Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

Christopher permaneceu de costas:

- Que diferença faz? Nosso acordo já foi consumado. Nós dois cumprimos a nossa parte: você está grávida, e eu proporcionei os meios de salvar o seu irmão. Portanto, não há mais nada que você tenha que fazer, a não ser esperar que eu morra.

Por fim ela se levantou, sentindo o peso da angústia atormentá-la mais do que podia suportar. Ficando de pé, gritou, encorajada pelo medo de perdê-lo:

- Não é isso o que eu quero!

Ele permaneceu parado, imóvel. Mas nada agora ia impedi-la de continuar e dizer tudo o que tinha sufocado durante todo esse tempo, tudo o que estava sentindo e agora parecia a ponto de explodir:

- Eu não quero o seu dinheiro! Não me importo com o seu nome nem com a sua posição! Não queria que você estivesse doente... - mais uma vez as lágrimas começaram a descer pelo rosto dela, fazendo com que sua voz ficasse trêmula, mas ainda assim ela prosseguiu - O que mais queria, de todo o coração, era que não estivesse morrendo...

Ele ainda permaneceu de costas, mas Dulce percebeu um leve tremor no corpo dele. Um som abafado, como uma risada nervosa, escapou dos lábios de Christopher:

- O que vai me dizer agora? – a voz dele soou fraca, com uma pontada de dor – Que me quer? Que se importa comigo? Não precisa. Eu não vou expulsá-la. Apesar de tudo, cumpriu o seu dever - por fim ele se virou, e o que mostrava no rosto era uma mistura de mágoa e raiva - Admito que nos deixamos envolver mais do que devíamos. Mas ainda está em tempo de mudar as coisas. Agora tudo vai ser como devia ter sido... desde o começo! Um acordo de negócios. Nada mais.

E dizendo isso, ele se virou, abrindo a porta.

- Impossível, Christopher! – Dulce se ouviu gritar.

Sentindo sua última chance escapar das mãos, sem a menor idéia de onde vinha a coragem, as palavras escaparam dos lábios dela:

- É tarde demais pra isso porque eu me apaixonei por você...

Christopher ficou imóvel, como se tivesse sido congelado. Dulce suspirou profundamente e caminhou até a porta, se aproximando mais dele:

- Eu não tenho nada a ganhar admitindo isso – sussurrou – Se quisesse apenas dinheiro eu não teria medo de ser expulsa, porque como você disse, agora eu carrego um filho seu, estaria segura para o resto da vida. Mas eu não me alegro com isso, Christopher. Não quero sair da sua vida, nem quero que você se distancie... Eu... – ela sentiu a voz embargar – Eu te amo...

Christopher continuou absolutamente imóvel nos segundos que se seguiram. Dulce sentiu o peito destroçado... jamais ele parecera tão inatingível como naquele momento. Não falou nada, não moveu um só músculo... até que simplesmente saiu de vez do quarto. Sem se virar, sem dizer nada.

Frio e calor, náusea e dor se misturaram, fazendo com que o corpo exausto de Dulce caísse mais uma vez ao chão, aos pés da cama. Ajoelhada novamente, ela encolheu o corpo, chorando como nunca havia chorado antes, tremendo com a força da enorme tristeza que se apoderou completamente de seu ser.

Marcelino estava vivo... estava salvo! Poderia ter confiado em Christopher, sabia disso agora, mas não tinha como saber antes. O desespero a guiara, pelo pior caminho possível... Havia se arriscado para salvar a vida do irmão... e ele estava vivo... mas ela sentia que havia perdido tudo.