Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada
Dulce acordou com um raio de sol em seu rosto. Abriu os olhos
rapidamente quando sentiu um bater rápido de asas diante dela. Ela achou
que era um beija-flor. E era! Mas tinha uma fada montada nele. Eles ficaram
diante dela por alguns segundos e então voaram para uma parte mais alta
da árvore. Chris acordou e sorriu para ela.
– Vamos aproveitar a luz!
Calçaram os sapatos e pegaram o manto que lhes servira de cama.
Ele a abraçou e desceram juntos até o pé da gigante árvore. Ele já ia embora
quando ela perguntou:
– Não vai agradecer?
Ele se virou confuso, procurando alguém além deles.
– À árvore! – explicou ela, como se fosse óbvio. – Ela nos deu
pousada durante a noite, temos que agradecer!
Ele voltou, meio perdido.
– Tá bom!
Então ele se virou para a árvore e disse:
– Valeu!
– Não é assim!
Dulce o puxou e colocou as mãos dele e as suas no casco da árvore.
– Agora, feche os olhos e sinta gratidão.
– Como é isso?
Dulce respirou profundamente. Era como ensinar uma criança.
– Pense na noite que tivemos, no sono, na lua e se sinta feliz e mande
essa felicidade para a árvore, pois isso não teria sido possível sem ela.
Chris sabia que ela não ia sossegar até que ele fizesse aquilo, então
fechou os olhos e pensou na noite. Poderia ter dormido em qualquer lugar,
não via sentido em ser grato por ter dormido. Até que se lembrou do beijo
que deu em Dulce. Nesse momento, seu coração se encheu de algo
precioso, como se ele mesmo estivesse transbordando do néctar mais doce.
E aí ele entendeu que isso era gratidão.
Dulce também agradeceu.
– Quem lhe ensinou isso? – perguntou ele, quando voltaram a
caminhar pelo bosque dourado.
– Você! – respondeu ela. – Quando me guiou aqui da primeira vez.
Chris sorriu, achando aquilo tudo incrível. Nunca parara para pensar
em de onde vieram, ou para onde iriam. Era surpreendente que tivessem
vindo de tão longe e ainda não tivessem limites para onde pudessem ir.
– Você tem alguma ideia de onde podemos achar esse círculo de
fadas?
– Eles costumam ficar perto de flores de fadas, como dedaleiras... –
disse Chris, olhando em volta.
E seguindo rastros de flores, eles não demoraram a encontrar o que
estavam procurando.
Ficaram parados olhando para o círculo de pedras e cogumelos
Ponchoquinhos.
– E agora? – perguntou Dulce.
– Sei lá! – retrucou Chris. – Achei que soubesse! Os amigos são seus!
Dulce colocou a mão no queixo pensando em como seria bom ter
um celular nesse momento.
– Sabe o que seria ótimo? – disse ela, desiludida. – Que eles
aparecessem na nossa frente nesse exato instante!
E então, Anahí e Poncho apareceram no círculo de fadas bem na
frente deles.
– Puxa! – espantou-se Chris. – Você é boa!
– Dulce!!! Você está viva!
Anahí saltou num abraço para a amiga.
– Claro que estou!
– E você achou o Chris! – disse Poncho.
– Pois é! Mas o pó do espelho das almas ficou com você! – explicou
Dulce. – Ainda está, né?
Anahí remexeu na sua bolsa e pegou o saquinho vermelho, para
alívio de Dulce e Chris.
– Ótimo! Vamos fazer isso logo! – disse Chris.
Ele se colocou parado a alguns passos dele, nitidamente ansioso.
Dulce respirou fundo. Era a hora da verdade. Ele poderia voltar para ela.
Ou não. Poderia escolher ser um anjo. Poderia voar para longe de uma vez
por todas.
– Você verá suas vidas passadas e então é só escolher a vida que
você quer ter agora – explicou Dulce.
– Está bem! Ande logo!
Dulce meteu a mão no saquinho e puxou um punhado de pó cor de
prata e brilhante. E então jogou na frente dele, esperando que funcionasse.
O pó fez um desenho de redemoinho e se uniu em raios de luz
prateada, como uma teia. E então, num brilho único, transformou-se em um
espelho flutuando diante dele, fino como um cílio e numa perfeição de
imagem que parecia real.
Então, Chris, Dulce, Anahí e Poncho começaram a ver a imagem de Chris
desaparecer e o viram se transformar num troll. Não no troll bonitão que
ele era agora, mas numa criatura bem esquisita e grotesca. Ele voava e
sequestrava humanos e fadas, sempre sob o comando de seu irmão, que
Dulce gelou em ver de novo.
O momento em que algo mudou dentre dele, quando ajudou o
humano prisioneiro da Corte Unseelil, foi seguido por um céu azul de
construções magníficas. Poncho não conseguiu prender um “UAU” ao ver
tamanha beleza em um lugar acima das nuvens. Ele se viu como um
elemental do ar, em uma forma cada vez mais suave e delicada, a serviço
dos anjos de Raphael.
