Fanfic: S2 *ROSAS À MEIA NOITE* S2 vondy *( adptada)* terminada

- Roupas – ela mostrou o tecido surrado do vestido que usava - Acha que minha mãe me vestiria desse jeito e guardaria roupas melhores para ela? Posso garantir que as roupas dela são bem piores do que as minhas. Isso sem contar outras coisas que ela gostaria de comprar... peças íntimas, talvez um brinquedo ou um doce para o Marcelino... o menino tem só sete anos e nada para brincar. No último Natal minha mãe usou trapos para costurar uma fronha colorida para ele. Foi o único presente que ganhou além do meu, um livro remendado que consegui na livraria onde trabalhava.

Ela estava parada na frente de Christopher, com as mãos na cintura e o rosto vermelho. O conde continuava a observá-la com seu olhar distante.

- Muito bem... já se explicou. E recebeu sua pensão.

- Mas você está bravo comigo por que eu pedi o dinheiro.

- Não estou bravo, Dulce. Garanto que quando eu ficar bravo você vai saber, sem sombra de dúvida... - ele parou de falar e fechou os olhos por um instante. Tentando afastar a estranha sensação, Christopher tornou a olhar para a esposa: - Vá dormir.

- Ainda é cedo... – ela respondeu, sem entender.

- Então vá ler ou escrever uma carta! – ele gritou, afrouxando a gola da camisa.

- Você disse que não estava bravo... mas está! Eu tinha razão, não...

- Dulce! – Christopher se apoiou na mesa e baixou a cabeça – Saia daqui!

Só então ela se deu conta do que estava acontecendo.

- Você... está tendo uma crise! – ela exclamou, chocada.

- Me deixa sozinho! – a voz dele começava a ficar rouca, sufocada.

- Christopher, me deixa ajudar...

- Não! Chame o Peter!

Ele levantou a cabeça, e a palidez que Dulce viu no rosto dele a assustou. Os cabelos dele já estavam molhados de suor.

- Por favor... – ele pediu, de olhos fechados.

- Já... já vou! Vou chamar o Peter – ela hesitou por mais um momento, com medo de deixá-lo ali sozinho.

Mas logo ela saiu correndo pelo corredor, gritando o mordomo.

- Christopher... Ele está passando mal... na biblioteca... – ela disse com a voz entrecortada quando finalmente encontrou o homem.

Peter saiu apressado, chamando alguns empregados e dando instruções. Logo em seguida dois homens saíram da biblioteca carregando o corpo inconsciente de Christopher. Dulce se encostou atrás de uma das pilastras no corredor, sentindo lágrimas escorrendo por seu rosto. Seu corpo começou a tremer. Christopher estava tão indefeso, tão desamparado... Por que tinha de ser assim? A imagem daquele homem magnífico e orgulhoso sendo carregado como um boneco de pano era horrível demais para suportar. Diante daquela imagem, Dulce ficou imaginando como seria encarar a morte dele.

........*Continua* ........