Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy

    A essa altura acostumada com os comentários indecentes dele, Dul lhe lançou um olhar de resignada tolerância e o seguiu para fora do quarto. Eles desceram e se despediram do Sr. Findley, o estalajadeiro. Enquanto Dul acompanhava Christopher até a entrada, o homem disse alegremente:

    – Boa viagem, Lady St. Uckermann!

    Surpresa ao perceber que agora era uma viscondessa, ela conseguiu gaguejar um agradecimento. Christopher a ajudou a ir até a carruagem que os esperava enquanto os cavalos batiam com os cascos, agitados, a respiração saindo por suas narinas dilatadas formava uma fumaça branca.

    – Sim, por mais que o título tenha sido manchado, agora é seu – comentou Christopher sarcasticamente. – Ele a ajudou a subir o degrau e entrar no veículo. – Além disso, um dia ocuparemos uma posição ainda mais alta, porque sou o primeiro na linha de sucessão para o ducado... embora eu a aconselhe a não se animar muito. Os homens da minha família têm vida longa, o que significa que provavelmente só herdaremos o título quando estivermos decrépitos demais para desfrutá-lo.

    – Se você... – começou Dul,parando surpresa ao ver um objeto volumoso no chão.

    Era um grande recipiente de cerâmica com uma abertura tampada em uma extremidade. Tinha uma forma arredondada e um dos lados achatado para garantir sua estabilidade no chão. Perplexa, ela olhou para Christopher, tocou hesitantemente a sola de seu sapato no objeto e foi recompensada com um forte sopro de calor que subiu direto para suas saias.

    – Um aquecedor de pés! Onde conseguiu encontrar isso?

    O calor da água fervente no recipiente de cerâmica duraria muito mais do que o do tijolo que usara antes.

    – Comprei de MacPhee quando o vi na casa dele – respondeu Christopher, parecendo se divertir com o entusiasmo dela. – Naturalmente ele ficou muito feliz com a perspectiva de me cobrar por mais alguma coisa.

    Impulsivamente, Dul se ergueu um pouco de seu banco para beijar a bochecha lisa e fria de Christopher.

    – Obrigada. Foi muito gentil da sua parte.

    Ele pôs as mãos na cintura de Dul, impedindo-a de se afastar. Exerceu força suficiente apenas para pô-la no colo, até seus rostos ficarem tão próximos que que seus narizes quase se tocaram. A respiração de Christopher acariciou a boca da jovem quando ele murmurou:

    – Certamente eu mereço um agradecimento melhor do que esse.

    – É só um aquecedor de pés – protestou ela suavemente.

    Ele sorriu.

      – Devo salientar, querida, que isso vai acabar esfriando... e então, mais uma vez, serei sua única fonte de calor. E não partilho o calor do meu corpo indiscriminadamente.

    – Segundo o que dizem, partilha sim.

    Dul estava descobrindo um prazer desconhecido na conversa. Nunca havia caçoado de um homem dessa maneira nem se divertido provocando-o e negando algo que ele queria. Viu pelo brilho nos olhos de Christopher que ele estava se divertindo também. Parecia querer saltar sobre ela.

    – Vou esperar minha vez – disse ele. – O maldito calor não vai durar para sempre.

    Ele a deixou sair de seu colo e a observou arrumar as saias sobre o aquecedor de pés. Feliz, Dul se recostou enquanto a carruagem começava a se mover e sentiu a pele das coxas se arrepiar ao toque do delicioso calor que subia pelas calçolas e penetrava pelas meias.

    – Milorde... Christopher...

    Os olhos dele eram claros e reflexivos como um espelho.

    – Sim, querida?

    – Se seu pai é um duque, por que você é um visconde? Não deveria ser um marquês, ou pelo menos um conde?

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