Fanfic: Era la musica - Portiñon/AyD | Tema: Rebelde, Lesbico

El calor de mi cuerpo
Que se eleva casi sin control
Con sólo verte

Fuego, Papa Dee

Dulce ofegava abaixo de mim totalmente inerte. Minha coxa, molhada por seu go’’zo, sentia seu sexo latejando e eu ficava a cada segundo mais excitada. Sentir o prazer de Dulce quase me causou um orgasmo e eu nunca imaginei que eu pudesse goz’ar somente assistindo algo. Eu queria mais. Queria Dulce inteira. Queria continuar saboreando seu gosto. Senti Dulce se mexendo calmamente posicionando sua coxa contra meu sexo. Um gemido suave escapou de meus lábios sem que eu pudesse evitar. Senti vontade de rebolar em cima dela, mas sua respiração estava demasiadamente descompassada.

Sua mão deslizava por minhas costas quase que parando e meu corpo se arrepiava cada segundo mais. Sua coxa voltou a pressionar, forte. Sentia sua musculatura contra o tecido totalmente molhado de minha calcinha e isso foi motivo suficiente para eu gemer mais alto. Os movimentos prosseguiram, um atrás do outro e quando percebi eu rebolava com vontade em sua coxa. Nossos olhos se encontraram e eu não reconheci Dulce. O seu olhar para mim era de puro desejo e me senti ainda mais excitada só de olhá-la. Ela me virou ficando por cima de mim de repente e abriu minhas pernas o máximo que conseguiu. Meu cérebro já não raciocinava, apenas seus olhos e seu corpo faziam parte do meu mundo. Sentada em cima de mim, Dulce subiu a mão por mim barriga e tocou o fecho de meu sutiã que abria pela frente. Nós não piscavamos. Nossos sexos latejavam juntos e, mais uma vez, ela rebolou em cima de mim. Meus olhos se fecharam e em seguida senti sua língua quente tocar meus seios. Com uma calma fora do comum, Dulce alternava entre lambidas e chupadas, ora forte, ora fraca. Meus gemidos foram se tornando mais altos e muito mais sofridos. Ela continuava a doce tortura. Beliscava um de meus mamilos e pasava a língua por outro. Dul me olhava a todo estante e isso me excitava mais ainda.

Eu tinha certeza de que iria enlouquecer. Meu corpo não me obedecia. Eu buscava contato com o seu a todo instante. Rebolava, me remexia, gemia, gritava seu nome, implorava por mais. A calcinha se tornou um empecilho e logo foi tirada por ela, tudo com muita calma. Dulce ficou de quatro em cima de mim, segurou meu rosto com força me fazendo a olhar

- Quero sentir voce – mordeu meus lábios e passou a língua por ele em seguida. Eu sentia que ela poderia fazer o que quiser comigo. Eu estava fora de mim, totalmente entregue.

- Me faz sua – sussurrei desesperada e senti seus dedos tocarem meu sexo. Gemi fraca tornando a fechar meus olhos

- shiiiiu – ela sussurrou contra meus lábios quando rebolei em busca de mais contato. O toque era leve, calmo e torturante – Olha para mim – ela mandou e eu prontamente obedeci com receio de que ela fosse parar. Seus dedos me preencheram e gememos juntas. Nossos olhares continuaram unidos por um certo tempo.

- Dul... – sussurrei totalmente ofegante. Eu precisava de mais. – Mais... Vai... Não aguento mais

 Ela desceu do meu corpo e ficou meio ajoelhada na minha frente. Sem cerimonia, senti sua língua me preencher por completo e ela sugar todo o meu líquido. O movimento de entra e sai era frenético e eu sentia que a cada momento eu estava mais próxima. Eu estava mordendo meus lábios tão forte que estava começando a sentir um gosto de sangue. Dul substituiu sua língua por seus dedos e novamente senti a maravilhosa sensação que era ser preenchida por eles. Sua língua agora faziam movimentos circulares enquanto seus dedos permaneciam em movimento. Um frio na barriga, uma sensação de estar na lua e eu havia gozado em sua boca. Ofegante, suada, cansada, mas muito satisfeita.

