Fanfic:  Uma Babá em Minha Vida - AyA | Tema: AyA Ponny CEO Romance Hot

Quebrei todos os limites de velocidade para chegar em casa ao mesmo tempo que Anahí. A verdade é que gostei do seu ciúme disfarçado em relação a Blair, significa que ela não é tão indiferente a mim quanto pensa. O problema é que eu não queria deixa-la magoada a ponto de que ela desistisse do casamento, pois colocaria todos meus planos por água abaixo. Entrei no elevador impaciente e assim que as portas se abriram, revelando o enorme hall do apartamento, percebi as luzes do local apagadas. Uma luz fraca vinha do corredor do segundo andar, onde era o quarto de Faith. Olhei ao redor e suspirei, pensando que deveria verificar minha pequena, talvez até Anahí estivesse lá em cima.

Animado com a ideia, subi os degraus da escada de dois em dois, abri a porta e me decepcionei ao ver somente María cochilando na poltrona. Toquei levemente seu ombro e ela acordou assustada.

- Está tudo bem, Mah. Pode ir deitar, eu fico de olho nela.

- Está bem niño. Onde está a menina Anahí? – Perguntou, procurando-a ao redor.

- Ela teve que fazer uma parada antes de voltarmos, mas eu vim antes para me certificar que Faith estava bem.

Ela sorriu, acreditando em minha mentira. Me senti culpado por mentir para María, mas não queria deixa-la preocupada, assim como eu estava.

- Que bom que você veio ficar de olho nela, Anahí ama essa garota. Ela é uma mulher muito boa... – Tirou a manta rosa que estava sobre suas pernas e se levantou, dobrando-a em seguida.

- É sim, Mah, ela é muito boa. – Afirmei com ironia.

- Eu sei que você ainda está de luto por Valentine, mas a vida segue niño. Nunca pense que Anahí poderá substituir Valentine como mãe de Faith, mas ela é muito boa com a nossa menininha. – Mah sorriu e acariciou os cabelos de Faith, me olhando em seguida. – Eu já vi a maneira como ela te olha, menino. E também já vi a maneira como você olha para ela, então não tente esconder de mim o que quer que seja.

- Só por curiosidade... como ela olha pra mim, Mah? – Perguntei, tentando soar desinteressado e caminhei até o outro lado do berço da minha filha, observando-a dormir serena.

- Como se não houvesse mais nada no mundo, a não ser você...

Mah veio até mim e beijou minha bochecha, saindo em seguida. Fiquei paralisado com suas palavras. Geralmente Mah nunca estava errada, mas dessa vez eu tinha certeza que estava.

Anahí se interessava somente por Faith e pela minha conta bancária. Ela não poderia ter sido mais clara que isso nem se quisesse.

A raiva por sua demora estava me consumindo, junto com a preocupação. Onde diabos ela havia se metido essa hora? Peguei a babá eletrônica e desci novamente. Fiquei encarando a cidade pelas enormes janelas de vidro que iam do teto ao chão e me mostravam a movimentação do lugar. As luzes do parque estavam acesas, as pessoas andavam tumultuando as calçadas e eu imaginei onde Anahí estaria.

Olhei meu relógio de pulso, já havia chegado a meia hora e ela nada. Jesus, aquela mulher estava me enlouquecendo! Passei a mão pelo cabelo incontáveis vezes, andei pela sala sem parar. Estava à ponto de fazer um buraco no chão de tanta ansiedade. Me senti sufocado e desfiz minha gravata.

Será que estava sendo muito cruel com ela? Afinal, ela não havia feito nada pra mim. Claro, mas isso só porque eu descobri seu plano antes que ela pudesse executá-lo. Porque tudo tinha que ser tão difícil? Eu estava perdido. Perdido de amores por Anahí, uma mulher que não me amava. Desabei no sofá, morrendo de preocupação.

Será que havia acontecido algo com ela? Ela havia ido para casa de Dulce? Será que havia sido roubada ou sequestrada? Tinha mil dúvidas na minha cabeça e Anahí não respondia minhas ligações e nem minhas mensagens. Porque ela estava fazendo aquilo comigo? Não era possível ter ficado tão chateada por causa do que aconteceu no restaurante. Bufei e me levantei novamente e encarei o céu. Fechei os olhos e sabia que nunca me perdoaria se algo acontecesse com ela por minha culpa.

O que era bastante irônico, já que eu queria fazê-la sofrer por mim mesmo. Sei que é confuso esse meu pensamento, mas Anahí me deixava assim. Confuso, doido, maluco, apaixonado...

