Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

* Capítulo Vinte e Três *

Christopher sentia uma grande vontade de voltar para a Estância. Olhando pela janela as carruagens passarem, sentiu saudade dos campos e do ar puro... do seu jardim e de suas rosas. O trabalho físico sempre o ajudava a exorcizar seus demônios, e nunca havia precisado tanto disso como agora. Desejava estar lá e poder tirar o paletó, arregaçar as mangas e trabalhar na terra... isso sempre ajudava a colocar seus pensamentos confusos em ordem. Ou pelo menos a esquecê-los por alguns instantes.

Mas sabia que ainda precisava ficar um pouco mais na cidade. Por isso teria de aprender a lidar com seus tormentos. Desde que havia descoberto que não estava doente, decidira retomar as rédeas da própria vida. Tinha assuntos a resolver e não poderia adiá-los. Por mais que quisesse simplesmente correr para os braços de Dulce e dizer que já não importavam mais os erros do passado, que apenas queria desfrutar o presente e esperar o futuro ao lado dela, sabia que tinha coisas a fazer e que não podia adiar.

A análise feita pelo doutor Reverte havia comprovado o envenenamento dos bolinhos. Em seguida, a comprovação de que os honorários recebidos por Gastão Green e o valor estipulado no contrato diferiam colocou Christopher em estado de alerta. Decidido a verificar as contas e os negócios da família, descobriu que toda a movimentação feita por seu irmão havia resultado em negócios igualmente falsos... notas e contratos que diziam um valor, mas as quantias reais eram bem diferentes.

A decepção de Christopher ao descobrir cada falsidade, cada desvio, era maior do que qualquer decepção que ele tivera na vida. Nem mesmo Dulce o havia desapontado tanto. Ela, pelo menos, havia sido honesta desde o princípio sobre o real motivo que a levava a se casar: necessitava de dinheiro para a família. Havia confessado que vendera as peças e seus motivos. Mas nada disso importava agora. Erros todos cometiam... até ele mesmo havia cometido muitos em sua vida. Mas enganar, trapacear, fingir... tudo isso de uma vez só já configurava um crime! E não acreditava que nada no mundo pudesse justificar tal atitude quando partia de alguém que tinha tudo! Dinheiro, bom nome, conforto... a dor era grande demais para suportar, mas Christopher sabia que não tinha outra saída: enfrentaria um grande desgosto dentro de instantes.

Olhou mais uma vez o relógio e correu para a porta do escritório. Avistou o mordomo do lado de fora e o chamou.

- Jaime! Ele já chegou?

- Sim, senhor. E eu já deixei o recado sobre a mesma de cabeceira, como me pediu, milorde.

- Obrigado - disse o conde, fechando a porta do escritório novamente.

:)