Fanfics Brasil - Capítulo 2 Pecados no inverno *vondy* (adaptada)

Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy


Capítulo: Capítulo 2

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Ao imaginar a fúria dos tios ao descobrirem que ela e sua fortuna estavam para sempre fora do alcance deles, Dul sentiu sua infelicidade diminuir um pouco. Valia a pena fazer qualquer coisa para não ter de viver sob o domínio dos tios pelo resto da vida. E também para não ser forçada a se casar com o fraco e covarde Eustace, que buscara refúgio na comida e na bebida a ponto de ficar quase gordo demais para passar pela porta do próprio quarto. Embora Eustace odiasse seus pais quase tanto quanto Dul,ele nunca ousaria desafiá-los.


    Ironicamente, fora Eustace quem fizera Dul fugir naquela noite. Ele a tinha procurado mais cedo com um anel de noivado, uma aliança de ouro com uma pedra de jade.


    – Tome – dissera, um tanto timidamente. – Minha mãe falou para eu lhe dar isto, e que você não teria permissão para fazer nenhuma refeição se não o usasse à mesa de jantar. Ela disse que o anúncio do casamento será feito na semana que vem.


    Aquilo não fora inesperado. Após tentar sem sucesso durante três temporadas encontrar um marido aristocrata para Dul, a família finalmente chegara à conclusão de que eles não tirariam nenhuma vantagem social da sobrinha. Diante do fato de que ela logo herdaria sua fortuna, traçaram um plano para ficar com a herança casando-a com um de seus primos.


    Ao ouvir as palavras de Eustace, Dul havia ficado atônita e sentido uma súbita fúria que deixara seu rosto muito vermelho. Eustace tinha rido disso e dito:


    – Nossa, você é uma visão e tanto quando fica corada. Isso faz seus cabelos parecerem cor de laranja.


    Reprimindo uma resposta cáustica, Dul tentara se acalmar e se concentrara nas palavras que se agitavam dentro dela como folhas ao vento. Ela as havia contido cuidadosamente e conseguido dizer sem gaguejar:


    – Primo Eustace, se eu concordar em me casar com você... ficará do meu lado contra seus pais? Permitirá que eu veja meu pai e cuide dele?


    O sorriso desaparecera do rosto de Eustace, as gordas bochechas decaindo enquanto ele encarava os sérios olhos azuis dela. Então o rapaz desviara o olhar e dissera de modo evasivo:


    – Eles não seriam tão duros com você, prima, se você não fosse tão teimosa.


    Perdendo a paciência, ela sentira a gagueira dominá-la.


    – Vo-você fi-ficaria com minha fo-fortuna e-e não me daria nada em troca?


    – Para que você precisa de uma fortuna? – perguntara ele, zombeteiro. – É uma criatura tímida que corre de um canto para o outro... Não precisa de roupas elegantes ou joias. Não é boa de conversa, é recatada demais para o sexo e não tem nenhuma habilidade. Deveria ficar grata por eu estar disposto a me casar com você, mas é estúpida demais para perceber isso!


    – E-eu...


    A frustração a tornara impotente. Não conseguia encontrar palavras para se defender. Mas ela tentava, encarando-o, ofegante, no esforço para falar.


    – Que idiota você é – dissera Eustace impacientemente.


    Em um ataque de raiva, ele atirara no chão o anel, que quicou, rolou e desapareceu sob o sofá.


    – Pronto, agora está perdido. A culpa é sua por ter me irritado. É melhor encontrá-lo ou morrerá de fome. Vou contar para minha mãe que fiz a minha parte dando-o para você.


Dul havia ficado sem jantar. Em vez de procurar o anel, arrumara freneticamente uma pequena valise. Escapando pela janela do segundo andar e deslizando por um cano, disparara pelo quintal. Por um golpe de sorte, uma carruagem de aluguel parara para ela assim que saíra pelo portão.


