Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

- Meu pai e eu nunca brigamos. Depois que eu comecei a passar a maior parte do tempo aqui na cidade, bebendo, jogando e preenchendo o meu vazio com essa vida mais vazia ainda, meu pai ficou decepcionado comigo. Minha mãe não dizia nada, sei que ela não gostava das atitudes que passei a ter, mas no fundo ela esperava pacientemente que eu me cansasse daquilo tudo e caísse mim. Ela sempre tinha uma palavra de conforto ou um carinho para me oferecer, mesmo que eu não dissesse a ela que no fundo estava sofrendo... ela sabia, mas sabia também que aquela era a minha jornada, a lição que eu precisava aprender sozinho com a vida. Mas depois que ela morreu eu piorei. Mudei para a cidade, passava todo o meu tempo aqui, jogando fora com coisas inúteis.

- E seu pai?

- Já meu pai... ele não dizia nada, mas seu silêncio indicava tudo. Decepção... Ele não conversava comigo, ficou distante. Acho que pensava que assim talvez eu me desse conta de como ele estava infeliz com o meu comportamento. No fundo eu sabia... Mas só no dia da morte ele me disse... Disse tudo o que tinha guardado por anos...

Christopher fechou os olhos. Suspirou, como se revivesse tudo aquilo outra vez. Dulce queria abraçá-lo, envolvê-lo em seus braços e dizer que tudo já havia passado. Mas respeitou o momento de desabafo dele.

- No dia em que meu pai morreu, finalmente conseguiu falar de todo o desgosto que eu causei a ele... Disse que eu não tinha feito nada de útil na vida, que eu era um egoísta e, enfim, disse tudo o que eu tinha me tornado. Um devasso, inconseqüente, irresponsável... e ele tinha razão.

Dulce sentiu um nó apertar a garganta. Se atreveu a segurar uma das mãos dele. Christopher aceitou o carinho e apertou a mão da esposa de volta, mas seu olhar continuava distante.

- Eu sempre tinha sido um filho responsável, dedicado à família... papai tinha esperança de que eu, como o filho mais velho, me interessasse pelos nossos negócios, que assumisse o título de conde, que me casasse e tivesse filhos... Não queria que o nome dos Uckermann acabasse enterrado com as extravagância de um jovem inconseqüente.

- Deve ter sido muito difícil para você... passar por tudo isso... ouvir essas coisas do seu pai – ela sussurrou.

- Era a verdade. Tudo o que ele me disse tinha um fundo de verdade. Eu nunca fiz nada de que pudesse me orgulhar. Desperdicei boa parte da minha vida com coisas vazias... E depois que ele morreu, eu perdi a noção de tudo... acho que fiquei um pouco louco – Christopher sorriu, mas sem nenhuma alegria, era um riso frio, irônico – Decidi que já que eu havia me tornado um devasso, seria um da pior espécie. Mas depois eu fui me cansando de agir assim... quando a consciência doeu demais, disse a mim mesmo que ainda tinha tempo pela frente para consertar as coisas e decidi agir de maneira diferente. Assumir minha vida, minhas responsabilidades. Recebi o título de conde e comecei a tomar as rédeas dos negócios da família. Mas aí...

...continua...