Fanfics Brasil - Capítulo 7 Pecados no inverno *vondy* (adaptada)

Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy


Capítulo: Capítulo 7

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Ela tirou a mão do braço de Christopher para erguer suas saias.


    – Onde está o gerente? – continuou Christopher, pondo a mão na região lombar de Dul enquanto eles subiam a escada. – A noite está começando. A sala de jogos e a sala de jantar abriram. Ele deveria estar trabalhando.


    – Ele bebe – comentou Dul.


    – Isso diz muito sobre o modo como este clube é administrado.


    Sensível a qualquer insulto dirigido ao clube do pai e desconfortável com a leve pressão da mão de Christopher em suas costas, Dul teve de morder a língua para não dar uma resposta cáustica. Como era fácil para um aristocrata mimado criticar o modo como os profissionais faziam as coisas. Se ele tivesse de tocar um lugar como esse – que Deus não permitisse isso –, teria muito mais respeito pelo que seu pai conquistara.


    Eles foram para o segundo andar e seguiram pela galeria que circundava o lugar. Só era preciso olhar pela balaustrada para ver tudo que se passava no piso principal. Era a maior área do clube, totalmente dedicada aos jogos de azar. Três mesas ovais cobertas com toalhas verdes com marcas amarelas estavam cercadas de dúzias de homens. Os sons que subiam – o barulho constante dos dados, as exclamações baixas mas intensas dos lançadores e crupiês, o arrastar suave de pequenos rodos de madeira quando dinheiro era puxado da mesa para as mãos do crupiê – eram algumas das lembranças mais antigas da infância de Dul.


    Ela olhou para a magnífica escrivaninha de madeira entalhada que havia no canto da sala, onde seu pai costumava se sentar, aprovando crédito, admitindo sócios temporários e elevando a banca se as apostas subissem muito. Naquele momento a escrivaninha estava ocupada por um homem com uma aparência um tanto desleixada que Dul não conhecia. Ela desviou o olhar para o canto oposto da sala, onde outro estranho atuava como supervisor geral, regulando os pagamentos, atento ao ritmo do jogo.


    Christopher parou na balaustrada e olhou para o piso principal com uma expressão estranhamente atenta. Desejando ver seu pai imediatamente, Dul lhe puxou o braço com impaciência. Mas ele não se moveu. Na verdade, mal pareceu notá-la, de tão absorto que estava nas atividades no andar de baixo.


    – O que foi? – perguntou Dul. – Está vendo algo incomum? Algo errado?


    Christopher balançou levemente a cabeça e desviou sua atenção do piso principal. Olhou ao redor deles, observando os painéis desbotados nas paredes, as molduras lascadas, os carpetes puídos. O Saviñón's, antes esplendidamente decorado, com o passar dos anos perdera grande parte de seu brilho.


    – Quantos sócios tem o clube? – perguntou. – Sem contar os temporários.


    – Costumava ter uns dois mil – respondeu Dul. – Não sei quais são os números atuais. – Ela puxou o braço de Christopher de novo. – Quero ver meu pai. Se tiver de ir desacompanhada...


    – Você não vai a lugar nenhum desacompanhada – disse Christopher concentrando-se nela tão imediatamente que Dul se surpreendeu. Os olhos dele eram como pedras polidas. – Poderia ser arrastada para um quarto decadente por um bêbado, ou até mesmo um empregado, e violada antes que alguém desse pela sua falta.


    – Estou totalmente segura aqui – contrapôs ela com irritação. – Ainda conheço muitos dos empregados e sei andar pelo clube melhor do que você.


    – Não por muito tempo – murmurou Christopher, voltando a olhar compulsivamente para o piso principal. – Vou examinar cada centímetro deste lugar. Vou conhecer todos os seus segredos.


    Surpresa com a afirmação, Dul o olhou com perplexidade. Percebeu que haviam ocorrido mudanças sutis nele no momento em que entraram no clube... e não sabia explicar aquela reação estranha. Os modos lânguidos de Christopher tinham sido substituídos por um estado de alerta, como se ele estivesse absorvendo a energia agitada do clube.


    – Você está olhando para o clube como se nunca o tivesse visto – murmurou.


    Christopher passou a mão lentamente pela balaustrada, olhou para a poeira na palma e a limpou. Sua expressão foi contemplativa em vez de crítica ao responder:


    – Parece diferente agora que é meu.


    – Ainda não é seu – respondeu Dul asperamente, percebendo que ele devia estar avaliando o preço do lugar para futuramente vendê-lo. Era típico de Christopher pensar em dinheiro enquanto o pai dela estava no leito de morte. – Alguma vez você pensa em alguém além de si mesmo?


    A pergunta pareceu tirar a concentração de Christopher e o rosto dele se tornou inescrutável.


    – Raramente, meu amor.


    Eles trocaram olhares, o de Dul acusador, o de Christopher obscuro, e ela entendeu que esperar qualquer decência dele era um convite a decepções recorrentes. A alma arruinada do marido não podia ser reparada por bondade e compreensão. Ele nunca se tornaria um dos libertinos regenerados dos romances.


    – Creio que logo você terá tudo que quer – disse ela friamente. – Enquanto isso não acontece, vou ao quarto do meu pai.


 


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Autor(a): Laryy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 116



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  • millamorais_ Postado em 20/06/2017 - 07:02:00

    Maiiiis, continua por favor!!!

  • tahhvondy Postado em 10/06/2017 - 17:07:31

    continua

  • Nat Postado em 06/06/2017 - 17:19:26

    CONTINUA!!!*-*

  • millamorais_ Postado em 05/06/2017 - 12:05:28

    Que bom que voltou. Não some por favor:D

  • tahhvondy Postado em 04/06/2017 - 12:14:14

    continua

  • Nat Postado em 04/06/2017 - 10:48:33

    CONTINUA! Não some de novo, por favor!*-*

  • jucinairaespozani Postado em 14/03/2017 - 23:28:18

    Continua

  • Nat Postado em 14/03/2017 - 22:16:03

    *-*Alguma chance da Daisy e o Cam ficarem juntos?CONTINUA!S2S2S2

  • jucinairaespozani Postado em 10/03/2017 - 17:29:25

    Posta mais

  • Nat Postado em 08/03/2017 - 20:37:08

    *0*Meu Deuuusss!!!CONTINNNNNUUUUUAAAAA!!!!!S2S2S2


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