Fanfic:  Uma Babá em Minha Vida - AyA | Tema: AyA Ponny CEO Romance Hot

Quão engraçada a vida pode ser? Há exatamente um mês atrás eu estava aqui em meu escritório, sentado na minha poltrona e com a cabeça explodindo de dor da mesma forma que está hoje. A diferença é que aquele dia eu estava desesperado para encontrar alguém que tomasse conta da minha filha em tempo integral.

Olho meu relógio de pulso e percebo que são quase dez da manhã. Praticamente o mesmo horário que Anahí entrou pelas portas do meu escritório. Linda, tímida e elegante, como sempre. Primeiramente me senti tentado a deixar de lado seu currículo e tudo que havia descoberto sobre ela. Deixar uma acompanhante de luxo sem experiência cuidar de Faith não havia passado pela minha cabeça em nenhum momento. Mas então eu li sua história de vida com todos os detalhes, seu sofrimento, sua dor. Era quase palpável sentir tudo que ela passou lendo as páginas do seu dossiê. Me identifiquei e resolvi lhe dar uma chance. Nunca passou pela minha cabeça que em apenas um mês ela viraria minha cabeça da forma que fez e muito menos que eu me apaixonaria tão rápido depois da morte da minha esposa.

Me levanto da cadeira e vou até o minibar feito especialmente para o meu desfrute. Com um copo de uísque na mão, aprecio a paisagem da minha janela. Nunca vou me cansar dessa vista. Ela só me lembra de quão longe eu cheguei, de tudo que conquistei com muito esforço, suor e lágrimas. Valentine sempre esteve ao meu lado em toda essa etapa. Tomo um gole da minha bebida e seguro o porta retrato com sua foto. Seu sorriso, sempre jovial e tranquilo. Nós tivemos nossas brigas e diferenças, como todo casamento tem, mas ela era praticamente a esposa perfeita.

Ao contrário de Anahí.

Infelizmente eu estava amando uma cobra traiçoeira que queria o meu dinheiro e a minha filha. Nosso casamento será amanhã e eu estava ali, como um louco, trabalhando para ganhar um dinheiro que eu nem mesmo utilizava. Um dinheiro que acabou por atrair ela para dentro da minha vida e da minha filha. Ela não jogou limpo em nenhum momento comigo, porque eu deveria fazer o mesmo com ela?

Tomo o resto da minha bebida em um só gole, sentindo queimar pela minha garganta. Não foi o suficiente, então eu enchi o copo mais uma vez e sem perder tempo, virei novamente. O líquido âmbar me aquecia, aquecia meu coração. Porque há algum tempo, ele havia se tornado uma pedra de gelo por culpa dela.

Coloquei o porta retrato na mesa novamente, com um desejo misto de que Valentine estivesse viva, para que eu não tivesse que passar por tudo isso, mas ao mesmo tempo, eu queria estar com Anahí cada vez mais e isso me deixava mais culpado que nunca. 

Eu estava consumido pela porra de um amor não correspondido.

Apertei o copo com força e o senti espatifar em minhas mãos.

- Merda! – Olhei para minha mão, que agora sangrava com um corte que parecia profundo, na palma.

- Parece que temos um noivo nervoso por aqui... – Levantei a cabeça quando ouvi a voz de Blair vindo da porta.

- Blair...eu... – Tentei me explicar, mas não havia explicação. Eu sabia que esse tipo de notícia correria mais rápido de que fogo consumindo pólvora.

- Oh, Poncho. Vem, vamos cuidar das prioridades. – Ela entrou na sala e jogou sua bolsa em cima do sofá e logo me arrastou para que eu sentasse.

Voltou do banheiro com um pequeno kit de primeiros socorros e sentou-se na mesa de centro em frente ao sofá.

- Então, você vai me contar tudo ou vou precisar fazer um milhão de perguntas irritantes até que você cuspa tudo? – Perguntou, me dando um olhar enviesado, enquanto retirava os pequenos pedaços de vidro com uma pinça da minha mão.

Eu suspirei, sabendo que era uma batalha perdida. Tremi quando ela encostou o algodão embebido no álcool. Ouvi sua risadinha e bufei.

- Você adora me ver sofrer ou é impressão minha?

- Não é que eu gosto de te ver sofrer, longe de mim. Mas é bom saber que um homem do seu tamanho pode tremer de vez em quando. – Ela sorriu e me olhou, voltando ao trabalho logo em seguida.

- Acho que álcool na ferida pode fazer tremer qualquer pessoa querida. Isso não é exclusividade dos homens... – Ela parou com o movimento e segurou minha mão próxima ao seu rosto e a afastou, antes que falasse novamente. Foi estranho, mas acho que era para ver se tinha mais algum caco sobrando. Dei os ombros.

