Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

Dulce lançou um olhar impotente para a mãe. Blanca se aproximou dos filhos.

– Não fique triste, Marcelino. Sei que está aborrecido porque queria conhecer o conde, mas sua irmã sabe o que faz.

Ele franziu ainda mais suas pequenas sobrancelhas e seus lábios tremeram: - Quer dizer que não vou morar no palácio?

- A princípio não – respondeu Dulce, acariciando-lhe os cabelos – Mas só por pouco tempo. Depois você vai morar naquela casa para sempre! – o menino continuava a olhar desconfiado – Sabe, tudo isso é uma grande aventura. Como se você fosse um príncipe secreto que precisa ficar escondido enquanto lutamos para recuperar seu reino.

A tática de Dulce pareceu funcionar. Os olhos de Marcelino brilharam de alegria:

- Eu eu vou poder lutar com uma espada? – perguntou ele – Contra quem vamos lutar?

Na verdade, a única pessoa entre Marcelino e seu “palácio” era Christopher, mas Dulce não se atreveu a dizer isso.

– Contra uma legião de dragões!

- E eles têm um feiticeiro para ajudá-los! E eu fui enfeitiçado para ficar doente!

- Sim, querido. Vem, vamos voltar para a cama que eu conto uma história para você.

Ela demorou um pouco para inventar uma história elaborada, cheia de fantasia. Blanca ficou ao lado dos filhos, às vezes prestando atenção ao que eles diziam, outras perdida em seus pensamentos.

Mais tarde jantaram e jogaram um pouco de cartas, e o cansaço de Marcelino logo se tornou evidente. Dulce foi se preparar para dormir enquanto a mãe aninhava o garoto na cama com uma bela canção de ninar.

Sozinha, Dulce refletiu sobre Jack, pois havia achado o rapaz simpático, e esperava ter feito um amigo. Os criados da Estância eram bem educados e gentis e sempre sorriam. A casa era magnífica. Em geral, ficara bastante contente com o resultado dos acontecimentos: o conde a escolhera.

No entanto, grande parte de seus pensamentos concentravam-se em Christopher Alexander. A imagem dele pegando o prato e indo se sentar ao lado dela... ou a imagem de seu corpo forte contornado pelo céu azul no jardim que ele tanto adorava...

Quando sua mãe entrou no quarto, Dulce estava um pouco desanimada.

- Mãe, acha que eu fiz a coisa errada?

- Por quê, minha filha?

- Acho errado tirar proveito da tragédia de uma pessoa...

Blanca caminhou até a cama, pensativa, e sentou-se ao lado da filha.

- O Conde vai morrer. A tragédia existe com ou sem você, Dul. Mas tenho certeza de que você será uma bênção nos últimos dias dele... e ele vai partir deste mundo sabendo que seu maior desejo vai se realizar.

- Eu sei... – Dulce murmurou.

- Você é uma linda jovem, Dul. E esperta. Bem mais do que eu. Eu me casei com seu pai porque confundi desejo com amor, e achei que conhecia tudo o que o mundo tinha a oferecer. Fui uma tola. Me perdoe por estar falando assim do seu pai, mas eu me arrependo muito do que fiz.

- Ah, mãe... – ela sabia que Blanca tinha sido muito infeliz ao lado de Ricardo Espinoza, mas nunca tinham conversado a respeito antes.

- Estou lhe contando isso para que saiba que poderia estar em situação pior. Espero que Deus me perdoe, mas eu agradeço todos os dias por ter levado Ricardo... ele ficava cada dia mais devasso. Bebia, jogava e tinha várias mulheres...

- Como ele pôde gastar dinheiro com amantes enquanto a família dele passava necessidade? – Dulce comentou, indignada.

- Seu pai só se preocupava com ele mesmo. Eu não me surpreendia mais com nenhuma atitude dele.

Aquelas últimas palavras ficaram na mente de Dulce. Ela arregalou os olhos para a mãe, imaginando se ela estaria insinuando alguma coisa... algo que Dulce sabia há algum tempo mas que havia decidido manter em silêncio... será?

- Espero ter ajudado você a se acalmar um pouco contando as vantagens da viuvez. Como Condessa você vai ter poder e dinheiro, e também vai ter o direito de decidir sobre o seu próprio destino... o que hoje em dia é quase impossível para uma mulher. Vai ter vida própria!

Dulce ficou mais tranqüila ao perceber que a mãe não sabia de nada.

- Cuide apenas para que o Conde seja gentil com você – aconselhou Blanca, apontando o dedo para a filha como se ela fosse uma menina de oito anos roubando um biscoito antes do jantar – Se ele fizer qualquer coisa para prejudicar ou humilhar você, volte para casa.

- Está bem, mãe.

Elas conversaram mais um pouco sobre assuntos sem importância enquanto se preparavam para dormir. Logo Dulce voltou a pensar no Conde. A imagem daquele belo rosto não a deixava em paz... e a acompanhou em seus sonhos...

.........*Continua *....