Fanfics Brasil - Capítulo 4 - Tão perto, tão longe... A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 4 - Tão perto, tão longe...

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Deixaram a casa de seu anfitrião algumas horas depois. Não faltava

muito para escurecer, mas era preciso colocar o pé na estrada. Dulce tinha

o mapa desenhado nas mãos e Poncho trazia uma bolsa com uma calça de

fundilhos rasgados que eles compraram com algumas moedas.

 

 O senhor

Bariato pareceu muito feliz com a visita, mas não tardou em se despedir e

fechar a porta assim que eles saíram.

 

A guarda élfica de Manuel não estava nas imediações. Uma brisa mais

fresca anunciava a chegada da noite e eles se puseram a andar.

 

– O que eu faço com isso? – perguntou Poncho, mostrando o saco com a

calça.

 

– Jogue fora! Quem vai querer uma calça furada? – respondeu

 

Dulce, sem tirar os olhos do mapa.

 

– Acho que precisamos de umas provisões... – disse Anahí. – A

gente vai pegar caminhos em florestas, bosques... E se a gente precisar fazer

um lanchinho?

 

Dulce riu. Anahí sempre se preocupava com lanchinhos. Na

verdade, ela também! Numa outra época. Agora, ela estava tão desesperada

para chegar mais perto de uma solução que estava esquecendo até de

comer.

 

Pararam numa taberna e compraram algumas coisas. Felizmente,

dinheiro não era problema. Caminharam com cuidado pelas ruas da cidade,

ocultando o rosto quando alguém os observava mais atentamente. Até que

as pessoas foram rareando, assim como as lindas casas que pareciam

saídas de algum conto de fadas.

 

Dulce se sentiu aliviada ao deixar a cidade para trás e não diminuiu

o passo, até que percebeu que Poncho e Anahí estavam ficando para trás. Ela

parou e se virou.

 

– Por que pararam? – perguntou ela, levemente irritada.

 

– Não sei se é a coisa certa deixarmos a cidade a essa hora... – disse o

elfo. – É tarde, daqui a pouco o Sol irá embora e ficaremos sozinhos, no

escuro, no meio do nada, quando as coisas mais bizarras e hostis andam

por aí.

 

– Ele tem razão, Dulce – concordou Anahí. – Talvez seja melhor

sairmos amanhã bem cedo.

 

Dulce olhou para frente. O Sol estava em elipse decadente bem

diante dela. Ele ainda banhava a floresta pela qual teriam que passar.

 

– Eu sei o quanto esse lugar é perigoso... – disse ela, voltando-se

para os amigos. – E por isso mesmo temos que partir agora. Meus pais, meu

tio e Chris estão lá fora. Tá, Chris parece saber se defender muito bem sozinho

agora, mas meus pais podem estar em apuros! Eu tenho que achá-los e cada

minuto conta. Eu vou compreender se vocês não quiserem vir...

 

Dulce voltou a andar na direção da floresta. Poncho suspirou e a

seguiu, junto com Anahí.

 

****

 

Os três cavaleiros e a pequena fada que os acompanhava não

pareceram chamar tanta atenção quando achavam. A cidade tinha ruas de

pedras claras perfeitamente encaixadas e pessoas e criaturas caminhavam

alegremente com bolsas de compras. Eram elfos, anões, humanos em sua

maioria, mas de vez em quando um ser diferente se destacava.

 

– Um centauro!!! – quase gritou Marcos.

 

– Seja mais discreto, Marcos! – disse Marcel, entredentes. – Que falta

de educação!

 

– Eu nunca tinha visto um centauro!

 

O meio homem, meio cavalo, passou garbosamente por eles, não

parecendo muito constrangido pela atenção recebida.

 

– Sabe? Eu li um livro uma vez que me deixou muito curioso sobre

como os centauros fazem para ir ao banheiro! Eu posso perguntar agora

mesmo e descobrir!

 

Marcel agarrou as rédeas do cavalo de Marcos assim que este se

lançou na direção do centauro que já se afastava.

