Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada
– Desculpe, senhor...
– Bariato! Muito bem, sentem-se! – o homem colocou umas canecas
e cerâmica sobre a mesa e derramou um líquido cor de salmão. – Bebam! É
só chá!
Eles se sentaram na velha mesa de madeira carcomida e pegaram
suas canecas com hesitação. O homem sentou e olhou com ansiedade, como
se esperasse alguma notícia muito boa.
– Muito bem! Contem! Contem tudo! Por que estavam evitando a
guarda élfica?
– Err... – ensaiou Dulce. – O senhor nos entendeu mal. Não
estávamos...
– Ah, não?! – gritou o homem antes que ela terminasse. – Então não
se importarão de convidar os guardas para tomar um chá conosco.
Ele se levantou decidido e todos gritaram ao mesmo tempo. Ele se
voltou para os jovens.
– O senhor venceu! – explicou Dulce. – Estamos fugindo dos
guardas!
– Isso eu já sei! Quero saber por que!
– Desculpe... – Anahí pareceu confusa. – Mas por que o senhor quer
tanto saber isso?
O velho senhor de cabelos arrepiados voltou para a mesa com os
olhos brilhantes de uma criança.
– Por quê? Não é óbvio? Eu adoro uma boa história! Façamos um
trato! Vocês me contam sua história e eu lhes dou o que vocês estão
procurando!
O trio se entreolhou.
– Bom, ele parece um senhor muito simpático... – sussurrou Anahí.
– Que mal fará?
Dulce respirou, vendo-se sem saída. Há algum tempo, ela confiaria
de graça no bom e velho senhor de cabelos cor das nuvens. Mas depois que
confiou num elfo galante e num pônei fofinho, começou a ficar um pouco
mais desconfiada. De todo mundo.
– Bom, tudo começou quando Chris sumiu – começou Dulce,
tentando resumir o máximo que podia. – Ele era um anjo, mas depois que
ele morreu, virou humano. Ele foi raptado por trolls e trazido pra este
mundo. Nós fugimos, mas o príncipe Manuel achou que Chris sabia onde era o
esconderijo dos trolls! Ele me deu um boa noite Cinderela e torturou meu
amigo para ter a informação que ele queria. Eu, Anahí e Poncho fugimos com
ele, mas Manuel nos achou e Chris virou um troll. Agora, Manuel está atrás de nós e do Chris.
O velho senhor ficou parado olhando para eles com olhos atentos.
– Quem é Chris?
Considerando que aquilo ia demorar um pouco, Dulce se serviu de
mais chá, enquanto Poncho bebericava um pouco da bebida cor de rosa e
Anahí olhava em volta, admirando a decoração.
****
Como se alguém pisasse sobre seu túmulo, ou sussurrasse seu nome
numa noite escura, Chris acordou suando frio. Os fragmentos do sonho –
pesadelo – que estava tendo ainda flutuavam a sua volta, mas eram tão
incompreensíveis quanto pedaços de espelho. Era com isso que pareciam.
Seus olhos castanhos, agora muito escuros, fitavam o teto da caverna enquanto
sua respiração voltava ao normal.
A sua volta, pedaços de espelho ainda
flutuavam, cada um mostrando um pedaço do tempo e da história que ele
não compreendia.
Ele se ergueu, as asas negras de morcego, aveludadas e estranhas,
nas costas. Elas não lhe pareciam “suas”. Passou a mão pelas cicatrizes no
peito nu. Aquilo também não parecia “seu”.
Levantou-se e caminhou pelo quarto, sentindo-se estranho. Um
barulho do lado de fora chamou sua atenção. Saiu e seguiu o som de
grunhidos e gritos. Os trolls estavam animados com alguma coisa.
Um grupo de trolls torcia e espetava com suas clavas e lanças
alguma coisa que ele não conseguia ver. Chris abriu caminho entre eles,
tentando ver quem tinha sido capturado. Viu-se de frente a três fadas. Duas
pareciam adolescentes e uma era uma criança de uns oito anos. As roupas
estavam rasgadas, os braços estavam arranhados e elas estavam assustadas
até a morte, abraçadas, tentando se proteger enquanto esperavam o fim.
Os pedaços de espelho voltaram...
Uma fada caiu do céu.
Ela estava em seus braços...
Era só uma menina, e estava morrendo...
E de repente havia luz em suas mãos...
E asas brancas, muito brancas em suas costas...
Eles brincavam numa colina...
