Fanfics Brasil - A Ordem Os Protetores da Ordem

Fanfic: Os Protetores da Ordem | Tema: É uma fanfic original, espero que gostem!(:


Capítulo: A Ordem

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– ATENÇÃO! – o grito foi único e forte. – Caso vocês não tenham percebido, a professora entrou na sala.


Ninguém realmente tinha percebido aquela pequenina mulher entrar na sala. Tinha os cabelos curtos e óculos pequenos que encaixavam perfeitamente na sua face.


Todos os alunos ficaram de pé, sem saber o que fazer, um pouco assustados pelo grito da mulher e com medo de levarem detenção no primeiro dia de aula.


– Sentem-se – disse a professora.


Todos obedeceram.


– Vamos começar a chamada. Amanda.


– Presente! – respondeu a amiga de Sara que parecia uma índia.


– Ana Clara.


– Presente! – respondeu a outra amiga de Sara, a que tinha os olhos puxados.


– Já descobri o nome das outras duas – falou, Larissa, consigo mesma.


A chamada terminou e a professora levantou-se para se apresentar.


– Meu nome é Miriam – disse com a voz calma. – E sou a nova professora de matemática de vocês. Espero que nos próximos dias as nossas classes comecem de maneira mais calma… De qualquer maneira, hoje vamos ver os conjuntos numerários…


A segunda aula foi biologia com a professora Raquel, uma mulher pouco simpática beirando a casa dos 60.


A terceira aula foi com um professor que todos já conheciam. Professor Eduardo de história. Dessa vez ele veio vestido de um jeito diferente: com ouro.


– Olá, crianças, tudo bem com vocês? Como foi o dia ontem? Ralado pros meninos? Eu sei, não precisa me dizer nada, eu sei. Vamos começar nossa aula de história, vamos? Por que não começamos a falar sobre a família imperial. Quem conhece Dom Jom?


Todos ficaram se encarando.


– Quer dizer Dom João? – uma das crianças perguntou.


– Não, quis dizer Dom Jom mesmo. Nossa, vocês estão ruins mesmo. Começaram a aprender história agora?


A turma ficou em silêncio.


No decorrer da classe, o prof Eduardo começou a fazer questões sem sentido algum pros três amigos.


Perguntou a Porthos sobre a constante que a família Bragança defendia.


A Larissa perguntou o motivo da família Kairo ter se desentendido com a família Orleans.


A Cauã perguntou qual eram as famílias que tinham como base a rusticidade.


– Eu não sei… professor – essa era a resposta para todas as perguntas.


No final da classe, que por acaso era a última antes do almoço, Eduardo chamou os três para conversar.


– Não vou mentir, o desempenho de vocês na classe fo muito ruim. Não vou dar detenção nem fazer comentários com a coordenadora. Só quero vocês aqui depois da janta para termos umas aulas extras.


No refeitório, as provocações começaram por parte das tríade.


– Tão burros… não acertaram nenhuma questão.


– É, eu vi. Minha nossa, se no primeiro dia já estão assim. Melhor pedirem desligamento.


– Não liga pra eles – falou, Jéssica. – Nem eles sabiam as respostas das perguntas.


– Aquelas perguntas não existiam – falou, Cheng. – Aquele professor é doido da cabeça.


– E tem alguma coisa com vocês – disse, Lúcio. – Porque todas as perguntas foram pra VOCÊS.


– Eu sei, também estranhei isso – respondeu, Cauã. – Muito estranho isso.


– E vocês viram a quantidade de ouro do cara? – disse, Roberto Castro. – Ele é um sujeito rico também.


– Isso não vêm ao caso. Só quero saber como vai ser a aula de hoje à noite.


O resto do dia foi aula atrás de aula. A rotina na escola era assim pra todos, tanto é que no final do dia, após a janta, a maioria ia dormir e os que ainda tinham um pouco de energia sobrando revisavam todo conteúdo aprendido naquele dia.


Para os três amigos, porém, o destino era a sala de aula número 12.


De início, quando eles entraram no corredor escuro, acharam que não iria ter aula alguma. Porém, ao fundo se avistava somente uma única sala acesa.


– Por um único segundo achei que iríamos safar essa – exclamou, Porthos.


Se aproximaram da sala. Cauã bateu na porta, mas não escutou nenhuma resposta.


– Professor! – exclamou. – O senhor está aí? Podemos entrar?


Demorou um tempo até Eduardo responder.


– Pode sim, crianças, entrem e tomem seus lugares.


Cauã abriu a porta e se deparou com uma sala vazia. Um por um as crianças foram entrando, até Larissa entrar por último e bater a porta.


– Professor, onde o senhor está?


– Estou aqui.


