Fanfics Brasil - Capítulo 38 - Fogo cruzado A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 38 - Fogo cruzado

464 visualizações Denunciar



 

 

A adrenalina não permitia o pousar do cansaço. Mas Marcel

reclamava assim mesmo.

 

– Uma cama! Uma cama quentinha! Um teto sobre nossas cabeças! É

só o que eu pedi! E aí eu pergunto: É muito, produção?

 

– Eu quero ver vocês me sacanearem quando eu cantar Oswaldo

Montenegro nas festas agora!

 

– Jamais! Eu nunca mais reclamo! – concordou Marcel. – Na verdade,

acabei de me tornar o fã número um do Oswaldo! Se não fosse pela música

dele, estaríamos mudos, assombrando em silêncio uma cidade nômade.

 

– Eu achei muito corajoso o que você fez! – disse Maeve, com olhos

admirados para Blanca.

 

– Eu só cantei, meu bem! – riu Blanca. – Quem fez a maior parte foi o

Pé de Vento!

 

O rapaz abriu seu sorriso de galã, aceitando os elogios. E assim

prosseguiram por metade do dia, quando pararam para comer e se esticar.

 

E durante o almoço, regado a doações dos moradores da cidade repletos de

gratidão, resolveram ter uma conversa com o casal rebelde.

 

– O que vamos fazer com vocês? – perguntou Marcel.

 

– Podemos acompanhar vocês! – disse Fergus. – Ir para onde estão

indo, nos instalarmos, criar uma família!

 

– Cale a boca, Romeu! – ralhou Marcel. – O amor te deixou burro!

Vocês são um para-raios de problemas! Quando o rei os encontrar, vai

prender e enforcar qualquer um que esteja por perto, ainda mais se formos

nós! Ele vai nos culpar por isso, será que não entendem?

 

Maeve respondeu da única maneira que sabia. Chorando. As

lágrimas desciam pelo rosto de porcelana e Marcos logo foi consolá-la.

 

– Pô, Marcel! Olha o que você fez! Você fez a Maeve chorar!

 

Blanca sorriu para Marcel e disse que cuidaria disso. Então ela se

virou para Maeve lentamente.

 

– Para de choradeira! – disse, firmemente. – Se é grandinha o

bastante para fugir com o amor da sua vida, é bom aguentar o tranco! O

amor não é para fracas, então pare com isso ou te dou uns tapas!

 

Maeve parou imediatamente, olhando-a com olhos arregalados.

 

– Bem, precisamos resolver isso antes que os dois reinos entrem em

guerra... – disse Blanca. – Uma guerra significa mortes, fome e muito

desgaste. Não faz sentido isso acontecer por causa de um casal apaixonado.

 

– Se o filho do rei é gay, esse casamento não ia funcionar mesmo. E

se nós colocássemos tudo em pratos limpos?

 

– Nós? – Marcel entrou na conversa. – “Nós” quem, cara pálida? Nós

não temos nada a ver com isso!

 

– Agora temos, Marcel! – respondeu Blanca. – E vamos fazer o nosso

melhor, OK?

 

Marcel bufou. Detestava assumir problemas alheios e ali parecia que

eles choviam.

 

Então, combinaram levar o jovem casal para o Reino do Norte,

depois que resgatassem Fernando. Daí seguiriam para a Colina dos Amores

Perfeitos, último paradeiro que tinham de Dulce. Claro que muita coisa

podia acontecer no meio do caminho para mudar seus planos...

 

E aconteceu.

 

Não viram quando os guardas surgiram. Ainda estavam comendo

quando foram cercados e facilmente rendidos. Marcel ainda tentou pegar

uma espada, mas uma flecha perto de sua mão o dissuadiu.

 

– Princesa Maeve! – disse o capitão, correndo para ajudá-la a se

levantar. – Você está bem?

 

– Me solte, seu bruto!

 

Os guardas tinham agarrado Fergus como um criminoso e ela correu

e bateu neles até que o soltassem. A confusão no rosto dos guardas e,

principalmente do capitão, era evidente.

