e

com suas coisas, mas reclamando.

 

– Se for uma das pegadinhas do Marcos ou uma das histerias do Pé

de Vento, eu juro que eu mato um de vocês!

Maeve e Fergus chegaram logo depois e, ao olhar por trás deles,

 

Marcel parou de falar e seus olhos se arregalaram.

 

– OK. Acredito em vocês!

 

Os outros olharam para trás. Blanca não pôde deixar escapar um

grito de horror, assim como Eileen. Os três homens flutuando escada acima

e virando na direção deles.

 

Eles correram desesperadamente até o fim do corredor onde havia

uma escada que descia. Olharam para trás e os três homens

fantasmagóricos continuavam a sorrir e a flutuar na direção deles. Marcos

preparou sua besta e atirou, acertando em cheio o da direita. Os homens

pararam. 

 

Todos olharam para a ferida do outro. Este fez uma cara tristonha

exagerada, balançando a cabeça lentamente, como se estivesse muito

chateado com o ocorrido. Então, retirou a flecha como se fosse uma poeira

do ombro. Os outros sorriram e se cumprimentaram. E então todos viraram

para eles com um rosto raivoso.

 

– Acho que só os irritei! – disse Marcos, começando a correr em

seguida. Blanca, com Eileen no colo, corria aterrorizada. Todos desceram as

escadarias e foram até a porta da frente, que estava trancada. Um pontapé

de Pé de Vento arrombou a porta e eles saíram correndo pela noite.

 

Correram na direção dos cavalos e os montaram, vendo ainda os

três homens bizarros flutuando calmamente em seu encalço. Dispararam

com os cavalos na direção contrária, Marcos dividindo o cavalo com Fergus

e Marcel dividindo o seu com a princesa. Olharam para trás e não viram os

homens.

 

– Acho que os deixamos para trás! – disse Blanca.

 

– Tá, mas eu não quero voltar pra lá! – respondeu Marcos.

 

– Vamos embora, qualquer lugar no meio do mato é melhor que

isso! – concordou Marcel, que já não pensava em sua cama quentinha.

 

Eles passaram pela última casa da pequena cidade e depois de

alguns galopes, notaram algo estranho e preocupante.

 

– Aquela não é a estalagem? – perguntou Blanca, suando frio.

 

Ficaram em silêncio e pararam os cavalos. Estavam novamente na

entrada da cidade, onde estiveram pela primeira vez naquela tarde.

 

– Vamos! Vamos voltar! – sugeriu Marcel.

 

Eles deram meia volta e correram por alguns segundos por um

caminho escuro até, mais uma vez, estarem de volta à rua da estalagem.

 

Como isso aconteceu? – perguntou Marcel.

 

– É um feitiço! – respondeu Pé de Vento, irritado consigo mesmo por

não ter visto isso antes. – É uma maldita cidade amaldiçoada!

 

– O que fazemos? – perguntou Marcos.

 

Os três homens viraram uma esquina e entraram na rua onde eles

estavam, sorrindo e movendo suas mãos horrorosas como se estivessem

muito felizes em vê-los.

 

– Venham!

 

Pé de Vento desceu do cavalo e os outros o seguiram. Eles correram

a pé por uma ruela.

 

– O que está fazendo? – perguntou Marcel.

 

– Precisamos encontrar alguém que possa nos contar a história

dessa cidade – respondeu ele, batendo nas portas das casas que

encontrava. – Assim saberemos como quebrar a maldição ou matar aquelas

coisas. Ou os dois!

 

Na terceira porta, um casal abriu uma pequena fresta.

 

– Por favor! Precisamos de ajuda! – disse Blanca, com Eileen nos

braços.

 

O casal se entreolhou e hesitou. Então abriram a porta e deixaram

que eles entrassem.

 

Eles empurraram um móvel para a frente da porta e já iam

empurrar outros contra as janelas, quando o casal chamou sua atenção com

gestos. A mulher, uma moça de cabelos ruivos longos, escreveu algo num

caderno e mostrou para eles.

 

“Eles não entram aqui”.

 

E então eles respiraram fundo e relaxaram um pouco.

 

– O que são aquelas coisas? – perguntou Blanca.

 

A moça rabiscou no caderno.

 

– “Os três magros da forma”, leu Marcos.

 

– “Os três magos da forca”, seu analfabeto funcional! – corrigiu

Marcel.

 

O homem trouxe um livro antigo com ilustrações e mostrou para

eles. Blanca leu e resumiu em voz alta para que todos entendessem.

 

– O livro relatava o caso que ocorrera naquela cidade há muitos

anos. Eles tinham três papa-defuntos, três irmãos. Um dia, descobriram que

eles usavam os corpos de seus entes queridos para praticar necromancia. A

população revoltada os linchou e os pendurou na forca mais próxima. Antes

de morrerem, eles amaldiçoaram a cidade. Desde então, a cidade não tem

um lugar fixo. Ela aparece e some, ficando apenas 24 horas em cada local.

Suas vozes foram roubadas, assim como foram as deles, que não tiveram

um julgamento e não puderam se defender. E todo visitante que chega

passa a fazer parte da maldição.

 

– Como assim? – perguntou Marcel. – O que acontece se eles nos

pegarem.

 

– Perderemos as nossas vozes e ficaremos presos aqui para

sempre... – respondeu Blanca.

 

Ela olhou de lado e viu a carranca horrorosa no vidro da janela, o

que a fez dar um tremendo berro. Marcel foi lá e fechou a cortina.

 

– O que fazemos então? Esperamos amanhecer?

 

O marido pegou o caderno da esposa e escreveu.

 

“Se amanhecerem aqui, perderão suas vozes e ficaram presos também”.

 

– Vamos pensar... Deve haver algo que eles não suportem. Algo com

que possamos enfrentá-los...

 

O casal se entreolhou, como se hesitasse. Então a mulher escreveu

no caderno.

 

“Eles odeiam música. Destruíram todos os instrumentos musicais da

cidade.”

 

– Acham que podemos usar isso? – perguntou Pé de Vento.

 

Marcel voltou a perguntar ao casal.

 

– Vocês já viram o que acontece quando eles ouvem música?

 

Eles anuíram com a cabeça e escreveram:

 

“Eles apenas ficaram parados”.

 

– Se eles ficarem parados, podemos matá-los! – disse Pé de Vento.

 

– Não sei... – hesitou Blanca. – Parece muito fácil... Então a gente

chega lá, canta uma musiquinha e matamos os monstros, que nem musical

infantil? E se não funcionar?

 

– Não falta muito para o amanhecer... – respondeu Marcel. – Que

outra alternativa nos resta?

 

 

 

 

 

 


kaillany:  Continuandoooooo {#emotions_dlg.wink}

 

 


 

 


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Autor(a): vondynatica

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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