Ouvi o barulho do elevador e Anahí entrou no hall, com um enorme sorriso. Ela era totalmente sem noção mesmo, como conseguia sorrir depois de me deixar aqui louco de preocupação? Minha raiva explodiu e eu fui em sua direção.

- ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA? – Gritei e a segurei pelos braços, impaciente. Corri minhas mãos por seus braços e o resto do seu corpo, em busca de algum ferimento ou algo assim. – Por Deus Any, eu estava preocupado. Nunca mais faça isso comigo, me assustou como o inferno! – Puxei seu pequeno corpo em meus braços, tentando dissipar a raiva e o medo.

Já passava de uma hora da manhã e uma mulher linda e sozinha, vestida do jeito que ela está, atraí um monte de atração impertinente essa hora da noite.

- Eu estou bem Alfonso, é sério. Eu só precisava sair, espairecer um pouco, por isso eu desci do táxi e vim de metrô. – Se afastou de mim e eu me senti frio de repente. Ela deu os ombros como se não fosse nada demais.

Meu Deus, a mulher estava fora do seu juízo perfeito.

- Any, você tem noção de quanto isso é perigoso? De quantos pervertidos existem lá fora? Você é frágil e se qualquer um deles tentasse alguma coisa a força contra você, quem iria te defender? – Perguntei exasperando-me novamente. Tinha que fazê-la entender. – Você não atendeu minhas chamadas, não retornou minhas mensagens... pensei que o pior tinha acontecido!

Ela tirou os saltos e jogou ao lado do sofá. Gostava de como ela se sentia à vontade aqui, de como ela parecia fazer parte do ambiente, de como pertencesse aqui.

- Poncho, você está fazendo tempestade em um copo de água. – Revirou os olhos e se sentou no sofá, massageando os pés.

Eu achei aquilo sensual pra caralho, mas não podia perder o foco. Anahí precisa ter noção de que sair por aí, sozinha, à noite, poderia ter tido graves consequências. Eu sei que ela tem o direito de ir e vir sem que não aconteça nada, mas o mundo não é perfeito e muito menos as pessoas que moram nele. Existem pessoas cruéis que matam e torturam por pouco menos que um simples celular.

- Você trabalha pra mim e agora é minha noiva. Existem pessoas que querem ver o meu mal Anahí e vão tentar atingir tudo aquilo que eu mais prezo no mundo... – Tentei explicar, mas foi em vão. Ela revirou os olhos novamente e se levantou, colocando as mãos na cintura, pronta para a luta.

- Ah é? Se minha segurança fosse tãããããão importante assim pra você, porque não pensou nisso antes de ficar de papinho íntimo com a prima da sua falecida esposa? Ou porque não pensou nisso quando me apresentou somente como babá de sua filha e não como sua namorada ou noiva? – Tentei falar, mas ela continuou erguendo o dedo em riste – Porque não pensou nisso, quando me tratou feito uma ninguém na frente daquela mulher que insinuou que eu não cuido bem da Faith? Hein? Me responde Alfonso, AGORA! – Ela gritou, mas sua voz saiu trêmula, demonstrando o quanta raiva ela sentia. Eu apenas abaixei a cabeça e tentei não sorrir, para não demonstrar a felicidade que senti por ela estar com ciúmes de mim. – Eu pensei e vim aqui disposta a perdoar você pela cena patética que me fez passar, por ter me rebaixado em frente da Blair. Mas quer saber? Tentei te entender, de verdade Alfonso, eu tentei. Mas você não vale o meu esforço... – Murmurou, com o peito arfando.

Vi que limpou uma lágrima, pegou a sandália e subiu correndo as escadas. Eu fiquei parado, indeciso se subia ou não atrás dela. Decidi lhe dar um tempo, assim como eu também precisava de um tempo.

Tudo que eu estava fazendo, estava errado de tantos modos, que não sabia explicar. Tentei arrumar desculpas pelas minhas ações e minhas palavras, mas cada vez mais as atitudes de Anahí me deixavam confuso sobre o que ela falara no telefone.

Me sentei no sofá com um copo de uísque na mão e tomei tudo de uma só vez. Senti a bebida queimar pela minha garganta, me aquecendo de dentro pra fora.

Não podia desistir daquela vingança, não agora que já tinha ido tão longe. Anahí mais uma vez estava mentindo e eu não ia mais tolerar qualquer mentira vindo de sua boca.