Fanfic: Crime Perfeito | Tema: MEJIBRAY
Fácil demais.
Concluiu Tsuzuku assim que tirou a jaqueta de couro preta e se acomodou devidamente no assento do carro.
Colocou a chave na ignição e a girou, lançando-se às ruas de Tokyo novamente.
3h27min indicava o relógio em seu pulso.
Três horas de viagem ele teria.
Fora do veículo barato e ultrapassado quase não havia movimento e, se por acaso houvesse, a velocidade em que estava o impossibilitara de perceber.
O canto de seus lábios se ergueu em um legítimo sorriso Mona Lisa e então uma das mãos deslizou habilmente ao bolso da calça jeans justa, tirando dali o celular para, em seguida, chamar um dos três contatos ali registrados.
Abandonou o aparelho no banco ao lado do seu depois de acionar a opção viva voz.
― Chora, diminuto! ― a voz grave soou do aparelho, animada como sempre.
― Já acabei. Estou voltando. ― O moreno anunciou e ouviu o rapaz rir. ― Achei que seria mais divertido dessa vez. Não tinha nada melhor ou está pegando leve comigo?
― Não reclama, cara. Essa família pagaria milhões por uma cadeira de plástico e além disso, em momento algum avaliei o nível de dificuldade, ok? ― Retrucou.
― Sei... Conta mais. ― Tsuzuku pediu, referindo-se a tal família.
― Trata-se de um casal de atores. Super conhecidos por causa daquele meu dorama favorito, sabe?
― Então eu sequestrei o filho dos seus ídolos? Só me falta dizer que vai ter um surto de fangirl quando eu chegar...
― Não me interrompe, aberração! ― Gritou e Tsuzuku riu, conseguindo imaginar a vermelhidão do rosto do outro. ― Dizem boatos que essa semana eles voltaram de uma viagem super importante onde trataram sobre o terceiro dorama em que o Koi-chan vai aparecer. Esse garoto é o assunto do momento, sendo assim, vale uma grana preta, aí já viu, né?
― Não me parece ruim.
― E não é. Eu sou o melhor, o plano é perfeito, pode admitir.
― Sossega. Não tá com toda essa corda... ― Tsuzuku rolou os olhos. ― Mais alguma coisa?
― Tô com desejo de hambúrguer do Mc Donald`s. Pode trazer uns seis combos e um com brinde, porque esse mês é da Hello Kitty.
― Mereço... Vou levar a minha mão na sua cara se continuar com o abuso.
No exato momento em que ele concluiu a frase ouviu um barulho vindo de suas costas e, abruptamente, parou o carro, escutando a seguir uma cantoria desafinada e alta.
O garoto.
― Que foi isso, Ts-
O moreno finalizou a chamada e saiu do carro.
Abriu o porta malas e se deparou com o garoto de cabelos rosados cantando agarrado a um celular, que naquele momento servia como um microfone improvisado. Tsuzuku conhecia a música, mas não estava nada feliz por isso.
O garoto só reparou que estava sendo observado quando teve o celular arrancado de suas mãos.
As mesmas que Tsuzuku não poupou esforços para amarrar antes de colocá-lo ali.
― Oi. ― Disse o garoto e apontou para a mão do moreno em seguida. ― Pode devolver? Tá chegando na parte legal...
Tsuzuku pressionou o botão na lateral direita do objeto, desligando-o e tentando entender de onde ele havia saído. Fitou o garoto outra vez e se perguntou se não estava delirando.
Que tipo de pessoa canta dentro de um porta malas?
Numa posição como aquela?
O moreno estreitou os olhos, percorrendo-o por todo o corpo magro encolhido ali na sua frente e estacionando nos do rosado, pedintes como os de uma criança ao ver doces.
― Moço?
Tsuzuku tornou a fechar o porta malas, voltou ao volante e arrancou dali o mais rápido que pôde.
...
Duas horas haviam passado e Tsuzuku já não aguentava mais ouvir os gritos desesperados do garoto.
Não por estar dentro do porta malas.
Nem pedindo para sair.
Ele só queria o celular.
E o moreno só teve paz quando colocou os fones de ouvido no último volume.
Esse garoto não é normal. Pensou ele.
Seu celular estava tocando outra vez.
Dessa, ele atendeu.
― O que houve?!
― O pirralho acordou. ― respondeu simplesmente.
― ME DIZ QUE VOCÊ NÃO MATOU O KOI-CHAN, PELO AMOR DE GACKT!!!
― Mia: A fangirl.
― CALA ESSA MERDA DE BOCA E RESPONDE A MINHA PERGUNTA!!!
― Ou eu calo a merda da minha boca, ou eu respondo sua pergunta, gênio.
― ANDA, PORRA!
― Para de gritar. E não. Não matei ainda.
― Como assim ainda? Enlouqueceu?
― Não, mas falta pouco. Essa peste tá gritando desde aquela hora.
― Tira do porta malas, ué.
― Nem fodendo.
― Porquê?
Tsuzuku tirou os fones, podendo então ouvir mais protestos do jovem no porta malas. Colocou no viva voz e Mia se desatou a gargalhar.
"Não tô pedindo nada. Só o celular, moço! Por favorzinho!!"
― A voz dele é tão linda!
― Mia, você não está se ajudando.
O tal Mia pedia para tirar o garoto de lá.
Os protestos do rosado não deram trégua.
E tudo ao mesmo tempo.
De um jeito que nem mesmo o ser mais paciente do universo aguentaria.
Tsuzuku estacionou o carro outra vez, atendeu o pedido do amigo e arrastou o mais novo até o assento do carona.
Mia ainda estava na linha, mas não dizia nada.
― Se abrir essa boca, arranco a sua língua. ― O moreno ameaçou, quase rosnando. Voltou a dirigir, ainda mais rápido que antes e o rosado deu de ombros.
― Só fecho a boca quando me devolver o celular. ― Disse o mais novo e ao concluir a frase abriu a boca.
Ele, em todos os seis anos naquele ramo, jamais havia enfrentado esse tipo de situação.
Nem esperava um dia ter de enfrentar.
Suspirou.
E o rosado continuava com a boca aberta.
― Fecha essa boca, garoto!!
Mia riu.
Muito.
O rosado se assustou. E não entendeu.
Deu de ombros outra vez e se abaixou, tirando do converse branco de cano alto outro celular.
Tsuzuku olhou de relance e o tirou dele, como com o outro.
― Ah, não, moço! Deu, né?
― Mia...
― Eu...
― O que tem a dizer sobre seu plano perfeito?
― Esse vai ser o sequestro mais engra de todos!
― Pera... Isso é um sequestro?!
Autor(a): ovnyor
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