Fanfic: Era la musica - Portiñon/AyD | Tema: Rebelde, Lesbico

Abrázame fuerte 
Ven corriendo a mi 
Te quiero, te quiero, te quiero 
Y no hago otra cosa que pensar en ti 

Te Quiero, Hombres G

O pequeno desentendimento entre eu e Any referente a Anabelle não foi o bastante para nos afastarmos. Confesso que foi meio dificil fazê-la entender que o que aconteceu não teve significado nenhum (por mais que ela falasse que era por causa da amizade) e que eu e Ana erámos só boas amigas. Foram ao todo uns quatro encontros casuais (após Christian ter apresentado BJ a todos nós Ana virou figurinha carimbada em nossos encontros), um pedido de desculpas por parte de Ana e uma ficante mais séria para Anahí parar de ficar excessivamente perto de mim quando ela estava (não que eu reclamasse). Eu estava amando o aumento de intimidade que nós tivemos, era magnífico, surpreendente, desesperador e, acima de tudo, imensamente amorável ter Any ali. A única coisa que começava a importurnar, só um pouco, toda essa (cof cof) relação era a falta de dizeres sentimentais. Nenhum eu te amo, nenhum eu te adoro... Nada. Eu não tinha dito, era verdade, mas algo ainda me prendia para não dizer: A suposta relação de Anahí com Juan.

Acho que fazia um mês desde aquela semana conturbada e o queridinho do México tinha simplesmente tirado férias e desaparecido do mapa. Anahí não quis desmentir o namoro (que agora já estava mais sério do que o necessário), Pedro já não estava furioso, os outros integrantes até haviam esquecido da existencia da relação e, o fato principal, a imprensa já nem lembrava tanto assim. Eu? Bom.. Eu e ela estavámos bem, mas isso me impedia de da um passo adiante. Eu não sabia o que tinhámos: Transavamos, conversamos, viviamos de chameguinho... Isso me preenchia, mas estava a começando a não ser o bastante. Porém, bastava a loira chegar com aquele sorriso encantador que tudo isso era esquecido e Juan passava a ser uma mera lembrança ruim.

Poucas pessoas sabiam que eu e Anahí ficavamos. A irmã dela porque  que Anahí precisou contar. Apesar de eu ficar mega envergonhada perto dela agora, ela nos tratava até com mais carinho. Um dia a peguei sussurrando com Any e me olhando de uma maneira estranha, fingi que não vi, apesar de ficar mega curiosa. Christian, bom... O homossexual mais exagerado desse país não conseguiu segurar a lingua e May, que um dia, sem querer, nos pegou no meio de um beijo. A morena nos deu uma lição de moral, mas nada fora do normal. Apenas preocupações com a banda, acredito eu. Para mim, isso já era demais, e eu esperava de coração que ninguém mais soubesse.

Agora estavámos ali, num jantar de despedida de alguns personagens da novela. Era num restaurante bem famoso do Mexico. Quase o elenco todo reunido numa enorme mesa de madeira maciça, uma grande emoção rolando. A toda hora um levantava e agradecia a todos ali, eu já havia derramado umas lágrimas. As cenas a serem gravadas eram as últimas e, a partir da outra semana, estaríamos livre. “Livres” na verdade. Seriam três semanas de férias, com pequenos pontuais shows e depois uma turnê mundial. Eu já sentia saudades das gravaçoes, da minha rotina... Mas estava ansiosa pelo o que viria a seguir. Seria magnífico um sonho a ser realizado. Me sentia sortuda, afinal, quantas pessoas podem compartilhar o sonho com quem se ama?

Tudo estava muito bom até aquele momento. Eu segurava a mão de Anahí por debaixo da mesa e, as vezes, nos olhavamos sorrindo. Christian e May nos olhavamos com um sorrisinho provocante toda vez que isso acontecia, mas, para as outras pessoas, não passava de amizade. Aplaudiamos alguns discursos. Sorriamos... Até Derrick olhar para Anahí, com um olhar muito desejoso para o meu gosto (eu desconfiava que ele dava em cima dela descaradamente, mas a loira fingia não ver) e perguntar:

- Então Any, onde está seu namorado? O namoro ainda está bem?

