Fanfic: In Too Deep - (Nova Versão) | Tema: Ponny AyA Anahi Alfonso Hot Romance Love
Alfonso mais uma vez encarava a mesa de mogno a sua frente. Desde que pudesse se lembrar, estava ali, levando sermão do homem que chamava de pai. Sua mãe havia falecido antes que pudesse comemorar o ingresso do filho na faculdade de arquitetura. Alfonso sabia que se ela ainda estivesse viva, de nenhuma maneira ele estaria sendo obrigado a fazer um curso que não queria. Muito menos que tivesse que assumir logo após a graduação, uma empresa que não tinha o mínimo de afinidade. Ele odiava usar terno e gravata. Ele odiava ter que ficar sentado o dia todo atrás de uma mesa durante os verões, lidando com plantas e uma burocracia atrás da outra. Ele odiava sua vida, odiava seu curso, mas acima de tudo...odiava seu pai.
Ele segurou o porta retrato de madrepérola que sua mãe havia comprado na última vez que foram para a casa de praia juntos. Ruth ostentava um lindo lenço de seda multicolorido em sua cabeça nua, sequelas da quimioterapia, assim como uma face pálida e magreza estrema. Alfonso passou o dedo sobre o rosto da mãe na fotografia, pensando que não mudaria nada daquele verão. E ele nem sabia que no dia que voltariam para casa, ela partiria para sempre. O câncer de mama a deixou debilitada por tanto tempo, que Alfonso não saberia dizer quanto. Quando descobriu, desmoronou e acabou encontrando refúgio em uma pessoa. A pessoa que mudou sua vida. Anahí. E logo ingressaram juntos na mesma faculdade, porém em cursos diferentes.
Recolocou a moldura exatamente no lugar que estava e apoiou o calcanhar direito sobre o joelho esquerdo. Tamborilou os dedos impacientemente no apoio da cadeira, imaginando o que seu pai queria dessa vez e qual seria sua punição. Uma surra? Desde que percebeu que tinha força para se defender, seu pai nunca mais havia encostado um dedo sequer nele. Mas isso não o impedia de ter pesadelos durante a madrugada ou ficar envergonhado em se trocar na frente dos amigos do time no vestiário. As diversas cicatrizes em suas costas se encarregavam disso. Sempre. Tinha vergonha principalmente de mostra-las a Anahí. Contar a verdade sobre as marcas significaria contar a verdade de toda tortura psicológica que vinha sofrendo durante anos na mão de um pai controlador e agressivo, enquanto sua pobre mãe sofria com uma doença que a debilitava de dentro para fora.
Ela mudou seu mundo de tantas formas que, por fim, ele sabia que nada funcionaria sem ela por perto. Ele a amava e planejava largar tudo na primeira oportunidade para que pudessem construir finalmente uma família juntos, por isso a havia pedido em casamento em seu aniversário de namoro a duas semanas atrás. Era um bom jogador de futebol americano e sabia usar isso a seu favor. Existiam olheiros em cima dele e logo, logo, estaria assinando um generoso contrato com algum time famoso e ganhando rios de dinheiro. Anahí teria a vida de rainha que sempre mereceu e ele, não precisaria do pai dele. Nunca mais.
A porta se abriu e Alfonso aprumou seu corpo na cadeira de couro, observando a sua cópia mais velha entrar. Seu pai reclamava até mesmo da sua postura e aquilo o deixava profundamente irritado.
- Finalmente você conseguiu ser pontual. – Comentou Alejandro, enquanto caminhava até sua cadeira atrás da mesa. Tentando soar imponente, ele evitou se sentar e encarou Alfonso, que revirou os olhos.
Seu filho relutava seguir seus passos e ele precisava tomar as rédeas da situação de uma vez por todas. Os sonhos adolescentes precisavam de um fim e para ele, Alfonso precisava virar um homem de verdade.
- Estou atrasado para a minha próxima aula, papai. – Avisou, com deboche. – Portanto, vamos direto ao ponto.
- Eu sei que você está mentindo. Vai se encontrar com aquela garotinha de novo, não é? Dá para no seu rosto, esse ar de menino apaixonado. – Rebateu, fazendo o sangue de Alfonso ferver.
- Anahí é o nome dela, você sabe muito bem. E ela não é nenhuma garotinha, é minha noiva. Poderia pedir um pouco de respeito de sua parte, mas afinal, esqueci de que estou lidando com você. Não respeitou minha mãe enquanto ela estava à beira da morte. Dormindo com prostitutas baratas enquanto eu a levava para a quimio e passava noites ao lado dela, enquanto sofria os efeitos do tratamento. – Riu sem humor e se preparou para levantar. Alejandro de aproximou do filho por trás e apertou seu ombro, forçando Alfonso a permanecer sentado.
