Fanfic: Era la musica - Portiñon/AyD | Tema: Rebelde, Lesbico

Puedo ver el matiz

Y el reflejo de mi depresión

Puedo ver el perfil

Del fantasma que hay en mi interior

Que Hay Detras, Carlos Lara

Aquele silêncio estava me matando. Todos olhavam abismados para Chris que, ao notar sua expressão, somente esperava a faca vim. Eu olhava fixamente para Anahí, pois queria gravar qual expressão seu rosto transmitia. O silêncio foi ficando cada vez mais constrangedor e vi os olhos de Chris começar a encher de lágrimas. Olhei para Pedro que parecia não saber o que falar, olhei para Ucker que estava visivelmente constrangido, olhei para Poncho que estava assustado e agora coçava a nuca incomodado, olhei para May que estava branca a única expressão que não soube definir foi a de Anahí.

Aquele silêncio todo começava a me incomodar. Sentia uma raiva crescente em meu peito, afinal, eu não estava tão longe disso. Não era possível que as pessoas que eu via ali eram preconceituosas, não era possível que a minha segunda família era tão mesquinha a esse ponto. Ok gente, ele gostava de meninos, o que isso mudava? Deus... enchi o pulmão de ar quando e já ia soltar meu discurso de fúria quando ouvi a voz da May.

- Poxa Chris, achei que ia sair da banda – May disse visivelmente aliviada. Chris soltou um riso nervoso que se misturou com suas lágrimas. A partir daí todos começaram a falar de uma vez: Poncho deu dois tapinhas no ombro dele e disse um “sem problemas cara, precisava disso tudo? ”. Me orgulhei de ter sido sua ex nesse momento. Eu sempre soube que Poncho não era preconceituoso, mas ver essa atitude me deixou ainda mais aliviada. Ucker estava visivelmente intrigado, com aquela cara de “não acredito”, mas disse algumas palavras de apoio, acredito que tinha sido somente por educação. May abraçou Chris que nesse momento chorava, eu sorri, dando um beijo em sua mão enquanto a soltava. Pedro olhava para nós meio sério e meio sorrindo, eu não soube identificar. Any ainda olhava fixamente para tudo, como se tivesse avaliando todos os pontos. Eu comecei a me incomodar, será que Anahí era preconceituosa?

- Eu... – Ouvi Any dizer quando todos olhavam para ela – Ual... – Ela disse rindo – Desculpe... Só eu. Ual – ela estava nervosa e isso me deixou ainda mais preocupada. – Não esperava. Não sei te dizer o que estou sentindo Chris – ele a olhou concentrado. – Estou muito orgulhosa de você... Eu – ela chegou perto dele e segurou suas mãos – Admiro muito que tenha considerado a gente parte de sua família e que tenha contado para nós. – Chris soltou um soluço e a abraçou forte. Eu olhei emocionada para a cena. Estava bem aliviada, apesar do susto, todos se comportaram muito bem. Se tinham algo contra, não foi manifestado. Talvez a banda fosse muito importante para todos nós, talvez nossa amizade fosse bem mais forte do que eu imaginei.

Todos desviaram a atenção quando ouvimos um “aram” de Pedro. Todos se calaram e, imediatamente, os olhamos.

- Christian, não tenho nada a ver com sua vida pessoal – Disse sério. Christian segurou a respiração e ficou ereto, era como se tivesse num quartel general. – Vocês têm um show amanhã e quero que continuem focados – ele se aproximou ainda sério. Apoiou sua mão nos ombros dele e o encarou. Todos nós agora éramos meros coadjuvantes, Chris não piscava e Pedro também não – Quero que seja feliz, seja com quem for. – Vi Chris sorrir e concordar com a cabeça – Infelizmente, peço que mantenha segredo por enquanto, para a imprensa, é claro. Mas isso é só um conselho – Chris continuava concordando com a cabeça – Infelizmente nosso público alvo é mais jovem e, como produtor e diretor de vocês, devo avisá-lo de que isso não será fácil. Estaremos aqui. Sempre, ok? Mas tome cuidado.

[...]

- Então você sabia? – Any me perguntou assim que pisamos no quarto. Sua cara estava fechada e ela estava de braços cruzados –

- Nada de brigar comigo, ainda posso ir para meu quarto – eu disse me defendendo, ri quando ela se esforçou para retirar a cara de emburrada com um sorriso beeem forçado.

Nossa noite foi tranquila. Conversamos sobre “Chris” e sempre tentava retirar informações para meu grado nisso. Tentei saber sua opinião, se era contra ou a favor, se tinha receio, se ela se assumiria caso ocorresse com ela, se ela se relacionaria com uma mulher e a cada resposta eu me impressionava ainda mais.

- Não sei Dul – ela disse deitada na cama enquanto eu escovava os dentes. Eu não tenho que opinar contra ou a favor. É a vida dele, ele faz o que quer. Nós só temos que ser receosos por causa dos fãs, né? Nosso público alvo é jovem/criança, então isso poderia ser um espanto para os pais. Entendo a atitude de Pedro e concordo com ele – Ela se arrumou ficando de frente barriga para baixo a cama. Agora os olhos azuis me fitavam com atenção – Não posso dizer que não e nem que sim – pigarreou alto, por um momento sua voz falhou. Acho que ela estava nervosa com a pergunta – bom... Não sei o dia de amanhã, né?

Senti algo estranho no estômago tão forte que até minha respiração ficou descompassada. Isso não era um sim, mas também não era um não, né? Meu Deus. Sentei na cama com a escova meio caída de lado sem reação.

- Disse algo que te incomodou? – ela disse se levantando – Dul, eu sei que pra você é meio complicado essas coisas. Mas acontece, entende? Não sabemos. Se um dia acontecer comigo, você saberá – ela disse tentando me acalmar. – Eu sei que você teve uma criação diferente disso, mas continuaríamos sendo amigas, não? – Que? Segurei uma risada e quase me engasguei com a espuma. Any se afastou com resquícios de pasta voando nela. A preocupação dela era eu não aceitar?

- O que tu pensas de mim menina? Que iria desconsiderar um amigo só por ele gostar de algo? – Ela me olhou limpando pasta que havia caído nela –

- Obrigada pelo banho – disse rindo – Bom... sua reação demonstra isso. – Sua atenção voltou a mim. Meu Deus, que imagem eu passava a Anahí?

Levantei e fui terminar meu ritual de higiene bucal. Cuspi a pasta, lavei o rosto e me olhei no espelho. Meu reflexo me olhava e eu sentia que eu mesma me chamava de babaca. Respirei fundo e neguei com a cabeça. Meu reflexo, indignado, só me dizia uma coisa: E se Anahí nunca percebeu meus sentimentos por ela devido à máscara que eu mesma criei?

Apagamos como duas princesas, o cansaço da jornada finalmente fazendo efeito. Anahí já dormia tranquila ao meu lado, seus suspiros calmos indicavam isso. Eu mirava suas costas desnudas com um único sentimento: Arrependimento.

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Sei que o Capitulo foi bem curto e eu pareço estar enrolando para algo acontecer, mas juro que não é maldade hehehhe

Foi um capitulo bem dificil de escrever pois váios dilemas foram levantados