Fanfic: Os Protetores da Ordem | Tema: É uma fanfic original, espero que gostem!(:
Uniforme impecável. Gravata e calça social para os meninos (não se esqueça do vinco), gravata com saia para as meninas. Cabelos bem arrumados, cheirosos do banho que acabaram de tomar e de barriga bem cheia do café da manhã. Eram cinco horas da manhã e o tempo parecia estar abrindo.
A vó de Cauã, Maria, terminava de por as últimas roupas na mala de Cauã. Aos contrário de Porthos e Larissa, ele não vivia com os pais. Seus pais haviam morrido em um acidente de carro quando ele ainda era criança e desde então morava com a vó.
Maria era uma mulher guerreira que, apesar da avançada idade, não parava um instante. Estava sempre cozinhando, limpando a casa, relendo os clássicos da literatura brasileira e praticando exercícios na praça.
– Comporte-se, meu menino. Seja um bom garoto e não faça nada que você não foi ensinado a fazer. Vou sentir sua falta, mas o final de semana sempre chega. Venha e me dê um beijo.
Cauã se aproximou de sua vó e ela o presenteou com um beijo caloroso na bochecha.
– Obrigado, vó. Vou me comportar.
Na casa de Larissa, Josué e Ana faziam um bolo de cenoura, a última refeição da filha antes de ir pra nova escola.
– Mande cartas, filha – avisou sua mãe. – Vou querer saber notícias suas a semana inteira.
– Mandarei, mãe – respondeu.
Diferentemente de duas décadas atrás, em que o uso de aparelhos celulares – os smartphones – era algo comum, agora esta tecnologia não existia. As fábricas pararam de produzir celulares após uma sinistra queda mundial na produção de silício e outros metais inerentes a sua fabricação.
– Tome um pouco de dinheiro, filha – disse, Josué. – Se precisar de qualquer coisa durante a semana, nos avise.
Enquanto isso, na casa de Porthos, Vânia falava das experiências de Athos na época em que ele frequentou o internato e como ele superou todas com incrível habilidade.
– Todas as crianças vão passar por isso, só que seu irmão conseguiu passar de maneira melhor que os outros. Já viu a quantidade de medalhas que ele já ganhou? Ele é um excelente aluno. Mas não se preocupe, meu filho, você está no caminho certo. Com onze anos já está na frente de muitas crianças da sua idade. Vai se sair bem.
Porthos comia sua comida um pouco assustado e muito nervoso. Tinha que responder às expectativas da família.
Às cinco e meia da manhã, os três embarcaram no ônibus em direção a escola. Às seis chegaram a Escola Dominical de São Domingo.
Era um lugar enorme, divididos em cinco complexos. Três deles eram alojamentos, um para os meninos e dois para as meninas. Um complexo destinado a atividade física e outro composto pelas salas de aula, com um auditório ao centro.
A Escola foi construída dezessete anos atrás, graças a ajuda de um padre que veio a falecer sem deixar a herança para um familiar.
Às seis e meia, a turma inteira já estava reunida no auditório. As três crianças não se separaram no início. Sentaram um ao lado do outro, com Cauã ao centro.
Ao lado de Larissa sentou uma menina bem acima do peso. Tinha os cabelos encaracolados e ruivos artificialmente. Seu uniforme ficava gigante nela.
– Ha, que gorda. Parece até uma melancia – Larissa escutou os primeiros comentários sobre a aparência da garota, não muito longe dali.
Na fileira da frente, um grupo de três garotas cochichavam e riam em alto tom. Uma delas, a que estava ao centro, tinha cabelos curtos e loiros, olhos verdes claros. Outra tinha aparência asiática e seu corpo era bastante avantajado. A terceira era baixinha e parecia mais uma índia. Era a que estava falando agora:
– Outro dia vi ela no shpping com uma calça legging verde, tinha que ver o quão ridículo ela estava.
– Pelo menos já sabemos o nível das meninas nesse ano.
– Trouxas – comentou, Larissa, em tom de voz baixo.
– Ah, tudo bem, não tem problema. Não precisa ficar com raiva por mim – a garota ruiva resolveu pronunciar-se. – Já as conheço. Elas são assim mesmo. Oi, eu sou Jéssica – ela estendeu a mão.
Larissa retribuiu apertando a mão de Jéssica.
– Eu sou Larissa. E esses aqui são meus amigos, Cauã e Porthos.
– Porthos? Como os três mosqueteiros?
Porthos ascendeu com um balanço tímido de cabeça. O garoto já estava ficando vermelho.
– Prazer conhecê-los.
Nesse instante, o telão ao centro do auditório acendeu e um filme começou a passar. Era um vídeo educacional, feito pelo governo, explicando como seria a nova vida de estudante deles, o que eles fariam a partir de agora e quais seriam suas possibilidades para o futuro etc.
Depois que o filme acabou, um sujeito bem vestido, de terno e gravata subiu o palanque.
– Olá, a todos os estudantes – sua voz era como de um loucutor de rádio. As meninas soltaram um gritinho de prazer. – Meu nome é Eduardo e serei o professor de história de vocês. Queria convidá-los a entrar em forma e fazer um tour comigo pela Escola.
A turma se levantou, de forma odernada e um por um formaram um tijolão, guiado pelo professor Eduardo.
Passaram pelo complexo educacional, como era chamado, onde havia as salas educacionais.
