Fanfics Brasil - Capítulo 9 Pecados no inverno *vondy* (adaptada)

Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy


Capítulo: Capítulo 9

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Dul nunca soube onde seu marido dormira naquela primeira noite, mas suspeitava que tivesse sido em algum lugar desconfortável. Seu próprio sono não fora nem um pouco repousante, porque a preocupação a havia acordado com a precisão de um relógio. Ela tinha ido ver o pai várias vezes, dando goles de água ou remédios quando a tosse piorava, ajeitando as cobertas quando ele sentia frio. A cada vez que acordava, Saviñón olhava para a filha com renovada surpresa.


    – Estou sonhando que você está aqui, menina?


     E ela havia murmurado palavras ternas e acariciado seus cabelos.


    Ao primeiro sinal da luz do dia, Dul se banhou e prendeu os cabelos úmidos em um coque. Tocou a campainha para chamar uma criada, pediu ovos, um caldo, chá e todas as comidas de doente em que pôde pensar para abrir o apetite do pai. As manhãs no clube eram tranquilas e silenciosas, porque a maioria dos empregados estava dormindo depois de ter trabalhado até altas horas da madrugada. Contudo, sempre havia um pequeno número deles disponível para serviços leves. Uma cozinheira assumia quando o chef ia embora, preparando pratos simples para quem os pedia.


    Um som curto e seco veio do quarto do pai. Evie correu para a cabeceira da cama e o encontrou tossindo em um lenço. Ver os aflitivos espasmos no peito dele fez seus próprios pulmões doerem. Procurando entre os frascos à mesa de cabeceira, encontrou o xarope de morfina e o despejou em uma colher. Passou um braço ao redor da cabeça e do pescoço quentes e úmidos do pai e o pôs em uma posição mais confortável. Novamente chocada com quanto estava leve, sentiu-o se retesar enquanto tentava conter outro acesso de tosse. Os tremores balançaram a colher da mão de Dul e o remédio caiu nas roupas de cama.


    – Desculpe-me – murmurou ela, indo rapidamente enxugar o líquido viscoso e encher de novo a colher. – Vamos tentar de novo, papai.


    Ele conseguiu tomar o remédio, seu pescoço com as veias aparentes se movendo enquanto engolia. Depois, tossindo mais algumas vezes, o pai a esperou ajeitar os travesseiros. Dul o recostou e pôs um lenço dobrado na mão dele.


  Olhando para o rosto esquelético e a barba grisalha, procurou qualquer sinal do pai nesse estranho irreconhecível. Ele sempre havia sido um homem de rosto cheio, robusto e corado... Nunca conseguira manter uma conversa sem o uso expressivo das mãos, fechando-as e dando socos no ar em gestos que pareciam típicos de ex-pugilista.Agora ele era uma sombra empalidecida daquele homem, com a pele do rosto cinzenta e flácida em virtude da rápida perda de peso. Mas os olhos azuis eram os mesmos... redondos e escuros, da cor do mar da Irlanda. Tranquilizada com a familiaridade daqueles olhos, Dul sorriu.


    – Eu pedi o café da manhã – murmurou ela. – Espero que chegue logo.


 Saviñón balançou levemente a cabeça,indicando que não queria comer.


    – O senhor tem que comer alguma coisa, papai.


     Com a ponta de um pano absorvente, ela enxugou uma gota de sangue no canto áspero da boca do pai. Ele franziu as sobrancelhas grisalhas.


    – Os Maybricks virão buscá-la, Dul?– perguntou roucamente.


    Ela deu um sorriso de amarga satisfação.


     – Eu os deixei para sempre. Alguns dias atrás, fugi e me ca-casei em Gretna Green. Agora eles não têm ne-nenhum poder sobre mim.


Saviñón arregalou os olhos.


     – Quem? – perguntou sucintamente.


    – Lorde St. Uckermann


    Houve uma batida à porta e a criada entrou, trazendo uma bandeja com pratos. Dul se levantou para ajudá-la, tirando alguns objetos da mesa de cabeceira. Viu o pai recuar ao cheiro da comida.


    – Desculpe-me, papai. O senhor precisa tomar pelo menos um pouco de caldo.


    Dul  pôs um guardanapo sobre o peito dele e lhe levou uma xícara de caldo morno aos lábios. Saviñón tomou alguns goles e se recostou, observando-a enxugar-lhe a boca. Sabendo que o pai esperava que ela lhe explicasse a situação, Dul sorriu tristemente. Já tendo pensado sobre o assunto, decidira que não havia nenhuma necessidade de fingir um romance. Seu pai era um homem prático e provavelmente nunca havia esperado que a filha se casasse por amor. Na visão dele, você tinha de aceitar a vida como era, fazendo o que fosse preciso para sobreviver. Se encontrasse um pouco de prazer no caminho, deveria desfrutá-lo e não se queixar quando tivesse que pagar o preço.


    – Até agora quase ninguém sabe sobre o casamento – disse Dul. – Na verdade, não foi uma união tão ruim. Nós nos damos bastante bem e eu não tenho nenhuma ilusão sobre ele.