De repente a luz da sala apagou e uma luz forte cegou as três crianças. Porhos ficou aterrorizado. Depois de um tempo ele abriu o olho para se deparar com uma criatura de forma humana, porém feita de espectro cor de vinho.


– Ah, meu Deus! – exclamou, Larissa. – Quem é você? O que fez com o nosso professor?


– Eu sou o professor de vocês! Não me reconhecem? Esperem um instante.


A criatura foi se deformando e lentamente adquiriu a forma do professor Eduardo.


– Que tipo de bicho é você?


– Não me chame de bicho – a criatura se deformou até adquirir sua forma espectral. – Já sabem que meu nome é Eduardo. Tenho muitas coisas pra mostrar pra vocês. Sigam-me.


 


De repente as três crianças estavam dentro de um carro sendo guiadas por uma criatura que se transformava em professores de história.


– Pra onde você está nos levando? – perguntou, Cauã, um pouco assustado, porém incisivo.


– Para a sede.


– Sede de quê? O que vão fazer com a gente lá?!


– Ei, espere aí, rapazinho. Vocês não são meus reféns! Não vou fazer nada com ninguém.


– Se não somos seus reféns então deixe a gente sair!


– Infelizmente isso não acontecerá. – Eduardo apertou o botão do carro que tranca todas as portas do automóvel. – Vão ter que confiar em mim, até que isso acabe!


Eduardo parou o carro em um cruzamento, onde havia casas humildes, muitas delas com uma granja incluída, e também uma padaria ao lado de um barzinho feito de madeira.


– É aqui a tal da sede? – Larissa perguntou após um tempo de silêncio.


– Ainda não. – Eduardo fez um movimento estranho com a mão e instantaneamente a padaria começou a girar. Um giro de 180 graus que fez ela ficar debaixo do chão. – Agora sim. Escuta, vocês tem que me prometer que não vão fugir. Se fugirem eu me transformo em Usain Bolt e alcanço vocês em um segundo.


– Você sumiu com uma padaria! Como fez isso?! – gritou, Cauã.


– Rapazinho, primeiro de tudo, não grite. Vocês vão saber de tudo! Só me seguir.


Eles se aproximaram do lugar onde havia uma padaria. Larissa foi até ao meio e começou a pular para conferir se o que estava vendo era verdade.


– A entrada não é por aí! – Eduardo gritou enquanto destravava a entrada de um alçapão.


Após descerem vários lances de escada eles chegaram até um lugar que se assemelhava com uma confraternização. Só que com seus pais e sua nova professora de matemática.


– Surpresa! – gritaram, em uníssono.


– Vó?! O que a senhora tá fazendo aqui?!


Cauã observou melhor a sala. Parecia o saguão do alojamento dos meninos: sofás, televisões, estantes gigantes de livros, geladeira, uma pequena pia e… e havia algo que ele não sabia explicar. Era algo semelhante a um holograma de uma imagem de uma pedra circular, cheia de entalhes e colorida. Ao seu redor, vários cristais de diferentes cores, porém estes não eram hologramas, pareciam bem reais.


– Athos?! – exclamou, Porthos. – Você está na cidade?!


– To, irmãozinho. Papapi e mamãe me chamaram pra essa ocasião especial.


– Afinal de contas, o que está acontecendo aqui?! – perguntou, Larissa, alto o suficiente pra que todos a escutassem. – Isso por acaso não é um sonho, é?


– Não, garotinha. É bem real – respondeu uma voz grossa, como a de um loucutor de rádio.


Sentado no sofá, o dono dessa voz, um homem alto e muito musculoso, porém velho, deveria ter uns sessenta anos. Estava em boa forma, embora seus cabelos já fossem totalmente brancos.


Cauã fixou os olhos nele e percebeu que já tinha visto aquela face antes. Era seu tio Benedito, mais conhecido como tio Beni, o irmão de sua vó.


– Tio Beni?!


Ignorando o chamado de seu sobrinho-neto, Benedito continuou sua fala.


– Como mais antigo na sala, acho que é meu dever explicar aos novos integrantes da ordem o que eles são. – Tio Beni se levantou e ficou frente a frente com os três amigos.


– Está se referindo a nós? – perguntou, Larissa.


– A quem mais poderia ser?


– Que tipo de ordem está se referindo?


– A ordem que seus pais fazem parte, a ordem que todos aqui fazem parte. A ordem dos protetores da ordem.


– Que nome confuso.


– O que importa não é o nome, e sim seu significado. Nós, protetores da ordem, somos os responsáveis por resguardar a pedra que vocês estão vendo ali.


As três crianças observaram a pedra atenciosamente.


– Mas aquilo parece mais uma imagem, não é uma pedra de verdade.