– No terceiro andar é onde ficam as salas de aula de vocês do sexto ao nono ano. No segundo andar é onde fica o ensino médio e no primeiro andar é onde têm as atividades complementares. Pra vocês é importante saber que o elevador é de uso exclusivo dos professores. Os deslocamentos são feitos pela escada.
Passaram por um jardim e uma pequena praça onde tinha uma cantina e chegaram ao complexo esportivo. Ao centro, um estádio de futebol e ao redor, piscinas, quadras poliespostivas e uma academia.
– A academia só o terceiro e segundo ano usam. Além dos professores, é claro. Vão aprender com o passar do tempo que quanto menos tempo estiverem aqui, menos direitos têm.
Depois disso foram levados aos alojamentos. O alojamento dos meninos era gigante: um prédio com sete andares. O alojamentos das meninas era mais cômodo: dois casarões, sem muitos andares para subir e descer.
– O terceiro ano fica nos primeiros andares, tanto os meninos quanto as meninas. Vocês vão ficar no último andar. Vocês serão bem orientados quanto as regras de convivência no alojamento, mas vou logo avisando, é quase impossível uma menina entrar no alojamento dos meninos e vice-versa. Temos muitos monitores que impedem que isso aconteça. Qualquer um que for visto TENTANDO bular as regras, será severamente punido.
Eduardo se virou para as crianças e viu que a reação de boa parte era neutra. Outras pareciam assustadas, como era o caso de Porthos.
– É aqui que vou deixá-los. Nossa pequena visita acabou. A mala de vocês está no saguão de cada prédio. Para as meninas, esqueci de avisar, as que começam com a letra A até a letra G ficarão na casa um, as que começam com a letra H até a Z ficarão no prédio 2. Tudo bem? O resto do dia será pra vocês arrumarem suas coisas. O horário do almoço e da janta serão anunciados no microfone. O refeitório fica logo atrás do alojamento. Tenham um bom dia todos.
O professor Eduardo se retirou a passada larga, sumindo da vista de todos rapidamente.
– Nós ficaremos no mesmo alojamento, Larissa – comentou, Jéssica.
– É, que maneiro.
Larissa percebeu que a garota loira de olhos verdes se separou da suas outras amigas e se juntou com outra garota loira. Elas não pareciam ter o mesmo entrosamento e se olhavam indiferentes.
Cauã e Porthos se despediram da amiga e de Jéssica, e os três amigos se separaram, cada um seguindo seu rumo.
– Será que aquela loira ridícula vai ficar com a gente?
– Vai, sim – Jéssica respondeu. – O nome dela é Sara.
– Você disse pra mim que já conhecia aquelas três garotas. Mas de onde?
– Do maternal, do bairro. A gente viveu praticamente juntas. Nossos pais se conhecem e têm até uma relação boa.
– E porque elas são tão ridículas com você?
– Ah, elas mudaram… e eu não. Não cumpro o padrão delas.
Quanto mais Jéssica falava mais Larissa sentia raiva.
– E aquela outra garota que tá com ela?
– Você tá falando da Laura? Ah, a Laura é de boa. As duas são primas.
Do outro lado, Cauã e Porthos conheciam seus primeiros momentos de dificuldade na mão dos veteranos da escola.
Tudo começou quando eles puseram os pés no prédio. Um veterano gritou: “Vocês têm dois minutos pra tirar todas essas malas daqui!”
A correria toda fez com que eles tropeçassem, caíssem, tivessem machucados, e no final se conhecessem melhor, pois só nessa brincadeira, os dois conheceram Cheng e Lúcio. O primeiro conheceram pois esse tinha uma pomada pro machucado de Cauã e o segundo conheceram porque ele teve a mesma dificuldade de Porthos de levar as malas para o último andar. Os meninos estavam exaustos.
Decidiram ficar no mesmo apartamento, junto com outro garoto: Roberto Castro.
Irei fazer uma breve descrição de cada um deles.
Cheng tinha origem asiática. Seu avô era um imigrante ilegal de um povoado remoto da China.
Lúcio era de origem europeia, cabelos ruivos e pele alva.
Roberto Castro era um gaúcho de face neutra, quem o olhasse de longe diria que ele era um “sem saco”.
Dentro de seus respctivos apartamentos habitava a paz, nenhum veterano iria encher o saco deles, era trabalho demais.
No almoço e na janta era permitido se juntar meninos e meninas. Larissa e Jéssica se juntaram aos meninos.
– O apartamento das meninas é totalmente diferente – Larissa respondeu após Cauã comentar sobre sua chegada calorosa. – Nenhuma das vetaranas nos tratou assim. A maioria estava estudando ou no PC. Mas pensando bem, nenhuma delas nos ofereceu ajuda.
– Pelo menos não atrapalharam – disse, Lúcio.
– Isso não posso reclamar.
– Você e Jéssica ficaram no mesmo apartamento? – Cauã perguntou.
– Não. Os apartamentos são individuais. É um ninho de pombo pra cada uma de nós!
– Estão reclamando de barriga cheia – comentou, Cheng, sorrindo.
A janta foi a mesma coisa do almoço. À noite Porthos enviou uma carta pros seus pais. Dizia o quanto estava assustado e o quanto tinha medo dos próximos dias. Pediu a bênção deles e dormiu.
Autor(a): clara_nunes
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
– ATENÇÃO! – o grito foi único e forte. – Caso vocês não tenham percebido, a professora entrou na sala. Ninguém realmente tinha percebido aquela pequenina mulher entrar na sala. Tinha os cabelos curtos e óculos pequenos que encaixavam perfeitamente na sua face. Todos os alunos ficaram de pé, sem saber ...
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