Perdi a noção do tempo, mas quando voltei a abrir meus olhos Dulce estava ao meu lado, fazendo carinho em meu rosto. O sorriso safado já não era tão evidente e eu podia jurar que via um grau de vergonha ali. Minhas pernas tremiam e meus braços estavam pesados.

- O que você fez comigo? – Sussurrei com a boca seca. Ela riu, depositando um beijo em meus frios lábios.

- Posso não fazer mais ...

- Nem pense nisso. Quero você por muito mais tempo

Só depois que eu tinha dito foi que percebi o quão sério aquilo soava. Sim, estavamos num momento maravilhoso, mas ainda sentia várias barreiras nela. Claro que eu pretendia quebrar todas elas se esse fosse o preço para tê-la de verdade, mas eu não queria que ela se assustasse com a seriedade de meus sentimentos. Meu coração estava acelerado ainda, mas mesmo assim, fingi que não foi nada demais. Seus lábios já roçavam nos meus e sua perna entre as minhas fizeram um movimento em falso, mas suficiente para fazer o fogo de antes dar as caras. Dulce me olhou e eu podia ver aquele olhar ao fundo da doçura. Mordi meus lábios prevendo o que viria a seguir e, totalmente embriagada de prazer, não tinha  a mínima noção de quantas vezes me perdi essa noite.

[...]

Acordamos no dia seguinte totalmente atrasada, mas eu estava longe de estar estressada. O dia estava lindo, maravilhoso e eu não tinha motivos para me estressar. Tomamos café conversando sobre amenidades, rindo, brincando. Vesti uma roupa minha que estava a anos na casa de Dulce, sem ao menos me importar. Eu estava no céu, tinha certeza.

Entramos no carro faltando 15 minutos para estar na Televisa. Iria dar tempo, ao final de tudo. Dulce riu me zoando que, mesmo se eu quisesse, eu nunca chegaria atrasada. Dei língua a ela e ela me chamou de criança. Meu sorriso era totalmente evidente. Eu estava feliz, muito. Não me cansaria de dizer isso. O telefone de Dulce tocou, mas como ela dirigia me pediu para atender. Peguei seu celular de dentro da bolsa, imaginando que fosse alguma instrução para as gravações de hoje, mas percebi que havia me enganado quando vi o nome de Anabelle estampado no aparelho. Ergui uma sobrancelha desconfiada, eu não a conhecia pessoalmente, mas lembro-me bem de Dulce tendo uma conversa [agora] bem suspeita. Respirei fundo, tentando manter a calma. Era ciúmes. Somente um irracional ciúmes.

- É Anabelle – disse parecendo normal, mesmo que quisesse no fundo pedir um monte de explicações. A reação de Dul foi bem comum,  sorriu como se fosse uma velha amiga e me pediu para por no viva-voz.

- Dul, sumida. Me abandonou gatinha – Olhei para Dulce percebendo que agora ela estava envergonhada e com uma cara quase suspeita. Mudei o foco de meu olhar e agora observava a paisagem como se fosse algo bem importante.

- Ana, Oi – ela disse sem graça e sentia seu olhar queimando minha pele. A olhei, já não conseguindo disfarçar muito bem meu ciúmes. Meu sorriso já não era evidente, mas fiquei totalmente calada, eu quase não respirava. Gatinha?

- Olha bebê se for pelo beijo eu já disse que te perdoo por me agarrar – Ela gargalhou ao telefone, mas Dulce ficou totalmente imovel ao meu lado. A olhei espantada sentindo meu corpo endurecer. Beijo? Bebê? Sentia meu rosto esquentar de raiva e, sem difarçar, bufei irritada.

O resto da conversa foi totalmente ignorada pelo meu cérero, eu não precisava ouvir mais. Tudo bem que não tinhámos compromisso uma com a outra, mas se isso de beijo foi real, pra que tanta renuncia comigo? Dulce havia beijado outra mulher? Quando? Eu era sua melhor amiga até então, certo? Ela escondeu algo de mim e eu não podia ignorar o fato de que estava severamente magoada

- Any? – ela disse após um tempo em silêncio, mas eu não respondi tamanha era minha raiva. Ela já havia ficado com uma mulher antes. Elas transaram? Isso explicaria muita coisa. Porém, o que mais me doia era saber que a mulher que eu amava havia beijado outra boca. Eu sei que isso parece ser contraditorio, uma vez que Dulce já havia namorado... Mas eu não sabia/percebia que a amava e agora isso doia demais – Any... Eu – ela pigarreou. Totalmente nervosa, deixando bem claro que o acontecimento era real – Eu queria ter te contado.