– Sim, aquilo é uma miragem da pedra original. A pedra verdadeira não está aqui, está guardada em um esconderijo. Se algo de errado acontecer com a pedra, iremos ver pela imagem projetada.


– Ainda não entendi o motivo de sermos chamados de protetores da ordem. Só temos que proteger uma pedra que já está guardada em um esconderijo! – disse, Cauã.


– Ah, você não me deixou terminar, garoto. Essa pedra é na verdade um portal.


Tio Beni encarou as crianças para ver as respectivas reações. Estavam todas confusas, pensando que nada daquilo era verdade. Mas porque motivo aquilo seria mentira?


– Um portal… para onde? – perguntou, Larissa, pausadamente.


A expressão de Tio Beni ficou mais séria.


– Para o sub-mundo. Criaturas terríveis moram nesse lugar. Nunca queiram entrar lá, ou muito menos deixar que eles saiam de lá para o nosso mundo. Esse é o nosso dever. E vocês são os novos protetores. Suas famílias decidiram fazer a iniciação de vocês hoje.


Larissa e Porthos viraram para seus respectivos pais, Cauã continuou olhando para seu Tio Benedito.


– Como é essa iniciação? – perguntou.


– É algo simples. Receberão os cristais de vocês, o símbolo máximo de um protetor e de sua família.


Larissa se juntou com seus pais e Porthos fez o mesmo.


– Aqui está, minha filha, seu cristal – disse a mãe de Larissa.


De dentro de uma caixinha de veludo saiu um cristal, semelhante a uma safira de cor vermelha.


– Mãe… eu estou com medo… não quero isso. Como vou poder fazer isso? Quer dizer…


– Fique calma, minha filha – interrompeu, seu pai. – Há anos, milésimos de anos que a pedra está guardada. Ninguém conhece o segredo da pedra. Somente nós, os protetores e os bichos que estão aprisionados lá dentro. Só temos que dar uma olhada de vez em quando pra ver se está tudo certo. Bem, isso fica pra depois. Hoje é só seu primeiro dia. Por falar nisso, como foi a escola?


Porthos recebeu seu cristal diretamente das mãos do seu irmão. Não veio numa caixa de veludo, como o de Larissa, mas sim numa moldura de cor prateada. A cor do seu cristal era cinza.


– Bem-vindo à família D'arqueu, irmãozinho.


– Família o quê?


– Família D'arqueu – repetiu, seu pai. – É o nome da família que carrega consigo o cristal cinza.


– Pera aí, pai. Não temos esse sobrenome.


– Eu sei que não! O nome da família é só uma representação. Há pessoas espalhadas pelo mundo todo que carregam consigo o cristal cinza. Todos eles são herdeiros da mesma família. Entendeu o que eu quis dizer?


– Acho que sim.


Porthos ergue seu cristal. Ele era opaco e cinza. Tinha a forma de um losango.


– O que eu vou fazer com isso?


– A partir de hoje, tudo.


Cauã recebeu um abraço caloroso de sua vó.


– Meu netinho… estou tão orgulhosa de você…


– Vó… calma aí. Eu… eu tô meio confuso aqui.


– Isso é normal. Todos nós ficamos no início, na nossa inicialização – diz, tio Beni. – Mas depois de um tempo você pega a manha.


– Primo, parabéns. E bem vindo à família Zaki.


A mulher dona dessa frase se estendia de frente para Cauã. Ela era bela, seus cabelos eram fartos e encaracolados. Tinha a pele negra como café, assim como seus olhos que demonstravam muita gentileza e simpatia.


– Cauã, essa é sua prima, Caroline, filha do teu tio Benedito. Caroline, este é meu neto Cauã.


Ambos se abraçaram e se beijaram na bochecha.


– Prazer em conhecê-la, prima.


– O prazer é meu. E aí, já recebeu seu cristal?


– Não – respondeu a voz grossa do tio Beni. – Ainda não entreguei a ele. Aqui está, Cauã.


O cristal de cauã veio em um entalhe de madeira. A sua cor era verde.


Depois que todas as três crianças estavam com os três cristais reunidos, tio Beni retomou a reunião.


– Muito bem, crianças. A partir de agora vocês são oficialmente protetores. Por hoje, só iremos fazer isso. Afinal de contas, amanhã vocês têm aula. Mas duas regras básicas: não contem nada a nenhum amigo de vocês, isso é um segredo milenar. E segundo, nunca desgrudem do cristal de vocês. Nunca. Descansem bem, deem o último abraço nos pais de vocês. Eduardo já os levará para a escola.


– Opa! – gritou, Eduardo, como se estivesse acabando de acordar. – Hora de voltar a realidade.



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Autor(a): clara_nunes

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