Fanfic: Era la musica - Portiñon/AyD | Tema: Rebelde, Lesbico

Cuando salgo a cantar te veo ahí

Me miras y yo me pongo a temblar 

Me He Enamorado de Un Fan, Flans

- 1...2...3... AGORA. Vamos, vamos.

- Boa noite amigos...

E foi assim, no meio de um de nossos shows que me vi apaixonada por ela. Aquele dia ela estava incrível. Seus olhos, seu cabelo, seu cheiro e até mesmo as purpurinas jogada em seu corpo exalavam sensualidade. Os olhos estavam mais claro, o cabelo mais brilhante.... Ela estava incrível. Eu estava boquiaberta. Como nunca reparei nisso? A cada música sua voz ficava mais grave, o sorriso mais largo que o habitual. Quando ela se ajoelhou para fazer sua performance em “Santa no soy”. Deus... Quando foi que isso aconteceu?

Eu e Anahi tínhamos uma amizade sincera, claro, May estava inclusa nisso. Mas comigo e com a loira... Ah... Sempre teve algo a mais. Claro, aos meus olhos, pois tratava as duas com total igualdade. May era minha maninha, minha amiga da forma mais sincera. Já Any... Bom. Vocês já devem ter entendido.

Claro que esse sentimento me causou mil conflitos no começo. Afinal, eu era/sou hetero. Era/sou, pois não me senti atraída por nenhuma outra mulher a não ser Anahí. Tinha alguns rolos com alguns carinhas. Mas não passava de beijos sem graças e amassos sem nenhum sentido. Não me sentia atraída por nenhum deles, nenhum. Isso não me causava nenhum conflito, a única dor que eu sentia era amar demais, mas isso eu guardava a 9 chaves.

Dois anos se passaram desde esse show e eu jamais contei a ela sobre meus sentimentos. Nossa amizade estava ainda mais forte, mais unificada. Era para ela que eu corria quando havia algum problema, quando me sentia triste, quando meus próprios sentimentos me sufocavam. Ela, May e os meninos eram meu tudo. Eu os amava. Para que contar? Só ia causar desgaste. Tínhamos uma legião de fãs, de compromissos, de trabalhos. Problemas entre integrantes da banda é pedir para tudo terminar em confusão. Apesar da nossa pouca idade tínhamos consciência do valor do RBD para nossos fãs, tínhamos total e absoluta consciência de que trabalho estava em primeiro lugar. Nós fazíamos merda, é claro, afinal, ainda erámos 6 adolescentes ganhando muito dinheiro e sucesso, mas nada que saísse de dentro dos bastidores. Assim, meu amor por Anahí foi nutrido durante 2 anos, sem ninguém sequer suspeitar. Nunca desabafei isso com ninguém, afinal, se você tivesse um monstro, o guardaria ou mostraria para o mundo?

- Pausa pessoal. Bebam uma água.

A coreografa gritou sorrindo. Estava extremamente calor naquele ambiente, nós 6 estávamos pingando suor. Poncho e Cristian se jogaram no chão exausto.

- Pelo amor de Deus Rovena – Cristian soltou entre ofegadas – Você vai nos matar.

Rovena riu ajeitando o cabelo cacheado. Soltou, passou a mão e voltou a prender.

- Não reclama Fercho – ela sorriu limpando a gota de suor do rosto – vocês precisam cantar além de dançar. Precisam estar impecáveis.

- Vamos estar é mortos... – Poncho disse agora sentado e ainda respirando fundo. Todos nós rimos do jeito reclamão dele. Ele soltou de maneira tão sincera que soou muito engraçado, tanto que o riso não morreu no primeiro minuto. Ele, visivelmente envergonhado por ter sido tão espontâneo levantou e foi tomar uma água.

Rovena é extremamente exigente conosco. Quem vê essa carinha de anjo até assusta. Claro, nós adoramos. Quando subimos no palco realmente não é nem metade do que nos cansamos no ensaio. Ao vivo nos preocupamos mais com a voz, e sempre queremos dar nosso máximo para o público, por esse motivo, ofegar durante uma música é impensável. Por isso, sempre ensaiávamos com microfones em mãos, para simularmos de forma mais real o que ocorreria ‘ao vivo’.

Após o riso de todo mundo cessar, eu levantei e fui pegar um garrafinha de água. O sorriso pelo riso incansável ainda estava em meus lábios.

- Ei ruiva – disse Ucker se aproximando. Sua carinha de bebe toda ensopada de suor. Me afastei com o dedo em riste quando vi sua sobrancelha se erguer e um sorriso sapeca plantar em seus lábios. Bem que o vi me olhando de um jeito muito sapeca mais cedo.

