Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy
Com os preparativos para o funeral, os problemas financeiros do clube e o próprio edifício precisando urgentemente de reforma, Christopher deveria estar ocupado demais para notar Dul e seu estado. Contudo, ela logo percebeu que ele exigia relatórios frequentes das criadas sobre como havia dormido, se tinha comido e suas atividades em geral. Ao saber que a esposa não havia tomado café da manhã nem almoçado, Christopher mandou uma bandeja para cima, com um curto bilhete:
" Milady, Esta bandeja será devolvida para minha inspeção daqui a uma hora. Se não estiver vazia, irei pessoalmente alimentá-la à força. "
Bon appetit,
C.
Para a satisfação de Christopher, Dul obedeceu à ordem. Ela se perguntou com irritação se as ordens do marido eram motivadas por preocupação ou por um desejo de intimidá-la. Porém, logo depois, Christopher fez algo muito atencioso, pagando para uma costureira o dobro do preço que ela cobrava para fazer três vestidos de luto com considerável rapidez. Infelizmente, a escolha dos tecidos foi totalmente inadequada.
No primeiro ano de luto,as mulheres eram obrigadas a usar apenas crepe, um tecido opaco, duro, áspero e feito de fios engomados. Ninguém o considerava uma escolha agradável, porque o crepe era perigosamente inflamável e tendia a enrugar e quase se desmanchar na chuva. Contudo, Christopher encomendara um vestido de veludo preto, um de cambraia macia e um de caxemira.
– Não posso usar estes – disse Dul erguendo uma sobrancelha e passando a mão sobre os vestidos.
Ela os pôs sobre a colcha da cama, onde ficaram amontoados.
O próprio Christopher havia trazido os vestidos para cima assim que foram entregues no clube. Ele estava em pé no canto da cama, apoiado na pesada coluna entalhada. Exceto pela camisa branca, estava vestido de preto da cabeça aos pés. Como era de esperar, ficava extraordinariamente bonito em roupas austeras, o preto fornecendo um contraste exótico com a pele e os cabelos dourados brilhantes. Não pela primeira vez, Dul se perguntou se um homem com tal aparência poderia possuir um caráter decente – sem dúvida ele fora mimado desde a infância.
– Qual é o problema? – perguntou Christopher olhando para os vestidos. – São pretos, não são?
– Bem, sim, mas não são feitos de crepe.
– Você quer usar crepe?
–É claro que não. Ninguém quer. Mas se as pessoas me virem usando outra coisa, haverá muito falatório.
Christopher arqueou uma das sobrancelhas.
–Dul, você fugiu de casa para não ceder aos desejos de sua família, casou-se com um renomado libertino e está morando em um clube de jogos. Quantos falatórios mais acha que poderia causar?
Dul olhou desconfiada para o vestido que estava usando, um dos três que trouxera na noite em que fugira da casa dos Maybricks. Embora as criadas e ela tivessem feito o possível para limpá-lo, a lã marrom estava manchada e amarrotada devido à viagem. Além disso, dava-lhe coceiras. Queria usar algo novo, limpo e macio. Estendeu a mão para o vestido preto de veludo e o alisou.
– Você tem de aprender a ignorar o que as pessoas falam – murmurou Christopher, indo até ela. Posicionando-se atrás de Dul, tocou seus ombros de leve, fazendo-a se sobressaltar um pouco. – Será muito mais feliz assim. Aprendi que enquanto o que falam sobre os outros frequentemente é verdade, nunca é quando se refere a nós.
Dul se retesou nervosamente ao sentir as mãos dele movendo-se ao longo da fileira de botões nas costas do vestido marrom.
– O que está fazendo?
– Ajudando você a trocar de roupa.
– Eu não quero. Agora não. Eu...
Mas ele insistiu, deslizando uma das mãos para a frente de Dul a fim de mantê-la no lugar enquanto a outra continuava a abrir o vestido. Em vez de recorrer a uma luta indigna, Dul corou e ficou parada, a pele exposta arrepiada.
– Eu go-gostaria que não me tratasse com tanta displicência!
– A palavra “displicência” sugere indiferença – respondeu ele, baixando o vestido para os quadris de Dul.
O vestido caiu no chão.
– E não há nada de indiferente em minha reação a você, amor.
– Eu poderia esperar um pouco de re-respeito – exclamou Dul, tremendo diante dele em suas roupas de baixo. –Sobretudo depois... depois...
– Você não precisa de respeito. Precisa de conforto, abraços e possivelmente um longo tempo na cama comigo. Mas como não permitirá isso, receberá uma massagem nos ombros e alguns conselhos.
Christopher pôs suas mãos quentes nos ombros dela, nus exceto pelas alças da camisola. Começou a massagear os músculos tensos, os polegares traçando arcos profundos na parte superior das costas. Dul fez deu um gemido e tentou se afastar, mas ele a fez se calar e continuou a massageá-la com infinita habilidade.
– Você não é mais a mesma pessoa de alguns dias atrás – murmurou ele. – Não é mais uma mulher solteira que tomava chá de cadeira nos bailes, uma virgem ou a criança indefesa que tinha de suportar a vida com os Maybricks. É uma viscondessa com uma fortuna considerável e um marido libertino. As regras de quem seguirá agora?
Dul balançou a cabeça, cansada e confusa. Seu controle sobre as próprias emoções parecia desaparecer tão rapidamente quanto Christopher lhe tirava a tensão das costas. Temeu chorar se tentasse falar. Ficou em silêncio, com os olhos firmemente fechados, tentando manter sua respiração regular.