 

– Não tem banheiro aqui, sua anta!!! Eu já expliquei isso, Dulce já

explicou isso, todo mundo já disse que aqui aproveitamos tudo o que

comemos, nada sai!

 

– Ah, é... Dá um desconto, Marcel! É muita informação! E você ficou

mais chato depois que virou um homem casado, sabia?

 

A lembrança do compromisso que Marcel assumira com uma

princesa de um dos muitos reinos daquela terra caiu-lhe tão bem como um

prato de sopa fria numa noite gelada. Ele soltou as rédeas do cavalo do

amigo. Blanca percebeu o momento esquisito e interveio.

 

– Esta é nossa última cidade antes de entrarmos na Floresta Negra,

para onde os traficantes de escravos estão levando Fernando. Se tivermos que

comprar alguma coisa, melhor que seja agora.

 

– É uma boa ideia. Uma cidade grande como essa deve ter um bom

mercado...

 

Uma tropa de seis elfos armados passou por eles quando

desmontavam. Um deles se aproximou de Blanca e a olhou nos olhos.

Marcel se colocou entre eles.

 

– Algum problema?

 

O elfo de nariz fino e olhos profundos olhou atentamente para a

mulher, ignorando Marcel, e então se afastou.

 

– Alguém deve ter deixado os irmãos do Legolas irritados! –

comentou Marcos.

 

Deram alguns passos, Blanca sempre segurando a mãozinha de

Eileen, a pequena fada menina de asas diminutas que agora os

acompanhava. A cidade tinha lojas de tecidos finos e coloridos, barracas de

frutas, doces, um boticário com ervas e flores de todos os tipos e, dentre

outras lojas, uma padaria de onde um aroma de pão fresquinho saía.

 

– Olha! Um mercado! – apontou Eileen.

 

Três pessoas saíam do lugar, uma moça e dois rapazes, ainda

ajeitando as compras em suas mochilas. Seguiram na direção oposta e,

poucos segundos depois, Blanca, Marcos, Marcel e Eileen entraram no

estabelecimento. Marcel foi direto ao balcão, enquanto Marcos passeava

pelo lugar, curioso em saber o que se vendia no mundo das fadas.

 

– Boa tarde, cavalheiro! Gostaríamos de comprar algumas coisas.

Vejamos... Uma corda, três lamparinas, uma lona e uma besta com as

flechas, pra começar...

 

Marcos olhava com atenção grãos em sacos, como veríamos

normalmente em mercados no nosso mundo. Mas os grãos eram diferentes.

 

Eram mais coloridos do que qualquer coisa que ele já vira, chegando a

parecer miçangas. Ele encheu a mão com um punhado de sementes no

formato de feijões que brilhavam em furta cor.

 

Blanca se uniu a Marcel, pedindo outras coisas das quais poderiam

precisar, enquanto Eileen resolveu brincar com o grande gato cinza que

vira passeando pelo lugar. O homem do balcão, um senhor de bigodes

fartos e pouco cabelo, trazia as coisas e as colocava sobre o balcão.

 

– Infelizmente, não tenho uma besta!

 

– Não tem? – Marcel ficou desapontado. Era algo em que Marcos era

bom e se pretendiam resgatar Fernando precisariam de todas as armas e

mãos que pudessem.

 

– Acabei de vender a única que eu tinha um segundo antes de vocês

chegarem!

 

– Não tem problema, Marcel! – disse Marcos, se aproximando do

balcão com alguns sacos com as sementes mais bonitas que já vira. – Eu

ainda tenho a besta que trouxe do nosso mundo! Seria bom ter uma

reserva, mas... Bom, eu vou levar um pouco dessas coisas!

 

– Ah, que ótimo! O senhor vai fazer bolos das fadas?

 

– Bolo? – disse Eileen, aparecendo de repente como num passe de

mágica.–

É! O senhor teria a receita? – perguntou Marcos, imaginando que

precisaria de ajuda para saber como usar aqueles grãos e sementes.

