Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

O garoto recomeçou a andar, adquirindo uma expressão séria.

- Ela também gosta muito do senhor. E está preocupada porque acha que o senhor não gosta dela.

Christopher tornou a encarar Marcelino, surpreendido com a capacidade do menino de perceber coisas tão sutis e ao mesmo tempo tão sérias. Preocupado, o garoto tratou logo de acrescentar:

- Ninguém me contou nada. Eu apenas sei.

- As crianças são muito espertas... e ninguém reconhece seu valor – Christopher murmurou.

- Eu achei que o senhor não gostava de mim, e que por isso eu tinha de ficar em segredo, escondido.

- Pensou que eu não gostava de você?

- É... Dul me falou que o senhor estava doente, e que a queria só para si.

Christopher sentiu um nó na garganta, espantado com a sensibilidade do menino.

- Na verdade, Marcelino, eu não sabia que você estava doente. Dulce demorou para me contar, pensou que eu ia ficar bravo e poderia não querer uma esposa com um irmão doente. Entende?

O menino concordou com um aceno de cabeça.

- Mas a verdade, Marcelino... - Christopher continuou - ... é que hoje eu sei que não faria a menor diferença. Sabe, quando conheci Dulce, soube no primeiro instante que ela seria a minha esposa.

- Então o senhor a ama?

Christopher encarou o menino, mais uma vez desarmado. Não tinha como mentir para alguém tão puro e sincero.

- Sim, Marcelino.

Os dois caminharam em silêncio por alguns instantes. Logo Christopher percebeu que estavam quase próximos da esquina, e o chamou para voltarem. Antes que chegassem à frente da mansão, Marcelino parou e fixou os olhos no conde.

- Por que quis conversar sozinho comigo?

- Eu queria lhe dizer que não me importo com a sua doença. Fiquei muito feliz em conhecer você, e se Dul tivesse me contado antes, eu teria ficado muito contente em ajudar – Christopher deu um leve sorriso - Quero que saiba que agora não precisa mais se preocupar. De agora em diante, eu cuidarei de tudo.

- Já disse isso a Dul? Ela está muito preocupada e triste. Acho melhor contar essa decisão para ela.

- Tem razão. Vou falar com ela. Estive muito ocupado nos últimos dias, mas já resolvi os assuntos que precisava. Vou conversar com ela na primeira oportunidade que tiver.

- E diga a ela que a ama.

Christopher olhou para o menino, surpreso.

- Ela não sabe disso. Pensa que o senhor não gosta dela.

- Você acha?

- Sim, eu percebo as coisas. Nem a Dul nem a mamãe me disseram nada, mas eu vejo nos olhos dela. Acho que ela não sabe que o senhor a ama.

Ele tinha razão. O pequeno Marcelino tinha toda razão. Nunca havia dito a Dulce que a amava... ela, por outro lado, tinha dito que se apaixonara por ele... que o amava.

- Sabe, precisamos falar logo toda a verdade para as mulheres – Marcelino interrompeu-lhe os pensamentos – Se a gente não conta logo o que está sentindo, elas logo pensam que tem algo errado acontecendo.

Christopher olhou para ele, os olhos arregalados.

- Sei disso porque passei a vida toda com mamãe e Dul - o pequeno falou, sério.

De repente Christopher espantou-se por estar conversando sobre amor e mulheres com um garoto de sete anos. E o mais surpreendente era que as reflexões de Marcelino eram extremamente sábias.

- Você é um garoto muito especial – disse, sentindo um carinho especial pelo menino.

Marcelino sorriu diante das palavras dele. Retomaram o passo e logo estavam bem próximos da entrada.

- Chegamos. Podemos entrar? – Christopher perguntou.

- Sim, milorde.

:)