- Aham, sei. Agora antes que você tente me enrolar com outro papo, que história é essa de casamento? Alfonso, tem alguma coisa acontecendo e quero que você me explique. Agora. – Falou em tom exigente, enquanto fazia um curativo. – Não acho que precisará de pontos, a ferida está bem superficial. - Sussurrou pra si mesma.

Agradeci e a observei enquanto ela recolocava tudo na caixa de primeiros socorros.

- A história é bem longa, acho que você não está tão afim de ouvir assim.

- Boa tentativa. – Ela sorriu e cruzou as pernas, evidenciando seus sapatos com saltos finíssimos que com certeza custavam uma fortuna. Imaginei como Anahí ficaria vestindo apenas uma lingerie de renda e esses sapatos. – Herrera, foco! – Estalou os dedos na frente do meu rosto e eu sorri sem graça.

Então, comecei a contar para Blair tudo que havia acontecido entre mim e Anahí desde o início. Ela era uma boa ouvinte e durante a minha narrativa fez poucas perguntas. Mas infelizmente, seu rosto demonstrava muito mais do que eu queria ver. Ela sentia pena de mim, eu sabia disso. Por fim, acabamos nos encarando e eu senti uma vontade enorme de chorar. Eu segurei, afinal, quão patético ela já me achava depois de tudo que havia acabado de falar?

- Ual, Poncho... eu não sei nem o que dizer. – Suspirou – Aliás, sei sim. Você perdeu a droga da sua mente? Como você pode pensar que vai ser feliz com Anahí, se casando com ela dessa forma? Você não pensa nela? Em você? Em FAITH? Qual é a droga do seu problema? – Ela se levantou e digitou algo furiosamente no seu celular e me encarou, com uma carranca.

- Olha Blair, eu sei que você está com pena de mim por... – Me levantei e ela se aproximou de mim, mesmo com salto, ela era bem pequena.

- Pena de você? Pena por você ser um retardado, só pode! Pena eu tenho dessa garota, por estar entrando nessa fria. Pena eu tenho da minha bebê por ter um pai desnaturado.

- Você está do lado dela? – Fechei minhas mãos com força, evitando soca-las na parede. Odiava quando alguém sentia por uma pessoa mal caráter. – Au... – murmurei quando senti meu machucado latejar e abri a mão novamente.

- Não existe lados Alfonso. Existe o correto a se fazer e você está indo na direção oposta. Não se casa por vingança ou raiva. A gente se une a uma pessoa para o resto de nossas vidas para ter amor, felicidade, segurança, para compartilhar momentos, sejam eles felizes ou tristes. Você está se casando por todos os motivos opostos... – Segurou minha mão sana e a afagou.

- Eu me casei com alguém assim Blair, e esse alguém foi Valentine. Nunca irei achar alguém como ela novamente. 

- Sim, mas ela se foi e ninguém é tão perfeito dessa forma. E mesmo assim esse casamento não continua sendo certo por mais que você já tenha se casado uma vez...- Murmurou com carinho.

Puxei minha mão e enfiei ambas no bolso da calça. Dei as costas a uma das pessoas que mais amava na minha vida e encarei novamente Manhattan. Blair havia feito parte dos momentos mais felizes e tristes que eu já passei. Eu confiava na sua palavra, em seu caráter. Mas ela estava errada, Anahí não merecia sua compaixão ou sei lá o que fosse que ela estava sentindo.

- Você está completamente errada, Blair. Esqueceu de todas as coisas que eu escutei ela falando sobre mim?

- E por algum acaso você a confrontou? E se ela estava mentindo para a pessoa no telefone? – Ela se posicionou ao meu lado, com os braços cruzados e eu suspirei, negando com a cabeça.

- Oh Blair, as vezes você é tão inocente.... Acha mesmo que ela me falaria a verdade depois de tudo? A pessoa no telefone era simplesmente a melhor amiga dela, quase uma irmã.

- Meu Deus, você é mais estúpido do que eu pensava. – Murmurou, balançando a cabeça, como se eu houvesse dito algo inacreditável.

- Blair, eu te amo como se fosse minha irmã, mas chega com as ofensas ok? – A encarei com seriedade e ela sorriu.

- Você realmente não percebeu, não é? – Perguntou, com o olhar desconfiado.

- Percebi o que, Blair? – Cocei minha testa, minha dor de cabeça estava ficando cada vez mais forte com aquela conversa.

- Eu não sei quanto a essa conversa que você escutou, mas pelo que eu vi ela está totalmente apaixonada por você. – Falou com convicção.

Eu ri, porque aquela merda era realmente engraçada.

- Você passou quanto tempo com ela? Cinco minutos? Por favor Blair, me dá um tempo vai. Quer me convencer disso logo agora pra que? Pra eu me sentir culpado por querer me vingar? Ou pra eu desistir disso tudo, para sermos felizes com unicórnios e arco íris?

