Fanfics Brasil - Capítulo 43 - Reencontros e despedidas A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 43 - Reencontros e despedidas

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Uma vez que o gigante caíra inconsciente, a turba foi ao delírio,

empolgada com tamanho espetáculo. Jonas gritou por Blanca que o viu

numa das saídas da murada. Um grupo de homens armados se aproximava

pelo outro lado, provavelmente para impedir que os escravos fugissem.

 

 

Blanca avisou os outros com um assobio e todos correram para onde Jonas

estava. Leanan voou e levou Blanca para cima. Pé de Vento levou Marcos e

Marcel. Fernando, como é um exibido, escalou o lugar como se usasse arames

de filme chinês em filme de ação.

 

Então todos correram, sendo guiados por Jonas que se ocultou sob o

manto. Todos eles fizeram o mesmo, passando um manto para Fernando.

 

– Não contávamos com uma pessoa a mais – disse Marcel,

desculpando-se por não ter um manto com capuz para Leanan.

 

Ela sorriu.

 

– Tolinho... Eu não preciso!...

 

E imediatamente ela se transformou em uma velhinha bem diante

dos olhos deles.

 

O lugar mergulhou no caos, com pessoas invadindo a arena para ver

o gigante de perto. Começaram a chutá-lo e pisoteá-lo e eles ainda viram

quando a mão do gigante começou a se mexer.

 

– Vamos logo que isso aqui vai pegar fogo! – gritou Marcos.

 

Conseguiram correr até a saída, ouvindo o barulho atrás deles. Jack

se levantara e não acordou de bom humor. Começou a esmagar pessoas,

jogá-las longe e até comeu algumas. Irritado, ele começou a quebrar as

muradas e a destruir as arquibancadas atrás de mais vítimas. Tentaram

contê-lo com flechas, mas não adiantou.

 

Já estavam a vários metros da arena quando a viram pegar fogo.

Pessoas corriam atarantadas, tentando escapar por todas as saídas.

 

– Viu? Eu disse que isso ia pegar fogo! – falou Marcos.

 

Assim que se viram em um beco mais deserto, Jonas tirou o manto.

 

– Tivemos sorte! Por pouco, os...

 

E não conseguiu terminar, porque Fernando pegou seu pescoço e o

imprensou contra a parede. Os outros tentaram segurá-lo.

 

– Ele é um mago que compra escravos para experiências!!! – gritou

Fernando, continuando a apertar o pescoço do homem. – Eu o vi no mercado

dos escravos comprando uma mulher e uma criança!

– É um disfarce! É um disfarce! – gritavam os outros. – Ele salva

escravos!

 

E Fernando finalmente foi retirado de cima do homem, e finalmente

ouviu o que os outros estavam falando ao mesmo tempo.

 

– Ele compra escravos mais fracos para salvá-los! – explicou Blanca.

 

– Ele nos ajudou a achar você!

 

Fernando ainda parecia incrédulo, mas não havia muito tempo para

maiores explicações.

 

– Temos que ir! – disse Jonas, com a voz meio rouca por causa do

estrangulamento.

 

Eles correram por ruas pouco movimentadas, o que era muito difícil,

pois a cidade mergulhou num caos, com pessoas e seres encantados

correndo para todas as direções. Cheiro de fumaça podia ser sentido a

quarteirões da arena e cinza era levada pelo vento. Mas isso não era o pior!

 

– La vache!!! – disse Fernando, que acabava voltando ao francês em

situações limite e aquela era, sem dúvida, uma situação limite.

 

Pela cidade, Jack o acorrentado, corria, pisoteando pessoas e

destruindo o que podia em seu caminho. Leanan, que voltara a ser uma

mulher bonita sem asas para não chamar muito a atenção, se pronunciou.

 

– Que ele destrua tudo! Essa cidade não presta!

 

Eles continuaram correndo, se afastando do epicentro da confusão,

até que finalmente chegaram em um bosque. Jonas parecia saber para onde

estava indo e eles o seguiram, até que avistaram uma bela casa onde

crianças brincavam e uma mulher os observava da porta. 

 

Assim que se

aproximaram, as crianças, algumas encantadas, outras humanas, correram

para Jonas que as abraçou. A mulher veio se aproximando com um sorriso.

 

Fernando sentiu um amargo na boca ao lembrar-se de Eileen.

E seus olhos se arregalaram de surpresa quando ele ouviu a vozinha

chamando seu nome.

 

– Ban! Ban! Ban!

