Fanfics Brasil - 001 Prazeres da Noite - Adaptada (+18)

Fanfic: Prazeres da Noite - Adaptada (+18) | Tema: vondy,hot


Capítulo: 001

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Dulce Maria olhou para o relógio em formato de gato na parede, com sua cauda marcando os segundos e os bigodes de segunda mão.


Finalmente estava próximo das cinco horas. Quase a hora de iniciar o final de semana — ela mal podia esperar.


Exausta, passou as mãos pelos longos cabelos e bocejou. Parecia nunca recarregar suas energias, por mais que dormisse. Seus dias de folga passavam como num borrão de lençóis emaranhados e baldes de café.Sua vida social havia desacelerado até quase parar, enquanto o tempo gasto na cama se acumulava. Nenhum dos remédios para insônia tinha ajudado. Não que ela não conseguisse dormir. Na verdade, ela parecia não parar de dormir.


Ela só não estava conseguindo descansar.


Levantando-se, Dulce ergueu os braços e se espreguiçou. Cada tendão em seu corpo protestou. As chamas das velas perfumadas tremeluziram em cima do arquivo de metal, cobrindo o odor medicinal de sua clínica com o cheiro doce de biscoitos. Mas o perfume apetitoso não lhe despertou nenhuma fome, como era a intenção. Ela vinha perdendo peso e ficando cada vez mais fraca. Seu médico estava a ponto de mandá-la para uma clínica de estudo do sono para monitorar seus padrões de REM, e ela estava prestes a concordar com isso. Ele lhe dissera que sua eterna incapacidade de se recordar dos seus sonhos era a manifestação mental de um problema físico — ele só não sabia ainda qual era esse problema, exatamente. Dulce ficou contente por ele não ter prescrito uma camisa de força.


— Aquele foi o seu último paciente, então pode ir para casa, se quiser.


Virando-se, Dulce conseguiu abrir um sorriso para Stacey, sua recepcionista, de pé na porta do consultório.


— Você está péssima, Doutora. Está sentindo alguma coisa?


— Não faço ideia — resmungou Dulce. — Tenho me sentido horrível já faz quase um mês.


De fato, ela tinha estado “adoentada” quase toda sua vida, o que era um dos motivos pelos quais se decidira por uma carreira na medicina. Agora, passava tanto tempo quanto seu nível de energia permitia na alegre clínica com pisos de mármore cor de creme e suave decoração vitoriana.


Atrás de Stacey, o estreito corredor forrado de painéis de madeira levava a uma sala de espera decorada com casais de periquitos em gaiolas antigas. Era cálida e acolhedora, um lugar onde Dulce gostava de passar seu tempo — quando não estava tão morta de cansaço.


Stacey se apoiou no batente da porta e franziu o nariz. Vestida no uniforme estampado com desenhos de animais, ela tinha uma aparência fofa e animada, o que combinava com sua personalidade.


— Deus, eu odeio ficar doente. Espero que se sinta melhor logo. Seu primeiro paciente na segunda é um labrador que só precisa atualizar suas vacinas. Posso remarcá-lo, se você preferir. Isso te daria mais uma hora para decidir se está se sentindo bem o bastante para vir.


— Eu te amo — disse Dulce, com um sorriso cheio de gratidão.


— Nada, você só precisa de alguém para cuidar de você. Como um namorado, por exemplo. Menina, o jeito que os caras solteiros te olham quando vêm aqui... — Stacey assoviou. — Metade do tempo, eu fico achando que eles compraram cachorros só para poder vir te ver.


— Você não acabou de dizer que eu estava péssima?


— Você sabe o que eu quis dizer. Você provavelmente vai estar com uma aparência melhor no seu leito de morte do que a maioria das mulheres exibe em seu melhor dia. Esses caras não se lembram do checkup dos bichinhos por causa dos cartões, pode ter certeza.


Dulce girou os olhos.


— Eu acabei de te dar um aumento. O que você quer agora?


— Que você vá para casa. Eu fecho aqui com o Mike.


— Não vou discutir — ela estava morta em pé e, embora a clínica ainda estivesse ressoando com a tranquilizante cacofonia de latidos, o som do motor dos aparelhos usados por Mike para banho e tosa e o canto dos passarinhos, tudo estava gradualmente se acalmando para a noite.


— Vou só guardar esses históricos e já vou...


— De jeito nenhum. Se eu deixar você fazer o meu trabalho, para que vai precisar de mim? — Stacey se aproximou, pegou os históricos na mesa de mogno e foi para o corredor. — Vejo você na segunda, Doutora.


Balançando a cabeça com um sorriso, Dulce pegou sua bolsa e recolheu suas chaves antes de sair pelos fundos da clínica para o estacionamento de funcionários. Sua BMW Roadster esperava no pátio quase vazio. Era um lindo dia, ensolarado e quente, e ela acionou o teto conversível antes de se dirigir para casa. Durante a viagem de vinte minutos, ela tomou o resto frio do café que estava no porta-copos e ouviu música bem alto,tentando permanecer acordada por tempo suficiente para não se matar,ou pior, matar outra pessoa na estrada.


Seu carro reluzente movia-se com facilidade pelo leve tráfego da pequena cidade no sul da Califórnia. Ele tinha sido uma compra de impulso quando Dulce finalmente admitiu que era muito provável que seu destino fosse morrer jovem, mas era um impulso do qual ela nunca se arrependera.


Ao longo dos últimos quatro anos, ela fizera um série de mudanças drásticas, como se mudar para o Temecula Valley e deixar para trás uma clínica veterinária imensamente bem-sucedida em San Diego. Ela pensou que seu cansaço crônico talvez se devesse à sua rotina estressante de trabalho e ao custo de vida exorbitante. Durante os primeiros anos após a mudança, ela tinha se sentido muito melhor; entretanto, sua saúde ultimamente parecia pior do que nunca.


Uma bateria de exames havia dado negativo para uma variedade de problemas, como lúpus e esclerose múltipla. Diagnósticos incorretos de fibromialgia e apneia do sono fizeram com que ela tomasse remédios inúteis e usasse máscaras desconfortáveis que a impediam de dormir. O último diagnóstico, narcolepsia, tinha sido deprimente, pois sugeria não haver cura para o cansaço que estava arruinando sua vida. Sua capacidade para trabalhar os longos turnos de que tanto gostava havia sido reduzida anos atrás. Ela estava enlouquecendo lentamente.


O portão de ferro do condomínio se abriu e Dulce entrou, passando pela área da piscina comunitária, que ela ainda não havia usado, antes de apertar o controle remoto para abrir a porta da sua garagem, logo depois da esquina.


Ela estacionou de modo brusco, mas preciso, e usou o controle outra vez. Antes que a porta da garagem tivesse acabado de se fechar, ela já estava dentro da cozinha com balcões de granito. Jogando a bolsa sobre a mesa do café, Dulce Maria tirou a blusa de seda marfim e a calça azul,mergulhando no sofá.


Já estava dormindo antes de sua cabeça atingir o travesseiro.



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Autor(a): vondyporra

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • AnazinhaCandyS2 Postado em 13/01/2017 - 02:39:31

    Oie leitora nova! Gente Dulce ta parecemos eu, vivo cansada, acho q o remedio pra ela é um certo carinha q vai aparece kkk.Continua

  • GrazihUckermann Postado em 06/01/2017 - 12:36:12

    Primeira a comentar s2 continuaa


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