 

– Não, minha mulher e filha é que sempre fazem no Equinócio de

Primavera. Mas é sempre bom agradar às Fadas!

 

Com as compras devidamente pagas e embrulhadas, eles saíram e

caminharam mais um pouco. Pegaram uma rua lateral, enquanto discutiam

se deveriam pousar ali por uma noite ou se deviam seguir adiante.

 

– A Floresta Negra, pelo que disseram, é sempre escura como se

fosse de noite. – disse Blanca.

 

– Então não deve fazer diferença a hora que saímos. Estará de noite

a qualquer hora que cheguemos – deduziu Marcel.

 

– Olha o que eu achei!!!

 

Marcel e Blanca pararam para ver Marcos retirando algo do lixo.

 

– Uma calça! E está novinha!!! Quem jogaria uma calça no lixo?!

 

– Não está novinha! – disse Marcel, pegando a calça e mostrando um

rasgo para o amigo. – Os fundilhos estão rasgados, está vendo?

 

– Mas dá pra costurar! É veludo! Vou levar!

 

– Marcos, você é o cara mais bagulheiro e xepeiro que eu já vi!

 

E assim, decidiram prosseguir. Passaram na padaria e compraram

pães, bolos e queijos. Comeram numa taverna e partiram quando o sol já

tingia o horizonte de cores quentes, mas o vento se tornava a cada instante

mais frio.

 

****

Estavam em silêncio, caminhando decididamente em direção à

floresta. A relva em que pisavam era fofa e verde, como um tapete. E Dulce

apertava as alças da sua mochila de tão tensa que estava. Nem percebeu

que estava trincando os dentes.

 

– Acha que Manuel vai mandar seus soldados atrás de nós também

fora das cidades? – perguntou Anahí.

 

Dulce não respondeu de imediato. Preferia acreditar que o príncipe

elfo ia ter mais o que fazer e não ia mandar todos os seus guardas caçá-las

como raposas por todo o mundo das fadas, mas não podia ter certeza disso.

 

– Possivelmente.

 

A resposta veio do sempre quieto Poncho. Ele continuava olhando para

o chão enquanto andava com a besta novinha que acabara de comprar em

suas costas.

 

O silêncio voltou a se instalar entre eles. Ainda não tinha anoitecido,

o crepúsculo pintava o céu daquelas fantásticas cores que só o céu do

mundo das fadas possui. Um violeta profundo tomava conta da abóbada e

se estendia como um manto, conforme o Sol se afastava.

 

– Dulce, você está meio calada...

 

Dulce olhou para a amiga ao lado dela.

 

– Estou pensando.

 

– Isso nunca a impediu de falar o tempo inteiro!

 

Dulce sorriu. A verdade é que estava preocupada. Muito

preocupada. E, de vez em quando, também ficava zangada. Como tudo fora

dar tão errado? E tentava não pensar nisso, porque se sentia uma idiota

egoísta, mas sentia falta de Chris e a cada minuto que passava, sentia que o

estava perdendo.

 

– Tenho muitas coisas na cabeça agora, Anahí... É difícil colocar em

palavras...

 

Anahí baixou a cabeça. Temia que a amiga a culpasse por tudo o

que ocorrera. Poncho se aproximou delas.

 

– Estamos entrando na floresta. Procurem fazer silêncio para não

atrair as coisas que vivem aí.

 

E nesse exato instante Anahí deu um grito horrendo. Assim que

Dulce viu o que a fez gritar, berrou também, tão alto que os pássaros nas

árvores próximas se assustaram e levantaram voo em algazarra

desesperada.

 

 


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Autor(a): vondynatica

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    Diante deles estava uma das mais bizarras criaturas que qualquer um já viu. Da altura de um humano normal, ele tinha apenas um pé, um olho, um ouvido e uma mão que saía de um braço bem do meio de seu corpo.    E ele gritava. Um grito horrível que parecia um urro num túnel muito longo. Anah&iacut ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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