Fanfic: Prometida pra Mim | Tema: Original
Bred a procurava com os olhos, e então a fitou, e sorriu.
-Eu vou falar com ela. –Soltei
-Se ela escutar você no meio dessa bagunça toda será ótimo. –Disse ele. –Eu vou comprar as bebidas, não se perca.
Então, Bred seguiu seu caminho em direção à copa, e eu segui o meu. A única certeza que eu tinha, é de que precisava falar com ela, perguntar seu nome e conhecê-la. Eu achei que nunca mais a veria, não posso perder essa oportunidade de novo.
Me aproximei dela, que estava dançando junto a uma garota, que também era morena. Ela estava usando um vestido preto todo coberto por paetês, seu cabelo estava levemente jogado de lado, e eu pude ver uma pequena presilha segurando-lhe a franja.
No embalo da música ela dançava suavemente, até que ela ficou de frente pra mim, e me fitou; Eu achava tão lindo o jeito que ela mexia seu corpo que fui incapaz de incomodá-la, mas agora ela havia parado ao perceber minha aproximação;
Será que ela lembra de mim?
-Oi. –Foi só o que consegui dizer.
Ela veio ao meu ouvido.
-O que você disse?
-Eu disse Oi. –Falei alto ao seu ouvido.
Ela sorriu.
-Oi. –Disse no mesmo tom.
-Você quer conversar comigo? –Fiz a pior pergunta possível, mas eu precisava saber.
Ela olhou desconfiada mas logo sorriu.
-Tudo bem. –Gritou de volta.
-Se importa em ir lá fora um pouco? Pra eu te ouvir melhor. –Falei ao pé do ouvido, e então senti o seu perfume, suave e romântico.
Contrariada, ela deu de ombros e cochichou algo a amiga, então veio até mim.
Peguei em sua mão e a conduzi até uma das saídas.
Chegando ao lado de fora, meus ouvidos pulsavam e eu parecia estar viajando. Ela estava me olhando e expressava um pequeno sorriso no rosto, provavelmente estava achando engraçado toda essa situação; Lembrando que eu jamais fiz algo parecido na minha vida, não que eu fosse tímido, pelo contrário, nunca tive problema com mulheres, mas essa garota havia algo de diferente.
-Lembra de mim? –Fui direto ao ponto.
Não que fosse bom ela lembrar.
-Acho que não... –Ela continuava me fitando.
-Isso não têm importância. –Disse sorrindo. –Meu nome é Jonah.
-Prazer, Valentina.
Valentina... Viajei naquelas letras e pensei comigo, lindo nome.
-Eu devia lhe conhecer? –ela perguntou.
-Eu fui à loja de conveniência hoje cedo...
-Você é o cara do tropeço!
-O cara do tropeço? –Pedi em tom irônico. –Você já me deu um apelido?
Ela riu.
-Foi engraçado, não acontece muito.
-pois você é a garota do caixa. –Disse zombando dela.
Ela sentou em um banco que estava a uns 2 metros da gente.
-Esses saltos estão me matando. –Disse ela retirando um dos sapatos. –Ainda bem que você me salvou de quebrar o pé.
-Então gosta de festa? –Perguntei me sentando ao seu lado.
-Não necessariamente. –Agora ela massageava o próprio pé. –Estamos comemorando o aniversário de uma amiga, ela sim é bem baladeira.
-E você mora por aqui?
-A três quadras. –Ela respondeu. –E você?
-É um pouco mais longe, 2 quilômetros á esquerda.
-Puxa!
-Estou de férias na casa do meu pai, eu moro na NC.
Ela resmungou algo que não pude entender. E o silêncio pela primeira vez naquela noite, prevaleceu. Eu queria fazer a ela tantas perguntas, sobre sua vida, sobre seu trabalho, namorados, estudos... mas tinha medo de assustá-la.
-Foi estranho isso. –Ela quebrou o gelo.
-O que?
-Você... –Ela soltou. –Me chamar pra conversar, ninguém faz isso hoje em dia.
Eu respirei fundo.
-Sabe o que foi? –Ela me olhava atenta. –Eu sou o ‘o cara do tropeço’ porque não consegui tirar os olhos de você; -Nem eu acreditei que tinha mesmo dito isso.
