Fanfic: Era la musica - Portiñon/AyD | Tema: Rebelde, Lesbico

Tantos problemas y callejones sin salida

Tantas canciones que no vieron la luz del día

Camino al sol, RBD

Conversar com Christian me fez super bem. Sentia os fantasmas se afastando de mim, era como ser liberta numa luta e o pior? Era uma luta que eu tratava comigo mesma, por isso, superá-la era uma gratificação enorme. Ficamos conversando mais um tempo no refeitório e recebemos uma mensagem que Pedro queria uma cena exclusiva com os rbd’s. Eu estava exausta, mas já estava semi-renovada.

Quando concordei em sair com Christian foi em partes para recuperar o tempo que perdi afastado do meu amigo e em partes para evitar ver Anahí essa noite. A saudades que eu sentia dela era enorme, mas Chris tinha razão: Ela não era a única, pelo menos, não como amiga. Eu e ele ainda conversamos sobre “contar a ela”, mas isso estava fora de questão.

Enquanto voltávamos ao corredor vi uma cena que me retirou todo o princípio de felicidade que eu sentia. Apesar de sempre a amar escondida e ser uma fiel amiga eu nunca vi Anahí beijando outra boca e essa cena me causou inúmeras reações. A dor era tão grande que até senti um pequeno enjoo; Era como sentir um gancho me puxando para fora desse mundo e me levando diretamente para a minha escuridão. Senti minhas pernas bambearem e meus músculos falharam e, mais uma vez, fui salva por Chris que sustentou meu corpo segurando minha cintura. Acho que fiquei fora de sintonia, pois só voltei a mim quando vi ele rindo por algo dito. Anahí me olhava fixamente e eu sorri, meio fraca, tentando acompanhar a conversa. Christian conduziu todo o drama sem soltar de mim, acho que para ele, era visível a minha fraqueza. Meus olhos estavam fixos em Anahí, sentia um ímã invisível me prendendo em seu olhar. O projeto de príncipe encantado saiu correndo e Anahí me olhava de um modo estranho, era como se eu pudesse ver um fundo de raiva em seus olhos. Por ter atrapalhado o beijo? Não via outro motivo plausível para tal sentimento.

Percebendo o meu desconforto Chris se enfiou na frente do fogo cruzado de nossos olhares e nesse momento percebi como meu amigo era valioso. Era como se ele estivesse me protegendo de uma troca de tiros.

- Candy... – ouvi a voz dele e minha visão focou em seus olhos – Seja forte. Estou contigo – vi seus lábios se abrindo sem uma voz sair. Ele falava só comigo e eu concordei mordendo meus lábios. Amava demais Anahí, mas nesse momento precisava de um tempo para recobrar meu eu controlado. – Nos vemos depois, ok? – Concordei. Acho que estava sem piscar, pois meus olhos estavam ardendo novamente. Senti um beijo sendo depositado em minha testa e ele saiu.

Confesso que senti medo de ficar sozinha com Anahí, mas ela, apesar de tudo, era minha melhor amiga. Eu não podia trata-la indiferente por erros meus, por ter me apaixonado por ela. Era minha culpa, só minha. Anahí era doce, maravilhosa e nunca me causou nenhum mal. Porém, apesar da razão continuar gritando isso, ainda tinha raiva dela por vê-la beijando outro e, quando se está cansada, a emoção sempre vence a razão nas batalhas.

- Ele é realmente um cara bonito Any – disse novamente com aquele amargo na boca. Não consegui esboçar um sorriso.

Ao saber que ela havia descoberto da minha “crise” eu fiquei meio desconfortável, afinal, o motivo sincero ela não poderia saber. Tentei acalmá-la, mas, como suspeitei ela não deixaria passar em branco. Ver ela tão preocupada me encantava, eu me apaixonava ainda mais. É incrível como qualquer gesto da pessoa que você ama te faz ficar nas nuvens, mas, infelizmente, para ela era apenas amizade. O pensamento me fez ficar triste e eu? Simplesmente me joguei nos braços dela. Não pensei em banda, não pensei em novela, não pensei em fãs, só nós.... Suspirei e depositei um beijo em seu ombro. Foda-se também o que ela pensaria, não estava ligando para isso agora. A abracei mais forte e pude jurar que vi seu corpo se arrepiar, afastei esse pensamento da cabeça quando ela disse que tudo ia ficar bem. Eu quis acreditar nisso com todas as minhas forças.