- Qual parte Dulce? – A olhei enraivecida – A parte que tu já havia ficado com outra mulher? Que você nunca sequer havia me contado? Eu sou sua... – não soube mais continuar essa frase. A olhei por um momento totalmente irritada por saber que eu não era nada além – sou sua melhor amiga  - sorri meio triste – eu merecia saber. Eu te conto tudo Dulce. Tudo. Isso era um fato importante

- Eu só fiquei com medo do que tu iria dizer – ela disse parecendo chateada também.  Não sei por qual motivo –

- E eu pareço me importar com isso? – Minha voz saiu mais elevada e ela me olhou por um momento, ainda prestando atenção na estrada. Passei a mão na testa irritada. Droga. O que Dul sentia por essa menina? O que elas tinham? O silêncio dela me chateou ainda mais. Chegamos na televisa e, como sempre, um bando de reporteres estavam na porta tentando alguma entrevista. Sorri forçada enquanto ouvia o barulho das câmeras. Meu dia estava tão perfeito.

- Any – ela me chamou assim que soltei o cinto de segurança. Segurou meu braço me olhando arrependida quando viu que eu iria abrir a porta– Eu queria mesmo ter te contato... Eu só não sabia como. Foi tudo muito rápido, você sabe... Eu... Nós – ela começou a gaguejar

- Ficamos? Sim. Eu sei. – Completei a olhando. Seus punhos ainda me seguravam. Ri irônica – Sinto muito se isso te atrapalhou de alguma forma com Anabelle. Vocês tem algo? – Disse tudo de uma vez e Dul me olhou magoada.

- Você vai me ouvir ou vai ficar me cobrando o tempo todo? – Agora foi a vez dela ficar irritada e eu senti vontade de socar o painel até quebrar tudo. Como ela se achava no direito de estar irritada com algo?

- Me desculpe, Dulce – disse tentando controlar minha raiva. Mordi a parte interna da minha bochecha apenas para descontar a raiva em algum lugar – Não tenho direito nenhum de fazer isso com você – sorri irônica. Eu já não sabia se me referia a nossa amizade ou ao fato de “estarmos juntas”.

Um longo silêncio se estabeleceu. Sentia meu rosto queimar e meus olhos se encherem de lágrimas. Eu havia descoberto tarde demais. Havia perdido tempo demais.

- Nós não temos nada – ela disse com a voz meio rouca – Você sabe que jamais faria isso assim – a olhei e seus olhos estavam meio opacos – principalmente com você, Any – concordei com a cabeça – Estavamos na casa do Chris e, bom, ela vinha dando em cima de mim e me deixei levar só isso – ela deu de ombros como se fosse uma coisa sem importância – Ela só é brincalhona assim mesmo. Percebeu na hora que... – Ela engoliu em seco e ficou uns segundos em silêncio – que eu não curti muito. Foi só isso. Eu juro. Você é minha melhor amiga eu jamais faria algo para te magoar

Melhor amiga. Melhor amiga. Melhor amiga. O termo ficou ecoando em minha mente por um longo tempo e um desespero tomou conta de mim. Se eu era a melhor amiga o que Anabelle era?

- Vocês transaram? – Perguntei sem a olhar a sensaçãode lágrimas ficou ainda mais evidente quando meus olhos queimaram, mas me segurei. Eu precisava saber. Precisava.

- Você foi a primeira – Ela disse envergonhada, mas fixou o olhar em mim. A olhei por um tempo, sentindo um calor invadir meu corpo. Primeira.

Era obvio que eu estava enciumada e era claro que eu não melhoraria de uma hora para outra, mas saber que ela tinha sido só minha fez meu coração bater mais acelerado.