Fanfics Brasil - Capítulo 7- Um traço de luz na escuridão A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada

Fanfic: A Canção dos Quatro Ventos - Finalizada | Tema: Vondy - Adaptada


Capítulo: Capítulo 7- Um traço de luz na escuridão

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Dulce andava para lá e para cá enquanto o fogo crepitava e soltava

pequenas faíscas que se elevavam ao céu.

 

– Eu não estou maluca! – dizia Dulce.

 

– Não, imagine! – concordou Anahí. – Você está agindo como uma

pessoa super normal agora!

 

– Foi só um sonho, Dulce – explicou Poncho.

 

– Não foi um sonho! – Dulce parou de andar para encará-los. –

Frabatto esteve aqui e me levou até um lugar onde Chris e os trolls estavam

atacando! Foi muito real!

 

– Ninguém veio aqui e você não saiu – explicou Poncho. – Eu teria

visto!

 

Foi aí que Dulce olhou para o fogo, deixando que sua mente se

iluminasse com a razão.

 

– Tem razão... – concordou ela. – Nós passamos quase na sua frente e

você nem tchum!

 

Poncho não sabia o que tchum queria dizer, mas preferiu deixá-la

terminar seu raciocínio, ou o que quer que fosse aquilo.

 

– Eu não saí! Meu espírito saiu!

 

Anahí arregalou os olhos.

 

– Como um fantasma? – perguntou ela.

 

– Sim, eu já li algo a respeito! Eu saí em viagem astral! E Frabatto

veio aqui assim também! Por isso Poncho não nos viu!

 

– Nossa! E você já fez isso antes? – perguntou Anahí, curiosa.

 

– Sei lá! Acho que aqui as coisas são mais intensas! Porque eu

lembro de tudo como se fosse real! Do calor, dos gritos, do cheiro de

queimado...

 

Eles se sentaram perto da fogueira e Poncho quis saber mais.

 

– Como era o lugar? – perguntou ele.

 

Dulce contou o que viu. Poncho reconheceu o lugar como uma das

plantações de frutas de Manuel. Um ataque a uma plantação dessas

comprometeria a alimentação do reino.

 

– O que ele está tentando fazer? – perguntou Anahí.

 

– Se vingar, acho... – respondeu Dulce. – Ele ia matar Arland, o

capitão da guarda... Ia mesmo! Eu vi nos olhos dele e era ódio puro!

 

– E por que ele não matou? – perguntou Poncho.

 

– Porque eu pedi! Eu gritei pra ele e ele me viu! E me ouviu quando

pedi que ajudasse o elfo a sair do celeiro que pegava fogo.

 

– Estando em espírito, você seria vista? – pensou alto Anahí.

 

– Talvez... – respondeu Poncho. – Considerando quem estava com ela,

tudo é possível... Frabatto é um mago bem peculiar, pelo que dizem.

 

Dulce abraçou os joelhos e apoiou o queixo neles.

 

– Chris não é mais Chris...

 

Ficaram em silêncio ouvindo os estalos da fogueira por alguns

momentos, até que Anahí levantou a cabeça e saiu de seu aparente torpor.

 

– Não, não é! Mas ele se lembra de alguma coisa!

 

Os outros a olharam curiosos. Anahí se levantou, animada.

 

– Dulce, ele ainda pode ser o Chris que conhecemos! Talvez ele só

precise que nós o lembremos, como você fez agora! Pense bem: ele poderia

ter matado Arland! Na verdade, ele ia matá-lo! Mas parou por você! E

depois, ainda o tirou do celeiro em chamas e retirou os trolls,

interrompendo um ataque que estava indo muito bem até agora. Isso quer

dizer que há algo nele que só precisa de uma ajuda para vir à tona... Como

uma brasa que precisa ser soprada!

 

Os olhos de Dulce brilharam com a constatação de que a amiga

estava certa. Ela se virou para Poncho, que sempre parecia friamente sensato.

 

– Ela tem razão... – concordou o elfo de cabelos cor da noite. – Agora,

conte-nos tudo o que Frabatto lhe disse! Talvez possa nos ajudar!

 

Dulce então contou tudo o que aconteceu, tentando se lembrar dos

mínimos detalhes. Eles memorizaram o que consideraram importante,

antes de finalmente dormirem por algumas horas.

 

*****

Quando os trolls retornaram ao seu covil, o estardalhaço lembrava

homens bêbados sacudindo lonas enquanto falavam muito alto. Kajinski foi

até Boldan, um troll grande e que tinha um chifre de ponta quebrada e que

Kajinski considerava razoavelmente inteligente.