 

Correndo na direção dele com suas asinhas pequenininhas, ele viu

Eileen sem acreditar. Correu na direção dela e se abraçaram. Ele não

segurou as lágrimas e quis vê-la melhor.

 

– Eu achei que você tinha morrido, meu anjo!

 

– Eu fugi!

 

Ele não falou, ainda sem palavras por vê-la diante dele.

 

– Pela janela! – explicou ela, que achou que ele não tinha entendido.

 

E então o olhar dela foi atraído por outra coisa.

 

– Mamãe?...

 

Fernando olhou para trás e viu Blanca parada, também com um olhar

surpreso.

 

– Mamãe!!!! – gritou a fadinha, pondo-se a correr na direção de

Leanan Sidhe.

 

Leanan estava atônita, olhando a menina, e a recebeu nos braços

quando ela saltou. Suas asas se abriram e brilharam juntas. Fernando se

levantou, aproximando-se de Blanca. 

 

Ambos estavam desapontados. De

alguma forma, queriam que Eileen ficasse com eles. Fernando pegou a mulher

pelos braços, fazendo-a olhar para ele.

 

– Você veio por mim... – disse ele. – E me salvou de novo.

 

Ela sorriu, os olhos cheios de lágrimas.

 

– É um velho hábito...

 

E se beijaram.

 

****

Leanan ficou com eles, feliz em ter reencontrado a filha perdida. Eileen se

perdera em um círculo de fadas. Depois, foi atacada pela Corte Unseelil

muito longe dali e Leanan não acreditava que iria reencontrá-la. Comeram

um pouco na casa de refugiados onde Fernando conhecera formalmente a

mulher que vira no mercado de escravos e a criança, ambos robustos e

saudáveis. 

 

Ele desculpou-se por não ter podido ajudar e desculpou-se com

Jonas, por tê-lo estrangulado. O outro entendeu perfeitamente.

Enquanto comia, Fernando não tirava os olhos de Eileen. Estava tão

feliz em vê-la viva que começava a se perguntar se valia a pena cumprir sua

promessa de matar os três homens que o escravizaram.

 

 Estavam quase

todos juntos agora. Não dedicara muito tempo em seus planos de vingança,

pois aprendera que o mais importante era, antes de tudo, sobreviver.

 

– Vamos para minha floresta! – disse Leanan para Fernando e os

outros. – Lá faremos uma grande festa para festejar a volta de minha

Eileen!

 

– Adoraríamos, Leanan – disse Fernando. – Mas temos que encontrar

minha filha, Dulce, e o namorado dela, Chris.

 

– Oh!... Sabem onde eles estão? – perguntou ela, tentando ajudar,

colocando os cotovelos sobre a mesa e olhando-os com os infinitos olhos

azuis.

 

Leanan era uma distração constante. Não era alguém com quem era

possível se acostumar e todos os homens e mulheres da mesa estavam de

queixo caído e levemente desastrados. 

 

Menos Fernando. De alguma forma, ele

já a conhecia, ele já a vira quando estava vulnerável e já a considerava uma

boa amiga.

 

– Ela estava indo para a Colina dos Amores Perfeitos – respondeu

Fernando.

 

– Eu sei onde tem um círculo de fadas para lá – disse ela. – Me

permitam ajudá-los! Vocês me deram a liberdade e devolveram a minha

vida!

 

E ela abraçou a fadinha, cobrindo-a de beijos. Blanca deu um olhar

comprido para elas, evitando sentir a inveja branca que nascia no seu

coração. Depois da refeição, prepararam-se para partir. Pé de Vento se

aproximou deles.

 

– Bem... Parece que minha parte do acordo foi cumprida! – disse ele

com seu sorriso charmoso.

 

Blanca retribuiu o sorriso e lhe fez um cumprimento de cabeça.

 

– E nós agradecemos – respondeu ela. – Não teríamos conseguido

sem você.

 

– Mas se quiser, pode vir conosco! – convidou Marcos. – Você parece

ter gostado do nosso mundo, talvez possa conhecê-lo!

 

Pé de Vento sorriu e então olhou para trás, onde crianças brincavam

com espadas de madeira.

 

– Essas crianças estavam à venda no mercado de escravos... – disse

ele. – Só os deuses sabem onde estariam agora se não fosse pelo trabalho

de Jonas.

 

– Parece que você encontrou uma nova missão... – comentou Marcel.

 

Pé de Vento estendeu a mão para eles Marcos e Marcel e se despediu

de Blanca com um longo abraço apertado que ele aproveitou muito bem.

 

Assim, despediram-se de todos e prosseguiram com Leanan e Eileen.