 

– Estão apaixonados – resumiu Marcel. – Por isso fugiram. Queriam

morar numa casinha de sapê com cerquinha branca e um cachorro

saltitando na varanda.

 

Os guardas se entreolharam.

 

– Não foi essa a informação que tivemos – explicou o capitão. – Mas

isso não faz diferença. Nossas ordens são claras. Temos que levar vocês

dois e quem estiver junto para o castelo.

 

Marcel se virou para Blanca com cara de “eu avisei”. E foram

levados.

 

****

Dulce andava na floresta berrando o nome de Chris. Colocou a mão na

cintura, impaciente.

 

– Vamos lá! Apareça!

 

– Pra quê?

 

Ela olhou para cima e o viu empoleirado num galho de árvore.

 

– Pra conversar! – explicou Dulce.

 

– Não tem o que conversar! – respondeu ele. – Você é humana e vai

voltar pro seu mundo perfeito e levar sua vidinha perfeita! E eu ficarei aqui,

sendo o que sempre fui!

 

– Chris! Para de se lamentar! Ainda temos chance! Vamos juntos até o

Frabatto e ele nos dirá como fazer o pó funcionar!

 

– Não!

 

Dulce arregalou os olhos e piscou várias vezes.

 

– Não?! Como assim não?

 

– Não é não! Chega de sonhar! Vamos nos contentar com o que

temos e ficamos por aqui!

 

– Eu não acredito! Achei que você era mais...

 

– Quieta!

 

Ela percebeu que ele estava atento a algo além deles. Num segundo,

ele percebeu algo e saltou no chão, pegando-a pela mão.

 

– Os trolls estão aqui!

 

Ele correu com ela pela mata e Dulce, numa rápida olhada para

trás, viu os vultos se movendo atrás deles, escondendo-se em árvores. E

para seu terror, eram muitos!

 

Passaram por uma mata um pouco mais fechada e Dulce

continuava ouvindo passos, saltos, grunhidos, cada vez mais próximos.

 

A mata deu lugar a uma área de relva verdejante com um morro

baixo logo adiante. Sem ter mais obstáculos como galhos, árvores e solo

íngreme, eles aceleraram e correram ainda mais.

 

E foi quando, de repente, diante deles surgiu acima do morro, um

exército de elfos e humanos. Diante deles, Manuel em um cavalo branco

dava um sorriso de vitória.

 

Chris estancou, imaginando como Manuel soubera. Logo imaginou que

seus perseguidores trolls provavelmente não tiveram o mesmo cuidado

que ele ao evitar voar, anunciando sua presença e denunciando a deles.

 

Olharam para trás e um exército de trolls saiu da mata, correndo e

saltando, fazendo chão tremer. Manuel deu a ordem, encarando isso como

um ataque. Talvez ele não soubesse que Chris não estava liderando aquele

exército. Mas isso não mudava o fato de Chris e Dulce estarem agora entre

dois exércitos inimigos. E o pior: ambos queriam suas cabeças.

 

Dulce se virou para ele, os olhos brilhando, o coração aos saltos. Ele

olhou em volta, procurando algum lugar seguro para ela, mas não havia

como sair dali. Chris se virou para ela, balançando levemente a cabeça em

desespero.

 

– Me perdoe... – disse ele. – Eu não queria que acabasse assim.

 

– Ainda não acabou! – disse ela, tentando fazer sua voz soar mais

alta que os sons da guerra.

 

Chris viu Kajinski liderando seus trolls contra o exército de Manuel. A

sua frente, Manuel e seus elfos se aproximavam rapidamente com um grito

de guerra. Os elfos chegariam primeiro, com pequena diferença. Então ele

focou no inimigo mais urgente.

 

Largou a mão de Dulce, deixando-a sozinha e lançou-se contra

Manuel. O impacto o lançou para fora do cavalo e os dois rolaram enquanto

outros homens corriam.

 

– Você é muito abusado, troll!!! – gritou Manuel. – Ousa me atacar

com suas bestas sem inteligência?

 

Somente então Chris percebeu que Manuel e todos os seus homens

achavam que ele estava liderando um ataque contra o reino.