 

– O que aconteceu? – perguntou Kajinski. – Por que voltaram tão

cedo?

 

– O rei interrompeu o ataque! Ordenou a retirada.

 

– Por quê?!

 

– Não sabemos! Ele ia matar o capitão da guarda. Então o jogou

dentro de um celeiro e depois o tirou de lá e ordenou a retirada.

 

Boldan não sabia dizer mais nada e Kajinski foi até os aposentos de

sua majestade. Não podia deixar que sua antiga personalidade aflorasse de

jeito nenhum. Precisava mantê-lo numa vibração que lhe permitisse

continuar sendo um troll.

 

Kajinski entrou no quarto e se deparou com seu rei andando

nervosamente pelo aposento. Dava para ver pelos seus olhos que ele não

estava de fato ali.

 

– O que aconteceu, majestade? – perguntou Kajinski.

 

– Com o que? – retrucou Chris, sem parecer muito interessado.

 

– Com o ataque à plantação do reino de Manuel! Boldan me disse que

vossa majestade ordenou a retirada quando estavam em clara vantagem!

 

– Ah, isso! – Chris fez um movimento com a mão no ar. – Não importa,

esqueça!

 

– O quê?!

 

– Nós precisamos achá-la!

 

– Achar quem, majestade?

 

– A moça! Ela apareceu pra mim e eu senti... algo! Era como se eu

fosse outra pessoa e vivesse em outro lugar! Ela deve saber! Precisamos

achá-la! 

 

Kajinski viu o brilho nos olhos de Chris. O que ele temia estava

acontecendo. Lhe dera três doses da poção das sombras para aumentar a

escuridão na alma dele. E bastou apenas um olhar, um segundo na presença

da menina que a escuridão já começava a recuar.

 

– Claro, majestade! Como quiser!

 

– Mande os melhores trolls! Os mais inteligentes, porque não quero

que a machuquem, entendeu? Não, deixe! Melhor eu mesmo dar essa

ordem! É importante demais!

 

– Majestade! – interpelou-o Kajinski, que queria estar a sós quando

desse a ordem que pretendia aos trolls. – Pode deixar que eu faço isso!

 

Chris o olhou e então, como se percebesse alguma coisa em seus

miúdos olhos avermelhados, respondeu.

 

– Não. Eu faço isso.

 

Ele saiu e Kajinski o seguiu, tentando disfarçar seu contragosto.

 

Chegaram aos aposentos dos trolls que eram considerados mais fortes e

inteligentes, os que comandavam os outros. Eram mais de quarenta e Chris

queria mandar todos, mas Kajinski lembrou que eles também estavam sob

ataque, pois agora a guerra era uma realidade, já que atacaram uma das

plantações do reino. Chris pensou um pouco.

 

– Está bem. Talvez seja melhor, não quero assustar a moça... Irão

apenas três.

 

– Majestade, escolha Boldan. É um troll eficiente, vai conseguir o que

vossa majestade pediu.

 

Chris concordou, escolhendo então Boldan, Task e Jurubin.

 

– Quero que prestem atenção! Procurem por uma moça de cabelos

escuros! Ela tem uma aura brilhante, um tom de voz engraçado, um brilho

no olhar!

 

Os trolls se entreolharam confusos.

 

– Talvez seja melhor dar uma descrição menos poética, majestade...

– ajudou Kajinski.

 

– Ah, claro!

 

Chris se virou, pensando um pouco. Então descreveu Dulce como

pode. Lembrou de uma única coisa que talvez fizesse diferença.

 

– Ela usa uma garrafinha de cristal no pescoço, como um colar!

 

Bom, não eram muitas moças que usavam tal adorno peculiar, então

isso podia ajudar.

 

– E lembrem-se! Não a machuquem! Eu a quero aqui inteira,

entenderam?

 

Chris os dispensou e saiu. Kajinski ficou para trás e chamou Boldan,

enquanto os outros se dirigiam para a área de alimentação, onde comeriam

antes de saírem nessa estranha missão.

 

– Boldan, preciso que faça uma coisa para mim...

 

****

 

Escurecera. Os cavalos trotavam calmamente e a conversa

subitamente morreu. Blanca, Marcos e Marcel olhavam em volta. As folhas

da floresta negra eram escuras e brilhantes e os cascos das árvores

pareciam feitos de petróleo. Eileen seguia no cavalo de Blanca e

permanecia quieta.

 

– Estou preocupado... – disse Marcel.

 

– Você?! – debochou Marcos. – Preocupado? Nossa, que surpresa...

 

– Está muito quieto aqui...

 

O cavalo de Marcel se agitou e ele parou.

 

– Há perigo adiante... – murmurou Marcel.