- Alfonso, ela simplesmente quis pular no meu pescoço quando me viu daquele jeito com você. Ela não gostou nada de ser apresentada como babá da sua filha. No momento pensei que ela estava sendo vadia total e querendo aparecer, mas eu vi o ciúme ali. Não era ciúme de posse ou propriedade. Era o tipo de ciúme que você tem quando ama alguém, e antes que você pergunte... eu sei reconhecer, pois sou ajo da mesma forma com o Chuck. – Sorriu, convencida.

Será que poderia ser verdade? Será que ela realmente me amava? E todo aquele papo sobre dinheiro que eu ouvi? Eu estava tão confuso...

- Blair, isso não pode ser verdade... – Encarei a foto de Valentine e tentei achar conforto em seu sorriso.

Não era verdade, mas no fundo eu sentia algo queimar, arder. Era esperança. No fundo, eu desejava que Anahí me amasse mais do que qualquer pessoa. Que me amasse mais do que o dinheiro que eu tinha. Que me amasse da mesma forma que ela amava Faith, quer dizer, não da mesma forma.

- Mas é. Você está tão agarrado em toda essa história da Valentine ser a esposa perfeita que a culpa está se misturando com a raiva de ter sido "rejeitado" - Sinalizou as aspas com as mãos - pela primeira mulher que você se interessou depois da Val. – Olhou o celular mais uma vez e bateu o pé impaciente – Já passou da hora do Chuck chegar...

- Ah não, você o chamou? – Fechei os olhos com um suspiro, era só o que faltava.

- Tem algo contra meu noivo por um acaso? – Ela cerrou os olhos e seus lábios se tornaram uma linha fina.

- Não, eu adoro o Chuck. Mas vocês dois juntos são demais pra mim, ainda mais nesse momento. – Ri fracamente e Blair deu um enorme sorriso, com algo de perigoso por trás.

- Você ainda não viu nada.

A porta se abriu e ambos dirigimos nossos olhares para o visitante. Chuck sorriu para Blair e ela correu para os seus braços, lhe dando um grande beijo. Eu fiquei constrangido, porque eu queria que Anahí me recebesse da mesma forma que Blair recebia Chuck.

- Você trouxe? – Ela sussurrou.

- Está tudo aqui. – Ele retirou uma pasta preta de dentro do paletó e com Blair em seu encalço, se aproximou.

Chuck as vezes me assustava com aquele olhar e caminhava como um felino prestes a dar um ataque. Ainda bem que somos amigos, pois tenho pena do que ele pode fazer aos seus inimigos. Se eu pensava que era cruel, Chuck é mil vezes pior. Blair como toda cega apaixonada, nunca iria reconhecer isso. Aliás, ela até reconhece pois por trás de toda aquela doçura e falsa inocência, existe uma das mentes mais malignas que eu já conheci.

- Bom ver você de novo Herrera, pena que nessas circunstâncias. – Estendeu a mão e eu o cumprimentei. Blair retirou a pasta das mãos dele e estendeu para mim.

- Antes que você veja o conteúdo dessa pasta, quero que saiba que eu não sabia disso até dias atrás. Tive que ir mais a fundo para saber a verdade, mas como você sabe, todo mundo tem um preço, não é? – Sorriu ironicamente, mas logo seu sorriso foi apagado por uma séria expressão. – Quero que tome a decisão certa sobre Anahí e esse casamento, Alfonso. Você tem as cartas na sua mão e tem a chance de fazer tudo certo dessa vez.

Eu literalmente tremi, com medo de saber o que havia dentro daquela pasta. Eu a segurei e respirei fundo, mas precisei me sentar assim que a abri e vi do que se tratava.

Há um mês atrás, naquela hora, eu estava feliz pois havia encontrado alguém que cuidasse da minha filha. Naquele momento, quase tudo que eu havia vivido, se explodiu em milhões de pedaços.

O pior era que eu nunca mais seria capaz de juntá-los novamente.

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Olá minhas amoras, quem mais sentiu saudade??? Está oficialmente encerrada as férias da titia Fran e os posts irão voltar com força total! Tenham paciência, ninguém está abandonando o barco não. Espero que vocês gostem do capítulo e vem chumbo grosso por ai!

Queria falar com vocês sobre as histórias. Atualmente são 4 em andamento, por isso não dá para postar TODOS OS DIAS EM TODAS.  Então será o seguinte, cada história terá dois capítulos por semana. A questão é: preferem os capítulos intercalados ou dois dias seguidos de cada história? ( obviamente um dia da semana terá dois capítulos, pois no total serão 8 cap por semana). 

Marque aqui sua opinião amora, preciso me programar.

Beijos e fiquem com Deus.

Com amor, Fran.