Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

- A verdade é que ele não gosta de ficar muito tempo longe da cidade.

O clima encantador de alguns momentos atrás já não existia mais. Escutaram mais um trovão,e a conversa sobre negócios relembrou Dulce de uma tarefa desagradável.

Christopher pegou um bolinho doce coberto com açúcar da bandeja:

- Eu adoro doces... – falou, levando o bolinho à boca e dirigindo um olhar malicioso para ela – Maíra prepara esses especialmente para mim. Nem todo mundo gosta... tem gente que acha forte demais... – ele explicou, dando uma grande mordida – Quer experimentar?

Dulce não conseguiria ter engolido nem um gole de água de tão nervosa que estava com o pedido que precisava fazer.

- Christopher... preciso fazer uma pergunta. Ou melhor, um lembrete.

Ele olhou para ela com atenção.

- Queria saber sobre... a pensão. Por mais que tudo tenha sido explicado, não ficou bem claro quando eu vou receber a primeira...

As linhas de tensão ao redor dos lábios dele eram finas, mas Dulce estava extremamente atenta a todos os movimentos dele, pois pressentia que iria desgradá-lo ao tocar no assunto, então via cada detalhe do rosto dele com perfeição. Ficou imóvel esperando uma resposta.

Teria feito de tudo para não estragar a tarde tão adorável que tiveram juntos com uma conversa sobre dinheiro. Mas não havia se casado para desfrutar de momentos de prazer naquela casa, naquele quarto, nem com aquele homem. Havia se casado por dinheiro, por necessidade... Para ajudar Marcelino.

- De quanto precisa? – ele perguntou após alguns minutos em silêncio.

- De tudo, por favor... – ela respondeu depressa, antes que engasgasse com as palavras.

Ao notar a indecisão na expressão de Christopher, Dulce achou que ele fosse recusar.

- Vou pegar agora mesmo – ele disse, levantando-se – Claro que o dinheiro é seu e pode receber imediatamente se é o seu desejo. Com a noite de ontem você fez por merecer.

Aquelas palavras foram como um tapa no rosto de Dulce. Ele se virou e saiu do quarto sem dizer mais nada. Sozinha, ela soltou a respiração, cansada. Não podia culpar a mudança de humor de Christopher. Por sua própria culpa havia arruinado o dia.

Mas qual seria a melhor saída, afinal? Mesmo tendo cavalgado debaixo da chuva como uma menina inconseqüente e feliz, mesmo tendo apreciado uma bela paisagem e beijado o marido com desejo, seu irmão estava doente em uma cama, como todos os dias. Estava ali por causa de Marcelino. Não estava ali por amor...

O pensamento a assustou e ela gemeu baixinho. Sim, podia estar se apaixonando por Christopher, sem dúvida... Escondendo o rosto nas mãos, começou a pensar. Apaixonar-se por Christopher era algo totalmente fora de cogitação. Ele estava morrendo. Não se permitiria envolver-se com ele. O medo de perder o irmão já era ruim demais, insuportável, inconcebível. Seria diferente perder um marido querido?

De qualquer forma, ainda não estava apaixonada por ele. Era apenas um homem encantador, um amante intenso... Ela balançou a cabeça. Estava confundindo o desejo maravilhoso que ele havia despertado nela com uma emoção mais profunda. Lógico que sentiria falta do conde quando ele se fosse, mas conseguiria levar a vida adiante. Certamente... conseguiria... conseguiria?

Peter apareceu cerca de quinze minutos após a saída de Christopher e colocou uma bandeja de prata sobre a mesinha. Quando Dulce a abriu, encontrou várias notas empilhadas em montes.

A culpa apunhalou a alma de Dulce. Desejou poder explicar que precisava desesperadamente do dinheiro para salvar uma vida, mas sabia que não havia a menor possibilidade de que Christopher a entendesse. Mas por fim desejo de ver o marido falou mais alto. Dulce colocou um vestido qualquer e desceu até a biblioteca.

........*Continua*.............