Logo, acharam um círculo de fadas bem escondido. Tiveram que passar por

uma parede de heras para chegar nele, mas era o que Leanan disse ser o

certo.

 

– Este círculo os levará até a Colina dos Amores Perfeitos – disse ela.

 

– Espero que encontrem suas crianças.

 

Eileen puxou a roupa de Fernando e ele se abaixou para vê-la.

 

– Fica! – disse a menina.

 

– Não posso, meu anjo... Dulce e Chris precisam de nós.

 

Ela fez um beicinho e baixou os olhos.

 

– Você vai voltar? – perguntou ela.

 

– Talvez – disse ele, surpreso em ouvir a própria resposta. – Quem

sabe? Mas você e sua mãe poderão nos visitar sempre que desejarem!

 

Ela o abraçou e ele a apertou, sentindo o coração já bater no ritmo

da saudade. Eileen então foi até Blanca e sussurrou em seus ouvidos:

 

– Você é uma mãe muito boa!

 

Elas se abraçaram e se beijaram. Eileen foi até Marcel e ele se

abaixou. Ela se sentou na perna dobrada dele.

 

– Você precisa deixar o coração livre, senão ele não voa! – disse ela.

 

Ele franziu o cenho, surpreso. Ela o abraçou.

Então foi até Marcos, seu companheiro de brincadeiras. Abraçaramse

longamente.

 

– Você vai se lembrar de mim? – perguntou ela.

 

– O tempo todo! – respondeu ele.

 

Quando Eileen terminou, foi a vez de Leanan se despedir. Ela deu

um beijo nos lábios de Fernando. Marcel e Marcos olharam surpresos,

esperando a reação de Blanca. Mas Leanan foi até ela e disse:

 

– Cuide bem dele! É um homem muito especial.

 

E deu um beijo nela também, fazendo os homens arregalarem ainda

mais os olhos.

 

E, ainda atordoados, todos entraram no círculo de fadas.

 

*****

Chegaram num belo jardim e ouviram vozes. Correram na direção delas e

viram uma praça repleta de pessoas perplexas e um troll voando. Viram

Dulce, Anahi, Poncho e Chris.

 

– Não acredito! Achamos todos! – comemorou Marcel.

 

– Não acredito que perdemos a festa toda! – reclamou Marcos,

vendo que as pessoas estavam atônitas.

 

Eles correram, chamando por Dulce e quando ela os viu, tirou os

olhos do troll que já tinha virado um pontinho muito distante e correu para

eles. O abraço de quem se ama é algo que não pode ser engarrafado e

vendido, mas se fosse, seria um alívio na saudade.

 

A seguir, abraçaram Chris, que estava todo dolorido, mas não se

importou, e abraçaram Anahi. Vendo que Poncho ficou de fora, o puxaram e

o incluíram no abraço.

 

Aquela foi uma tarde de muita conversa, pois muita coisa tinha

acontecido. Mas a conversa foi interrompida quando o rei Oldebaran e a

rainha Nístika os chamaram à sua presença. Eles foram e viram um rei e

uma rainha abatidos e tristonhos, mais pela traição e decepção do que pelo

cativeiro, pois Manuel sempre fez tudo para que não lhes faltasse nada.

 

– Nós lamentamos o que nosso filho fez – disse o rei. – E

agradecemos pelo que vocês fizeram. Gostaríamos de lhes oferecer alguma

coisa como recompensa.

 

– Não precisa, não foi por isso que agimos – respondeu Dulce.

 

Seu tio Marcos quase teve um treco quando ela disse isso, mas ela

não percebeu.

 

– Mas há algo que desejamos– disse Marcel. – Voltar para casa.

 

– Isso nós podemos arranjar.

 

Tiveram algum tempo antes de partirem. Foram necessárias muitas

explicações para colocar a verdade em pratos limpos. Quando as

explicações terminaram, restou apenas a despedida. Marcaram de partir no

crepúsculo do dia seguinte. Então, de tarde, Dulce e Anahi saíram para

um passeio nos jardins do castelo.

 

No começo, caminharam em silêncio. Era assim que começavam as

despedidas.

 

– Você não sente falta deles, Anahi?

 

A moça olhou para as árvores, sabendo do que a amiga estava

falando.

 

–Sinto... Mas sinto saudade de uma lemPonchoça. Das viagens de

férias, quando saíamos todos juntos. Isso já não acontecia há anos.

 

– Não sente vontade de voltar?

 

Anahi meneou a cabeça com um sorriso.

