Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada
A adrenalina não permitia o pousar do cansaço. Mas Marcelreclamava assim mesmo.– Uma cama! Uma cama quentinha! Um teto sobre nossas cabeças! Ésó o que eu pedi! E aí eu pergunto: É muito, produção?– Eu quero ver vocês me sacanearem quando eu cantar OswaldoMontenegro nas festas agora!– Jamais! Eu nunca mais reclamo! – concordou Marcel. – Na verdade,acabei de me tornar o fã número um do Oswaldo! Se não fosse pela músicadele, estaríamos mudos, assombrando em silêncio uma cidade nômade.– Eu achei muito corajoso o que você fez! – disse Maeve, com olhosadmirados para Blanca.– Eu só cantei, meu bem! – riu Blanca. – Quem fez a maior parte foi oPé de Vento!O rapaz abriu seu sorriso de galã, aceitando os elogios. E assimprosseguiram por metade do dia, quando pararam para comer e se esticar.E durante o almoço, regado a doações dos moradores da cidade repletos degratidão, resolveram ter uma conversa com o casal rebelde.– O que vamos fazer com vocês? – perguntou Marcel.– Podemos acompanhar vocês! – disse Fergus. – Ir para onde estãoindo, nos instalarmos, criar uma família!– Cale a boca, Romeu! – ralhou Marcel. – O amor te deixou burro!Vocês são um para-raios de problemas! Quando o rei os encontrar, vaiprender e enforcar qualquer um que esteja por perto, ainda mais se formosnós! Ele vai nos culpar por isso, será que não entendem?Maeve respondeu da única maneira que sabia. Chorando. Aslágrimas desciam pelo rosto de porcelana e Marcos logo foi consolá-la.– Pô, Marcel! Olha o que você fez! Você fez a Maeve chorar!Blanca sorriu para Marcel e disse que cuidaria disso. Então ela sevirou para Maeve lentamente.– Para de choradeira! – disse, firmemente. – Se é grandinha obastante para fugir com o amor da sua vida, é bom aguentar o tranco! Oamor não é para fracas, então pare com isso ou te dou uns tapas!Maeve parou imediatamente, olhando-a com olhos arregalados.– Bem, precisamos resolver isso antes que os dois reinos entrem emguerra... – disse Blanca. – Uma guerra significa mortes, fome e muitodesgaste. Não faz sentido isso acontecer por causa de um casal apaixonado.– Se o filho do rei é gay, esse casamento não ia funcionar mesmo. Ese nós colocássemos tudo em pratos limpos?– Nós? – Marcel entrou na conversa. – “Nós” quem, cara pálida? Nósnão temos nada a ver com isso!– Agora temos, Marcel! – respondeu Blanca. – E vamos fazer o nossomelhor, OK?Marcel bufou. Detestava assumir problemas alheios e ali parecia queeles choviam.Então, combinaram levar o jovem casal para o Reino do Norte,depois que resgatassem Fernando. Daí seguiriam para a Colina dos AmoresPerfeitos, último paradeiro que tinham de Dulce. Claro que muita coisapodia acontecer no meio do caminho para mudar seus planos...E aconteceu.Não viram quando os guardas surgiram. Ainda estavam comendoquando foram cercados e facilmente rendidos. Marcel ainda tentou pegaruma espada, mas uma flecha perto de sua mão o dissuadiu.– Princesa Maeve! – disse o capitão, correndo para ajudá-la a selevantar. – Você está bem?– Me solte, seu bruto!Os guardas tinham agarrado Fergus como um criminoso e ela correue bateu neles até que o soltassem. A confusão no rosto dos guardas e,principalmente do capitão, era evidente.– Estão apaixonados – resumiu Marcel. – Por isso fugiram. Queriammorar numa casinha de sapê com cerquinha branca e um cachorrosaltitando na varanda.Os guardas se entreolharam.– Não foi essa a informação que tivemos – explicou o capitão. – Masisso não faz diferença. Nossas ordens são claras. Temos que levar vocêsdois e quem estiver junto para o castelo.Marcel se virou para Blanca com cara de “eu avisei”. E foramlevados.****Dulce andava na floresta berrando o nome de Chris. Colocou a mão nacintura, impaciente.– Vamos lá! Apareça!– Pra quê?Ela olhou para cima e o viu empoleirado num galho de árvore.– Pra conversar! – explicou Dulce.– Não tem o que conversar! – respondeu ele. – Você é humana e vaivoltar pro seu mundo perfeito e levar sua vidinha perfeita! E eu ficarei aqui,sendo o que sempre fui!– Chris! Para de se lamentar! Ainda temos chance! Vamos juntos até oFrabatto e ele nos dirá como fazer o pó funcionar!– Não!Dulce arregalou os olhos e piscou várias vezes.– Não?! Como assim não?– Não é não! Chega de sonhar! Vamos nos contentar com o quetemos e ficamos por aqui!– Eu não acredito! Achei que você era mais...– Quieta!Ela percebeu que ele estava atento a algo além deles. Num segundo,ele percebeu algo e saltou no chão, pegando-a pela mão.