A seguir, ele ganhou forma e asas. Viu sua missão ao
lado de Dulce e sua morte. E aquilo foi um choque, pois foi como morrer
de novo. Anahí levou a mão à boca, suprimindo uma expressão de espanto
e Dulce sentiu os olhos se encherem d´água.
E então o espelho mostrou o universo, espirais de estrelas e dois
anjos a sua volta. E a seguir, ele era um humano. Um humano qualquer, um
humano normal, um humano ordinário, o que era tudo o que ele gostaria de
ser.
Em sua mente, fez sua escolha com tanta força e certeza que até na
lua o ouviriam.
A imagem no espelho ficou esmaecida, assumiu a cor violeta e então
mostrou novamente seu reflexo.
Seu sorriso de ansiedade se desfez. Era seu reflexo, ainda como um
troll. Nada mudara.
Dulce deu um passo a frente, estupefata.
– Não pode ser! Você não fez direito!
– Eu fiz! – defendeu-se Chris. – Eu pensei na minha escolha!
– Então não era para pensar! Era para dizer! Diga!
– Eu escolho ser humano! – disse Chris.
Dulce o olhou com surpresa e um sorriso. Mas ele logo se apagou
quando voltou a ver a imagem no espelho ficar violeta e voltar a mostrar o
reflexo dele como o que ele era naquele momento: um troll.
Os olhos de Chris se encheram d’água. Seu rosto se contorceu. Num
golpe de fúria, deu um murro no espelho e este se desfez em milhares de
pontos luminosos que desapareceram no ar.
Dulce olhou para o saquinho em sua mão, atônita e desapontada.
– Foi isso mesmo o que Frabatto disse? – perguntou Anahí.
– Será que erramos em alguma coisa? – disse Poncho.
– Nosso erro ... – respondeu Chris, cabisbaixo.
Ele se virou para eles com olhos muito magoados.
– ...foi acreditar que alguém como eu podia ser mais do que é.
E então bateu asas e desapareceu acima das copas douradas. Dulce
ainda o chamou, mas ele não voltou.
Dulce teve uma vontade quase incontrolável de jogar aquele
saquinho, que ainda continha pó, contra o tronco de uma árvore, mas sabia
que isso não ia resolver nada.
– O que fazemos agora? – perguntou Poncho.
Dulce pensou um pouco.
– Precisamos levá-lo ao Frabatto.
– Mas ele...
– Ele vai voltar! – respondeu Dulce. – Mas precisamos dar um jeito
em Manuel também.
– Como assim? – assustou-se Anahí. – Vamos matá-lo?
– Não, Anahí! Não queremos matar ninguém!
– O Chris quer! – completou Poncho.
– Sabe? – disse Dulce olhando para ele. – Eu gostava mais quando
você era quietinho e quase não falava!...
– O que você tem em mente? – tornou Anahí.
Dulce começou a andar pelo lugar.
– Anahí, quem mandava naquela bagaça eram os pais de Manuel,
certo?
– Sim, o rei Oldebaran e a rainha Nístika.
– E onde eles estão?
– Foram visitar um reino vizinho para um casamento.
– Essa visita ia demorar muito? – perguntou Dulce.
– Algumas semanas. Ainda não teriam voltado.
– Não tenho certeza disso – disse Poncho.
As meninas olharam para ele.
– Quando Asram capturou vocês e Chris virou um troll, achei que
tinha que avisar ao rei e à rainha sobre o que estava acontecendo –
explicou Poncho. – Mas eu não podia usar os meios padrões, ou Manuel ia me
jogar no calabouço por traição.
– O que você fez? Mandou um e-mail? – perguntou impaciente
Dulce.
Poncho não tinha ideia do que era um e-mail, mas ele não entendia
metade das coisas que Dulce falava mesmo, então prosseguiu.
– Eu mandei um silfo levar o recado para eles.
– E aí?
– E aí que nós fugimos logo depois e eu não tive como pegar
nenhuma resposta!
– Como você faz para pegar a resposta?
– Vou até ao local onde o silfo mora e o chamo com um
encantamento e o pagamento.
– Onde é isso? – perguntou Dulce, tramando um plano em sua
cabeça.
– Não muito longe daqui – respondeu ele.
Dulce andou mais um pouco. Então parou e tomou sua decisão.
– Vocês dois vão até o silfo e tentam descobrir qual foi a resposta do
rei e da rainha.
– E você? – perguntou Anahí.
– Eu vou levar Chris até Frabatto. Ele saberá o que fazer.
– Sozinha? – retrucou Poncho. – Não é seguro!
– Poncho, nós estamos nas portas de uma guerra entre trolls, humanos
e elfos! Isso vai ser uma carnificina se não impedirmos. Eu estarei bem,
acredite! Vão e vejam se o rei e a rainha concordam com os desmandos do
filho deles!
Anahí abraçou a amiga. Trocaram de bolsas e se abraçaram de
novo. Então os dois saíram correndo, pois Dulce estava certa. Não tinham
muito tempo.
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Autor(a): vondynatica
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38
Amei,PARABÉNS!!!S2
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kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35
Continua!!!Ta acabando??s2
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kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47
Continuaa!!!s2
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kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28
Posta++!!s2
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kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28
Amando,continua!!!!s2