 

– Nem um pouco. Aqui é o meu lar. É como se eu sempre tivesse

vivido aqui.

 

Dulce tentou entender. Muitas pessoas vão para terras estrangeiras

e se encontram. Talvez seja essa coisa de vida passada.

 

– Sabe o que dizem? – tornou Anahi. – Que quando deixamos algo

nosso num lugar, ficamos eternamente ligados a ele.

 

Dulce parou de frente para uma belíssima árvore de copa imensa,

repleta de um tipo estranho de flores laranjas, azuis e douradas que a

cobriam por completo. Então ela retirou a garrafinha do Urisk do pescoço.

 

Puxou um fio de cabelo e o colocou dentro da garrafinha. Sussurrou para

dentro da garrafinha:

 

– Deixo para esta terra meu amor e minha gratidão e espero que um

dia me receba de volta.

 

Soprou e fechou com a rolha. Colocou o vidrinho dentro de uma

fresta no tronco da árvore.

 

– Pronto! Agora sabemos que eu vou voltar e que poderemos nos

ver de novo! – disse ela com um sorriso.

 

Anahi estava com os olhos cheios d’água. Olhou a amiga nos olhos.

 

– Obrigada, Dulce. Sou uma privilegiada por ter uma amiga como

você.

 

Dulce pegou nas mãos dela.

 

– Obrigada a você, Anahi, por ter ficado ao meu lado. Eu não teria

conseguido sem você.

 

Elas se abraçaram, coração com coração, e nesse momento as flores

estranhas da árvore voaram, revelando-se borboletas. Elas se assustaram

com a revoada súbita e então começaram a rir com a beleza do inesperado.

 

As borboletas eram pequenas e de todas as cores e voavam por todo o

lugar, cercando-as em alegria, até pousarem novamente na árvore, que

parecia ser seu dormitório.

 

As duas amigas continuaram a caminhar lentamente no passeio pelo

bosque.

 

– Então? Chris voltou a ser o que era? – perguntou Anahi.

 

– Ah, voltou! Não é mais o retardado emocional que era quando

troll! E se lembra de quase tudo. Ele tem uns lapsos da vida de anjo e de

troll, só lembra de algumas coisas. Mas se lembra da vida de humano. E se

lembra de mim!

 

– Isso já está ótimo!

 

– E você? Vai ficar bem?

 

Anahi sorriu olhando para o céu azul.

 

– Vou, sim. Lamento por Manuel. Lamento por eu não ter sido capaz

de torná-lo melhor.

 

– Você tentou, Anahi. Mas ele fez suas próprias escolhas.

 

– Os pais dele estão muito tristes...

 

– Fique com eles. Eles vão precisar do seu amor mais do que nunca.

 

Ficaram em silêncio por mais alguns passos.

 

– E Poncho? – perguntou Dulce.

 

– O que tem ele?

 

– Ainda está caidinho por você?

 

Anahi sorriu, franzindo o nariz e ganhando um ar sapeca.

 

– Talvez.

 

– E você? – insistiu Dulce. – Sente alguma coisa por ele?

 

– Talvez.

 

Elas riram, se deram os braços e continuaram conversando

enquanto folhas douradas caíam.

 

******

Blanca acordou, tendo finalmente podido dormir longamente numa

cama confortável. Fernando não estava ao seu lado e ela ergueu a cabeça. 

 

Viu

que ele estava na sacada do quarto olhando a vista. Ela se envolveu em um

penhoar e foi até ele. Percebeu o marido olhando as montanhas ao longe.

 

Um dragão voava entre as nuvens coloridas, o céu era azul brilhante e havia

relva verdejante, lagos brilhantes e flores maravilhosas até perder de vista.

Blanca o abraçou por trás.

 

– Mal notei o quanto este lugar é lindo... – murmurou ele.

 

– Eu sinto muito por você ter passado por tudo isso.

 

Ele a abraçou.

 

– Sabe? Eu jurei matar uns caras...

 

Blanca o olhou e não tinha uma expressão de surpresa. Era

Grandier. Surpresa seria se ele não tivesse jurado ninguém de morte,

considerando a situação.

 

– Podemos ficar mais tempo, se preferir... – disse ela. – Mas se o

fizéssemos, gostaria que fosse para vermos a beleza do lugar. Juntos. E não

para matar alguém.

 

Fernando riu.

 

– Vamos, querido!... – riu Blanca. – Deixe que o karma tome conta

deles!

 

Beijaram-se e resolveram sair para um passeio. Colocaram suas

roupas e quando estavam na porta, Fernando se virou para a sacada.