- Christopher – disse ainda andando para trás – não pense nisso – ele ainda se aproximava com a mesma cara de maquiavélico

- Um abraçozinho ruiva... Rapidinho – ele aumentou a velocidade dos passos, agora rindo. Vi May rindo enquanto bebia água. Aumentei a velocidade também, mas como estava andando de costas esbarrei em alguém. Agradeci aos céus por ver Anahí (toda linda diga-se de passagem) me olhando assustada com aqueles olhinhos esbugalhados

- Mas que por... –

- Any – Agarrei ela pela cintura sem nem me preocupar em ver meu corpo arrepiando ao entrar em contato com o dela. Sua pele estava quente, úmida, seu cheiro exalava ainda mais com todo aquele suor. Me escondi atrás dela, ainda a abraçando pela cintura – Tira esse nojento de perto de mim – Sua cara de brava rapidamente desapareceu. Sua mão desceu para sua barriga e se posicionou em cima da minha

- Christopher... Deixa minha ruivinha em paz – Ela disse com uma voz dengosa. Derreti.

Todos já estavam rindo pelo meu drama. Minha cara realmente deveria estar assustada. Ucker sempre tenta me agarrar quando está muito suado. Eu O-D-E-I-O suor. Mas, inexplicavelmente, o de Anahí não me enojava.

- Tem nojo de suor, mas está aí agarrada com a Anahi – Cristian soltou já recuperado do cansaço. Se eu não escondesse tão bem, eu diria que ele sabia do que se passava em meu coração. Sempre que podia ele soltava umas indiretas, que ao meu ver, só era percebida (ou mal interpretada) por mim. Senti a falta das mãos da Any no momento seguinte, mas ainda assim, ela se mantinha presa a mim. Ucker se aproximou mais de Anahí com os braços abertos e um sorriso de orelha a orelha

- Duas em uma. Que delícia – Abraçou Anahí pela frente. Meu corpo e o do Ucker faziam um Sanduíche com o corpo dela. Senti o braço molhado dele tocando os meus – Sanduíiiiiicheeee – ele gritou rindo. Cristopher era muito palhaço. Eu, apesar de irritada, ri. Pelo menos Anahí recebeu toda a carga de suor. Ele nos soltou e recebeu um tapa muito estalado no braço – Ai, maluca

- Isso é por não me ouvir – Anahí disse com cara brava. Me soltei dela e seu bico pareceu aumentar – Eu deveria bater mais. Me melou toda com esse suor nojento –

- Olhe o lado bom Any – ela se virou para mim. Seus olhos estavam meio chateados. TPM, com certeza – você me salvou – eu disse como se realmente fosse uma princesinha indefesa. Seus olhos voltaram ao brilho natural que eu tanto amo. Ela abriu um largo sorriso como se tivesse acabado de cometer um ato heroico

- Minha bebita – Ela sorriu apertando minhas bochechas. Eu revirei os olhos. Ok, puro charme. Adoro quando ela faz isso

- E eu? Não sou mais seu bebisito ? – Ucker disse com aquela voz de bebe dele.

- Você é meu maior bebesito do mundo, meu bundudo preferido – Inevitavelmente um suspiro chateado escapou por entre meus lábios. Sabe quando você está se sentindo mega especial e te dão uma rasteira? Yep... Me senti pior que isso. Ela ficou lá apertando a bochecha dele, dando sorrisinhos e falando com aquela voz fofa. Tudo bem. Ciumes, eu sei. Mas eles já namoraram, poxa. E já tentou não sentir ciúmes? É impossível. Sai de perto com uma cara meio amarradinha, confesso, mas logo tratei de sorrir. Sempre quando sinto vontade de matar o Christopher eu penso em como o amo. Segunda Família Dulce... Segunda Família.

- Cansada? – Poncho perguntou deitado no meu colo. Talvez, percebendo a minha cara nada agradável. Ele me conhece bem demais.

- Folgado pouco né pentelho? – Disse rindo e acariciando seus cabelos molhados. Ainda bem que ele jogou agua nele, se não já tinha o expulsado daqui a muito tempo. Eu e Ponchinho temos uma ótima relação, mesmo após o término. Assim como Any e o Ucker, nós dois priorizamos a banda. Não que nós tivéssemos terminado de uma maneira ruim, pelo contrário, terminamos numa boa, mas para qualquer casal fica aquele clima estranho – Morrendo. Esse Calor está me matando

- A todos nós Dul – Ele disse sorrindo. Poncho é um rapaz muito, muito lindo. Seu sorriso é cativante. Conversamos mais algumas amenidades e estávamos rindo de uma bobeira dita por ele quando uma linda loira nos interrompeu. Pelo tom da sua voz a tpm estava atacando de novo.

- Rovena mandou voltar ao ensaio – E saiu. Poncho me olhou com a testa franzida. Eu, ainda olhando para as costas da loira que andava com passos fortes, apenas dei de ombros e sussurrei muito, mais muito baixo para que ela não ouvisse

- TPM....

- Mulheres – Poncho riu levantando do meu colo num salto.

 [Foto: Ensaio. Momentos após a crise de riso instalada por Poncho]