– Os trolls estão aqui!Ele correu com ela pela mata e Dulce, numa rápida olhada paratrás, viu os vultos se movendo atrás deles, escondendo-se em árvores. Epara seu terror, eram muitos!Passaram por uma mata um pouco mais fechada e Dulcecontinuava ouvindo passos, saltos, grunhidos, cada vez mais próximos.A mata deu lugar a uma área de relva verdejante com um morrobaixo logo adiante. Sem ter mais obstáculos como galhos, árvores e soloíngreme, eles aceleraram e correram ainda mais.E foi quando, de repente, diante deles surgiu acima do morro, umexército de elfos e humanos. Diante deles, Manuel em um cavalo brancodava um sorriso de vitória.Chris estancou, imaginando como Manuel soubera. Logo imaginou queseus perseguidores trolls provavelmente não tiveram o mesmo cuidadoque ele ao evitar voar, anunciando sua presença e denunciando a deles.Olharam para trás e um exército de trolls saiu da mata, correndo esaltando, fazendo chão tremer. Manuel deu a ordem, encarando isso comoum ataque. Talvez ele não soubesse que Chris não estava liderando aqueleexército. Mas isso não mudava o fato de Chris e Dulce estarem agora entredois exércitos inimigos. E o pior: ambos queriam suas cabeças.Dulce se virou para ele, os olhos brilhando, o coração aos saltos. Eleolhou em volta, procurando algum lugar seguro para ela, mas não haviacomo sair dali. Chris se virou para ela, balançando levemente a cabeça emdesespero.– Me perdoe... – disse ele. – Eu não queria que acabasse assim.– Ainda não acabou! – disse ela, tentando fazer sua voz soar maisalta que os sons da guerra.Chris viu Kajinski liderando seus trolls contra o exército de Manuel. Asua frente, Manuel e seus elfos se aproximavam rapidamente com um gritode guerra. Os elfos chegariam primeiro, com pequena diferença. Então elefocou no inimigo mais urgente.Largou a mão de Dulce, deixando-a sozinha e lançou-se contraManuel. O impacto o lançou para fora do cavalo e os dois rolaram enquantooutros homens corriam.– Você é muito abusado, troll!!! – gritou Manuel. – Ousa me atacarcom suas bestas sem inteligência?Somente então Chris percebeu que Manuel e todos os seus homensachavam que ele estava liderando um ataque contra o reino.– Pare o ataque, Manuel! – gritou Chris. – Pare e eu me rendo agora!Manuel sorriu.– E quem disse que eu quero sua rendição?Sacou a espada e partiu para cima de Chris.Dulce não sabia o que fazer. Ficou de frente para os elfos ehumanos que corriam em sua direção, imaginando que sua vida estavachegando ao fim de uma maneira muito estranha. Ela não fechou os olhos,mas sentiu que a visão embaçou com as lágrimas que estavam subindo.Para sua surpresa, os soldados passaram direto por ela. Ela ouviu osom de espadas em carne, urros, porretes em cabeças. Virou-se e viu a cenadantesca de homens e elfos brigando com trolls. Matando alguns, ferindooutros, e os trolls reagiam com a mesma fúria, rasgando as gargantas dossoldados como se fossem tecidos velhos.Um troll derrubou um soldado e viu Dulce, de pé no meio daquelaconfusão, uma donzela de vestido vermelho e marfim esperando para sertrucidada, pois era conhecida a fama dos trolls em destruir coisas bonitas.Com um sorriso de satisfação em sua cara feia, o troll, munido de umporrete cheio de pregos na extremidade, andou na direção dela com umpropósito nefasto. Um soldado surgiu entre eles e um golpe em seu peito oderrubou imediatamente. Dulce deu alguns passos trôpegos para trás, semsaber o que fazer para se defender daquilo.A criatura com mais de dois metros ergueu o porrete e o desceu comforça. Dulce se encolheu, como se isso fosse minimizar o impacto. Sentiuum empurrão e ouviu um som metálico. Quando olhou, viu que alguém secolocara na sua frente e detivera o golpe com um escudo. Percebeu queesse alguém era o capitão que ela salvara do celeiro em chamas, aquele queos ajudara da primeira vez que ela e Chris estiveram no castelo de Manuel eainda não eram inimigos.O capitão deu vários golpes no troll e se defendeu de vários outros,até que conseguiu ferir sua perna e afugentá-lo. Com uma cara irada, o trollsaiu de combate, deixando que outros assumissem seu lugar. O capitão sevirou para Dulce.