Ela pareceu inquieta no banco.
-Me perguntei porque não pedi seu nome ou numero de telefone lá mesmo.
Então, ela olhou pro chão.
-E eu vi você aqui e... Eu precisava conhecer você, me desculpe.
Um silêncio se fez.
-Desculpar você pelo quê? –Ela disse olhando pra mim. –Se é uma das coisas mais loucas e mais legais que alguém já fez por mim.
-Eu...Eu não estou apaixonado, antes que pense isso. –Falei completamente nervoso.
-Eu não pensei isso. –Ela disse e riu. –Só é estranho...
-Eu sei.
Outra vez o silêncio.
-Então, vai anotar o meu número ou vai perder a chance outra vez? –Ela disse direta.
Peguei meu celular rapidamente, e salvei os números que ela falou, salvei o contato como Valentina e pus um coração no fim do nome; Ela riu.
-Eu acho que é melhor eu voltar. –Ela disse de repente. –Minhas amigas ficarão preocupadas e meu pé já teve o descanso que precisava.
Ela se levantou colocando os saltos.
-Foi um prazer conhecer você, de novo... –Disse rindo.
-Até mais Jonah.
Então, ela entrou na boate e eu permaneci sentado no banco, pensando no que deixei de dizer e no que foi desnecessário ter dito.
-Ah! Aí está você! –Essa voz eu já conheço... –Tava te procurando.
Era Joana.
-Que bom que você apareceu. –Disse puxando-a para o banco. –Preciso conversar.
-Conversar... Me beijar você não quer né?
-Joana, eu não sou seu namorado. –Falei em seco. –A gente ficou, foi legal, foi bom, mas acabou.
-Foi legal? Foi bom? –Ela arqueou a sobrancelha. –Você não pode me dizer quando acaba!
-Nós nunca tivemos nada. –Soltei. –Ficamos mas sem compromisso.
-Foram três vezes! Isso pra você é sem compromisso? –Ela estava irritada.
Passei as mãos pelo rosto, pensando na melhor resposta, não queria ferir os sentimentos dela, mas não podia iludi-la ainda mais.
-Me escuta Joana. –Disse calmo. –Foram três verões, foi bom pra mim mas eu nunca tive a intenção de levar isso adiante. Você sabe que eu não seduzi você, aconteceu porque estávamos afim no momento e pronto; Eu não vejo motivos pra você me seguir ou ficar de marcação comigo.
Ela me olhava com um olhar maligno.
-Eu quero ser seu amigo, e se por acaso a gente vir a ficar de novo, é porque aconteceu... se bem que eu acho difícil, mas você não pode me provocar como você sempre fez.
-Eu digo quando acaba. –Foi a única coisa que ela disse antes de levantar.
Exaltada, ela juntou os sapatos do chão, me deu um empurrão e saiu em disparada gritando coisas que eu não pude entender, mas tive a impressão dela ter falado algo relacionado a filho.
Talvez estivesse falando do meu pai?
Ela entrou na boate, e as pessoas da calçada davam total espaço pra ela passar, olhando assustados para ela; outros olhavam pra mim.
Sentei na ponta do banco e cruzei os braços, pensando em tudo o que aconteceu; Então, meu celular vibrou no bolso.
‘CARA ONDE VOCÊ ESTÁ?’
Era Bred.
Mandei outro torpedo de volta dizendo que logo eu entraria. Esperei alguns minutos e voltei para o barulho.
~~
Encontrei Bred, Joana e os outros caras perto da copa. Eles haviam encontrado uma mesa e ficado por ali, não parecia que eu havia demorado tanto tempo lá fora, mas a mesa estava cheia de garrafas vazias.
Assim que entrei, Bred ergueu o braço e me chamou junto deles, já me oferecendo uma bebida;
‘não seja frouxo Jonah’
A frase de Bred logo me veio a cabeça, então agarrei a garrafa com força e dei vários goles seguidos, desceu ardendo em minha garganta, fiz cara feia e olhei o rótulo, se tratava de Vodka e não de cerveja.
