Fanfic: Pecados no inverno *vondy* (adaptada) | Tema: vondy

As roupas que Maitê Chaves  trouxera eram mais adequadas para um meio luto do que para um luto total. Mesmo assim, Dul decidiu usá-las. Já contrariara as convenções sociais usando outros tecidos que não o crepe. Como dificilmente alguém no clube fosse ousar criticá-la, não fazia muita diferença usar preto, marrom ou cinza. Além disso, tinha certeza de que seu pai não teria se importa. Dul leu mais uma vez o bilhete que Maitê pusera junto com as roupas,esboçando um sorriso. Mandei fazer estes em Paris sem levar em consideração as consequências da virilidade do Sr. Chaves,escrevera Maitê maliciosamente. Quando puder usá-los de novo, estarão fora de moda. São um presente meu para você, querida amiga. Dulexperimentou o vestido de lã cinza macia forrado de seda e descobriu que lhe caía muito bem. Contudo, seu prazer com o vestido novo foi sufocado por uma onda de melancolia ao pensar em seu pai. Andando desconsoladamente pela sala de jogos principal, viu Christopher  conversando com dois pedreiros cobertos de pó. Era muito mais alto do que eles e inclinou a cabeça enquanto respondiam. Depois disse algo que os fez rir. Ainda havia um brilho de divertimento nos olhos de Christopher quando se virou
para Dul. Seu olhar se suavizou e ele se afastou dos pedreiros, indo na direção dela. Dul tentou conter a ansiedade, temendo parecer tolamente apaixonada por ele. Mas, por mais que tentasse esconder seus sentimentos, eles pareceram se espalhar, como se brilhassem no ar ao seu redor. O estranho era que Christopher  parecia igualmente feliz em estar na sua presença, perdendo o ar de libertino enfastiado e lhe sorrindo com genuína ternura.

– Dul... – Sua cabeça se inclinou para o rosto da esposa. – Você está bem?

– Sim, eu... não. – Ela esfregou nervosamente suas têmporas. – Estou cansada, entediada e com fome. A risadinha dele afastou a melancolia de Dul.

– Posso fazer algo a esse respeito.

– Não quero que interrompa seu trabalho – disse ela timidamente.

– Rohan cuidará das coisas por um momento. Venha, vamos ver se a sala de bilhar está vazia.

– Sala de bilhar? – repetiu Dul relutantemente. – Por que deveríamos ir para lá?

Ele lhe lançou um olhar provocador. – Para jogar, é claro.