     Saviñón abriu a boca quando a filha lhe deu uma colherada de ovos quentes. Refletiu sobre informação, engoliu e se aventurou a dizer:


    – O pai dele, o duque, é um idiota que não sabe fazer nada.


    – Mas lorde St. Uxckermann é bastante inteligente.


     – Um tipo frio – observou Saviñón.    


– Nem sempre. Isto é...


  Dul subitamente parou, suas bochechas ficando vermelhas ao se lembrar de Christopher sobre ela na cama, do corpo firme e quente, dos músculos das costas se arqueando sob seus dedos.


    – Ele é um libertino – comentou Saviñón sem rodeios.


    – Isso não me importa – respondeu ela com igual franqueza. – Eu nunca lhe pediria fidelidade. Obtive o que queria do casamento. Quanto ao que ele quer...


    – Sim, eu pagarei seu dote – disse Saviñón amigavelmente. – Onde ele está agora?


     Dul lhe deu outra colherada de ovos quentes.


    – Sem dúvida ainda está na cama.


    A camareira, que estava saindo do quarto, parou na porta.


    – Perdão, mas ele não está na cama, senhorita... quero dizer, milady. Lorde St. Uckermann acordou o Sr. Rohan à primeira luz do dia e o está arrastando de um lado para outro, fazendo perguntas e lhe dando listas. Deixou o Sr. Rohan de péssimo humor.


    – Lorde St. Uckermann tem esse efeito sobre as pessoas – disse Dul secamente.


    – Listas do quê? – perguntou Saviñón.


Dul não ousou admitir que Christopher tomara a seu cargo interferir na direção do clube. Isso provavelmente aborreceria o pai. A novidade do casamento sem amor da filha era algo que ele podia tolerar, mas qualquer coisa que afetasse seu negócio seria uma fonte de grande preocupação.


    – Ah – disse ela vagamente. – Acho que ele viu uma parte do carpete que devia ser substituída. E pensou em melhoras para o cardápio. Esse tipo de coisa.


    – Hummm. – Sa franziu o cenho quando ela lhe levou novamente uma xícara de caldo aos lábios. – Diga-lhe para não tocar em nada sem a permissão de Egan.


    – Sim, papai.


    Dul olhou furtivamente para a criada, estreitando os olhos em um aviso para que ela não desse mais informações. Entendendo a ordem silenciosa, a criada assentiu.


    – Você não está com tanta dificuldade em falar quanto antes – observou Saviñón. – Por quê, querida?


Dul refletiu sobre a pergunta, sabendo que sua gagueira realmente melhorara durante a última semana.


    – Não sei ao certo. Acho que estar longe dos Maybricks talvez tenha me ajudado a ficar... mais calma. Notei isso logo depois que partimos de Londres...


    Ela lhe contou uma versão resumida da viagem de ida e volta de Gretna Green, provocando no pai algumas risadas que o fizeram tossir no lenço. Enquanto conversavam, Dul viu o rosto dele relaxar, revelando o efeito da morfina. Ela comeu um pedaço da torrada intocada do pai, tomou uma xícara de chá e pôs a bandeja do café da manhã perto da porta.


    – Papai, antes de o senhor dormir, eu o ajudarei a se lavar e barbear.


    – Não é preciso – respondeu ele com os olhos vidrados em virtude do remédio.


     –Deixe-me cuidar do senhor – insistiu Dul, dirigindo-se ao lavatório, onde a criada deixara um jarro de água quente. – Acho que dormirá melhor depois.


 


 


 


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Autor(a): Laryy

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Saviñón pareceu fraco demais para discutir. Apenas suspirou, tossiu e a observou trazer uma tigela de porcelana e seus utensílios de barbear para a cabeceira da cama. Dul pôs uma toalha sobre o peito e a base do pescoço dele. Sem nunca ter barbeado um homem, pegou o pincel, o mergulhou na água e o enfiou na caneca de sabão. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 116



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  • millamorais_ Postado em 20/06/2017 - 07:02:00

    Maiiiis, continua por favor!!!

  • tahhvondy Postado em 10/06/2017 - 17:07:31

    continua

  • Nat Postado em 06/06/2017 - 17:19:26

    CONTINUA!!!*-*

  • millamorais_ Postado em 05/06/2017 - 12:05:28

    Que bom que voltou. Não some por favor:D

  • tahhvondy Postado em 04/06/2017 - 12:14:14

    continua

  • Nat Postado em 04/06/2017 - 10:48:33

    CONTINUA! Não some de novo, por favor!*-*

  • jucinairaespozani Postado em 14/03/2017 - 23:28:18

    Continua

  • Nat Postado em 14/03/2017 - 22:16:03

    *-*Alguma chance da Daisy e o Cam ficarem juntos?CONTINUA!S2S2S2

  • jucinairaespozani Postado em 10/03/2017 - 17:29:25

    Posta mais

  • Nat Postado em 08/03/2017 - 20:37:08

    *0*Meu Deuuusss!!!CONTINNNNNUUUUUAAAAA!!!!!S2S2S2


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