    Provavelmente tinha sido a última vez que veria Eustace, pensou Dul com sombria satisfação. Ele não costumava frequentar ambientes sociais. À medida que sua cintura aumentava, confinava-se cada vez mais na casa dos Maybricks.


Independentemente do que fosse acontecer, ela nunca se arrependeria de ter escapado do destino de se tornar esposa dele. Tinha dúvidas de que algum dia ele fosse ao menos tentar dormir com ela. Não parecia possuir uma quantidade suficiente do que as pessoas finas chamavam de “espírito animal”. Reservava sua paixão exclusivamente para a comida e o vinho.


    Lorde St. Uckermann ,por outro lado, havia seduzido e comprometido inúmeras mulheres. Embora muitas parecessem achar isso fascinante, Dul não era uma delas. Mas não havia nenhuma dúvida em sua mente de que o casamento deles seria consumado.


    Seu estômago se contraiu nervosamente com a ideia. Em seus sonhos, tinha se imaginado casando com um homem bom e sensível. Ele nunca zombaria dela por gaguejar. Seria amoroso e gentil.


Christopher,Lorde St.Uckermann,era o oposto do amante de seus sonhos. Não havia nada de bom, gentil, sensível ou amoroso nele. Era um predador que gostava de brincar com sua presa antes de devorá-la. Olhando para a cadeira vazia onde ele estivera sentado, Dul pensou na aparência de St. Uckermann à luz da lareira. Ele era alto e esguio, seu corpo uma estrutura perfeita para roupas elegantemente simples que só realçavam sua beleza bronzeada. Seus cabelos, do tom de ouro velho, eram fartos e levemente ondulados. Seus olhos azul-claros brilhavam como diamantes raros no colar de uma imperatriz antiga. Olhos bonitos que não demonstravam nenhuma emoção quando ele sorria. O próprio sorriso era de tirar o fôlego. A boca sensual, cínica, o brilho dos dentes brancos... Ah, St. Uckermann era um homem deslumbrante. E ele sabia muito bem disso.


    Estranhamente, Dul não o temia. St. Uckermann era esperto demais para usar violência física quando algumas palavras bem escolhidas atingiriam seu objetivo com bem menos estardalhaço. Ela temia muito mais a brutalidade do tio Peregrine, para não falar nas mãos odiosas da tia Florence, que gostava de dar tapas e beliscões.


    Nunca mais, jurou Dul,limpando distraidamente a sujeira de seu vestido onde o cano por onde descera do quarto deixara listras pretas. Ela ficou tentada a pôr o vestido limpo que colocara na valise, deixada no hall de entrada. Mas a viagem logo deixaria qualquer coisa que usasse tão empoeirada e amassada que não fazia nenhum sentido trocar de roupa.


 


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Autor(a): Laryy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 116



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  • millamorais_ Postado em 20/06/2017 - 07:02:00

    Maiiiis, continua por favor!!!

  • tahhvondy Postado em 10/06/2017 - 17:07:31

    continua

  • Nat Postado em 06/06/2017 - 17:19:26

    CONTINUA!!!*-*

  • millamorais_ Postado em 05/06/2017 - 12:05:28

    Que bom que voltou. Não some por favor:D

  • tahhvondy Postado em 04/06/2017 - 12:14:14

    continua

  • Nat Postado em 04/06/2017 - 10:48:33

    CONTINUA! Não some de novo, por favor!*-*

  • jucinairaespozani Postado em 14/03/2017 - 23:28:18

    Continua

  • Nat Postado em 14/03/2017 - 22:16:03

    *-*Alguma chance da Daisy e o Cam ficarem juntos?CONTINUA!S2S2S2

  • jucinairaespozani Postado em 10/03/2017 - 17:29:25

    Posta mais

  • Nat Postado em 08/03/2017 - 20:37:08

    *0*Meu Deuuusss!!!CONTINNNNNUUUUUAAAAA!!!!!S2S2S2


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