Fanfic:  Uma Babá em Minha Vida - AyA | Tema: AyA Ponny CEO Romance Hot

Não posso mentir que senti um frio na barriga quando Alfonso disse que íamos dormir no mesmo quarto. Tive que me conter para não suspirar ou demonstrar minha felicidade.

Aquela atuação de moça recatada estava me dando nos nervos já, mas eu não podia dar muito na cara se não todo meu plano de conquistar Alfonso ia por água abaixo. Eu percebi que ele ainda sentia como se estivesse traindo a esposa falecida, então ser agressiva sexualmente estava fora de questão. Já estávamos indo para a terceira semana de experiência e eu estava me saindo muito bem com Faith. Estava animada com a perspectiva que eu ia conseguir completar meu objetivo.

Eu o observei atentamente enquanto ele ia abrindo a porta do quarto e levando nossas malas. Seu cheiro me envolvia totalmente. Limpo, amadeirado, fresco. Aquelas grandes mãos que eu sabia que poderiam me levar a loucura, segurando com firmeza nossas malas. Me lembro perfeitamente quando ele me segurou com firmeza e um arrepio percorre minhas costas.

Eu devo ser mesma uma pervertida, não consigo deixar de me excitar quando ele se aproxima de mim. Pelo amor de Deus, que tipo de mulher eu sou? Estou segurando sua filha e tendo pensamentos pervertidos.

Me distraio quando entramos na enorme suíte a nossa frente. Me espanta que ele não tenha conseguido outro quarto, mas pelo que parece a cidade está lotada com alguma conferencia de nerds. Bem, melhor pra mim né? Me recompus novamente e ignorei Alfonso por completo, essa era a chave para um homem vir atrás. Deixar que o instinto de caça tome conta dele e se comportar com uma presa frágil, faz tudo ficar bem mais fácil.

Coloquei Faith no berço luxuoso que havia no local, que poderia ser muito bem comparado ao que ela havia em casa, e abri sua pequena mala em cima do sofá. Havia separado tudo que ela necessitava e se faltasse algo utilizaria o cartão que Alfonso deixou comigo para esse tipo de situação.

Enquanto buscava o pijama que ela usaria, pensei em como sentia falta dos meus vestidos, dos meus saltos, minhas joias... Era difícil desacostumar com tudo que eu mais gostava, com tudo que estava acostumada. Foi muito fácil me acostumar com as coisas caras que meu emprego me proporcionava, especialmente quando na minha infância eu mal tinha comida para comer.

Meus pais não se preocupavam com coisas básicas como leite ou pão, roupas ou sapatos que pudessem caber em mim. Não, eles se importavam com seus vícios nojentos e se esqueceram que haviam colocado mais uma pessoa no mundo para cuidar. Não sei se passar fome me influenciou nos meus transtornos alimentares, geralmente acontece ao contrário. Quando você passa fome muitas vezes e um dia tem dinheiro pra se manter, nunca quer desperdiçar comida. Mas comigo é ao contrário. Depois que eu vi que poderia utilizar a minha aparência para ganhar dinheiro e viver do jeito que eu queria, passei a ficar obcecada com meu corpo. Queria estar apresentável, bonita e magra. E foi assim que tudo começou, por um tempo consegui parar, pois conheci Dulce e ela me ajudou. Mas de uns tempos pra cá, tudo voltou a ser o que era. Não me orgulho disso, mas não posso parar, é mais forte que eu.

- Any? – Alfonso me chamou e pelo seu tom, creio que não foi a primeira vez.

- Sim, desculpe-me. Estava distraída. – Dou um sorriso forçado e ele continua a me observar atentamente.

- Eu disse que você pode ir dar banho em Faith em um banheiro e eu vou para o outro. Quando você terminar eu a troco e você pode tomar o seu.

Simplesmente concordo com a cabeça e deixo em cima da cama tudo que ele precisaria para trocar a filha. Dou banho em Faith e no fim ela chora, pois não queria sair por nada. A menina realmente adorava espirrar uma água. Acabo rindo e a acalmo, enquanto a enrolo na toalha e a entrego para Alfonso. Ele sorri pra mim e eu tento não derreter.

Foco, Anahí. Foco.

Junto tudo que preciso e vou para o banheiro, mas antes de ligar o chuveiro resolvo ligar para Dulce. O telefone tocou algumas vezes antes da minha amiga atender.

- Ei Any, o que foi? – Sua voz soa um pouco ofegante e eu seguro o riso.

- Bom, isso é jeito de atender sua melhor amiga?

- Oh, me desculpe. É que está um pouco tarde pra você ligar, né.

Afasto o celular da orelha e vejo que lá já é de madrugada enquanto aqui ainda são sete da noite.

- Me desculpe, esqueci totalmente do fuso. Você está com alguém? Posso ligar depois se estiver atrapalhando... – ouço uma risada masculina no fundo e já desconfio quem possa ser.

- Não dê uma de sonsa Anahí, você sabe muito bem que Christopher está aqui em casa. Mas já que você ligou, desembucha de uma vez. – Exigiu, fingindo aborrecimento.

Então contei para Dulce tudo que havia acontecido no avião até agora.

- Any...

- Já sei o que você vai falar Dul, mas por favor, o Chris não pode saber disso.

Ouço ela se afastar e fechar a porta do quarto.

- Você está brincando com fogo, quantas vezes tenho que dizer que isso vai dar problema? Por favor Any, me escuta. Desiste desse plano maluco e volta pra casa. Abriu uma vaga no jornal, eu posso te colocar lá.

- Eu não quero trabalhar em jornal Dul, sem ofensa, mas não é minha praia. Quantas vezes tenho que dizer não, para que você pare de me oferecer esse emprego? Eu quero e eu vou me casar com Alfonso, custe o que custar. Quero ter dinheiro para viajar, entrar em uma loja e comprar tudo que eu quiser. Quero ser rica! E ter Alfonso todas as noites na minha cama e cuidar de Faith é só um bônus. Você não vai me fazer desistir... – explico pela milésima vez.

Olho para a porta do banheiro fechada e tento falar o mais baixo possível. Passo a mão pelo roupão felpudo que estou vestindo. Como poder desistir dessas coisas?

- Você já parou pra pensar no que Alfonso vai fazer se descobrir essa sua ideia ridícula? Ou a pobrezinha da Faith, que já está apegada a você? Hein?

- Não tente usar esse argumento contra mim, Dulce Maria. Você sabe que amo Faith como se fosse minha...

Me sinto um pouco culpada por não estar sendo totalmente genuína, mas essa é a forma de que eu possa ficar perto dela pra sempre também.

- O que aconteceria se Alfonso arrumasse outra mulher, alguém que fosse má para ela e que não a quisesse só porque ela nasceu da ex-esposa dele, hein? Alguma mulher que a mandasse para o colégio interno quando ela crescesse, que não desse amor ou atenção? Ela me afastaria da Faith em um instante e Alfonso permitiria, porque afinal, seria sua futura companheira. Então não diga que não estou pensando na minha menina, porque eu estou.

Bem, se eu tivesse que me afastar de Faith acho que as coisas ficariam piores que feias.

- Está bem, você venceu. Faça o que tenha que fazer, mas saiba que sempre pode contar comigo se tudo der errado. – Dulce suspirou e eu sorri. Eu sempre teria ela em minhas costas se as coisas ficassem feias.

- Não vai dar errado, eu te garanto amiga. Alfonso já está caidinho por mim, quase tenho certeza que está apaixonado por mim. – O pensamento de Alfonso me amando, faz com que eu sinta felicidade líquida sendo derramada pela minha cabeça e tomando todo meu corpo. Seria uma honra.

- É, tudo bem. E o que acontecerá se você se apaixonar por ele?

- Isso não vai acontecer Dulce, eu nunca vou amar Alfonso Herrera. – Eu sabia que estava mentindo não só pra Dul, mas pra mim mesma também. Mas amar um homem era uma fraqueza que eu não me permitiria sentir.

Nos despedimos e deixei que ela voltasse para sua noite romântica com Chris. Tomei um banho relaxante na grande ducha do banheiro de mármore branco e finalmente me senti limpa. Me perfumei e passei meu hidratante de toda noite. Vesti um pijama branco de short e uma blusa de alcinha e logo sequei meus cabelos. Assim que abri a porta, Alfonso estava ao lado do berço de Faith, com os braços cruzados e um sorriso enigmático. Ele vestia somente uma calça de moletom cinza, que caia na cintura e mostrava um "v" sensual. O cabelo estava molhado e eu podia ver alguns respingos de água pelo seu pescoço. O homem sabia ser gostoso! Eu corei e sorri de volta, planejando como iria provoca-lo aquela noite. Eu podia não amá-lo, mas eu era uma mulher, afinal de contas.