 

– Aquilo lá era um dragão?!

 

*****

No horário marcado, se reuniram no jardim secreto do castelo, onde havia

um belíssimo círculo de fadas. Dulce já havia lembrado que precisavam do

Elixir de Tir Nan Og para voltarem no tempo certo, mas a rainha apenas

sorrira. Conhecia as regras. Uma criada de longos cabelos dourados lhes

serviu copos e o elixir.

 

– Vocês conseguiram???? – surpreendeu-se Dulce. – A rainha

Belinda lhes deu? Eu quase morri para conseguir uma única dose desta

coisa da primeira vez que vim!

 

– Ela nos deu há muito tempo – respondeu a rainha Niksa. –

Digamos que Belinda e nós tínhamos um acordo que foi pago com uma boa

quantidade do elixir.

 

Dulce já ia pegar um copo para si quando contou e viu que havia

apenas cinco copos.

 

– Péra! Somos seis e só tem cinco copos!

 

– Na verdade, Dulce, você não precisa do elixir! – explicou o rei. –

Você já esteve aqui e já o tomou. Os efeitos dele perdurarão por toda a sua

vida.

 

– Como a água das Asrais! – lembrou Dulce, feliz em saber disso.

 

A criada ofereceu a bandeja para Marcel e ele pegou um dos copos

de vidro colorido. Olhou para a bebida por alguns segundos. Devolveu o

copo para a criada e então se virou para os amigos.

 

– É aqui que nos despedimos.

 

Os outros pararam e olharam para ele. Tinham se esquecido de que

Marcel quebrara uma das regras. Ele beijara Oisin. Mais do que isso. Ele se

casara com ela.

 

– Não! Vamos resolver isso! – disse Marcos.

 

– Sim, vamos falar com Oisin! – concordou Fernando. – Podemos dar

um jeito!

 

– Amigos! – Marcel os chamou. – Vão para casa.

 

Ele parecia incrivelmente sereno e estendeu a mão para Fernando. Este

o puxou para um abraço, agradecendo-lhe pela amizade. Marcos o abraçou,

com lágrimas nos olhos.

 

– Posso ficar com seu apartamento? – perguntou.

 

– Pode.

 

– E seu carro?

 

– Pode, mas cuide bem deles. Eu vou voltar!

 

Dulce chorou ao se despedir do tio, não conseguindo imaginar a

vida sem ele e se sentindo culpada por tê-lo arrastado para aquilo, mas ele

a consolou.

 

– Não fiz nada de que me arrependa!

 

E ele olhou para Blanca.

 

– Nada mesmo!

 

E a abraçou longamente.

 

– Não é um adeus... – disse ela, as lágrimas rolando pelo rosto.

 

– Não é um adeus... – respondeu ele.

 

E assim, entraram no círculo das fadas, deixando para trás Marcel,

que retornou para a ilha perfeita e paradisíaca onde uma belíssima moça de

cabelos dourados o esperava. Anahi foi acolhida pelo rei e rainha como

uma filha e ela se perguntava se voltaria a ver Dulce, Chris e sua estranha

família maluca.

 

****

Não muito longe dali, um passarinho caiu do ninho. Se alguém pudesse

contabilizar, milhares de passarinhos caem dos ninhos todos os dias, neste

mundo e em outros, e milhares dessas pequenas vidinhas se perdem sem

nunca terem ganho os céus em voos de liberdade. 

 

Pois este era um desses

passarinhos. Caído, só poderia esperar um predador qualquer, ou alguém

de mau coração, e sempre há desses, tanto quanto passarinhos caem dos

ninhos.

 

E alguém se aproximou. Uma mão grotesca pegou o passarinho com

delicadeza. Então, o elevou até a árvore e o recolocou em seu ninho.

Dois trolls que observavam o terceiro troll fazer isso perguntaram

curiosos:

 

– Então é verdade que podemos ser outra coisa? – perguntou um

deles, continuando a conversa que tinham antes de encontrarem o pássaro.

 

– Sim, é verdade! Eu mesmo vi! – respondeu o que colocara o

pássaro no ninho. – Podemos ser anjos, humanos, qualquer coisa!

 

– E como fazemos isso?

 

– Fazendo escolhas melhores, eu acho!... – respondeu Jurubin.

 

E seguiram conversando sobre essa nova possibilidade que se

espalhava entre os trolls, enquanto o passarinho recebia sua mãe para

alimentá-lo em seu ninho.

 

 


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Autor(a): vondynatica

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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