- Vou sair com Chris mais tarde. Prometi a ele – eu sussurrei perto do seu ouvido. Não queria magoa-la, mas minha vida 100% Anahí deveria acabar, afinal, eu deveria sempre me lembrar que ela era o meu maior anjo, mas meu maior demônio também. Ela se afastou me olhando com a testa franzida e um olhar descrente. Suspirei vendo sua expressão, pressenti o que viria a seguir, afinal, eu nunca havia dito não a ela. Quando eu ouvi ela supor que eu e Christian estávamos ficando senti uma pontada no peito e uma raiva enorme. Sentia vontade de gritar que a amava, senti vontade de ignorá-la... A raiva me consumiu e me controlei para não gritar com ela

- Não Anahí – mordi minha língua para não continuar a falar. É problema seu Dulce, ela não merece ser tratada assim disse a mim mesma em pensamentos. Suspirei, andava fazendo muito isso ultimamente - só tenho outros amigos além de você, ok? – Seu olhar continha um misto de mágoa, tristeza e desentendimento. Era definitivo: Eu estava perdendo o controle. Precisava passar um tempo longe dela, ela não precisava disso, nós não precisávamos desse drama. Era um problema meu e eu iria resolve-lo. Por nós, pela banda e por todo o projeto.

- Não entendo Dul, estava tudo bem. Eu te fiz algo? Eu... Me desculpa. Eu... – Seus olhos fixavam os meus e o brilho habitual estava apagado. Me senti um fracasso. Eu gostava de ser o motivo de seus sorrisos.

- Any... – Disse a olhando. Dessa vez eu estava sendo eu mesma. Segurei firme em suas mãos e sorri a ela – Você não fez nada. – Não estava mentindo, não é? Como podia culpa-la por algo que ela não sabia?

 [...]

- Então.... Como foi depois que eu sai?  - Chris me perguntou tomando um gole no seu suco. Nós estávamos numa pequena lanchonete ao lado da televisa que sempre íamos quando mais novos. Eu estava feliz ali com ele, mas confesso que meus pensamentos não saiam dela. Às vezes, quando me permitia, imaginava como seria estar somente com ela.

- Acho que meio que discutimos – suspirei antes de dizer. Tomei um gole do meu suco e o olhei profundamente – Chris, não quero mais falar sobre isso. Sério, estou bem. Irei resolver isso – sorri sem forças. Eu queria acreditar em minhas palavras, juro, mas me sentia cada vez mais perdida – Bom, me conte sobre você agora. Por favor, me permita entrar em sua vida novamente – vi um sorriso sincero brotar em seus lábios e seus olhos brilhavam –

- Ok ! – Sorriu ainda mais animado – Estou saindo com um carinha. Ele é maravilhoso, Dul. Me sinto apaixonado... Só... – Vi seu sorriso desfazer. Eu conhecia aquele olhar, entendia bem o seu dilema.

- Está com medo – sorrimos um para o outro. – Eu entendo

- Construímos tanta coisa meu amor – ele disse com pesar – as vezes me pergunto como seria ser “normal” – ele riu – Sabe? Sem ter o peso da responsabilidade. Claro, amo tudo o que fizemos, faria tudo de novo. Tenho muito orgulho disso, mas...

- Eu entendo Fercho – sorri. Eu sentia a mesma coisa

- Sei que entende – ele sorriu sapeca – Acho que ela está com ciúmes

- Está sim – eu ri fraco – somos amigas. Vivo por ela e ela sabe. Só está com medo de me perder. É normal

- Normal é o que eu sinto por ti Dul.

- Fercho... – Ele levantou as mãos dando de ombros

- Não está mais aqui quem falou – sorriu

Minha noite com Chris foi tranquila. Me sentia mais leve. Como eu pude achar que sozinha resolveria algo? Eu precisava de amigos, precisava de quem me entendesse. Eu precisava me libertar disso, o mais rápido possível. A solidão estava me consumindo e eu estava permitindo isso. Eu não poderia viver somente por um amor impossível. Amava Anahí, isso era inegável, mas eu me amava também e deveria viver. Fercho me aconselhou a sair com alguém, para ver se essa dor passa e, pela primeira vez em dois anos, eu achava que conhecer novas pessoas seria a melhor saída.