 

– Pare o ataque, Manuel! – gritou Chris. – Pare e eu me rendo agora!

Manuel sorriu.

 

– E quem disse que eu quero sua rendição?

 

Sacou a espada e partiu para cima de Chris.

 

Dulce não sabia o que fazer. Ficou de frente para os elfos e

humanos que corriam em sua direção, imaginando que sua vida estava

chegando ao fim de uma maneira muito estranha. Ela não fechou os olhos,

mas sentiu que a visão embaçou com as lágrimas que estavam subindo.

 

Para sua surpresa, os soldados passaram direto por ela. Ela ouviu o

som de espadas em carne, urros, porretes em cabeças. Virou-se e viu a cena

dantesca de homens e elfos brigando com trolls. Matando alguns, ferindo

outros, e os trolls reagiam com a mesma fúria, rasgando as gargantas dos

soldados como se fossem tecidos velhos.

 

Um troll derrubou um soldado e viu Dulce, de pé no meio daquela

confusão, uma donzela de vestido vermelho e marfim esperando para ser

trucidada, pois era conhecida a fama dos trolls em destruir coisas bonitas.

 

Com um sorriso de satisfação em sua cara feia, o troll, munido de um

porrete cheio de pregos na extremidade, andou na direção dela com um

propósito nefasto. Um soldado surgiu entre eles e um golpe em seu peito o

derrubou imediatamente. Dulce deu alguns passos trôpegos para trás, sem

saber o que fazer para se defender daquilo.

 

A criatura com mais de dois metros ergueu o porrete e o desceu com

força. Dulce se encolheu, como se isso fosse minimizar o impacto. Sentiu

um empurrão e ouviu um som metálico. Quando olhou, viu que alguém se

colocara na sua frente e detivera o golpe com um escudo. Percebeu que

esse alguém era o capitão que ela salvara do celeiro em chamas, aquele que

os ajudara da primeira vez que ela e Chris estiveram no castelo de Manuel e

ainda não eram inimigos.

 

O capitão deu vários golpes no troll e se defendeu de vários outros,

até que conseguiu ferir sua perna e afugentá-lo. Com uma cara irada, o troll

saiu de combate, deixando que outros assumissem seu lugar. O capitão se

virou para Dulce.

 

– Fique perto de mim!

 

Ela obedeceu. Viu uma espada caída no chão e a pegou. Era leve o

bastante para que ela pudesse segurá-la e ficou perto do homem que

acabara de salvar sua vida.

 

Manuel era muito hábil com a espada, mas Chris era muito ágil. Um dos

golpes de Manuel cortou Chris ao lado do abdome. Ele gritou e o sangue

escorreu, fazendo o elfo sorrir. Os olhos de Chris brilharam e ele partiu para

cima de seu inimigo. Uma garra conseguiu feri-lo no ombro, fazendo o elfo

se desequilibrar e cair para trás.

 

O capitão não parecia ter medo dos trolls que avançavam contra ele

e continuava sua luta. Um troll pousou por trás dele. Dulce avisou e enfiou

a espada em seu estômago. A fera gritou e voou para longe num voo meio

torto.

 

A supremacia do exército dos elfos e humanos se fez clara quando

Kajinski gritou uma retirada. Os trolls correram, mancaram, e saíram do

campo, voltando para a floresta como podiam, largando os feridos à sua

própria sorte. O capitão deu a ordem para continuarem a perseguição e

logo uma onda de elfos, humanos, homens, mulheres, jovens e de meia

idade, seguiu os trolls a caminho da floresta.

 

Dulce imediatamente voltou sua atenção para Chris, que ainda

brigava com Manuel.

 

O elfo caiu de costas no chão e Chris avançou nele com nada mais do

que suas garras. Sua intenção era agarrá-lo e erguê-lo num voo para longe

dali, onde o convenceria a desistir da guerra. Ou, ao menos, a deixar Dulce

livre. Seus homens não arriscariam atirar flechas com a possibilidade de

atingir seu príncipe.

