Fanfic: MiniWeb - Aqueles Olhos Verdes. (AyA) TERMINADA!

—  Deus ? — Os belos olhos cor de âmbar de Nancy se arregalaram. — Do que está falando?
—  Para essa gente daqui, é isso que ele deve parecer, com esse ar de quem está fazendo uma grande concessão por descer até nós, os pobres mortais.
Nancy virou-se rapidamente para olhar o homem. Para surpresa de Anahí, sorriu e passou o braço pelo dele, as unhas muito vermelhas brilhando como rubis contra sua pele dourada.
—  Poncho, quero que conheça minha irmãzinha, Anahí. Não é a garotinha que você pensava,  hein? — disse,  quase  culpada. — Sempre a chamamos de Annie porque parecia uma bonequinha. Annie, este é Alfonso Herrera. Foi ele quem me trouxe aqui.
Verde-jade, o mesmo tom do mar que tinha visto pela janela do avião, era a cor dos olhos dele. Olhos grandes e claros, sombreados por longos cílios dourados e sobrancelhas grossas. Anahí estendeu a mão, que ele apertou com firmeza.
—  Oi, Annie! — Mas seu sorriso foi muito rápido e muito frio. Frio demais, na opinião de Anahi, que ficou irritada por ter que olhar para cima para encará-lo.
—  Esteve velejando há pouco tempo, não é? — perguntou, fingindo não notar o brilho gelado dos olhos verdes.
—  Como sabe? — A surpresa substituiu o aborrecimento.
—  Os calos na sua mão. Calos provocados pelas cordas. Acertei?
—  É muito observadora — ele respondeu, largando a mão dela com uma pressa que deixou claro que não tinha gostado do comentário.
—  É, sou. . . muito. É importante, no meu trabalho — explicou, dando uma olhada para a mão da irmã, que continuava a segurar, possessiva, o braço do deus moreno.
—  Que tipo de trabalho?
Teve que olhar para cima novamente e chegou a ficar alarmada com a expressão de desagrado que encontrou,
—  Sou repórter. Trabalho em jornal.
—  Ah! — Ele deu um risinho zombeteiro. — Bem que achei que você tinha um jeitinho de intrometida.
Por um longo e tenso momento, os dois se encararam: ela, furiosa e desafiadora; ele, arrogante e debochado. Então, virou-se para Nancy e, num gesto exagerado de intimidade, acariciou a mão pousada em seu braço.
—  Devia ter me avisado que sua irmã era uma bisbilhoteira profissional, meu bem. Temos que tomar cuidado e nos comportar direitinho, enquanto ela estiver aqui.
Meu bem! Na boca daquele homem, o tratamento carinhoso pareceu a Anahí quase um insulto, que fez seu sangue gelar. Mas, pior do que o jeito como ele olhava para Nancy, era a maneira como a irmã o olhava, como se fosse realmente algum deus que adorasse.
—  Podemos ir agora? — perguntou abruptamente. De algum modo, sentia que precisava fazer com que parassem de fazer amor com os olhos em público. Aquilo era...  imoral.
Nancy voltou à realidade.
—  Essa é toda a sua bagagem? — Apontou para as malas. Anahi fez que sim. Poncho estalou os dedos e fez sinal para um
carregador nativo, que se aproximou, servil, e pegou as três malas.
Na rua, o sol estava forte e brilhante, e o ar, abafado. Anahi pegou os óculos escuros na bolsa e seguiu Nancy — que continuava de braço dado com Alfonso Herrera — até o estacionamento. O carro era um conversível de duas portas, vermelho e branco, extravagante. ..  bem de acordo com o dono, Anahi pensou.