Joana estava bebendo também, algumas vezes peguei ela me fuzilando com os olhos, e aquele olhar realmente me causava calafrios; ela com certeza não era mais a Joana de um ano atrás.
Enquanto bebia, procurava por Valentina, ela já teria ido embora? Olhei por todos os lados mas não pude vê-la.
Depois de alguns segundos, meus olhos embaçaram. Pisquei vezes seguidas mas só parecia piorar, junto com isso, acabei ficando tonto e procurei uma cadeira para sentar. Eu teria bebido muito? Foram apenas alguns goles, não muitos; eu não poderia estar bêbado.
Sentei-me na cadeira e larguei a garrafa no chão. Tive a sensação de minha cabeça estar vazia, do mundo estar girando, e meus olhos piscavam devagar, como se eu estivesse sonolento.
-Você não aguenta nada mesmo. –Era Bred gritando ao meu ouvido. –Relaxa porque terá After na casa do Tom.
-O que vocês colocaram na bebida? –consegui dizer.
-Encontramos umas gatinhas e vamos zuar a noite toda! –Foi só o que ele disse, então se afastou.
Lembro de ver Joana rindo ao fundo, e então foi como se eu tivesse perdido a memória.
~~
Abri os olhos devagar, já pude sentir minha cabeça latejar e preferi não ter acordado. Fechei os olhos novamente, e segurei minha testa com as mãos.
Depois de alguns minutos abri levemente os olhos. Eu não estava em casa; essa luminária não é igual as que tem na casa do meu pai. Virei o rosto pro lado esquerdo e ao longe vi uma cama de casal, haviam pernas e braços fora dela. Então, levantei a cabeça e vi que atrás daquela cama, havia mais uma cama; pude ver Bred deitado de bruços e uma loira estava ao seu lado.
Ergui o edredom e olhei para mim. Não podia ser! Eu estava nu.
Virei o rosto rapidamente para a direita e vi Joana deitada ao meu lado, ela também estava nua.
Joguei a cabeça para o travesseiro e fechei os olhos com raiva. ‘’Merda! Merda! Merda!’’ era tudo o que eu dizia.
Onde eu estava?
Sentei-me na cama, ainda sentindo minha cabeça latejar; vi minhas roupas jogadas ao chão e comecei a vesti-las. Encontrei um preservativo ao chão, pelo menos isso’ pensei comigo. Passei as mãos sobre o rosto não acreditando. Fiz merda de novo!
Achei meu celular no bolso traseiro da calça. 42 chamadas perdidas.
Eu não teria coragem de ligar para o meu pai, nem fazia ideia do que dizer a ele. Precisava falar com Bred e pedir a ele o que aconteceu.
Andei até a cama dele.
-Bred! Bred! –O chamei sacudindo seu ombro.
Ele abriu os olhos lentamente e voltou a fechá-los. O sacudi mais algumas vezes até que ele respondeu.
-O que você quer caramba?
-Onde estamos? –Pedi aflito.
-No apê do Tom.
-Quem é Tom?
Bred ergueu a cabeça e procurou.
-Esse ai. –Apontou com o dedo para o cara deitado na outra cama.
-Precisamos ir. –Eu disse. –Meu pai me ligou diversas vezes, deve estar surtando.
-relaxa. –Bred disse tranquilo. –Não gostou da transa?
-Eu não queria transar com a Joana.
Bred riu.
-Tá vendo essa loira aqui? –Ele pediu olhando para a moça deitada ao seu lado. –O nome dela é Suzan. Dá uma olhada. –Bred ergueu o edredom. –Gostosa pacas!
-Para com isso Bred –Disse virando o rosto. –Eu preciso ir.
-Quer ir sem se despedir? –Joana estava atrás de mim agora.
Enrolada a um lençol, ela beijou meu pescoço; dei alguns passos me afastando dela.
-Seu celular vibrou a noite toda. –Disse ela. –pensei em desligá-lo, mas você nem se importou com o barulho.
-Eu tava bêbado, não quis fazer isso. –Tentei me defender.
-Mas fez. –Ela protestou. –E como fez!
Bred se revirou na cama.
-Galera, deixa eu dormir.
-Já disse que precisamos ir! –Eu praticamente supliquei. –Se você não ir terei que pegar um taxi e explicar pra sua mãe porque você não me acompanhou.