Fez-se um silêncio na mesa. Senti os músculos de Anahí ficarem imoveis e, insconcientemente, soltei sua mão. Christian me olhou receoso. Não que eu fosse fazer um escandalo, mas ele já sabia que esse assunto me atingia e eu estava começando a ficar com um pé atrás quanto a isso. Any sorriu sem graça, colocou uma garfada da sobremesa na boca e demorou mais do que o necessário a responder.

- Ah normal – Suspirei diante sua resposta e senti toda a graça do dia sumir. Ela sempre dava uma resposta imparcial, mas nunca desmetia o fato e aquilo me incomodava muito. Quanto tempo mais isso iria se sobrepor diante a nós? Se é que existia um nós ali. Respirei fundo sentindo meu estômago embrulhar e levantei da mesa

- Banheiro – disse sem graça sem olhar para ninguém. A conversa atrás de mim voltou como se nada tivesse acontecido, mas para mim a noite já tinha terminado. Eu até entendia o ponto de Anahí... Evitar especulações foi a mensagem deixada para Pedro. Para ele, era inadimissivel nos envolvermos em fofocas desnecessária e rumores absurdos. Ele queria que a novela e nossa carreira fosse maior que todas aquelas fofocas e... Ele estava certo e eu concordava, porém, nessa situação eu queria que se explodisse qualquer dica dada por ele. Passei a mão no cabelo totalmente nervosa. Aquilo estava saindo do controle e eu não poderia permitir isso.

“- Você deveria dizer a ela Dul, só assim vocês vão saber o que fazer e como agir. Vocês não podem se cobrar nada porque vocês não conseguem admitir o que sentem. Vocês enrolam algo que já está na cara para todos. Vocês se amam... Amam... É simples, notório e fácil de dizer. – Chris segurou minha mão apertando. Concordei com seu pensamento, mas havia uma força maior que eu me prendendo: Medo. – Você já passou por tanta coisa por causa disso... Por que não fala com ela?”

Não era  aprimeira vez que a conversa vinha a minha mente e não era a primeira vez que eu concordava. Sim, eu precisava dizer.

Vi o reflexo de May atrás de mim no banheiro e sorri tentando passar segurança a ela.  Ela negou com a cabeça, me olhando daquele modo “mãe”.

- Dul... Não ta na hora de vocês acabarem com isso? – Não virei para ela e não disse nada. May caminhou até mim e tocou meus ombros solidária – Só vocês não percebem que vocês se amam. Sabe... Eu meio que não entendo muito bem isso e eu nunca encostaria minha boca em outra mulher, mas... Deus... Qual é o problema de vocês?

- É complicado, May – ela me olhou feliz

- Meu Deus... Você a ama – Ela disse tampando a boca com a mão – Você confirmou que a ama

- Não era isso que queria?

- Sim, mas não esperava que fosse concordar tão fácil – ela me olhou rindo e eu sorri também. Neguei com a cabeça e segurei a pia com força – E porque não conta pra ela? –

E eu não sabia responder. Tinha a história de Juan, é verdade, mas isso agora parecia tão insignificante. Era eu e ela... Nós duas...

Será que eu sempre precisava de alguém me dizendo como tomar minhas ações?

Dei de ombros e me assustei quando vi Anahí surgindo na porta atrás de May. Ela estava com uma carinha meio triste e me olhava entristecida.

- A gente pode conversar? – Concordei com a cabeça a olhando ainda sem saber ao certo o que deveria fazer

- To saindo – May saiu fechando a porta do banheiro. Any continuou me olhando e, pela primeira vez, a vi muda. Sua boca abriu e fechou várias vezes e eu continuei encarando-a

- Dul... Você sabe como é complicada essa situação – Seus olhos não me encaravam – Eu não posso simplesmente largar tudo e dizer que eu nunca namorei sem uma explicação antes, isso levaria a diversos fatores que somos altamente recomendados a não sofrer. Já já isso acaba, a novela só tem mais alguns dias de gravações e isso tudo em cima de nós vai acabar

A olhei sem entender onde ela queria chegar. Sabe quando a pessoa começa a falar, falar e falar pelo simples fato de querer dizer algo? Continuei em silêncio a olhando. Ela estava linda naquele vestido e a única coisa que eu gostaria era que ela estivesse sem.