- Esse assunto não lhe diz respeito, Alfonso. – Disse entredentes e Alfonso bufou.
Pensou em como aquele homem poderia ser seu pai e como sua mãe teve coragem de se relacionar com um tipo assim. Sem amor, sem compaixão e totalmente oposto do que ela era. Ruth era luz, alegria, generosidade...
- Mas já que estamos falando da sua...namorada...- Soltou o ombro do filho e caminhou até o bar, enchendo com uma dose dupla de uísque.
Alfonso se levantou rapidamente e cruzou os braços, sem deixar de encarar o pai. Qualquer assunto relacionado a Anahí lhe chamava a atenção e Alejandro sabia como puxar as cordas em Alfonso.
- Vejo que consegui sua atenção. – Se virou, tomando um gole da bebida e deu a Alfonso um sorriso predador que lhe causou calafrios.
- Anahí sempre me chama atenção, principalmente se é você que cita ela em uma conversa. E ela não é minha namorada, é minha noiva. - Repetiu, propositalmente - Mas isso você já deve saber, já que tem abutres por todos os lados vigiando minha vida, não é? – Seu tom direto não restava dúvidas que não estava ali para brincadeiras ou jogos manipuladores que seu pai sempre fazia.
- Veja bem Alfonso, escolher uma mulher para casar não é tarefa fácil, ainda mais se você é um Herrera. – Tomou outro gole da bebida e Alfonso cerrou os olhos, querendo saber aonde ele queria chegar com aquela conversa. – Sim, claro que eu já sabia sobre esse seu noivado de araque. Mas convenhamos, ela não é mulher para alguém como você. Uma órfã? Tenho certeza que poderemos encontrar outra pessoa, uma que irá corresponder às expectativas do conselho da empresa. Que está à altura de um Herrera.
Alfonso continuou na defensiva, mas seu maxilar cerrado denunciava sua fúria contida. Ele abominava as pessoas que usavam da situação de Anahí como motivo para não estarem perto dela. Sempre dizia que ela não precisava de pessoas assim em sua vida, que os verdadeiros a amavam independente da sua história. Com um pouco de confiança, ela acreditou. Mas foi difícil, ah se foi. Ela era bolsista na faculdade e trabalhava como barista dois turnos só para conseguir pagar as despesas extras, recusando totalmente o dinheiro que Alfonso oferecia. Era orgulhosa, gentil e batalhadora. Ela lembrava sua mãe. Com esse pensamento, Alfonso tomou uma longa respiração e continuou ouvindo a baboseira que saída dos lábios de seu pai.
- Ela não ter pais, não muda o caráter. Disso nós dois sabemos, afinal, você teve os dois pais em sua criação, mas, digamos, que não deu muito certo. – Debochou e sorriu com animação por ver o controle de seu pai desmoronando. Alejandro ainda poderia parecer intacto aos comentários maldosos para qualquer um que não o conhecesse, mas Alfonso viu o leve tremular do copo de vidro em sua mão e ficou contente.
- Não teste minha paciência, rapaz. Você vai terminar esse namoro, noivado ou o que quer que seja, até o fim do verão...
Alfonso jogou a cabeça para trás e gargalhou. Aquilo só poderia ser uma brincadeira, mas o estranho é que seu pai nunca brincava. Ele nunca iria terminar com Anahí a mando de seu pai.
- Não, eu não vou. - Rebateu.
- Sim, você vai. – Alejandro falou friamente, retomando a compostura. Tomou todas as forças que tinha para não dar um tapa no rosto do filho como antigamente, pela risada debochada. Se conteve, pois sabia que Alfonso revidaria assim que encostasse um dedo nele.
- Vou é? O que no mundo te faz pensar que eu terminaria com a mulher que eu realmente amo, só porque você pediu? – Descruzou finalmente os braços e enfiou as mãos no bolso frontal dos jeans surrado que usava.
- Porque se não o fizer, Anahí pode...Como digo isso sem parecer rude? – Fez uma cara de pensativo e finalmente sorriu – Anahí pode desaparecer, sem deixar rastros, logicamente. – Tomou o ultimo gole da bebida e sentou-se em sua grande poltrona atrás da mesa de mogno. Mesa esta que Alfonso queria virar na cabeça do pai, de tanta raiva.
- Você não é doido de fazer isso. Sabe que as pessoas dariam falta dela e que eu comunicaria seu desaparecimento para a polícia. – Apoiou as palmas das mãos na mesa do pai e se inclinou, tentando ver a verdade em seus olhos.