– Até agora você passou a vida tentado agradar aos outros... com muito pouco sucesso. Por que não tenta agradar a si mesma para variar? Por que não vive de acordo com suas próprias regras? O que ganhou seguindo as convenções?
Dul ponderou sobre as perguntas e suspirou de prazer quando ele encontrou um ponto particularmente dolorido.
– Eu gosto das convenções – respondeu, depois de um tempo. – Não há nada de errado em ser uma pessoa comum, há?
– Não. Mas você não é comum ou nunca teria me procurado em vez de se casar com o primo Eustace.
– Eu estava desesperada.
– Esse não foi o único motivo – murmurou ele. – Isso também lhe deu um prazer maldoso.
– Não! Não!
– Você gostou de colocar um libertino infame contra a parede em sua própria casa e apresentar uma proposta irrecusável. Não tente negar isso. A esta altura eu a conheço o suficiente.
Incrivelmente, apesar de sua dor e preocupação, Dul sentiu um sorriso surgindo em seus lábios.
– Talvez por um momento eu tenha gostado –admitiu. – E certamente gostei de pensar em quanto minha família ficaria furiosa quando soubesse disso. – O sorriso desapareceu enquanto ela acrescentava com uma carranca: – Como eu odiava morar com eles! Se ao menos meu pai tivesse ficado comigo! Ele poderia ter pagado a alguém para cuidar de mim...
– Meu Deus! – disse Christopher, não parecendo nem um pouco solidário. – Por que ele ia querer uma criança pequena em seu mundo?
– Porque eu era sua família. Era tudo o que ele tinha!
Isso fez Christopher balançar a cabeça decididamente.
– Os homens não pensam assim, querida. Seu pai presumiu, e com razão, que seria melhor para você viver longe dele. Sabia que só se casaria bem se fosse criada de um modo respeitável.
– Mas se ele soubesse como os Maybricks me tratariam... como me maltrataram...
Christopher a chocou ao perguntar:
– O que a faz presumir que seu pai não teria feito o mesmo? Pelo amor de Deus! Ele era um ex-pugilista! Dificilmente seria considerado um sujeito com controle de suas próprias ações. Você poderia ter conhecido muito bem os punhos dele se o tivesse visto com mais frequência.
– Eu não acredito nisso! – exclamou Dul com irritação.
– Acalme-se – murmurou Christopher, pegando o vestido de veludo na cama. – Como já disse, eu nunca bateria em uma mulher. Mas o mundo está cheio de homens que não têm esse tipo de escrúpulo e provavelmente seu pai era um deles. Conteste isso, se quiser, mas não seja ingênua a ponto de pôr Saviñón em um pedestal, amor. Para os padrões do mundo em que vivia, de malandros, jogadores, canalhas, criminosos e embusteiros, era um homem bastante decente. Estou certo de que Saviñón consideraria isso um elogio adequado. Erga os braços.
Ele passou habilmente o vestido de veludo pela cabeça de Dul, ajeitou as saias no quadril e a ajudou a enfiar os braços nas mangas.
– Essa vida não é para você. Seu lugar é em uma propriedade no campo, sentada em uma manta espalhada em um gramado verde, comendo morangos com creme. Dando passeios de carruagem. Visitando suas amigas. Um dia provavelmente deveria ter filhos. Isso a faria ter algo com que se ocupar. E algo em comum com suas amigas, que sem dúvida já começaram a procriar.
Surpresa com a naturalidade com que Christopher lhe dera a sugestão, Dul olhou para o belo rosto tão perto do seu. Poderia parecer que acabara de se de dispor a lhe comprar um cachorrinho. Ele realmente era tão insensível?
– Você teria algum interesse em um filho? – perguntou Dul após engolir em seco várias vezes.
– Não, querida. Não fui feito para ter uma esposa e família. Mas eu não deixaria lhe faltar nada. – Um brilho perverso surgiu nos olhos de Christopher. – Participaria com muito entusiasmo da concepção, não da criação. – Ele foi para trás de Dul a fim de fechar o vestido. – Pense no que você quer. Há muito pouco que não possa ter... desde que ouse.
Autor(a): Laryy
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Qualquer sentimento de amizade que Dul pudesse nutrir por seu marido desapareceu na manhã seguinte, quando Christopher saiu do clube logo antes do meio-dia e foi para o bordel de madame Bradshaw. Ele tinha terminado os preparativos para o funeral de Fernando Saviñón e agora estava voltando sua atenção para os negócios. O Savi&ntild ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 116
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millamorais_ Postado em 20/06/2017 - 07:02:00
Maiiiis, continua por favor!!!
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tahhvondy Postado em 10/06/2017 - 17:07:31
continua
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Nat Postado em 06/06/2017 - 17:19:26
CONTINUA!!!*-*
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millamorais_ Postado em 05/06/2017 - 12:05:28
Que bom que voltou. Não some por favor:D
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tahhvondy Postado em 04/06/2017 - 12:14:14
continua
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Nat Postado em 04/06/2017 - 10:48:33
CONTINUA! Não some de novo, por favor!*-*
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jucinairaespozani Postado em 14/03/2017 - 23:28:18
Continua
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Nat Postado em 14/03/2017 - 22:16:03
*-*Alguma chance da Daisy e o Cam ficarem juntos?CONTINUA!S2S2S2
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jucinairaespozani Postado em 10/03/2017 - 17:29:25
Posta mais
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Nat Postado em 08/03/2017 - 20:37:08
*0*Meu Deuuusss!!!CONTINNNNNUUUUUAAAAA!!!!!S2S2S2