E havia uma festa...
Uma roda...
E alguém segurava sua mão
A lembrança daquele toque explodiu em sua cabeça como um sol e
então tudo se apagou.
– Quem as trouxe aqui?
A pergunta pareceu pegar os trolls desprevenidos e eles demoraram
a responder.
– Fomos nós, majestade! Nós as trouxemos para o senhor!
Chris deu um violento soco no troll que respondeu. A criatura caiu no
chão atordoada e confusa.
– Libertem-nas!
Houve hesitação e confusão.
– AGORA!!!
Imediatamente as correntes que as prendiam foram retiradas. Chris, o
rei dos trolls, se aproximou delas.
– Eu sinto muito por isso... – disse, com voz gentil.
Virou-se para os trolls e berrou a ordem.
– Nossa guerra é com Manuel e seus soldados! Não quero nenhum de
vocês ferindo fadas ou humanos de novo, entenderam?
E então deu ordem para um troll escoltá-las até a saída. Chris se
retirou, deixando os trolls perplexos e insatisfeitos. Num canto mais
afastado, Kajinski observava preocupado. Ele estava se lembrando de quem era. Ele apenas ainda não sabia disso.
O velho troll de olhos argutos pegou um vidro cor de musgo que a
bruxa lhe passara. Não tivera a oportunidade de usá-lo ainda, mas agora via
que teria que dar um jeito de fazer o jovem rei tomar aquilo. Segundo a
bruxa, aquele elixir despertaria o pior nele através dos sonhos. Caberia a
ele alimentar o ódio quando seus olhos se abrissem.
*****
De volta à casa do senhor Bariato, a conversa seguia animada.
Sentindo-se mais confiantes, os jovens se empolgaram em contar a história,
que se tornou muito mais interessante quando o chá ganhou a companhia
de leite e pão fresco com queijo. Depois de quase duas horas, sentiam-se na
casa de um velho tio excêntrico.
– Suas histórias são muito interessantes, minhas jovens! Mas eu não
ouvi muito você, rapazinho – disse Bariato.
– Minha história é ordinária, senhor. Nada de interessante nela.
– Ah, eu duvido. Sabe por quê? Porque você está aqui, agora. Isso
significa que suas escolhas o trouxeram até aqui. E são escolhas
interessantes que fazem uma história interessante. Pois o acordo era que
me contassem suas histórias! As meninas cumpriram sua parte! Agora, falta
a sua!
Todos os olhos da sala se voltaram para o jovem elfo de pele clara e
cabelos escuros e ele pareceu apavorado.
– Eu... não sei o que dizer!
– Conte como se tornou um guarda do castelo! – sugeriu Bariato.
Poncho olhou para baixo e então contou sua história.
– Eu me esforcei muito. Eu era um camponês. Tive que lutar muito
para ser aceito no castelo. Um dia, a rainha Nístika me viu e conversamos
um pouco. Ela pediu que eu fosse aceito na guarda e então eu entrei.
Todos continuaram olhando pra ele, esperando alguma coisa a mais.
– E é isso, gente!
– Nossa! Sua história é uma droga! – disse Bariato. – Você precisa
trabalhar mais nessas suas histórias, meu jovem! Felizmente para você, as
duas moças aqui já me deram histórias o bastante para pagar pelo que
vocês querem. Aliás, o que vocês querem mesmo?
– Precisamos chegar num lugar, mas não sabemos como – adiantouse
Dulce, que sentia uma urgência em encontrar sua família e Chris.
– E como eu posso ajudá-los?
– É o castelo de um mago chamado Frabatto! Ele parece assombrado
e fica perto do Jack, o Acorrentado, o gigante que carrega cabeças vivas na
cintura, e do covil de um Kelpie, um cavalo demoníaco que come gente.
Bariato os olhou novamente.
– Tem certeza de que vocês querem ir lá?
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Autor(a): vondynatica
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Deixaram a casa de seu anfitrião algumas horas depois. Não faltava muito para escurecer, mas era preciso colocar o pé na estrada. Dulce tinha o mapa desenhado nas mãos e Poncho trazia uma bolsa com uma calça de fundilhos rasgados que eles compraram com algumas moedas. O senhor Bariato pareceu muito feliz c ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38
Amei,PARABÉNS!!!S2
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kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35
Continua!!!Ta acabando??s2
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kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47
Continuaa!!!s2
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kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28
Posta++!!s2
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kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28
Amando,continua!!!!s2