Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy
Ao entrar na sala, Dul ouviu a porta se fechar discretamente. Christopher, esparramado em uma pesada cadeira de braço, com a relaxada confiança de Lúcifer em seu trono, usava um lápis para fazer anotações na margem de um livro contábil. A mesa à sua frente estava cheia de pratos trazidos do aparador na sala de jantar principal.
Ele tirou os olhos do livro, o pôs de lado e se levantou, puxando a segunda cadeira da mesa para Dul.
– Como está seu pai?
– Ele acordou por apenas um momento. Pareceu achar que eu era uma garotinha de novo.
Vendo uma travessa com pedaços de ave assada e outra com pêssegos e uvas, estendeu a mão para se servir. A fome, combinada com o cansaço, fez suas mãos tremerem. Vendo sua dificuldade, Christopher lhe serviu em silêncio alguns petiscos: ovos de codorna cozidos, uma colher cheia de creme de vegetais, uma fatia de queijo, frios, peixe e pão macio.
– Obrigada – disse Dul, quase cansada demais para saber o que estava comendo.
Ela levou o garfo à boca, deu uma mordida em algo e fechou os olhos enquanto mastigava e engolia. Quando os abriu, viu Christopher. Ele parecia tão cansado quanto ela, com leves manchas sob seus olhos azuis. Estava com as maçãs do rosto tensas e a pele pálida apesar de seu bronzeado. A barba por fazer, que tendia a crescer rapidamente, produzia uma sombra dourada em seu rosto. De algum modo, sua aparência rude o tornava ainda mais bonito, proporcionando graça e textura ao que de outro modo poderia ter sido a perfeição estéril de uma estátua de mármore.
– Ainda pretende ficar aqui? – perguntou Christopher, pegando desafiadoramente um pêssego e o descaroçando.
Ele deu uma metade dourada para Dul.
Ela aceitou o pêssego e o mordeu, o sumo adstringente deslizando por sua língua.
– Eu temia que sim – respondeu ele secamente. – Isso é um erro. Não tem ideia de a que vai se expor... Obscenidades e comentários libidinosos, olhares lascivos, apalpadelas e beliscões... E isso apenas na minha casa. Imagine como seria aqui.
Sem saber ao certo se deveria fechar a cara ou sorrir, Dul o olhou com curiosidade.
– Eu vou me arranjar.
– Estou certo de que sim, querida.
Dul levou uma taça de vinho aos lábios e olhou para Christopher por cima da borda.
– Eu vou me arranjar.
– Estou certo de que sim, querida.
Dul levou uma taça de vinho aos lábios e olhou para Christopher por cima da borda.
– O que há nesse livro?
– Uma aula de lançamentos contábeis criativos. Certamente você não se surpreenderá ao saber que Egan tem feito desfalques. Desvios de dinheiro aqui e ali, quantidades pequenas o suficiente para o roubo não ser notado. Mas com o passar do tempo, a quantia se tornou considerável. Só Deus sabe há quantos anos ele faz isso. Até agora, todos os livros que examinei contêm erros deliberados.
– Como pode ter certeza de que são deliberados?
– Há um padrão. – Ele abriu um livro e o empurrou para Dul. O clube teve um lucro aproximado de 22 mil libras na última terça-feira. Se você cruzar os números com o registro de empréstimos, depósitos bancários e gastos em dinheiro, verá as discrepâncias.
Dul seguiu o dedo que Christopher passou pelas anotações na margem.
– Está vendo? – murmurou ele. – Esta deveria ser a quantia certa. Ele lançou os gastos muito acima do valor real. O preço dos dados de marfim, por exemplo. Apesar do fato de que os dados só são usados por uma noite, o gasto anual não deveria ser de mais de 2 mil libras, segundo Rohan. Usar dados novos todas as noites é um prática padrão em qualquer clube de jogos, para afastar qualquer suspeita de que poderiam estar viciados.
– Mas aqui diz que o gasto com dados foi de quase 3 mil libras – murmurou Dul.
– Exatamente.
Christopher se recostou em sua cadeira e sorriu indolentemente.
– Eu enganei meu pai do mesmo modo em minha juventude depravada, quando precisava de mais dinheiro do que ele estava disposto a me dar. – Para que você precisava de mais dinheiro? – Dul não resistiu a perguntar.