 

Todos sentiam o calafrio que precede um perigo. Parte da intuição

ou de um instinto mais antigo que o homem, o da sobrevivência, os fizeram

sentir que havia algo errado.

 

– O que fazemos?

 

Eles estremeceram. A temperatura havia caído abruptamente,

embora não houvesse vento. O silêncio era total e nem mesmo as folhas

eram ouvidas em seus murmúrios. Marcel desceu rapidamente do cavalo.

 

– Rápido! – ordenou ele. – Desçam e amarrem os cavalos!

 

Marcel falava e agia com a propriedade de quem sabia o que estava

fazendo, embora Marcos e Blanca não tivessem ideia de como isso seria

possível. Obedeceram e amarraram os cavalos em uma árvore muito

próxima, enquanto Marcel traçava um círculo com um pó Ponchoco em volta

deles e dos cavalos.

 

– O que é isso? – perguntou Blanca.

 

– Não faço ideia! – respondeu Marcel, terminando o círculo. – Mas

Oisin me deu e disse que nos protegeria de seres encantados mal

intencionados!

 

Na pressa, ele não traçou um círculo enorme, mas apenas o

suficiente para que todos coubessem dentro dele.

Blanca pegou Eileen no colo, pois a menina estava assustada. A

floresta em volta deles continuava escura e silenciosa como uma mortalha e

o círculo de pó Ponchoco não parecia proteção contra coisa nenhuma.

 

Ouviram galopes. Eram secos e o chão tremia. Juntaram-se dentro

do círculo, Marcos e Marcel puxando suas espadas, Blanca apertando a

fadinha no colo. Os cavalos se agitaram e relincharam, tentando se livrar e

se não estivessem amarrados, teriam corrido para muito longe dali em

poucos segundos.

 

E então, do meio do breu da floresta, surgiu uma visão apavorante.

Um cavalo negro galopava em sua direção. A ausência da cabeça fez os três

gritarem. No lugar desta, labaredas de fogo avermelhado iluminavam o

forte corpo do cavalo que vinha em desabalada correria na direção deles.

 

O primeiro impulso foi saírem correndo, mas Marcel gritou para que

não saíssem do círculo. Quando a criatura alcançou a linha do pó Ponchoco

estancou com violência, empinando agressivamente. A coisa deu alguns

passos para trás e então cavou a terra com um dos cascos dianteiros.

 

Começou a correr em volta do círculo, apavorando os cavalos, que

começavam a se soltar.

 

– Segurem os cavalos! – gritou Blanca. – Eles não podem sair do

círculo!

 

Apesar da paralisia que o terror lhes impingia, eles se moveram.

Tentaram acalmar os cavalos, enquanto a criatura continuava correndo

desvairada em volta deles. Os animais estavam apavorados e um deles

empinou e derrubou Marcos, que caiu de costas no chão. Então, Blanca fez

algo insano. Virou-se para a criatura do inferno e gritou com todas as suas

forças.

 

– Vá embora!!! Nós não temos medo! Eu sou mais forte que você e eu

te ordeno que vá embora! Volte para o buraco de onde você saiu AGORA!!!!

 

E então, havia apenas silêncio.

 

Os cavalos se acalmaram. A floresta retornou ao silêncio. A criatura

tinha desaparecido.

Blanca, sentindo as pernas bambas, caiu de joelhos. Eileen voltou a

se pendurar em seu pescoço e ela a abraçou.

 

– Isso foi corajoso... – disse Marcel.

 

– Não... – respondeu Blanca. – Isso foi desespero...

 

Marcos se levantou e se aproximou dos outros com os olhos

arregalados e a pele Ponchoca de susto.

 

– Gente!... – disse ele. – Isso foi uma mula sem cabeça???

 

 


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Autor(a): vondynatica

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    Terem sido atacados pela mula sem cabeça deu um nó em suas cabecinhas. Mas serviu para mostrar que naquele lugar tudo era possível.   Diante dos perigos da noite, preferiram ficar dentro daquele círculo mágico e dormir um pouco. Tinham mantas e comeram um pouco antes de se aninharem uns nos outros e dormirem. &nbs ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • kaillany Postado em 28/01/2017 - 16:41:38

    Amei,PARABÉNS!!!S2

  • kaillany Postado em 21/01/2017 - 17:31:35

    Continua!!!Ta acabando??s2

  • kaillany Postado em 19/01/2017 - 16:58:47

    Continuaa!!!s2

  • kaillany Postado em 10/01/2017 - 14:32:28

    Posta++!!s2

  • kaillany Postado em 07/01/2017 - 18:03:28

    Amando,continua!!!!s2


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