 

Assim que agarrou Manuel pelos braços, este usou os pés para jogá-lo

para trás. As asas se abriram, ajudando-o a manter o equilíbrio, enquanto

Manuel num salto acrobático se colocava novamente de pé. Num movimento

rápido e gracioso como uma dança, Manuel desenhou arcos perfeitos com

sua espada, cortando Chris em três lugares. Uma no braço, outra perto das

costelas e mais uma na perna.

 

Dulce correu até ele, vendo o sangue jorrar e gritando para que eles

parassem.

 

– Sua defensora se metendo, como sempre – disse Manuel. – Assim

que terminar com você, darei um jeito nela...

 

Talvez fosse o sangue se esvaindo de seu corpo, talvez fosse a

ameaça à menina, mas algo fez os olhos de Chris brilharem e a fúria se

manifestar como uma ventania abrupta que derruba árvores e arranca

telhados. 

 

Chris avançou para Manuel, desviando-se de seus golpes, até chegar

perto o bastante para lhe dar um murro que tonteou o elfo. Na sequência,

Chris lhe deu mais socos, até finalizar com um pontapé no peito que jogou o

elfo para trás.

 

 Os homens de Manuel perseguiam os trolls, deixando-o por

sua conta, pois sabiam também que a honra os impediria de interferir, caso

o troll estivesse vencendo de forma justa.

 

Quando caiu, Manuel soltou a espada que caiu ao seu lado. Chris saltou

em cima dele e apertou seu pescoço. O elfo se debateu, sentindo o ar faltar.

A vida começou a se esvair, a visão começou a escurecer e ele se debatia

ainda mais diante do olhar cheio de ódio de Chris.

 

Dulce se atirou de joelhos perto deles, em desespero.

 

– Não faça isso, Chris! – implorou ela.

 

– Por que não? – rugiu ele. – Não há mais motivo, o pó não

funcionou!

 

– Não é por isso! – insistiu ela.

 

– Ele é um monstro! – gritou ele.

 

– MAS VOCÊ NÃO É! – berrou ela.

 

O olhar de Chris perdeu a fúria. Suas mãos então soltaram o pescoço

do elfo que tossiu desvairadamente, procurando o ar que lhe fora roubado.

 

Chris se levantou e então uma rede caiu sobre ele.

Ao ver que o príncipe precisava de reforços, o capitão ordenou que

retornassem.

 

 Assim que chegaram, viram Chris se levantando e usaram uma

rede, algo que detém a grande maioria dos seres encantados. Desorientado,

Chris caiu quando lhe acertaram com socos e murros e passou a ser

espancado. Dulce gritou e tentou se meter no meio deles, para impedir o

crime, mas era pequena perto de pessoas com armadura. Alguém a retirou.

 

Eles iam matá-lo e ela já tinha passado por isso antes. Não ia passar de

novo. Mordeu a pessoa que a segurava e se atirou em cima de Chris. Se iam

trucidá-lo, então iriam ter que viver sabendo que trucidaram uma garota

humana também. Talvez a sombra do remorso os fizessem parar.

 

Seus planos foram frustrados quando alguém maior e mais forte a

tirou de cima de Chris, que parecia imóvel sob a rede. Dulce se debateu e

gritou, mas parou quando percebeu que não estavam mais espancando Chris.

 

E havia um motivo.

 

Uma luminescência violeta o envolvia por inteiro. Os homens se

afastaram, achando aquilo estranho. Manuel surgiu entre eles, também

olhando aquilo que começava a se tornar uma bola de luz violeta, até que

numa explosão, cegou a todos. Quando voltaram a enxergar, viram, imóvel,

debaixo da rede, não um troll, mas um jovem humano.

 

 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): vondynatica

Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

    Pé de Vento foi inteirado da confusão em que estavam ainda no caminho. Assim que chegaram aos portões do castelo, alguém se aproximou de Fergus. Era um jovem guarda cujo uniforme diferia dos outros. Fergus reconheceu com surpresa o amigo que julgava que nunca mais iria ver.   – Edward?!   O soldado pediu pe ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais