Fanfic:  Uma Babá em Minha Vida - AyA | Tema: AyA Ponny CEO Romance Hot

Já estava impaciente esperando Christopher. Dulce não parava de mandar mensagens dizendo o quanto a balada estava boa. Ouvi o som do elevador e Ucker saiu com uma cara culpada pela demora. Ele destravou o alarme do carro e eu o segui.

- Finalmente! Porque demorou? – sorri enquanto entrava no banco carona.

- O patrão queria falar comigo, nada demais. – ele sorriu e ligou o carro, partindo logo em seguida. – Então, sua amiga já está lá?

- Uhum. Você vai adorar a Dulce, Chris! – falei animada. Minha amiga precisava conhecer um cara legal, na redação dela só tinham nerds esquisitos e caras casados entediados.

Fomos conversando até chegarmos no local, como Dulce havia me assegurado, estávamos na lista vip e entramos sem problema. Christopher observava atentamente o local e eu tive que puxá-lo pela mão para que andássemos. Subimos até a área vip e logo de cara encontrei a massa de cabelos ruivos de Dulce acenando freneticamente pra mim de um sofá.

O local era de primeira linha, não queria nem imaginar o valor das bebidas ali. Mas hoje eu queria aproveitar, esquecer dos meus planos, esquecer dos problemas e principalmente, esquecer do Alfonso...

- Ei, você demorou! – ela disse e me puxou para um abraço apertado. Senti vontade de chorar, aqueles braços eram tão confortáveis, sabe a sensação de estar em casa? Era assim que me sentia com Dulce. – Senti tanto sua falta... – ela falou com uma voz chorosa.

- Eu também ruivinha, mas nada de choro hoje. Quero aproveitar esse tempinho com você... – sorri pra minha amiga e ela tratou logo de providenciar nossos cosmos.

- Então, quem é o bonitão? – perguntou reparando em Ucker. Ele corou como um pimentão e a cumprimentou. Eu segurei meu riso, ela era muito abusada.

- Eu sou Christopher e você deve ser a Dulce Maria. – ele se apresentou e ela ergueu uma sobrancelha.

- Só Dul pra você... – antes que ela dissesse algum disparate, eu a puxei pelo braço.

- Pelo amor de Deus, não vá assustar o pobre coitado antes da hora. – sussurrei.

- Se ele não gostar da minha personalidade logo de cara é melhor que vaze de uma vez, não tem porque prolongar o inevitável. – ela sussurrou de volta, escondendo um sorriso. Eu olhei disfarçadamente para ele, tão inocente, tadinho. Não sabia que estava prestes a virar uma presa de Dulce.

- Tá, tá bom. Mas ele é meu amigo agora também e é a minha carona pra casa. – pisquei e ela riu. Voltamos para perto de Christopher e eles engataram uma conversa animada. Pelo visto tinham muito em comum, mesmo em empregos tão diferentes.

Eu já estava no meu quarto drink, quando realmente fui apreciar o local. Era bem decorado, as luzes eram fracas, dando um aspecto sensual ao lugar. Haviam alguns sofás de couro branco e baixos espalhados por toda área, percebi que em toda a boate, aquela era a única parte que dava privacidade aos visitantes que não queriam somente ficar na pista de dança. Percebi que estava de vela, quando vi Dulce e Christopher quase se beijando, encostados na mureta de vidro, que possibilitava as pessoas da área vip enxergarem a pista da parte de baixo.

Tomei mais um gole do meu drink, minha mente estava um pouco nebulosa. Não havia comido nada durante o dia todo e nem queria, precisava me controlar. Meus impulsos estavam ficando cada vez mais fortes depois das refeições como resultado da regrada alimentação na casa de Alfonso. Nada passava despercebido aos olhos da Má. Eu sabia que estava ficando bêbada rápido, essa era a intenção, mas alucinar não estava nos meus planos. O que Alfonso estava fazendo aqui? E logo hoje? Forcei minha visão novamente, mas tinha certeza que Alfonso estava lá em baixo conversando com um cara de cabelo platinado. Franzi o cenho, confusa.

- Desculpa interromper... – afastei Dulce com a mão e entrei no campo de visão de Christopher. Eu não estava com medo de fazer a pergunta, mas estava com medo de ouvir a resposta. – Você sabe o que Alfonso está fazendo aqui? – apontei um cara de jaqueta entre a multidão, que parecia estar vindo para a área vip.

Ele fez uma expressão dolorosa, de quem estava escondendo algo. Cerrei meus olhos e minha boca já estava em uma linha fina. Ele estava aqui pra me espiar?

- Christopher... – disse em tom de aviso. Ele bufou, mas cedeu.

- Não sei qual é a dele Any, só pediu que eu te vigiasse antes de sair. – entregou e eu ergui a sobrancelha.

- Jura? Interessante... – disse pra mim mesma e sorri com malícia. Alfonso iria se arrepender de ter vindo atrás de mim.

- Any, eu conheço essa cara. – falou Dulce preocupada – O que você está maquinando ai?

- Alfonso não tinha esse direito. Ele não tem o porquê mandar alguém me vigiar, eu não sou propriedade dele! – falei com raiva.

- Ele sabe disso, tenho certeza. Mas pensa no que vai fazer, por favor. Você não quer ser despedida, não é? Logo agora que está se dando tão bem com Faith... – eu a encarei e ela sorriu vitoriosa. Ela jogou baixo colocando o nome da Faith na conversa e sabia disso. Respirei fundo, tentando me controlar.

- Tudo bem, eu vou ser boazinha.

- Boazinha, como no meu conceito de boazinha ou como no seu conceito de boazinha? Porque eu sei que são dois conceitos totalmente diferentes. – ela cruzou os braços, desconfiada.

- Até o fim da noite você vai descobrir. – tomei o resto da minha bebida. Já era hora de algo mais forte. – Se divirtam e você... – apontei para Ucker – para de me espionar para o seu patrão, nós funcionários devemos ficar unidos! – ele riu e eu fui pegar mais bebida.

Enquanto esperava minha vodca com cranberry ser entregue pelo barman, um loiro muito lindo começou a flertar comigo. Ele tinha os cabelos um pouco acima dos ombros, a pele bronzeada. Seu sotaque britanico era de molhar qualquer calcinha, mais por incrível que parecia a minha continuava intacta. Eu sorri para o rapaz, que se apresentou como Kevin, quando vi com minha visão periférica Alfonso discutir algo com Christopher e ele me procurando com o olhar.

- Então Kevin, o que lhe trouxe a Nova York? – peguei minha bebida no balcão e tomei um longo gole.

O loirinho me olhou assustado com tal atitude mais logo um sorriso com dentes perfeitos brotou em seu rosto. Geralmente os homens ficavam sem jeito com uma mulher confiante demais. Eu me aproximei, passando a mão pela extensão de seu braço, deliberadamente. Sentia o olhar de Alfonso queimando minha pele, só não sabia quanto tempo ele demoraria para agir.

- Eu e meus amigos só... – ele parou de falar e vi que estava branco como papel.

- Cai fora. – eu ouvi uma voz grossa em um tom perigoso atrás de mim. Alfonso. Bem, achei que ele demoraria mais.

Me virei com um enorme e falso sorriso.

- Oh Sr Herrera, você por aqui? – perguntei com deboche e ele revirou os olhos.

- Sem jogos, Anahí. O que estava fazendo com esse cara, posso saber? – ele cruzou os braços, seus olhos estavam duros e frios. O rosto parecia ter sido esculpido em pedra, com uma enorme carranca. Engoli o resto da bebida em meu copo em um só gole e pedi outra ao barman.

- Eu estava flertando com o Kevin, antes de você espantá-lo como a morte.

- Bem, pois eu acho que você deveria flertar com caras que se assustam com menos facilidade. Aliás, acho que você não deveria nem flertar... – completou. Eu revirei os olhos e quando fui pegar minha bebida, ele foi mais rápido.

- Ei, essa bebida é minha! – exclamei, perdendo a paciência. – É sério, Alfonso. O que você veio fazer aqui? Que eu saiba, não é muito chegado a baladas...- o encarei, tirando o cabelo do rosto – Quem está com a Faith? Ela está bem? – meus movimentos já estavam ficando letárgicos e somando minha falta de paciência, eu era uma bomba prestes a explodir.

- Eu vim me assegurar que você... que você chegaria bem em casa, só isso. – olhou para o lado, sem graça.- Faith está ótima, María está com ela.

- Jura? Porque eu praticamente acabei de chegar, além do mais estou com Ucker e com a Dul. – apontei com o queixo para os dois.

- Pois não parecia quando eu cheguei e vi você de conversa com aquele sujeito. – falou emburrado.

- E o que te importa se eu estava flertando, na balada e no meu dia de folga? – enfatizei – Só porque sou a babá da sua filha não quer dizer que não possa sair e conhecer caras legais... – provoquei.

- Importa, porquê ...porquê... – ele respirou fundo e ficou calado. - Toda sua atençao deve ser dada para minha filha e nao para caras que conhece em baladas. - eu bufei com aquela explicaçao de merda.

- Isso é bobagem e você sabe. Se você não tem mais nada de importante pra falar, faça o favor de não cruzar comigo essa noite. – sorrio com ironia e saio de perto dele, indo em direção a pista do andar de baixo. Reparo vários olhares e cantadas em minha direção, mas agora o álcool estava fazendo efeito e eu só queria me acabar na pista.