Christopher continuou sorrindo.
– Temo que a explicação exigiria muitas palavras que a ofenderiam.
Dul espetou um ovo de codorna com o garfo e o levou à boca.
– O que será feito em relação ao Sr. Egan?
Ele deu de ombros graciosamente.
– Assim que ele estiver sóbrio o suficiente para andar, será despedido.
Dul afastou uma mecha de cabelo que caíra sobre sua bochecha.
– Não há ninguém para substituí-lo.
– Sim, há. Até encontramos um gerente adequado, eu dirigirei o clube.
O ovo de codorna pareceu entalar na garganta de Dul e ela engasgou um pouco. Pegou rapidamente seu vinho, tomou um gole e arregalou os olhos para Christopher. Como ele podia dizer uma coisa tão absurda?
– Você não pode.
– Dificilmente eu faria isso pior do que Egan. Ele não dirige nada há meses... logo o clube estará falido.
– Você disse que detestava trabalhar!
– Sim. Mas acho que deveria tentar ao menos uma vez, para ter certeza.
Em sua ansiedade, Dul começou a gaguejar.
– Você va-vai brincar de trabalhar por a-alguns dias e depois se cansará di-disso.
– Não posso me dar o luxo de me cansar disso, meu amor. Embora o clube ainda seja lucrativo, está perdendo valor. Seu pai tem dívidas a cobrar que devem ser liquidadas. Se as pessoas que lhe devem não tiverem dinheiro, teremos de aceitar propriedades, joias, obras de arte... o que puderem oferecer. Tenho uma boa ideia do valor das coisas. Posso negociar alguns acordos aceitáveis. E há outros problemas que ainda não mencionei... Saviñón tem uma série de puros-sangues fracassados que o fizeram perder uma fortuna. E ele fez alguns investimentos insanos, 10 mil libras em uma suposta mina de ouro em Flintshire, uma fraude que até mesmo uma criança teria notado.
– Ah, meu Deus – murmurou Dul, esfregando a testa. – Ele estava doente... As pessoas se aproveitaram...
– Sim. E agora, mesmo se quiséssemos vender o clube, não poderíamos sem primeiro pô-lo em ordem. Acredite em mim, se houvesse uma alternativa, eu a encontraria. Mas este lugar é uma peneira e ninguém é capaz de tapar os buracos. Exceto eu.
– Você não sabe nada sobre tapar buracos – exclamou Dul, chocada com a arrogância dele.
Christopher respondeu com um sorriso imperturbável, arqueando levemente uma sobrancelha. Antes que ele pudesse abrir a boca para falar, Dul pôs as mãos sobre as orelhas.
– Ah, não comece! – Quando viu que Christopher estava obsequiosamente mantendo silêncio, embora ainda houvesse um brilho diabólico em seus olhos, ela baixou as mãos com cautela. – Se você comandar o clube, onde dormirá?
– Aqui, é claro – respondeu ele prosaicamente.
– Eu estou no único quarto de hóspedes disponível – disse ela. – Todos os outros estão ocupados. E não vou dividir uma cama com você. – Haverá muitos quartos amanhã. Vou me livrar das prostitutas da casa.
*Comentem
Autor(a): Laryy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 116
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millamorais_ Postado em 20/06/2017 - 07:02:00
Maiiiis, continua por favor!!!
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tahhvondy Postado em 10/06/2017 - 17:07:31
continua
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Nat Postado em 06/06/2017 - 17:19:26
CONTINUA!!!*-*
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millamorais_ Postado em 05/06/2017 - 12:05:28
Que bom que voltou. Não some por favor:D
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tahhvondy Postado em 04/06/2017 - 12:14:14
continua
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Nat Postado em 04/06/2017 - 10:48:33
CONTINUA! Não some de novo, por favor!*-*
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jucinairaespozani Postado em 14/03/2017 - 23:28:18
Continua
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Nat Postado em 14/03/2017 - 22:16:03
*-*Alguma chance da Daisy e o Cam ficarem juntos?CONTINUA!S2S2S2
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jucinairaespozani Postado em 10/03/2017 - 17:29:25
Posta mais
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Nat Postado em 08/03/2017 - 20:37:08
*0*Meu Deuuusss!!!CONTINNNNNUUUUUAAAAA!!!!!S2S2S2