- O Juan nem significa nada... Você sabe disso. Eu nunca mentiria para você. Eu nem sei o que a gente tem, ou se a gente tem alguma coisa. Nos tratamos como namoradas e eu nem sei se é isso que você quer porque eu não sei o que fazer e eu tenho tantas coisas para te contar. Sabe? Eu te perdi como amiga, mas não estou reclamando eu adoro isso que a gente tem... Eu não sei o que é mas adoro. Eu... Eu nunca soube viver sem você, mas agora parece que qualquer coisa que eu possa fazer eu posso te perder e isso me mata

Agora ela embolava as palavra e parecia não usar nenhuma pontuação adequada. Any ainda não me olhava, continuava encarando o chão. Sorri ao observar seus traços, seu modo de falar, seu nervosismo. Já tinha dito que aquele vestido era maravilhoso? Ela tinha uma aurea sensual...

Meu coração se encheu de carinho quando ela me olhou. Seus olhos estavam tão arrependidos, tão magoados que eu sabia, nesse exato momento, que a única coisa que eu poderia fazer era esquecer todos os meus medos. Não me importava Juan, não me importava banda, não me importava carreira. Tudo isso seria insignificante se eu não fosse feliz de verdade e a única que poderia me proporcionar isso estava ali na minha frente.

A ficha finalmente foi caindo e Anahí não parava de falar. Eu, a essa altura, já não entendi nada do que saia de sua boca. Me aproximei dela com passos largos, mas ela não parava de falar.

- Eu sei, eu sei que errei em deixar tudo isso continuar. Eu deveria ter parado com isso no começo, mas eu não sabia que chegaria a tão longe...

- Anahí – Chamei pela primeira vez

- Mas Juan desapareceu, Dul. Você sabe. Eu tento entrar em contato com ele, tento resolver isso da melhor maneira possível para todos

- Anahí – Chamei de novo e ela continuou a me ignorar

- Dul... Eu posso resolver isso... Só não se afasta de mi...

- Eu te amo – Disse de uma vez a encarando nos olhos. As palavras de Anahí se perderam no meio do caminho e ela ficou muda me fitando

- Que? – Ela balbuciou depois de um tempo em silêncio. Minhas mãos estavam geladas e levemente trêmulas. Segurei seu rosto para abafar qualquer sintoma de nervosismo. Não precisava disso agora.

A encarei profundamente. Respirei fundo tentando ao máximo segurar minhas lágrimas. Eu esperei tanto tempo por esse momento e agora ela estava aqui, na minha frente me ouvindo atenta e eu tinha certeza de que ela não sairia correndo.

- Eu amo você, Anahí. Te amo além de amizade, te amo de Juan... Te amo muito. Muito mesmo – Sorri em meio a lágrimas que não consegui controlar. Seus olhos se tornaram mais calmo e uma vermelhidão surgiu. Any também sorriu em meio a lágrimas e foi sua vez de segurar meu rosto – Eu amo você a tanto tempo... Esperei por esses dias a tantos anos

- Eu... – Enxuguei suas lágrimas e beijei seus lábios. O beijo era uma mistura de medo, desespero, felicidade. Sentia as lágrimas cairem e pela primeira vez a beijei de maneira mais sincera possivel.

Nos separamos ofegantes e mais calmas. Estavamos grudadas uma na outra. Any me apertava forte em seus braços e eu simplesmente não sabia que a felicidade poderia ser tão plena.

- Eu também amo você, Dul 

Ouvi um amém? hheuhe

Meninas, essa semana só poderei postar agora depois de quinta-feira. Me perdoem, mas será necessário. 

Enquanto isso me respondam: O que estão achando? Vocês tem alguma dica para a história?