O que viu o assustou. Os olhos que eram iguais aos seus brilhavam de raiva, fúria. Era o olhar de uma pessoa capaz de tudo para conseguir atingir seu objetivo e Alfonso então soube que, o próprio pai seria capaz de mandar matar sua noiva à sangue frio. Seu sangue gelou quando percebeu que a ameaça era verdadeira e não havia nada que podia fazer. Seus avós eram velhos demais para ajuda-lo, ele não tinha dinheiro e todos seus amigos também dependiam dos pais. Anahí não tinha família e proteção, ele era a única pessoa que ela poderia contar.
- Você acha que eu não tenho influência na polícia? Por favor filho, assim você me ofende. – Inclinou a cadeira de couro para trás e sorriu malicioso, enquanto ascendia um charuto. Alfonso não conseguia entender como uma pessoa conseguia agir com tanta frieza e naturalidade, sobre um assunto tão sério. Quem visse a cena de fora poderia até dizer que seu pai comentava sobre o tempo ou qualquer outro assunto sem importância. – Ninguém dará falta dela Alfonso, porque eu não vou deixar. Se você tentar me enfrentar, eu farei somente uma ligação e o problema estará resolvido. Mas como eu sou uma pessoa misericordiosa, você terá até o fim desse verão para lidar com a situação. Eu sei o quanto as mulheres tendem a serem fracas e chorosas. – Soltou uma baforada no rosto de Alfonso – Tome como exemplo a sua querida mamãe, que pensou que engravidando, teria toda minha atenção. Infelizmente os seus avós são muito religiosos e nunca permitiriam um neto bastardo na família... – Girou o charuto entre os dedos e tragou.
- NÃO OUSE FALAR DA MINHA MÃE ASSIM, SEU BASTARDO! – Alfonso rodeou a mesa e puxou Alejandro pela gola do paletó de grife, sacudindo-o. – ENQUANTO ELA MORRIA SILENCIOSAMENTE, VOCÊ LIDAVA COM PROSTITUTAS DEBAIXO DO NARIZ DELA, SEU CANALHA! – Gritou e com o punho direito, socou a face de Alejandro, soltando-o em seguida em cima da mesa.
- Pense o que quiser, Alfonso. A verdade é essa e nunca vai mudar. Sua mãe era uma caçadora de fortunas antes de brincar de Madre Teresa. – Retirou um lenço de seda do bolso e limpou o sangue que escorria no canto da boca. – Eu só não quero que você caia no mesmo erro que eu, filho.
- Você é um merda, pensando que eu vou acreditar que você está fazendo pelo meu bem. – Alfonso se afastou e caminhou até a porta do escritório.
- Você tem até o fim do verão Alfonso.
Seus punhos se fecharam ao lado do corpo, a mão do ataque doía um pouco, mas ele forçou suas pernas a andarem e quando saiu da mansão Herrera, conseguiu respirar novamente. Percebeu que a primeira vez que se lembrava de chorar, foi no enterro de sua mãe. A segunda vez, estava sendo naquele momento, por causa de Anahí. Nem mesmo durante as surras de correia do seu pai, que o deixavam sangrando durante dias, ele derramara uma lágrima. Ele preferia morrer ao dar o gosto da vitória para Alejandro. Ele ia se perder de novo, ia perder Anahí.
Ele podia sentir seus sonhos esvaindo de suas mãos como fumaça e não tinha ideia de como explicar para Anahí. Sem dúvidas nenhuma ele não poderia falar a verdade, pois do jeito que era, seria capaz da mesma procurar seu pai e tudo terminar em tragédia. Ele bateu a porta do carro com força e tomou fôlego, limpando as lágrimas. Sabia onde ir, sabia o que procurar para aliviar a dor, esquecer os problemas, esquecer seu pai.
Ao pegar o celular, viu algumas lidações perdidas de Anahí e mensagens não lidas. Ele não conseguiria lidar com isso agora. Precisava de alívio, então discou o número.
- Dan, é Poncho. Prepara a areia branca pra mim. Mesmo lugar de sempre. – Desligou e rapidamente manobrou o carro para a saída, se perguntando se talvez fosse a maneira errada de lidar com o problema.
Sempre era, mas ele não tinha outra.
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Boa noite, amoras! Finalmente nossa história está voltando as pouquinhos, para quem esperou tanto tempo: não precisa esperar mais! hahahaha
Espero de coração que vocês gostem dessa versão nova. Pensei no início em não mudar muitas coisas, mas agora cheguei a conclusão que sim, irei mudar bastante coisa. Então, se você leu da primeira vez, pode vir aqui e ler de novo mulher! kkkk Mas agora, sem ameaças... Desfrutem dessa nova história, com capítulos inéditos e MUITO AYA para curtimos.
