Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

Mas nos últimos meses Christopher vinha agindo de forma completamente diferente. Aos poucos ele fora se tornando menos fechado, menos triste... e se mostrando mais atencioso, mais doce, carinhoso! Estaria nutrindo algum sentimento especial por ela?

Dulce sacudiu a cabeça, levantando-se da cadeira e indo até a janela. O Parque estava bonito, iluminado pelo sol, que apesar do frio não deixara de aparecer um só dia na última semana. Ela sentiu o peito se apertar um pouquinho. Queria muito acreditar que Christopher estava começando a amá-la... não pelo bebê, mas por ela mesma. Mas também não queria sonhar muito alto. Ser amada era algo que nunca havia pensado conseguir na vida. Muito em parte pelas desilusões que havia sofrido desde cedo.

Seu pai havia lhe roubado o sonho de que um relacionamento poderia ser equilibrado, com amor e respeito. Alguma coisa sempre iria faltar. Ricardo nunca havia demonstrado um sinal de afeto pela esposa. E nem pelos filhos. Mesmo com a doença de Marcelino nunca parava em casa, desperdiçava as noites bebendo, jogando e com mulheres. Nada parecia importar a Ricardo Espinoza além dele mesmo.

E quando mais havia precisado do apoio do pai, ele agira da pior forma possível, oferecendo-a como uma mercadoria, como um pagamento por suas dívidas. Ela jamais havia se sentido tão mal... e também jamais havia sentido tamanha coragem como no instante em que gritara com o pai dizendo o quanto o detestava.

Dulce sentiu o corpo estremecer diante da lembrança. Esfregou os braços instintivamente, tentando se aquecer. Seus olhos começaram a arder, mas ela se negou a chorar. Não por aquele homem que nunca havia se importado com a família. O exemplo de sua mãe fora o bastante para que, apesar de tudo, nem ela nem o irmão se abatessem pelo sofrimento.

Depois daquele dia, em que a atitude do pai levara Dulce a dizer tudo o que pensava dele, Ricardo, por pior que fosse, tivera um mínimo de vergonha por ter exposto a filha ao pior do vexames, e não dirigiu mais a palavra a ela. Dulce agradeceu todos os dias por isso. Seguiu em frente, apesar da mágoa, e sem jamais contar a mãe que o pai quisera vendê-la como uma prostituta qualquer. Aos poucos Ricardo foi definhando, abatido pelos excessos que havia cometido durante tantos anos. Depois da morte do pai, Dulce sentiu um grande alívio. A situação financeira da família piorou muito, tiveram que enfrentar dificuldades jamais sonhadas. Mas pelo menos não precisaram mais suportar a dor e a humilhação de conviver com alguém que já havia perdido todo tipo de valor.

E o pesadelo tinha finalmente terminado quando ela conseguira se casar com o Conde de Uckermann. Agora sua mãe e irmão tinham um teto, comida, roupa. E o mais importante era a melhora de Marcelino. As boas notícias nas cartas que Blanca sempre escrevia eram a recompensa maior por todo o sofrimento.

Dulce suspirou. Sabia que Christopher era diferente. Muito diferente de homens como seu pai. Mas não podia esquecer que seu casamento tinha sido um contrato, nada mais do que isso. Apesar dessa verdade, não havia cláusula prevendo que se apaixonaria por ele. E por mais que desejasse que ele também sentisse o mesmo, não queria se apegar à possibilidade e se desiludir depois.

...continua...