Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy
Ela tirou a mão do braço de Christopher para erguer suas saias.
– Onde está o gerente? – continuou Christopher, pondo a mão na região lombar de Dul enquanto eles subiam a escada. – A noite está começando. A sala de jogos e a sala de jantar abriram. Ele deveria estar trabalhando.
– Ele bebe – comentou Dul.
– Isso diz muito sobre o modo como este clube é administrado.
Sensível a qualquer insulto dirigido ao clube do pai e desconfortável com a leve pressão da mão de Christopher em suas costas, Dul teve de morder a língua para não dar uma resposta cáustica. Como era fácil para um aristocrata mimado criticar o modo como os profissionais faziam as coisas. Se ele tivesse de tocar um lugar como esse – que Deus não permitisse isso –, teria muito mais respeito pelo que seu pai conquistara.
Eles foram para o segundo andar e seguiram pela galeria que circundava o lugar. Só era preciso olhar pela balaustrada para ver tudo que se passava no piso principal. Era a maior área do clube, totalmente dedicada aos jogos de azar. Três mesas ovais cobertas com toalhas verdes com marcas amarelas estavam cercadas de dúzias de homens. Os sons que subiam – o barulho constante dos dados, as exclamações baixas mas intensas dos lançadores e crupiês, o arrastar suave de pequenos rodos de madeira quando dinheiro era puxado da mesa para as mãos do crupiê – eram algumas das lembranças mais antigas da infância de Dul.
Ela olhou para a magnífica escrivaninha de madeira entalhada que havia no canto da sala, onde seu pai costumava se sentar, aprovando crédito, admitindo sócios temporários e elevando a banca se as apostas subissem muito. Naquele momento a escrivaninha estava ocupada por um homem com uma aparência um tanto desleixada que Dul não conhecia. Ela desviou o olhar para o canto oposto da sala, onde outro estranho atuava como supervisor geral, regulando os pagamentos, atento ao ritmo do jogo.
Christopher parou na balaustrada e olhou para o piso principal com uma expressão estranhamente atenta. Desejando ver seu pai imediatamente, Dul lhe puxou o braço com impaciência. Mas ele não se moveu. Na verdade, mal pareceu notá-la, de tão absorto que estava nas atividades no andar de baixo.
– O que foi? – perguntou Dul. – Está vendo algo incomum? Algo errado?
Christopher balançou levemente a cabeça e desviou sua atenção do piso principal. Olhou ao redor deles, observando os painéis desbotados nas paredes, as molduras lascadas, os carpetes puídos. O Saviñón's, antes esplendidamente decorado, com o passar dos anos perdera grande parte de seu brilho.
– Quantos sócios tem o clube? – perguntou. – Sem contar os temporários.
– Costumava ter uns dois mil – respondeu Dul. – Não sei quais são os números atuais. – Ela puxou o braço de Christopher de novo. – Quero ver meu pai. Se tiver de ir desacompanhada...
– Você não vai a lugar nenhum desacompanhada – disse Christopher concentrando-se nela tão imediatamente que Dul se surpreendeu. Os olhos dele eram como pedras polidas. – Poderia ser arrastada para um quarto decadente por um bêbado, ou até mesmo um empregado, e violada antes que alguém desse pela sua falta.
– Estou totalmente segura aqui – contrapôs ela com irritação. – Ainda conheço muitos dos empregados e sei andar pelo clube melhor do que você.
– Não por muito tempo – murmurou Christopher, voltando a olhar compulsivamente para o piso principal. – Vou examinar cada centímetro deste lugar. Vou conhecer todos os seus segredos.
Surpresa com a afirmação, Dul o olhou com perplexidade. Percebeu que haviam ocorrido mudanças sutis nele no momento em que entraram no clube... e não sabia explicar aquela reação estranha. Os modos lânguidos de Christopher tinham sido substituídos por um estado de alerta, como se ele estivesse absorvendo a energia agitada do clube.
– Você está olhando para o clube como se nunca o tivesse visto – murmurou.
Christopher passou a mão lentamente pela balaustrada, olhou para a poeira na palma e a limpou. Sua expressão foi contemplativa em vez de crítica ao responder:
– Parece diferente agora que é meu.
– Ainda não é seu – respondeu Dul asperamente, percebendo que ele devia estar avaliando o preço do lugar para futuramente vendê-lo. Era típico de Christopher pensar em dinheiro enquanto o pai dela estava no leito de morte. – Alguma vez você pensa em alguém além de si mesmo?
A pergunta pareceu tirar a concentração de Christopher e o rosto dele se tornou inescrutável.
– Raramente, meu amor.
Eles trocaram olhares, o de Dul acusador, o de Christopher obscuro, e ela entendeu que esperar qualquer decência dele era um convite a decepções recorrentes. A alma arruinada do marido não podia ser reparada por bondade e compreensão. Ele nunca se tornaria um dos libertinos regenerados dos romances.
– Creio que logo você terá tudo que quer – disse ela friamente. – Enquanto isso não acontece, vou ao quarto do meu pai.
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Autor(a): Laryy
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Ela começou a andar pela galeria sem Christopher, e com alguns passos largos ele a alcançou. Quando chegaram aos aposentos particulares de Fernando Saviñón, a cabeça de Dul latejava loucamente. Partes iguais de medo e anseio lhe causavam suor nas mãos e um frio na barriga. Ao pôr a mão na maçaneta da porta que l ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 116
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millamorais_ Postado em 20/06/2017 - 07:02:00
Maiiiis, continua por favor!!!
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tahhvondy Postado em 10/06/2017 - 17:07:31
continua
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Nat Postado em 06/06/2017 - 17:19:26
CONTINUA!!!*-*
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millamorais_ Postado em 05/06/2017 - 12:05:28
Que bom que voltou. Não some por favor:D
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tahhvondy Postado em 04/06/2017 - 12:14:14
continua
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Nat Postado em 04/06/2017 - 10:48:33
CONTINUA! Não some de novo, por favor!*-*
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jucinairaespozani Postado em 14/03/2017 - 23:28:18
Continua
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Nat Postado em 14/03/2017 - 22:16:03
*-*Alguma chance da Daisy e o Cam ficarem juntos?CONTINUA!S2S2S2
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jucinairaespozani Postado em 10/03/2017 - 17:29:25
Posta mais
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Nat Postado em 08/03/2017 - 20:37:08
*0*Meu Deuuusss!!!CONTINNNNNUUUUUAAAAA!!!!!S2S2S2