Com amor, Fran.
Autor(a): Lost Graphics
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Comentários da Fanfic 120
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Angel_rebelde Postado em 18/01/2018 - 19:13:26
Geeentteeeee :OO Esse Alejandro não devia ser pai nem do Capeta ! Credoooo ! Ter coragem de ameaçar o próprio filho para ter privilégios de gente tão suja quanto ele. Taadinho do Poncho =// Pra mim ele devia continuar com a Anny e fazer as coisas de outra forma, tentar achar alguém q o ajude. Nunca q ele vai ter coragem e força para terminar com ela =((( Coooooooooooonnntt Por Angel_rebelde
Amando Ponny 👯 Postado em 23/01/2018 - 22:30:13
O Alejandro não é flor que se cheire, o homem é corrupto e capaz de tudo! Alfonso não tem dinheiro e muito menos a influência do pai. Ele não conseguiria viver com a morte de Anahí em suas costas, então será difícil para ele tomar essa decisão. Ela não tem ninguém que zele por ela, só ele.
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hittenyy Postado em 18/01/2018 - 01:13:55
Esse Pai do Poncho é um Merda isso sim ,não me diga que o Poncho foi se encontra com uma vadia diz que não ,cnt
Amando Ponny 👯 Postado em 18/01/2018 - 16:24:50
calma mulher, ele não foi não ;( mas na minha opinião, o que foi fazer, é bem pior.
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Angel_rebelde Postado em 10/10/2017 - 17:10:00
Simplesmenteee ameeeeeeeeeeeeeeeiii *---* Deu medo do Poncho morrer e nem ver q já ganhou mais 2 filhos <33 Essa Perla era uma louca psicopata mesmo ! Cruzeees !! O final dela não poderia ter sido outro. Anny toooda insegura mas sabia q esse amor estava destinado a sobreviver e viver para sempre <3333333 Abby toooodaaa foofa com os irmãos *------* lindooooooos demaaais q herdaram os olhos azuis da Anny *---* Históriaaa TOP !!! Parabééééééns !!!!!!!! Por Angel_rebelde
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jessibarbosaa Postado em 06/10/2017 - 18:44:09
Posta mais, to amandooo
Amando Ponny 👯 Postado em 09/10/2017 - 22:59:20
Ainnn nao tinha visto seu comentário antes, sorry.. :(
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MissMistake_Vondy Postado em 15/08/2017 - 09:20:06
oh meu deus cadeeeeeee? gente não me mate do coração assim T.T continuaaaaaaaaaaa
Amando Ponny 👯 Postado em 09/10/2017 - 22:58:36
Postado!!!!! nao tinha visto esse comentário ainda sorry :(
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sintiyomemuero_anahi Postado em 11/08/2017 - 20:26:39
Continuuuuua, ai quero AyA de novo
Fran Design 👯 Postado em 12/08/2017 - 16:25:23
Logo logo eles vão estae juntinhos... ❤❤
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sintiyomemuero_anahi Postado em 10/08/2017 - 10:25:32
Novaaaa, continuuua
Fran Design 👯 Postado em 10/08/2017 - 20:33:13
Seja bem vindaaaaaaaaaaa, já postei *---*
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Angel_rebelde Postado em 09/08/2017 - 22:23:18
Leiiitooraa novaaaa !! Li apenas 2 capítulos e já quero Herrera sofrendo pela bela burrice q ele fez :@ perdeu a Anny á tooooaaaaa !! // Adooorei essa cidade nova q ela foi morar e espero q seja feliz com o filhinho *--* Cooooooooooooooooonnnttt Por Angel_rebelde
Fran Design 👯 Postado em 10/08/2017 - 20:31:30
Dois capítulos apenas? AHHHH NAOOO TEM QUE LER MAIS *-----* kkk sim, ela ainda vai ter o final feliz dela... e quando voce chegar lá na frente vai ver que o Poncho vai pagar pelos pecados dele MUAHAHAHA
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marcelle_nogueira Postado em 08/08/2017 - 15:18:11
Flor, continua por favor, estou aqui que não me aguento de vontade de ler essa fic..... PLISSS!!!!!
Fran Design 👯 Postado em 09/08/2017 - 13:46:01
Amoreeeee tenho que terminar de escrever o capítuloooo, talvez hoje ainda saia! bjooo
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Thays 👑 Postado em 13/03/2017 - 12:34:28
Menina que bom que voltou! Andei mega sem tempo também, casa cheia é um caos... Amei esse capítulo, chorei, e necessito de mais desesperadamente... Postaaaaaaaaaaaaa!!!!