– Fique perto de mim!Ela obedeceu. Viu uma espada caída no chão e a pegou. Era leve obastante para que ela pudesse segurá-la e ficou perto do homem queacabara de salvar sua vida.Manuel era muito hábil com a espada, mas Chris era muito ágil. Um dosgolpes de Manuel cortou Chris ao lado do abdome. Ele gritou e o sangueescorreu, fazendo o elfo sorrir. Os olhos de Chris brilharam e ele partiu paracima de seu inimigo. Uma garra conseguiu feri-lo no ombro, fazendo o elfose desequilibrar e cair para trás.O capitão não parecia ter medo dos trolls que avançavam contra elee continuava sua luta. Um troll pousou por trás dele. Dulce avisou e enfioua espada em seu estômago. A fera gritou e voou para longe num voo meiotorto.A supremacia do exército dos elfos e humanos se fez clara quandoKajinski gritou uma retirada. Os trolls correram, mancaram, e saíram docampo, voltando para a floresta como podiam, largando os feridos à suaprópria sorte. O capitão deu a ordem para continuarem a perseguição elogo uma onda de elfos, humanos, homens, mulheres, jovens e de meiaidade, seguiu os trolls a caminho da floresta.Dulce imediatamente voltou sua atenção para Chris, que aindabrigava com Manuel.O elfo caiu de costas no chão e Chris avançou nele com nada mais doque suas garras. Sua intenção era agarrá-lo e erguê-lo num voo para longedali, onde o convenceria a desistir da guerra. Ou, ao menos, a deixar Dulcelivre. Seus homens não arriscariam atirar flechas com a possibilidade deatingir seu príncipe.Assim que agarrou Manuel pelos braços, este usou os pés para jogá-lopara trás. As asas se abriram, ajudando-o a manter o equilíbrio, enquantoManuel num salto acrobático se colocava novamente de pé. Num movimentorápido e gracioso como uma dança, Manuel desenhou arcos perfeitos comsua espada, cortando Chris em três lugares. Uma no braço, outra perto dascostelas e mais uma na perna.Dulce correu até ele, vendo o sangue jorrar e gritando para que elesparassem.– Sua defensora se metendo, como sempre – disse Manuel. – Assimque terminar com você, darei um jeito nela...Talvez fosse o sangue se esvaindo de seu corpo, talvez fosse aameaça à menina, mas algo fez os olhos de Chris brilharem e a fúria semanifestar como uma ventania abrupta que derruba árvores e arrancatelhados.Chris avançou para Manuel, desviando-se de seus golpes, até chegarperto o bastante para lhe dar um murro que tonteou o elfo. Na sequência,Chris lhe deu mais socos, até finalizar com um pontapé no peito que jogou oelfo para trás.Os homens de Manuel perseguiam os trolls, deixando-o porsua conta, pois sabiam também que a honra os impediria de interferir, casoo troll estivesse vencendo de forma justa.Quando caiu, Manuel soltou a espada que caiu ao seu lado. Chris saltouem cima dele e apertou seu pescoço. O elfo se debateu, sentindo o ar faltar.A vida começou a se esvair, a visão começou a escurecer e ele se debatiaainda mais diante do olhar cheio de ódio de Chris.Dulce se atirou de joelhos perto deles, em desespero.– Não faça isso, Chris! – implorou ela.– Por que não? – rugiu ele. – Não há mais motivo, o pó nãofuncionou!– Não é por isso! – insistiu ela.– Ele é um monstro! – gritou ele.– MAS VOCÊ NÃO É! – berrou ela.O olhar de Chris perdeu a fúria. Suas mãos então soltaram o pescoçodo elfo que tossiu desvairadamente, procurando o ar que lhe fora roubado.Chris se levantou e então uma rede caiu sobre ele.Ao ver que o príncipe precisava de reforços, o capitão ordenou queretornassem.Assim que chegaram, viram Chris se levantando e usaram umarede, algo que detém a grande maioria dos seres encantados. Desorientado,Chris caiu quando lhe acertaram com socos e murros e passou a serespancado. Dulce gritou e tentou se meter no meio deles, para impedir ocrime, mas era pequena perto de pessoas com armadura. Alguém a retirou.Eles iam matá-lo e ela já tinha passado por isso antes. Não ia passar denovo. Mordeu a pessoa que a segurava e se atirou em cima de Chris. Se iamtrucidá-lo, então iriam ter que viver sabendo que trucidaram uma garotahumana também. Talvez a sombra do remorso os fizessem parar.Seus planos foram frustrados quando alguém maior e mais forte atirou de cima de Chris, que parecia imóvel sob a rede. Dulce se debateu egritou, mas parou quando percebeu que não estavam mais espancando Chris.E havia um motivo.Uma luminescência violeta o envolvia por inteiro. Os homens seafastaram, achando aquilo estranho. Manuel surgiu entre eles, tambémolhando aquilo que começava a se tornar uma bola de luz violeta, até quenuma explosão, cegou a todos. Quando voltaram a enxergar, viram, imóvel,debaixo da rede, não um troll, mas um jovem humano.
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Autor(a): vondynatica
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38
Amei,PARABÉNS!!!S2
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kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35
Continua!!!Ta acabando??s2
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kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47
Continuaa!!!s2
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kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28
Posta++!!s2
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kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28
Amando,continua!!!!s2