Bred bufou, pareceu pensar por alguns segundos e levantou. Fiquei de costas pra ele, mas Joana olhava descaradamente.
-Tudo bem, já estou vestido. –Anunciou.
Tom, o cara que estava na cama ao lado acordou e ficou olhando.
-Se a gata acordar, mostra a saída pra ela. –Disse Bred. Tom fez sinal positivo com o dedo.
Se acordar?
-Tchau amor. –Joana tascou-me um beijo e foi se vestir.
Revirei os olhos e segui em direção ao carro.
Estávamos praticamente em uma periferia. O sol estava alto devia ser quase meio dia.
-Ah que noite! –Bred suspirou ao sentar no automóvel.
-Meu pai vai me matar.
-Não vai não. –Ele deu a partida. –Ele deve estar fazendo as malas pra vazar daqui.
-A gente bebeu muito ontem? –Perguntei colocando o cinto.
-Não sei você, mas eu bebi todas! –Ele disse...Orgulhoso?
-Eu não sou de ficar tão mal assim. –Disse a ele. –Não sei o que aconteceu, eu costumo parar quando fico tonto.
Bred riu.
-Relaxa irmão, a gente coloca substância alucinógenas na bebida. Sabe, pra ficar animadão.
-O que? –Perguntei assustado. –Que tipo de substancia?
Bred olhou pra mim.
-Se eu contar pra você, você não pode contar pra ninguém.
-Bred me diga agora. –Falei irritado.
-Clama maninho. Foi só um pouquinho de Heroína,pó de maconha e Ecstazy.
-São drogas! –Praticamente gritei. –Você tá envolvido com esse tipo de coisa?
-A gente coloca uma quantia pesada na bebida. –Disse Bred. –Mas é temporário, depois passa.
Eu não conseguia dizer nada.
-Você ficou frouxo porque não é acostumado, mas depois você precisava ver, não reclamou de cansaço e só quis ir embora quando eu disse que teria after na casa do Tom.
-Como você pode fazer isso comigo?
-Relaxa, não aconteceu nada de ruim. –Bred dizia calmo. –Você se divertiu, só não lembra. Mas da próxima você vai lembrar.
-Não terá mais próxima. –Disse bravo.
-Qualé Jonah, quer fazer uma de vitima pra cima de mim?
-Vitima?
-Já disse que você se divertiu e não fez nada de errado.
-Você colocou droga na minha bebida Bred!
-Olha só, a Joana me contou o que você disse a ela enquanto estavam lá fora, ela tava furiosa, e colocou uma quantia a mais de substancias na sua bebida. Ela disse que queria se vingar de você, só isso.
-Você acha isso certo Bred?
-Eu não quis me meter.
-NÃO QUIS SE METER? VOCÊ QUEM ME DEU A BEBIDA CARAMBA! –gritei a plenos pulmões.
-Já disse que não aconteceu nada. Você se divertiu, ficou com ela nos minutos finais da festa, fomos pro apê do Tom, e você transou com ela, como faz em todos os verões. E eu ainda te acobertei quando você foi falar com a garota do caixa.
Eu bufei.
-Você quer brigar comigo Jonah? Como se só eu tivesse culpa! –Bred estava se exaltando. –Porque você não recusou a bebida então?
Respirei fundo, não queria brigar com Bred.
-Tudo bem, eu também fui errado, mas você podia ter me contado sobre as drogas.
-Te contei agora.
-Antes de eu beber... E se eu ficar viciado?
Bred gargalhou.
-Você tá muito exaltado Jonah, isso só acontece depois de consumir muito. Você não vai virar um viciado.
Fechei os olhos tentando acreditar nisso, e pedindo a Deus pra que isso fosse verdade.
Peguei meu celular para olhar as horas, 13:15 da tarde, meu pai vai me matar! Então, como em um reflexo entrei nas mensagens, talvez meu pai tivesse mandado alguma...
Valentina <3
Não espere que eu te ligue. – Enviada 02:34
Desculpe, eu não sabia que você tem namorada. – Recebida 03:00
Me esquece. –Enviada 03:12
Autor(a): vanew
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