Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

- Dulce comeu aqueles bolinhos! E quase perdeu o bebê! – Christopher gritou, sentindo raiva só de lembrar dos momentos de aflição que passou ao lado da esposa enferma.

Jack ficou mais pálido do que quando Christopher havia revelado ter descoberto toda a verdade. Agora a expressão do rapaz era realmente assustada.

- Não pensou nas conseqüências do que fez, Jack... Quase perdi minha esposa e meu filho pela sua loucura! A única coisa positiva nisso foi que graças ao envenenamento de Dulce consegui descobrir o que estava acontecendo comigo! E te desmascarar.

- Eu... eu fiquei com medo dos agiotas, Christopher... você sabe como eles são... temi por minha vida! Foi quando tive a idéia. Não achei que pudesse ser tão perigoso. Usava apenas uma pequena dose para provocar os ataques – ele se levantou e começou a dar voltas no escritório, apertando as mãos nervosamente - Você não sabe como é essa gente! A minha vida estava em jogo! Não lhe custou nada, só um ataque ou outro de vez em quando...

De repente Jack parou de falar, como se só agora percebesse o tamanho de sua irresponsabilidade. Christopher apenas olhava o irmão, lutando contra a onda de emoções em seu peito. Jack por fim voltou a se sentar em uma cadeira e escondeu o rosto entre as mãos.

- Meu Deus, olha só o que me tornei! Eu sempre admirei você, Christopher. Mas tenho que admitir que também senti muita inveja... eu dizia a mim mesmo que você sempre teve tudo, sempre esteve em vantagem... assim eu tentava me convencer de que não custaria muito você sofrer alguns ataques até que eu conseguisse todo o dinheiro e me livrasse das dívidas. – ele então levantou o rosto, a mágoa estampada juntamente com algumas lágrimas, e encarou o irmão - Eu nunca teria lhe dado uma dose capaz de matá-lo! Quando você teve aquele ataque horrível, logo depois do casamento, percebi que tinha exagerado. Fiquei aterrorizado! Mas eu estava sendo perseguido, precisava pagar os agiotas, Christopher, para acabar definitivamente com isso!

- Você fica repetindo que não queria me prejudicar... Mas fico imaginando se você acredita nas suas próprias palavras. Como teve a ousadia de achar que eu não estava sendo prejudicado? Durante todo esse tempo eu achei que estava morrendo, Jack! Morrendo! Eu acordava cada dia achando que seria o último. Você tem idéia do que eu sofri? Sabe como foi terrível contar as horas? Como conseguiu achar que não estava me prejudicando, Jack? Como?

- Mas eu te ajudei – protestou ele – Sim! De uma forma ou de outra eu ajudei você! Graças a sua suposta doença você mudou. Abandonou aquela vida de farras, assumiu de vez o seu papel como conde de Uckermann, até se casou! Se casou! Sabe o que é isso? Para um homem boêmio como você era antes, Christopher... Encontrou Dulce... vai ter até um filho!

Christopher permaneceu em silêncio por alguns instantes. No fundo as palavras de Jack tinham um pouco de verdade. Somente depois de pensar que estava morrendo, só então teve coragem para fazer as coisas que queria ter feito antes, mas não tivera coragem.

- É isso o que você repete para si mesmo quando deita a cabeça no travesseiro todas as noites? – Christopher encarou Jack, que mais parecia um trapo agora – Já experimentou os efeitos colaterais da digitalis? A náusea e o desconforto de perder o controle do próprio corpo? A febre, os delírios, as imagens que vêm à mente quando está perdendo a consciência?

- Sei que deve ter sido horrível... sinto muito... – murmurou Jack, cabeça baixa.

- E você acha que um pedido de desculpa é suficiente? - Christopher cerrou os punhos ao lado do corpo, tentando conter a onda de raiva e mágoa que o consumia - Saia daqui imediatamente!

- C-como? – Jack ergueu o olhar para o irmão, confuso.

- Você ouviu! Saia daqui! Saia desta casa agora! Não quero vê-lo nunca mais! – Christopher gritou.

- Mas... o que vai fazer? - Jck perguntou, assustado.

- Eu devia denunciá-lo à polícia! Mas me agradeça por apenas expulsar e deserdar você.

Jack adquiriu uma expressão de choque terrivelmente dolorosa.

- Mas... onde vou morar? Como vou viver? – ele sussurrou num fio de voz, como se falasse consigo mesmo, desesperado.

- Isso é problema seu – Christopher murmurou, seco.

- Eu imploro, Christopher... me dê uma outra chance! – pediu o irmão, angustiado.

- Saia daqui! – repetiu o conde.

Sem dizer mais nada, Christopher se retirou do escritório, deixando para trás um Jack atônito e desesperado.

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